OS VERDADEIROS SEGREDOS DA MAÇONARIA

 

Imagino que não seria um choque para si se eu dissesse que uma percentagem significativa da população profana acredita que nós governamos, ou a certa altura, governamos o mundo.

 Foi sugerido por aqueles sem filiação maçônica que mantivemos e mantemos um vasto conhecimento secreto necessário para dirigir e governar a cega população da nação.

Por mais que me doa dizer-lhe, não estou sentado na minha propriedade palaciana, vendo o meu leal escriba registrar estas anotações. Nós não dominamos o mundo.

Francamente, eu nem domino em minha casa; é o meu recém-nascido que o faz. Isto, no entanto, não significa que não haja segredos poderosos mantidos entre os Irmãos na Maçonaria.

Num artigo anterior, escrevi sobre as intenções por detrás do nosso segredo. Discuti a minha crença de que, em parte, mantemos segredos para ensinar lições codificadas num formato específico.

Também reconheci que alguns segredos são mantidos quanto aos modos de reconhecimento, para que possamos conhecer um Maçom quando nos deparamos com um.

Mas, além disto, ainda sinto que existem segredos cada vez mais críticos que mantemos que nos tornam quem somos, não apenas como Maçons, mas como Irmãos.

Eu pergunto, quais são os segredos da Maçonaria?

Recentemente, numa discussão on-line entre Irmãos, tive a oportunidade de exibir o novo autocolante com o Esquadro e o Compasso, que tenho no meu jipe.

Comentei como era reconfortante poder mostrar aos Irmãos, uma foto de toda a traseira do jipe sem ter de desfocar a minha placa de matrícula. Da mesma forma, sei que poderia mostrar uma foto da minha recém-nascida sem a submeter à lascívia.

Neste mundo cada vez mais profano, a confiança que se mantém entre os Irmãos nunca foi tão crítica – tão valiosa. Esta confiança é o salário real que recebemos pelos nossos trabalhos.

Os meus Irmãos conhecem e continuarão a conhecer as minhas maiores forças e as minhas maiores fraquezas, porque me sinto capaz de ser aberto e honesto com eles.

Não tenho gosto por maus-tratos. Eu nunca poderia ser tão genuíno com um grupo de indivíduos que poderia monetizar ou utilizar essas falhas para os seus propósitos. Somos obrigados a dar e receber conselhos sábios.

Ainda assim, sem a capacidade de nos apresentarmos como somos facilitados pelo sigilo entre nós, nunca teríamos a oportunidade de fazê-lo.

Um último exemplo: conheço um Irmão cujo chefe é membro da Loja. Imagine a turbulência que isso poderia impor se você não dependesse do sigilo; se você tivesse que temer a revelação!

Se o meu chefe pede para aderir à Loja, e eu sei que ele é doentio, sinto-me seguro ao apresentar uma recomendação desfavorável. Sei também que posso falar sobre os meus defeitos entre meus Irmãos sem ter de ouvi-los repetidos ao tomar café, no escritório, na manhã seguinte.

Onde mais nesta Terra nos poderíamos comportar de forma semelhante?

Este sigilo gera confiança e entendimento. Você conhece-me melhor para meu conforto. Sei que, se posso confiar a si as minhas inseguranças, posso confiar a si os meus pertences.

Fora do Templo da Lodge, você pode encontrar o meu laptop, a minha carteira e as chaves do meu carro. Eu não os deixaria sem vigilância em qualquer outro lugar.

Tudo isto é para ilustrar um fato bastante direto: os maiores segredos que mantemos não são os que ocultamos do mundo; são os que mantemos, uns sobre os outros.

Matthew Taheri

Tradução de António Jorge

Fonte

Midnight Freemasons

 

A PENEIRA, A FERRAMENTA MAÇÔNICA DESCONHECIDA


 

Todos eles se referem ao mundo da construção, àquele mundo que recriamos simbolicamente dentro de nós mesmos para sua melhoria.

Trabalhamos com eles constantemente e eles estão presentes o tempo todo em nossas referências pessoais em como falamos, pensamos ou agimos. Nós os conhecemos e eles fazem parte do imaginário não apenas maçônico, mas também popular.

Os mais conhecidos são esquadro e compasso: ícones autênticos da Maçonaria. É muito comum entre nós falar sobre o quanto ainda temos que nos polir, quanto trabalho com o malho e o cinzel ainda temos pela frente, quanta regra devemos aplicar, o cuidado que deve ser cortado com o quadrado no que fazemos ou na verticalidade da nossa opinião.

Malho, cinzel, régua, são expressões frequentes em nossas conversas e pratos. O convite para continuar trabalhando com essas ferramentas, para aperfeiçoar-se em seu uso, é constante na vida maçônica.

Mas existem outras ferramentas que eu nunca ouvi falar e as considero tão úteis, pelo menos, como as mencionadas. E eles são a espátula e a peneira.

Talvez seja que eles não tenham aquela aparência que uma bússola ou uma régua parece ter em seu design e uso, especialmente em mãos experientes, e, no entanto, até que ponto elas são úteis para nós.

Especialmente a peneira. A peneira, da qual não ouvi falar na Maçonaria, como uma ferramenta com a qual temos que trabalhar me parece especialmente útil naquela construção em que cada um de nós aspira ser uma pedra do todo.

Bem, se é importante se encaixar bem no trabalho, para ter as medidas apropriadas, as arestas arqueadas não são menos como você consegue que essa pedra seja polida e bem presa ao resto.

E aí a peneira é a ferramenta que permite filtrar aquelas experiências humanamente ricas que deixam um resíduo útil e descartar o rude, o grosso que pesa e dificulta o trabalho de fixação do cimento interior.

Sem estar ciente de como usar a peneira, daremos importância às coisas que não a possuem, permitiremos que eventos ou pessoas que não contribuam com nada ocupem nosso tempo em detrimento daqueles que a possuem.

Vamos prestar atenção a fatos que não nos ajudarão a avançar. Se filtrarmos cuidadosamente o que nos faz crescer, se tirarmos proveito dessa palavra amável, o amor daqueles que chegam até você em um momento ruim e descartamos o resto, estaremos nos fortalecendo e, portanto, mais úteis para trabalhar com o restante dos Irmãos.

 Texto: Ricardo Fonte: Alvenaria Mista

MAÇONARIA SEM EGRÉGORA?


 

Tem-se ouvido falar, com alguma frequência, em ambiente maçônico, do termo egrégora. Mas, afinal, do que é que estamos a falar? Qual é o seu significado e o que é que representa na Ordem Maçônica?

A ideia com que tinha ficado – na verdade ouvira este termo, pela primeira vez, numa sessão de Loja – era a de qualquer situação que tinha a ver com um tipo de ambiente, ou de expressão, em união, ou em comunhão, vivido pelos obreiros… Enfim, qualquer coisa de modo agregadora.

Com dúvidas sobre o assunto, recorri, em primeiro lugar, ao Grande Dicionário da Língua Portuguesa. E, para meu espanto, tal nome não constava. O mais próximo era egrégoro, o espírito viajante, termo utilizado pelos espiritistas.

Mais à frente, haviam as designações de egregorse, cujo significado é o de vigília; e a de egressão, para designar o ato de sair, de se afastar e, mesmo, o de uma saída repentina e violenta. Mais adiante, deparamo-nos com egro, que significa doente; e egrotante, equivalente a temperamento enfermiço.

Pesquisando em sentido contrário, a anteceder egrégoro, surgiu o termo adjectivante – egrégio – que significa distinto, insigne, nobre, admirável.

Como nenhuma destas designações correspondia ao que tinha ideado, recorri a outro dicionário – o Priberam da Língua Portuguesa – onde encontrei outro significado, mais consentâneo, é certo, com o que pensara, mas também mais estranho, para o termo egrégora – entidade formada pelas energias dos elementos de uma assembleia.

Ou seja, a egrégora surgia, neste significado, como se tratasse da existência de um campo de forças conjunto, resultante da emissão ou emanação radiante de cada um dos membros de uma dada Assembleia.

Ainda que, à “primeira vista”, possa soar a estranho, o fato é que todo o ser vivo gera um campo magnético, fruto das múltiplas reações entre partículas, carregadas eletricamente, bem como da sua passagem através do organismo.

Por outro lado, é graças à captação destes fenômenos elétricos, por aparelhos como o ECG, o EEG e o EMG, de entre outros, que podemos “espreitar” o modo de funcionamento de um dado organismo.

Quando o mesmo morre, os aparelhos ao já não terem capacidade para detectar quaisquer fenômenos elétricos, subjacentes à atividade metabólica, visto eles serem de intensidade muito fraca, ainda que existentes, traduzem este estado por linhas isoelétricas.

Todos nós já experienciamos apanhar um choque, sobretudo no Inverno, devido à existência de uma diferença de potencial de eletricidade estática, quando tocamos, ao de leve, numa pessoa, ou num objeto metálico, caso da porta do carro (o atrito do carro com o ar, faz com que a carga elétrica fique na sua superfície). Esta diferença de potencial, ao produzir uma corrente elétrica, pode levar, inclusivamente, à formação de uma pequena faísca visível.

Como a Física confirma, as partículas são dotadas de capacidade vibrátil, ou seja, elas oscilam na sua propagação que, longe de ser em linha reta, descrevem uma linha sinusóide, cuja frequência, amplitude e altura, estão dependentes do modo como a fonte emissora as produz.

O pensamento, que expressa um dado tipo de atividade cerebral, emite partículas/ondas, cujas características apresentam um determinado padrão de vibração, que pode ser captado por aparelhos eletrônicos e, inclusivamente, interferir com eles, tal como tem sido divulgado através de trabalhos experimentais efetuados em vários laboratórios de neurociências.

Ou seja, ainda que a investigação esteja no início, a designada energia mental, resultante da atividade cerebral, já deixou a vertente especulativa ou de “bruxaria”, para se tornar uma realidade. Por outras palavras, o poder da mente existe, e pode interferir para além do seu órgão corporal.

Deste modo, melhor se compreende agora, que o termo seja aplicado a um campo de forças extra corporal, gerado pelos pensamentos de pessoas que se juntam para prosseguir um objetivo comum.

Assim dito, e sob o ponto de vista teosofista, a egrégora surge-nos como uma entidade criada pelo somatório vibracional dos pensamentos das pessoas, cuja energia excede, naturalmente, o campo de cada pessoa incluída no grupo.

Já no século passado, o psiquiatra suíço Carl Jung, fundador da psicologia analítica, defendia que – o subconsciente de cada membro do grupo, ao entrar em contato com os demais subconscientes dos indivíduos desse grupo, iria criar, no local, um pequeno Inconsciente Coletivo ou Inconsciente Grupal.

Ou seja, para Jung, os nossos pensamentos individuais seriam como que unificados num só pensamento coletivo, daí advindo um estado de consciência tido como sendo maior do que os pensamentos individuais. É como se existissem várias ondas de extravasamento do pensamento de cada um de nós, interagindo entre si, levando ao resultado de uma onda final, com uma frequência e amplitude de vibração, que representa o somatório dessas vibrações positivas e negativas existentes, por parte de cada um de nós.

Visto de outro prisma, quanto mais assertivas forem as vibrações pessoais, as mesmas chegam a influenciar, para melhor, o resultado final desse inconsciente coletivo, ou dessa egrégora, não só física como psiquicamente.

Os teosofistas igualmente defendem que todos estamos ligados a uma Mente Universal ou Princípio Criador de todos os Universos, onde passado presente e futuro coexistem.

Deste ponto de vista, as nossas mentes incorporariam uma egrégora, não minimamente local, mas universal, que poderia estar na subjacência de muitos fenômenos que experienciamos e que não conseguimos explicar, nem o seu por que, nem o seu modo de ocorrer – porque é que gostamos disto?… ou o que é que nos levou a agir?… ou porque nos silenciamos?

A este propósito, MM:. II:., não é necessário sermos ruidosos nem espalhafatosos para mostrarmos o nosso modo de ser e de fazer. A egrégora, que também é harmonia, prima essencialmente pelo silêncio.

Não queria terminar sem vos questionar, igualmente, acerca do que é que nos leva a ter uma Ordem tão Universal, do termo construído esta diáspora? Tal fato, não será a prova da existência de uma verdadeira sintonia vibrátil, de uma Egrégora Maçônica?

Que cada um, por si, e com o pensamento na Sublime Egrégora do Universo, possa chegar a este discernimento.

Um Mestre Maçom

 

MAÇONS QUE LEEM E MAÇONS QUE NÃO LEEM


 

Eu acredito que existam muitos maçons que são desconhecedores dos princípios da maçonaria, assim como há homens de todas as classes que estão sujeitos a ignorância na sua própria profissão.

Não existe um relojoeiro que não saiba sobre os elementos de relojoaria, nem um ferreiro que não esteja totalmente familiarizado com as propriedades do ferro em brasa.

Subindo para os mais altos caminhos da ciência, eu ficaria muito surpreendido se encontrasse um advogado que fosse ignorante nos elementos da jurisprudência, ou um médico que nunca tenha lido um tratado sobre uma patologia, ou um clérigo que não saiba absolutamente nada de teologia.

Entretanto, nada é tão comum como encontrarmos maçons que estão na mais completa escuridão a respeito de tudo o que se refere à Maçonaria.

Eles são ignorantes acerca da sua história, não sabem se algo é de origem recente ou se vem de eras remotas, da sua origem. Eles não compreendem o significado esotérico dos seus símbolos ou cerimônias e dificilmente entendem os modos de reconhecimento.

No entanto é muito comum encontrar esses “sociais” na posse de graus elevados e, por vezes, sendo homenageados por altos membros da Ordem, estando presentes nas reuniões de lojas e capítulos, intrometendo-se nos procedimentos, tomando parte ativa em todas as discussões e persistindo na manutenção de opiniões heterodoxas em oposição ao julgamento de irmãos com muito maior conhecimento.

Por que razão acontece tais coisas? Por que motivo deva existir na maçonaria tanta ignorância e tanta presunção? Se eu pedir a um sapateiro para me fazer um par de botas, ele diz-me que só corrige e remenda, e que não aprendeu os ramos mais altos do seu ofício, e então honestamente nega o trabalho oferecido.

Se eu pedir um relojoeiro para construir um motor para o meu cronometro, ele responde que não pode fazê-lo porque nunca aprendeu a fazer motores e que isso pertence a um nível mais elevado do ofício, mas que se eu trouxer uma mola pronta, ele pode inseri-la no meu relógio, porque sabe como o fazer.

Se eu for a um artista para me pintar um quadro histórico, ele irá dizer-me que está para além da sua capacidade, já que nunca estudou ou praticou este tipo de detalhes, limitando-se à pintura de retratos. Se ele fosse desonesto ou presunçoso, iria aceitar a minha encomenda, mas em vez de uma imagem, dar-me-ia uma pintura tosca.

É exclusivo do maçom esta falta de modéstia. Ele está muito apto a pensar que o compromisso não só faz dele um maçom, mas também um maçom sábio, ao mesmo tempo. Ele também imagina muitas vezes que as cerimônias místicas que ocorrem na ordem são todo o que é necessário para torná-lo conhecedor dos seus princípios.

Há algumas seitas cristãs que acreditam que a água do batismo lava de uma só vez todos os pecados, do passado e do futuro. Portanto, há alguns maçons que pensam que o simples ato de iniciação é de uma só vez seguido por um fluxo de todo o conhecimento maçônico; não precisam de mais estudo ou pesquisa. Tudo o que eles possam querer conhecer, é recebido por um tipo de processo intuitivo e pouco trabalhoso.

A grande sociedade dos maçons pode ser dividida em três classes:

A primeira é composta por aqueles que não aderiram com um desejo de conhecimento, mas por algum outro motivo acidental, nem sempre honrado.

Tais homens são levados a procurar a admissão ou porque provavelmente, em sua opinião, isso irá facilitar os seus negócios, ou fazer avançar as suas perspectivas políticas, ou de qualquer outra forma, beneficiá-los pessoalmente.

No início de uma guerra, centenas migram para as lojas na esperança de obter o “sinal místico”, que irá ajudá-los na hora do perigo. Tendo o seu objetivo sido alcançado ou não, estes homens tornam-se indiferentes e, com o tempo, enquadram-se na categoria de irregulares.

Não há esperança para esses maçons; são árvores mortas com nenhuma promessa de frutos. Deixe que eles passem como totalmente inútil e incapaz de melhoria.

Há uma segunda classe que consiste de homens que são a moral maçônica e totalmente opostos dos da primeira classe. Estes fazem o seu pedido de admissão, acompanhado, como o ritual requer, “de um parecer favorável da Instituição e um desejo de conhecimento”. Assim que são iniciados, veem nas cerimônias pelo qual passam um significado filosófico digno de trabalho de pesquisa.

Elas dedicam-se a essa pesquisa. Obtêm livros maçônicos, leem jornais maçônicos e conversam com irmãos bem informados. Procuram familiarizar-se com a história da maçonaria; investigam a sua origem e o seu formato atual, exploram o sentido oculto dos seus símbolos e absorvem a respectiva interpretação. Tais maçons são sempre membros úteis e honrados da Ordem e frequentemente tornam-se as suas luzes mais brilhantes.

A sua lâmpada queima para a iluminação dos outros e para eles, estão em dívida com a Instituição por qualquer que seja a posição elevada que tenham alcançado. Não é para eles que este artigo é escrito.

Mas entre estas duas classes que acabamos de descrever existe um nível intermediário, não tão mau como o primeiro, mas muito abaixo do segundo, que infelizmente, está incluído no conjunto da Fraternidade.

Esta terceira classe consiste de maçons que se juntaram à maçonaria sem objetivos e talvez com a melhor das intenções. Mas eles não conseguiram realizar essas intenções. Eles cometeram um erro grave: supõe que a iniciação é tudo o que é necessário para torná-los maçons e que estudo adicional é totalmente desnecessário; assim sendo, nunca leem um livro maçônico.

Fale-lhes sobre as publicações dos autores maçônicos mais famosos e a sua resposta será que “não têm tempo para ler”. Mostre-lhes uma revista maçônica de reputação reconhecida e peça-lhe para a subscreverem. Responderão que não podem pagar que os tempos são difíceis e o dinheiro escasso.

E, no entanto, o que não falta é ambição maçônica a muitos destes homens. Mas a sua ambição não é na direção certa. Eles não têm sede de conhecimento, mas sim uma grande sede de cargos e graus. Eles não podem gastar dinheiro ou tempo para a compra ou leitura de livros maçônicos, mas têm o suficiente de ambos para gastar na aquisição de graus maçônicos.

É surpreendente como alguns maçons que não entendem as mais simples noções da arte, e que falharam na compreensão do alcance e significado da Maçonaria simbólica, se agarram às honras vazias dos altos graus.

O Mestre Maçom que sabe muito pouco do grau de aprendiz maçom, deseja ser um Cavaleiro Templário. Ele não sabe nada e não pretende saber qualquer coisa sobre a história dos templários ou como e por que estes cruzados foram incorporados na irmandade maçônica.

A sua ambição é usar a cruz templária sobre o peito. Se entrou no Rito Escocês, a Loja de Perfeição não lhe vai dar conteúdo, embora este grau forneça material para meses de estudo. Ele sobe com prazer, cada vez mais alto na escala de classificação e por esforços perseverantes, pode chegar a alcançar o topo do rito e ser investido com o grau 33, mas pouco absorveu de qualquer conhecimento da organização do Rito ou das lições sublimes que ele ensina. Ele atingiu o máximo da sua ambição e está autorizado a usar a águia de duas cabeças.

Tais maçons não se distinguem pela quantidade de conhecimento que possuem, mas pelo número das joias que usam. Eles dão cinquenta dólares por uma condecoração, mas não dão cinquenta centavos para um livro.

Estes homens causam prejuízo à Maçonaria. Eles podem ser chamados de meros “zumbidos”, mas na prática, são mais do que isso. Eles são as vespas, o inimigo mortal de abelhas laboriosas. Eles dão um mau exemplo para os maçons mais jovens, desencorajam o crescimento da literatura maçônica, afastam homens intelectuais que estariam dispostos a disseminar a ciência maçônica, para outros campos, deprimem as energias dos nossos escritores, e rebaixam o caráter da Maçonaria especulativa como um ramo da filosofia mental e moral.

Quando profanos veem homens que possuem altos graus e cargos na Ordem, que são quase tão ignorantes como eles mesmos sobre os princípios da Maçonaria e que, se solicitado, diriam que eles a encaram apenas como uma instituição social, esses profanos naturalmente concluem que há não qualquer coisa de grande valor num sistema cujas posições mais altas são ocupadas por homens que professam não ter conhecimento do seu desenvolvimento.

Não se deve concluir que todos os maçons devam ser maçons instruídos ou que a todo homem que é iniciado, seja obrigatório dedicar-se ao estudo da ciência e literatura maçônica. Tal expectativa seria insensata e irracional. Os homens não são igualmente competentes para captar e reter a mesma quantidade de conhecimento. Ordem, diz o Papa, a Ordem é a primeira lei do paraíso e alguns são, e devem ser maiores do que os restantes, mais ricos e mais sábios.

Tudo o que eu afirmo é que, quando um candidato entra na Maçonaria, deve sentir que há algo melhor do que meros toques e sinais, e que deve esforçar-se com toda a sua capacidade para atingir algum conhecimento. É este o seu melhor objetivo.

Ele não deve procurar avançar para graus mais elevados até que saiba alguma coisa dos inferiores, nem se agarrar a cargos, a menos que já tenha adquirido com reputação algum conhecimento maçônico, no desempenho de um cargo inferior. Certa vez conheci um irmão cuja ganância para cargos levou-o a ocupar os cargos de direção da sua loja, depois foi Grão-Mestre da jurisdição e durante todo esse período nunca leu um livro maçônico nem tentou compreender o significado de um único símbolo.

 No ano em que foi presidente da sua loja, achou sempre oportuno ter uma desculpa para a sua ausência da loja nas sessões que eram para conferir graus. No entanto, pelas suas influências pessoais e sociais, ele tinha conseguido se elevar na hierarquia, acima daqueles que estavam acima dele em conhecimento maçônico.

Eles estavam realmente muito acima dele, porque todos sabiam alguma coisa, e ele não sabia nada. Se tivesse permanecido na retaguarda, ninguém se teria queixado. Mas, onde estava, e valendo-se da sua posição, ele não tinha o direito de ser ignorante. A sua presunção constituía uma ofensa.

Um exemplo mais marcante é o seguinte: Alguns anos atrás, durante a edição de uma revista maçônica, recebi uma carta de um assinante que era o Grande Orador de certa Grande Loja, e que desejava interromper a sua assinatura. Ao mencionar uma razão, ele referiu

“embora o trabalho contenha muita informação valiosa, não tenho tempo para ler, pois dedicarei todo o presente ano ao ensino”

Não posso deixar de imaginar o que um professor como este homem deve ensinar e que alunos deve instruir.

Este artigo é maior do que eu pretendia que fosse. Mas eu sinto a importância do assunto. Existem nos Estados Unidos mais de quatrocentos mil maçons ativos. Quantos deles são leitores ativos? Metade ou um décimo?

Se apenas um quarto dos membros que estão na Ordem lessem um pouco e não dependessem somente das visitas às suas lojas para obter conhecimento, teriam certamente noções mais elevadas. Através deles, simpáticos estudiosos sentir-se-iam encorajados a discutir os seus conhecimentos e a dar ao público os resultados dos seus pensamentos e boas revistas maçônicas desfrutariam de uma existência próspera.

Na atualidade, pelo motivo de existirem tão poucos maçons que leem os livros maçônicos dificilmente fazem mais do que pagar às editoras as despesas de impressão, enquanto que os autores não recebem nada e as revistas maçônicas estão sendo ano após ano, levadas para o Museu literário, onde os cadáveres de publicações defuntas são depositados, e pior de tudo, a Maçonaria resiste a golpes deprimentes.

Um Maçom que lê, mesmo que pouco, mesmo que sejam apenas as páginas da revista mensal de que é assinante, irá obter perspectivas mais altas da Instituição e desfrutar de novos prazeres na posse desses pontos de vista.

Os maçons que não leem, nunca vão saber nada da beleza interior da Maçonaria especulativa, e ficarão contentes por supor que seja algo como “Odd Fellowship”, ou a Ordem dos Cavaleiros de Phytias, mas mais antiga. Tal maçom é um indiferente. Ele não tem paixão estabelecida.

Se essa indiferença, em vez de ser refreada, vier a ser mais amplamente difundida, o resultado é muito evidente. A Maçonaria deixará de ter uma posição mais elevada, como tem duramente tentado manter, através dos esforços de seus estudiosos, e as nossas lojas, ao invés de serem fontes de pensamento especulativo e filosófico, transformar-se-ão em clubes sociais ou sociedades com fins lucrativos. Com tantos rivais nesses campos, a sua luta por uma vida próspera será muito dura.

O sucesso final da Maçonaria depende da inteligência dos seus membros.

Escrito por Albert G. Mackey  
Publicado em 1875 e reimpresso no “The Master Mason” em Outubro de 1924

 

A INTUIÇÃO E O INSTINTO: UMA BREVE REFLEXÃO PARA APLICAÇÃO NA MAÇONARIA


 

Todo ser humano reúne em si estruturas inatas de comportamento que conduzem a determinada ação. Esta característica difere da capacidade, que também é comum a todo ser humano: a de usar o pensamento para se alcançar algo positivo. A este, denominamos intuição, àquele, instinto.

A intuição pode ser definida como o ato ou a capacidade de pressentir fatos ou acontecimentos.

Na verdade, a intuição funciona como uma verdadeira e potente antena, que capta as informações através de símbolos ou sensações.

Segundo Einstein, um dos maiores físicos de todos os tempos, as verdades mais elementares do universo somente são alcançadas através da nossa intuição. Nesta linha de pensamento, outros estudiosos do assunto, consideram que a faculdade intuitiva não pode ser analisada sob o ângulo racional, uma vez que transcende a razão humana, isto é, vai além da sua dimensão.

O Instinto, diversamente da Intuição, pode ser definido como o comportamento de origem biológica, inerente aos seres em geral e, principalmente, aos animais irracionais, que atuam de modo inconsciente, sendo que, alguns com finalidade precisa, independentemente de qualquer aprendizagem.

A estas informações, que podemos receber como desejos inexplicáveis ou emoções negativas, damos o nome de instinto. Parecem vir do consciente, e comandadas pelo Livre-Arbítrio, “parecem ser um aviso” ou a “nossa própria vontade”. 

Acredita-se que, o Instinto se manifesta, em regra, através de um impulso espontâneo e alheio à razão, enquanto que a intuição é um saber íntimo, oculto, misterioso e divino.

Já está comprovado que o nosso subconsciente age como uma super mente poderosa, que pode ser acionada tanto na sua frequência positiva quanto negativa, de acordo com o que pensamos e sentimos.

Assim, ao sentirmo-nos positivados, entramos em contato com os registros positivos do nosso subconsciente e, passamos a receber dele informações que visam preservar a nossa vida, proteger-nos, responder às nossas perguntas e orientar-nos positivamente. 

Tudo o que é bom e positivo para nós, está aí gravado. Estas informações emanadas do nosso subconsciente podem ser por nós recebidas de várias formas: através de sonhos, podem surgir como um desejo aparentemente inexplicável, como uma voz interna, a qual denominamos intuição. Ela tem a finalidade de nos evitar um mal, conduzindo-nos ao bem e atraindo algo de positivo.

Por sua vez, quando estamos negativos, entramos em sintonia com a parte negativa do subconsciente negativo, e isto não é nada bom, pelo contrário. Pois, passamos também a receber dele informações que visam interromper, destruir ou atrapalhar a nossa vida e os nossos projetos, já que esta parte nos orienta negativamente. Tudo o que é mal e negativo para nós mesmos está nele gravado.

O que devemos perguntar-nos é se sabemos como nos estamos a sentir: se positivos ou negativos. Primeiro, faz-se necessário observar como está a nossa mente e o nosso estado emocional. Então, se estamos positivos, podemos deixar-nos levar pela intuição e ouvir a VOZ INTERIOR. Esta voz é uma espécie de “impulso positivo inexplicável”, a qual nos faz agir de uma forma, muita das vezes inesperada, mas, benéfica.

Devemos confiar sempre na nossa intuição, mas é preciso distingui-la do instinto, o qual jamais deve ser ouvido e seguido. O instinto é negativo e aparece quando estamos negativos. A intuição é positiva e aparece quando estamos positivos.

Estar positivo é estar bem, calmo, satisfeito, em harmonia. Estar negativo é estar irritado, insatisfeito, zangado, magoado, sofrendo… Agora você tem condições para avaliar e saber se passa a maior parte do tempo positivo ou negativo. Está a fazer isso?

Todos nós vivemos em sociedade, em família, cercados de outras pessoas, mas, infelizmente, poucos conhecem ou procuram conhecer as Leis Mentais. É necessário que saibamos como agir em relação ao fato de estarmos em convívio com pessoas diversas, a fim de que estejamos sempre protegidos mentalmente e livres de influências negativas, haja o que houver.

Uma pessoa em estado mental positivo jamais deseja o mal de outra. Ao contrário, pensa e sente apenas o que é positivo, irradia essa energia positiva e a recebe aumentada. Se a outra pessoa também está positiva, retribui, recebendo e irradiando também energia positiva para ela. Desta forma, as duas ajudam-se e protegem-se, trocam energias positivas, formando, assim, uma corrente positiva que não permite que nenhum mal afete, interfira ou afaste essas pessoas.

Assim, estas pessoas estão unidas espiritual e mentalmente e, “aqueles a quem Deus uniu ninguém pode separar!” Nesse caso, o exemplo é válido, pois, a energia positiva que une os dois é de origem divina: é como se uma parcela da divindade, presente em cada um de nós, os unisse, o que vale dizer, então, que não há força na Terra capaz de separá-los.

Acredita-se que, no passado, as pessoas eram mais intuitivas. Hoje, entretanto, com o advento da informação massificada, elas acabam por não dedicarem tempo ao pensar, muito menos ao meditar. A meditação é, pois, a principal forma de ativação do processo intuitivo.

Meu Irmão, como está agora, neste exato momento? A quem seguiria? A intuição ou ao instinto. Policie-se: “Orai e Vigiai”. Tome conta de si para não ouvir a voz errada… Mantenha-se positivo e harmonizado para que seja conduzido, através da intuição, de forma correta ao ponto desejado por você mesmo.

Aildo Virginio Carolino

Grão Mestre do GOB-RJ

 

O MAÇOM CONVERTIDO E O MAÇOM CONVENCIDO


 

Antes de entrarmos no tema, é imperioso que abordemos alguns aspectos em consideração à Maçonaria. 

Uma Instituição, dentre as organizações terrenas, a mais completa, complexa e perfeita. Nenhuma outra organização possui igual estrutura humana, onde homens de todas as raças e etnias, crenças e credos, profissões e artes, são estimulados, dentro dessa diversidade MÁGICA e DIVINA, a buscarem, consubstanciados em PRINCÍPIOS SAGRADOS,  a evolução da Humanidade. 

No entanto, em função de necessidades criadas por mentes vazias de alguns "homens, travestidos de Maçom”, ou, ao que nos parece, MAÇOM CONVENCIDO, nossa Excelsa Ordem vem perdendo de vista a sua realidade, a sua unidade universal, as suas raízes e origens - o que estamos fazendo com os nossos valores? 

A nossa passagem pela vida e no Seio da Maçonaria deveria estar ligada a todas as energias que caracterizam a presença e a Glória do Criador. Precisamos chegar à consciência, ao potencial universal e divino, que cada um, como filho de Deus (G AD U ), herdou para conviver, elevando-se e evoluindo dentro dos SÃOS PRINCÍPIOS  que regem a vida maçônica, em todos os sentidos. 

Como um atestado às assertivas iniciais, enumeramos algumas evidências que, paulatinamente, vem invadindo o seio maçônico: 

- Profanação da Iniciação com candidatos sem perfil, satisfazendo vaidades pessoais e, com isso, trazendo para o seio da Instituição, indivíduos tão somente voltados para o atendimento de suas necessidades pessoais; 

- Banalização da ritualística, em atendimento àqueles que, desprovidos de senso crítico e maçônico, acham que mudar e inventar futilidades são sinônimos de modernizar e inovar; 

- A omissão e a falta de posicionamento social e político está levando a nossa Ordem para o ostracismo, para os desvios de conduta, para a impunidade e valorização das recompensas ilícitas; 

- O descumprimento do Juramento Sagrado, desvios de conduta e de proceder maçônicos, considerados graves delitos, denotando total desrespeito aos Sacrossantos Postulados da Maçonaria. 

- Convivemos com autoenganos sem fim... Sabemos “QUEM SOMOS”? Sabemos como vivemos? No que realmente acreditamos? 

Os problemas essenciais da existência e da realização humanas não respeitam fronteiras acadêmicas e convenções catalográficas. O saber especializado avança, o mistério e a perplexidade se adensam. Eliminar falsas respostas é mais fácil do que enfrentar as verdadeiras questões. 

- O que afinal sabemos sobre nós mesmos? 

A racionalidade orienta, mas não move; a ciência ilumina, mas, não sacia; o progresso tecnológico acelera o tempo e abre o leque, mas, não delibera rumos, nem escolhe fins. O universo subjetivo no qual vivemos imersos é tão real quanto o mundo objetivo no qual trabalhamos e agimos. “A relação mais íntima, traiçoeira e definidora de um ser humano é a que ele trava consigo mesmo". 

Nestes tempos modernos de Maçonaria, estamos encontrando uma grande leva de autoengano. Tão autoengano que está se desvirtuando de sua real finalidade: uma instituição que tem por fim TORNAR FELIZ A HUMANIDADE. 

O AUTOENGANO está nos levando a um corporativismo ingênuo. 

E como tornar feliz a humanidade, se o Maçom está se autoenganando? 

Temos clara a noção em nosso meio e é propagado pelas LIDERANÇAS que somos HOMENS diferenciados na sociedade. Só que estamos fazendo o que o homem comum faz para se manter em pé, nessa luta pela sobrevivência. 

Talvez, complacente nos deslizes éticos sociais;

Talvez conivente com as mazelas morais;

Talvez, tentando se esconder na própria Instituição.

Não estamos sendo e conseguindo ser, aquilo que em TEMPLO falamos.

"Queremos ser Líderes, sem exemplo”.

Que CONSTRUTORES SOCIAIS e LÍDERES estão se formando?

Que MESTRES, que LÍDERES são esses, sempre REATIVOS às críticas?

Muita VAIDADE ou não compreensão de sua missão?

Pouca HUMILDADE por não saberem seu tamanho?

Que LÍDERES são esses que não sonham, não motiva e só dão ordens?

Sentimos satisfação com as medalhas e não com o conhecimento!

O que vamos levar para o ORIENTE ETERNO? MEDALHAS OU AS BOAS AÇÕES?

Que Mestres, que Líderes são esses que preferem as efemérides à solução das causas de nossa pequenez social? 

Convivemos com muitos que se dizem Maçons, mas, na realidade, são os tais MAÇONS CONVENCIDOS. Grandes no convencimento, grandes no AUTOENGANO, deixando transparecer na sua ignorância e insipiência, sua pequenez e a falta de comprometimento, tanto social quanto maçônico. 

No autoengano se acham grandes, mas na realidade são pequenos, ínfimos, tacanhos, desinteressados e sem espírito colaborador; são mestres na crítica indevida, pseudo-sábios, que tentam AUTOENGANAR os tolos que comungam com suas ações. 

Resta, pois, aos verdadeiros Iniciados, os MAÇONS CONVERTIDOS, a urgente revisão dos conceitos e corrigir os rumos, a fim de evitarmos o CAOS. 

Maçonaria é vida! Sua filosofia induz ao iniciado vivenciar os ditames da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. No entanto, para que seja vivida, praticada e sentida, é necessário que a conheçamos; só poderemos entendê-la se nos dedicarmos ao estudo e à sua prática com amor; é necessário cultuar a humildade, despindo-nos da VAIDADE, tão marcante nos MAÇONS CONVENCIDOS. 

Quantos tolos tentam, na sua mediocridade, se passarem por MAÇONS CONVERTIDOS! Seus semblantes não conseguem mascarar e traduzem o que realmente são. Não nos enganam... 

Assim como os hábitos e as atitudes fortalecem e constroem as vidas, dos que realmente são LIMPOS e PUROS (MAÇONS CONVERTIDOS), dentro, ou fora da Maçonaria, mas, também, enfraquecem e destroem os PROFANOS DE AVENTAL (MAÇONS CONVENCIDOS) que tentam ludibriar a própria sombra. 

Na Maçonaria, à medida que absorvemos seus ensinamentos, firmamos nossos passos em busca do aperfeiçoamento. Ler muito, falar menos, ouvir mais, nos posiciona em esferas elevadas, em sintonia com o equilíbrio, com a racionalidade e, assim, dissipamos os obstáculos das materialidades primárias. 

Poderíamos nos alongar traçando um paralelo entre ser MAÇOM CONVERTIDO e MAÇOM CONVENCIDO; discorrer sobre as tristezas que empanam a Sublime Arte Real, apontando mais características dos que ajudam a inchar a nossa Ordem, dando-lhe a falsa impressão de grandeza, mas, diante da breve exposição, deixamos à reflexão dos verdadeiros Iniciados (os convictos da causa que abraçaram), o melhor conceito para os MAÇONS CONVENCIDOS e os MAÇONS CONVERTIDOS, advindas de suas sábias conclusões. 

"AS PESSOAS MAIS FELIZES NÃO TÊM AS MELHORES COISAS. ELAS SABEM FAZER O MELHOR DAS OPORTUNIDADES QUE APARECEM NOS SEUS CAMINHOS!!!" (Clarice Lispector)

 O de Arq apresentada pelo Ir Olavo de Figueiredo Filho, M M  da ARLS Missionários de Hiran-262 – Jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, em 10/8/2010 da E V

 

A MAÇONARIA E OS INTOLERANTES


 

Amados Irmãos!

Trago nesse artigo, uma narrativa que ocorreu comigo no dia 25 de Julho de 2020, precisamente numa tarde de sábado. Essa narrativa foge do costume acerca das minhas publicações nesse honroso jornal eletrônico maçônico “O Malhete”, que são mais de caráter informativos, de esclarecimentos ou interpretativos, ou seja, os artigos que tenho escrito têm como objetivo principal informar e esclarecer o leitor sobre um determinado assunto, expondo e interpretando as informações sobre um determinado tema.
 

Destarte, na tarde daquele sábado recebi um vídeo por meio do whatsapp de um amigo que mora na Itália, cujo nome não irei citar. O que me chamou a atenção para o vídeo foi seu título “De Maçom a Adventista (Testemunho) Mistério 4 faces”. 

Por curiosidade fui assistir ao vídeo e o que me chamou a atenção foram às informações desse suposto ex-maçom dizendo que pertencia a “maçonaria mista espírito com violino”. 

Antes de qualquer introdução, informo que não conheço a loja maçônica citada e acredito s.m.j. que a Obediência Maçônica: “Potência, GOB - Grande Oriente do Brasil ou da Grande da Grande Loja, ou outro Título Familiar”, também não a reconhece a citada maçonaria. 

Dessa forma, trago alguns fragmentos que esse “suposto ex-maçom” disse no início do seu vídeo: que ouvia “espírito com violinos”, “disse que os espíritos falavam com ele em 4 vozes”, “ouvia coisas do mal”, “ficou rico e “tinha muita fartura”, e que o “espírito apareceu com agulha” e outros. 

O suposto ex-maçom ia à doutrina “Santo Daime” e que depois que conheceu a igreja adventista, deixou a suposta maçonaria mista espírito com violino, e nesse contexto, elevo meu respeito e admiração à doutrina religiosa adventista e receba todo meu respeito e apreço, bem como a doutrina Santo Daime, pois esse artigo não diz respeito a nenhuma doutrina. 

Na verdade, não tenho nada contra quem pratica e acredita nas práticas da suposta maçonaria mista espírito com violino, citadas acima pelo suposto ex-maçom, mas a minha inquietação versa somente acerca da intenção do vídeo enviado para mim. 

Confesso aos Irmãos que não sou de responder ou discutir sobre a nossa ordem com quem não a conhece nada sabe sobre a maçonaria, e é um intolerante à nossa ordem, o qual possui um viés tendencioso ou de propensão desvirtuado e preconceituoso de observar, de agir e de se manifestar sobre o que não sabe e não pode sustentar, no caso em tela, o meu amigo da Itália. 

Porém, eu me senti ofendido da forma pretensiosa desse meu amigo da Itália em me enviar esse vídeo, sem nenhuma expressão precedida de escrita dele, mas eu percebi tão logo que assisti ao vídeo, que ele quis “me alfinetar”, “tentar me informar que estou no caminho errado”, ou até “tentar fazer com que eu saia da ordem”, por apenas ao me enviar o vídeo. 

Assim, eu o respondi por áudio via whatsapp nítido e com bom tom sobre o vídeo que eu acabara de assistir. 

Iniciei dizendo que o suposto ex-maçom, acredito que ele nunca havia sido maçom da nossa Obediência Maçônica, pois as palavras citadas no início do vídeo, eu nunca havia ouvido e nunca vi tais atitudes na nossa sublime e respeitável ordem maçônica. 

Eu fui mais além, disse-lhe que para entrar na maçonaria, qualquer cidadão precisa acreditar em um ser supremo (Deus) e professar uma fé em uma doutrina religiosa; informei-lhe que no nosso templo existe a Bíblia Sagrada, que fazemos seu uso nas aberturas dos trabalhos; disse-lhe que a maçonaria faz filantropia beneficente tanto ou mais do que qualquer denominação religiosa (não quis fazer mensuração de métrica), porém o que não é de costume na maçonaria é revelar o que ela faz, pois acompanha as palavras sagradas em Mateus 6,1 – 6.16-18; veja: 

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.

Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. 

Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa.

Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará recompensa [...]. 

Eu finalizei dizendo – lhe: como você pode ser intolerante com a maçonaria? Não a conhece, nunca frequentou, nunca praticou e só ouviu dizer, ou seja, você está igual a muitas pessoas, que repetem palavras erradas, ofensivas e maldosas aos maçons. 

Concluí dizendo-lhe: “quem me dera se eu tivesse entrado na ordem maçônica há muito mais tempo atrás! Não me arrependo um só dia de ter entrado para a nossa ordem, nela sou feliz, fazemos a fraternidade por meio da beneficência, amamos os nossos Irmãos, pois, somos todos iguais e eu continuo professando a minha fé na igreja católica, na qual fui batizado e crismado e seguirei até os fins da minha vida”. E o mais incrível, calado ele ouviu e calado ele ficou, e me deu o silêncio como respostas. 

Agora meus Irmãos, eu trago uma reflexão antagônica ao meu amigo da Itália intolerante e contrário com a nossa ordem maçônica: 

Meu amigo: A tolerância é uma das virtudes maçônicas, é a mais ressaltada, pois, exprime a tendência de aceitar novos modos de pensar, de ser, de agir e de sentir. Isso é o que nos diferem de tantas outras pessoas, mas mesmo assim nós maçons somos seres humanos como qualquer outro. 

A tolerância é a desenvoltura de coexistir do maçom, tendo respeito e liberdade, com os valores, os conceitos e as circunstâncias da vida. A conivência é a convivência em que, mesmo não concordando com certos valores, conceitos e circunstâncias, abandonamos de expressar nosso parecer desfavorável, não refutamos, e não reprovamos, estamos apenas tacitamente autorizando, aceitando e gerando cumplicidade. Deus é tolerante com o pecador, mas não com o pecado. 

Meu amigo: A maçonaria é uma instituição essencialmente ética, em que a reflexão filosófica sobre a moralidade, regras, códigos morais que orientam a conduta humana tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento dos princípios normativos da conduta humana, impõem ao maçom um comportamento ético e, exige-lhe que mantenha sempre uma postura compatível com o seu semelhante de bem e exigimos também da sociedade, um respeito com todos nós maçons. 

Por fim meu amigo, eu acredito que isso acontece como o caso do vídeo do ex-maçom, é quando essas pessoas realmente não conhecem a maçonaria ou nunca foram maçons, porque cada um deve orar por sabedoria e discernimento do Senhor quanto à possibilidade de se envolver com esse movimento antagônico e sair disseminando palavras vãs, infames contra a nossa sublime e respeitável ordem. O respeito está acima de tudo!

Charleston Sperandio de Souza - CIM nº 304.753

Loja Fraternidade Guanduense de Baixo Guandu/ES.

Mestre em Administração e Professor Universitário.

 

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