“E não me chamem de
bode, pois eu prezo por um bom banho”
Dentro da maçonaria, muitos desconhecem o nosso apelido de
bode.
A maioria dos maçons desconhece totalmente sobre “O Bode”,
pelo contrário, quando ingressam na maçonaria, descobre que não há bode nenhum.
Daí, muitos não se interessam em saber a origem dessa crendice.
Então de onde vem está
historia de bode?
Os maçons por brincadeira alimentam essa fantasia, ou por
diversão, ou para manter longes pessoas indesejadas e muitas vezes até mesmo
para testar se o candidato a maçonaria se deixa levar por essas brincadeiras.
Também é comum, entre os próprios maçons, se referem a
outros maçons como bode.
Exemplo:
- “Essa festa está
cheirando a bode!” – quer dizer – “Essa festa está cheio de maçons”
- “Fui ao hospital, e
o médico era bode.” – quer dizer – “Fui ao hospital, e o médico era maçom.”
Outra brincadeira comum é uma expressão dita ao candidato
que está prestes a ingressar na ordem.
-”Estás preparado para
sentar no bode?”
Realmente, parece assustador de primeira mão. Mas essa
expressão é usada para testar se o candidato se deixa levar pelas crendices.
Na verdade quer dizer: “Estas preparado para ingressar na maçonaria?”
Assim como em palavras o bode virou mania entre os maçons.
Adesivos de carro, chaveiros, camisas, bonés, bonecos e até estatuetas são
visto entre o meio maçônico. Hoje, o bode, virou uma brincadeira
Sendo que, o povo ainda acredita nessa tolice. Então se não
fores maçom pensa bem no que acabara de ler, e não deixe que fundamentalistas
fanáticos induzam a sua visão contra a Maçonaria.
Então de onde vem está
história de bode?
É um tratamento que se dá; o que significa trabalhar em
segredo. Essa preocupação dos Maçons se dá em razão de que no passado, as perseguições
do Santo Ofício levavam à tortura e ao sacrifício inúmeros Irmãos, no intento
de arrancar-lhes os segredos ou conhecimentos acerca daquilo que protegiam com
muita dor e coragem, podendo ser, inclusive, assuntos conspiratórios contra a
coroa, ou o império, posto que o combate à tirania e ao obscurantismo fazia
parte da grande ocupação de que tratavam os “bodes” na maioria dos Templos
Maçons.
Assim, a figura do Bode, que ficou conhecida como símbolo
do segredo, do silêncio e da confidencialidade entre os Irmãos de todas as
Obediências e Ritos, fez com que adotassem a enigmática caricatura desse
animalzinho como uma identificação e reconhecimento entre os membros da
fraternidade dos pedreiros livres, e que sobre esse costume muitas brincadeiras
se realizem nas iniciações ou nas comunicações bem humoradas entre Irmãos.
No livro de Daniel (12: 4); o Senhor ordena que o profeta
lacre e guarde em segredo as palavras de uma mensagem expressa em um
determinado livro até o fim dos tempos.
Mais adiante, no mesmo capítulo, nos (vs. 9 – 10), diz o
Senhor: “Vai Daniel, porque estas palavras estão fechadas e lacradas até o
tempo do fim. Muitos serão purificados, esbranquiçados e refinados, mas os
transgressores procederão iniquamente, e nenhum dos transgressores entenderá,
mas os sábios entenderão”. Fiel às instruções do Senhor Deus, Daniel guardou e
os de hoje prosseguem guardando o segredo recomendado por Deus.
Embora guardar sigilo na Ordem Maçônica vem desde sua
origem; a notícia remonta do período dos apóstolos, por volta do terceiro ano
depois de Cristo quando eles se dirigiram a várias localidades para pregar o
evangelho. Os que foram para a Palestina, ficaram surpresos com o costume do
povo judaico em falar ao ouvido de um bode, um animal muito presente na cultura
do povo judeu daquele período.
Os apóstolos de Cristo, ao buscarem saber as razões que
sustentavam aquela postura, os palestinos davam o silêncio como resposta. Até
que um Rabino de uma comunidade, em atenção à indagação do apóstolo Paulo,
respondeu-lhe que tal procedimento era (e ainda é parte, até hoje em algumas
aldeias do território Israelense) de um cerimonial judaico para expiação de
pecados e erros, cujo povo tem o bode como confidente.
Confessar erros e pecados ao um bode, junto ao seu ouvido,
segundo o mencionado ritual, assegura ao pecador de que, os segredos de seus
delitos confessados ficam guardados, tendo em vista que bode não fala. O
confessionário na Igreja Católica foi instituído anos depois, cuja instituição
garante ao pecador o voto de silêncio por parte do sacerdote-confessor.
Perseguida pelo governo papal do Vaticano, por discordar
frontalmente das instituições oficiais do seu poderoso império, com que a
Igreja subjugou, humilhou e matou nas fogueiras da Inquisição milhões de pessoas,
muitos maçons foram presos e submetidos aos inquisidores que a todo custo
buscavam arrancarem deles confissões sigilosas de domínio da Ordem Maçônica,
semelhantes as que o Senhor recomendou ao profeta Daniel fechar e lacrar até o
tempo do fim.
Um dos inquisidores Chasmadoiro Roncalli,
um reconhecido perverso dos quadros da Igreja, chegou a desabafar, com um
superior seu:
“Senhor, este pessoal maçom parece bode, por mais grave que
eu torne o processo de flagelação a que lhes submeto, não consigo arrancar de
nenhum deles quaisquer palavras.”
Remonta desse período a alcunha de bode com que se faz
referência aos cidadãos maçons, em todo o mundo, como aquele que sabe guardar
segredo.
Muitos associam a figura do bode ao demônio com que buscam
acusar a Maçonaria de práticas satânicas, com argumentações integralmente
destituídas da expressão da verdade.
O nosso mais célebre e saudoso escritor Maçônico Brasileiro Ir.’.
José Castellani (In
Memoria) escreveu.
A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para
saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo. Por volta do
III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o
cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá,
curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode,
animal muito comum naquela região. Procurando saber o porquê daquele monólogo
foi difícil obter resposta.
Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a
curiosidade dos representantes cristãos, em relação àquele fato. Até que Paulo,
o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado, de que
aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele
povo contar a alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas
faltas; ficaria mais aliviado junto à sua consciência, pois estaria dividindo o
sentimento ou problema.
Mas por que bode? – Quis saber Paulo. É porque o bode é seu
confidente. Como o bode não fala o confesso fica ainda mais seguro de que seus
segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja, trinta e seis anos
mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto
de silêncio por parte do padre confessor – nesse ponto a história não conta se
foi o Apóstolo que levou a ideia aos seus superiores da Igreja; o certo é que
ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio. O povo passou a contar as
suas faltas.
Voltemos a 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe
dos 18 Brumário, se apresentava como novo líder político daquele país. A
Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as
instituições que não governo ou a Igreja.
Assim a Maçonaria, que era um fator pensante, teve seus
direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém,
irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação
do país.
Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e
submetidos a terríveis inquisições.
Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os
Maçons. Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu
superior:
- “Senhor este pessoal (Maçons) parece “BODE”, por mais que
eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”.
Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os
inquisidores, esta denominação: “BODE” – aquele que não fala o que sabe guardar
segredo.
Conta um historia; que um sargento após o jantar sentado no
alpendre de sua casa observava a loja maçônica do outro lado da rua e o
movimento dos maçons em uma noite de segunda feira data de reunião semanal dos
mesmos e resmunga para si mesmo.
- “Os bodes já estão chegando, coisa ridícula esses ternos
pretos que eles usam, eles não devem fazer coisa boa lá dentro, nem janelas
esse prédio tem, isso é coisa do diabo…”
Era sempre assim, até que em uma segunda feira especial
para os maçons, o movimento estava fora do normal, com um grande numero de
visitantes de fora, e no meio deles o sargento reconheceu o seu comandante de
companhia da Força Pública, pois, o sargento comandava a força policial da
cidade, um cabo e quatro soldados. Quando terminou o movimento e todos os
maçons adentraram ao templo, o sargento permaneceu um pouco mais, mas todo
movimento da rua cessara, com mais alguns resmungos contra os maçons, onde já se
viu o seu comandante também era da maçonaria, com certeza já vendera a alma pro
diabo, por isso, chegou a Comandante da Companhia.
Entrou na casa perguntando para a esposa.
- Cadê o garoto?
- Brincando com as crianças ai na pracinha.
- Eu já vou deitar daqui a pouco você vá chamá-lo, já está
tarde para criança ficar na rua, ainda mais com os bodes em reunião ai na
frente.
- Deixa de ser ranzinza homem, os maçons não são bodes,
todos os que nós conhecemos são gente boas, até o prefeito é maçom.
Por volta de uma hora da manhã, o sargento sua esposa e o
filho de oito anos acordaram com os berros de um bode, os berros vinham da loja
maçônica, a família saiu até a rua, o mesmo fazendo os vizinhos do lado, e
todos admirados com os berros de bode que vinham de dentro da maçonaria, o
prédio estava às escuras, fato que indicava que a reunião dos maçons já havia
terminado.
O sargento aproveitou para descer o pau nos maçons, e
deixou claro que iria tomar providências, entrou colocou a farda e se dirigiu
ao CLUBE 1932 SÃO PAULO AINDA DE PÉ; pois era lá que os maçons se dirigiam após
os trabalhos da loja, em jantar de confraternização.
Enquanto se dirigia para o clube social, percebeu seu filho
seguindo-o, sorriu era bom que o filho o visse em ação.
Na portaria do clube pediu para que chamassem o prefeito,
pois tinha novidades.
- O que aconteceu sargento, algum fato grave? Perguntou o
prefeito.
- Isso é o senhor que vai dizer Senhor prefeito.
- Eu, por quê?
- É que lá na sua loja.
- Que loja sargento, eu lá tenho loja, até onde sei eu sou
um latifundiário bem sucedido na produção de grãos.
- Eu estou falando da loja maçônica, tem um bode berrando
lá dentro e não deixa ninguém dormir no quarteirão inteiro.
- Ah, o bode está berrando muito?
- Ta e eu tenho que tomar uma providencia o senhor me dê à
chave da loja, e com sua permissão é claro, vou entrar pegar o bode e levá-lo
para o destacamento, amanhã o senhor vê o que faz com ele.
Nesta altura já eram diversos os maçons junto ao prefeito
atraídos pela conversa, e os sorrisos disfarçados entre eles não foi percebidos
pelo sargento, mas o filho percebeu e se mantinha firme ao lado do pai, todo
orgulhoso.
O prefeito pediu um minuto para o sargento e se afastou com
os outros maçons uns metros e confabularam entre si, em seguida o prefeito
voltou acompanhado dos outros e disse.
- Sinto muito sargento não vai dar para o senhor interferir
neste caso.
- Porque, por acaso vou ter que aguentar o bode berrando a
noite toda?
- Isso mesmo, amanhã logo cedo damos um jeito no bode.
- Isso nunca e como fica a minha autoridade, vou lá e pego
esse bode ainda hoje, e levo pro destacamento.
- Se o senhor insistir nessa sandice, eu e os meus irmãos
de maçonaria não nos responsabilizam por sua vida.
O sargento se espertigou na sua autoridade perguntando.
- O que tem de especial esse bode, que pode atentar contra
minha vida se eu for lá pega-lo?
- Isso não podemos falar é segredo maçônico. Disse o
prefeito e dando uma piscadela para o menino.
- Mas. Retrucou o sargento.
- Nem mais nem menos sargento, a não ser que o senhor não
dê valor a sua vida, neste caso aqui está à chave, e se o senhor for que Deus
tenha piedade de sua alma. E estendeu a mão com a chave para o sargento.
O sargento pensou, pensou, olhou para seu filho e depois
para o prefeito dizendo.
- Bem se é assim, não vejo razão para me arriscar, porque
eu não sei, ou melhor, ninguém sabe o que vocês fazem lá dentro, mas amanhã vou
comunicar o fato ao meu comandante de companhia.
- Puxa, se o senhor tivesse chegado dez minutos mais cedo,
falaria pessoalmente com ele, pois ele participou da iniciação, mas acabou de
sair do clube.
O sargento despediu-se do prefeito e comentou com o filho
enquanto se dirigia para casa.
– Eu hem, sabe-se lá que tipo de bode é esse, pode ser até
o demo, mas que amanhã eles tiram esse bode de lá; lá isso tiram.
Depois desse episódio o sargento passou a conviver com o
fato de que jamais saberia o segredo dos maçons, e muitas segundas feiras se
passaram através dos anos, ele sentado em seu alpendre observando o entre e sai
dos maçons no templo.
O filho cresceu se tornou homem, lançou-se em direção a
outras paragens, firmou-se profissionalmente, foi sondado e convidado a
ingressar na maçonaria, aceitou e tornou-se um irmão.
Lembrou-se do pai velhinho, não mais um sargento e sim
subtenente por força das promoções, qual seria a sua reação de ver o filho como
um maçom. E a reação foi aquela que o filho esperava.
- Pai o senhor é um homem honrado, e sinto-me tranquilo no
que lhe vou falar agora, o que tanto o senhor questiona, vou lhe revelar o
segredo da maçonaria e o que eu e os meus irmãos fazemos dentro de uma loja
maçônica como aquela. Disse o filho apontando para o templo maçônico no outro
lado da rua.
- Pai o que nós fazemos lá e o grande segredo, não…
(Autor desconhecido)