A Palavra Semestral originou-se na gloriosa
França, mais precisamente no dia três de julho de 1777, naqueles brumosos
tempos em que os nossos Ilr.'. eram compelidos a lançar mão de todas as
precauções para não terem suas cabeças roladas do cadafalso sob o golpe da
guilhotina.
Aconteceu doze anos antes da queda da Bastilha,
isto é, há 223 anos passados. Nesta época a franco maçonaria já havia alcançado
certa segurança e estruturação em suas ordens depois de tenebrosos períodos de
horrores e perseguições inquisitoriais.
O nosso Pod.·. Grão-Mestre de então, do Grande
Oriente da França, plenamente convencido por longa experiência, achou estar na
hora da Ordem defender-se dos falsos MMaç.'. e concluiu pela necessidade de
instituir a Pai.'. Semestral com mudança regular nos dias de solstício.
A partir de então não mais aconteceriam os
trucidamentos e o extermínio de obreiros e de ordens, apanhados de surpresa
pelas forças das trevas por delação de falsos MMaç.·.
Foi assim que deixou de existir a Ordem dos
Templários, embora tivesse ficado assegurada a continuidade da doutrina por
transmissão do Gr.'. Mestre e por designação do seu sucessor antes de morrer.
Com a institucionalização da Palavra
Semestral a Maçonaria estaria assim protegida para dar continuidade à sua
grandiosa missão junto aos destinos da civilização, como agente de mudança para
o bem social segundo os postulados de liberdade e fraternidade.
Para dar cumprimento ao seu desiderato a
Maçonaria modernizou-se e sua linha teórico doutrinária sofreu aprofundamento
em seu conteúdo filosófico.
Decorridos mais de duzentos anos a Palavra
Semestral tem percorrido e por certo continuará a percorrer lojas e maçons como
prática de transmissão pelo Ven.'. Mestre, no interior do Templo, de lábio a
ouvido, atingindo a caducidade a cada seis meses.
Não raro batem à porta do Templo IIr.'. ainda
não familiarizados com as nossas sábias Doutrinas. Ficam escandalizados quando
impedidos de tomarem parte nos trabalhos por desconhecerem a Pal.' . Sem.'. em
vigor e mesmo a anterior.
Os que assim procedem estão laborando em erro.
Maçom regular é aquele que sempre sabe a Pai.'. Sem.'. em vigor.
Para possui -Ia ele deve comparecer aos TRrb.'.
pelo menos uma vez em seis meses Impossibilitado de cumprir essa obrigação ele
deverá dirigir-se-ão Ven.'. Mestre ou a algum outro lrm.· . para extremar o
motivo da sua ausência.
Conclui-se que a Pai.'. Sem.'. encerra um poder
superior ao da Carteira de Identidade Maç.'. Esta, identifica o Ir.'., a sua
loja e o Gr.'. que possui.
Se contiver o visto do Ven.'. Mestre dentro do
prazo de seis meses o seu portador é dispensado da trolha e geralmente é
admitido em qualquer loja que haja por bem visitar.
Entretanto, se ele não portar a Cart.'. no
momento, mas souber fornecer a Pal.'. Sem.'. em vigor, será normalmente
acolhido em qualquer corporação Maç.'. que esteja Justa e Perf.' ..
A Pal.'. Sem.'. em vigor em nossa jurisdição é
especialmente conhecida pelos nossos Ven.'. Mestres.
Eles sabem a quem devem transmiti-la.
É mister que seja dispensada a devida
importância à Pala.'. Sem.' ..
Hoje, felizmente, o maçom não sofre mais o
perigo da delação, da prisão, da tortura e morte.
A própria Maçonaria vem contribuindo para nova
conceituação dos valores transcendentais do homem como ser livre para evoluir
pelo próprio esforço, na medida em que contribui na evolução do seu irmão.
A Pal.'. Sem.', é a preciosa chave que possui o
condão de abrir a porta do Templo da Sabedoria para aqueles que querem ver a
Luz.
Fernando Oliveiros de Freitas (33.'.)
Delegado Litúrgico do Supremo Conselho
CÚl 3a, Zona Litúrgica – Santa Maria - RS,