SERÁ A MAÇONARIA PARA RICOS?!"

Esta questão que usei como título deste post reflete uma questão e afirmação que ouço amiúde em alguns círculos profanos. Uns questionam na sua ignorância se a Maçonaria é para "ricos", outros afirmam de forma contundente que ela é feita para "ricos".

Posso afirmar que nem é uma coisa nem a outra!

Primeiro porque a Maçonaria é uma Ordem universal. Logo se encontrando ela em qualquer parte do globo terrestre, seja nos países ditos de "primeira linha" como nos países classificados (injustamente!) como "terceiro-mundistas", a Maçonaria é o espelho da sociedade onde se encontra implantada. O que levará a que nos seus quadros de obreiros se encontre gente de múltiplas origens, profissões ou de níveis acadêmicos díspares. O que será sintomático da sua heterogeneidade e universalidade.

Mas apesar disso, é costume se afirmar que a Maçonaria é feita de uma elite de pessoas, mas "elite" essa que nada tem a haver com economia e finanças, mas apenas  uma elite moral e social de pessoas que procuram evoluir e crescer espiritualmente através de uma via iniciática e que também procuram promover o progresso da sociedade, e apenas isso.

Nas Lojas Maçônicas encontramos gente de todas as idades (maiores de idade), logo pessoas que ainda estudam ou já trabalham ou ambas as situações, e dada à diferença e multiplicidade de profissões que se podem encontrar numa Loja, será natural que se encontre gente mais "abonada" que outras, mas nada que não exista também no mundo profano, o que é natural!

Mas como é possível encontrar este "tipo" de gente, naturalmente se poderia confundir a Maçonaria com um clube de cavalheiros ou apenas como uma associação benfeitora e nada mais, o que é totalmente errado e que subverte os princípios que consagram a Ordem Maçônica. Evidentemente que a Filantropia, a Caridade e a Solidariedade Social existem, mas são apenas uma consequência da elevada moral que os maçons possam ter e nada mais. Para exercer essas qualidades em exclusivo existe outro tipo de associações com essas preocupações prementes, sejam os Rotários, o Lions ou outras similares.

Todavia e como este texto versa sobre "metais" (vulgo, dinheiro), posso reafirmar que apesar da Maçonaria não ser exclusiva de gente rica, ela não é uma Ordem barata, ou seja, existem sempre custos associados para quem faça parte dela.

Existem os custos com a adesão na Ordem, as quotas mensais, as "subidas de grau", os materiais e demais parafernália maçônica, isto é, os aventais, luvas, colares, livros e outros acessórios e adereços que um maçom necessite para o seu dia-a-dia na Loja da qual que fará parte integrante. E aqui sim, é que se pode dizer profanamente "que a porca torce o rabo", porque regra geral, não são baratos tais materiais.
Mas também não serão mais caros do que outros relacionados com outras Ordens similares, ou associações civis ou clubes desportivos. - Nada na vida é borla! -

E aqui retorno à questão original, “Será a Maçonaria para ricos?!", claramente que não o é!

Mas não deixa de dar jeito ter algum dinheiro no bolso, nem que seja para auxiliar quem dele necessitar...
NUNO RAIMUNDO 


TEMPLO MAÇÔNICO



Desde que o ser humano aprendeu a reconhecer a existência de um ser supremo no Universo, que lhe deu origem e vida e que condiciona, orienta e comandam os seres que criou, ele também aprendeu a respeitar esta divindade, a tentar interpretar as suas manifestações e a exteriorizar os seus sentimentos sobre a forma de credos mais ou menos complexos.

Para isso, locais especiais preparados de forma adequada e adornados de acordo com o grau de desenvolvimento dos povos, foram e são utilizados para as práticas religiosas e sagrados.

Estes lugares sempre foram cercados de cuidados e segurança contra indivíduos estranhos e ameaçadores e intempéries.

Com o passar dos tempos foram adquirindo características místicas, de acordo com o grau evolutivo da cultura que os construía e, para seu serviço, foram sendo treinados homens e mulheres, que transmitiam os ofícios litúrgicos de geração em geração, por processo permanente a seu serviço.
               
Um templo apresenta, em geral, uma distribuição interna do espaço, de acordo com a seita, ordem ou religião a que serve. Sendo esses espaços comuns à maioria dos templos, podendo-se citar:
                
1 – Local onde a divindade se manifesta. Normalmente é um altar de pedra ou de madeira, colocado em um ponto proeminente e bem visível, destacando-se no conjunto arquitetônico da construção.
                
2 – Concentração dos fiéis. Este espaço de razoável amplitude, devendo comportar a totalidade dos fiéis. Possui abertura para o exterior, não raro guardadas por animais selvagens ou seres mitológicos.
                
3 – Praça ou altar de sacrifícios. É aquele que o rito pratica seu ofertório sacrifical, seja ele realmente um sacrifício ou por meio de atos teatral. Estes atos costumam ser interpretados, também no espaço sacrifical do templo.
                
4 – Locais de iniciação de sacerdotes ou adeptos. Costumam serem reservados espaços específicos, dentro ou fora do templo, para a realização dos atos litúrgicos referentes às iniciações ou aceitação do pessoal que se dedicará ao serviço do rito ou do templo . Ai está depositado os materiais iniciáticos, os altares ou tronos específicos, as câmaras de expiação, etc..
                
Além dessas características, os templos costumam ostentar ornamentos diversos, de acordo com a filosofia que orienta a seita, ordem ou religião. Normalmente encerram significados simbólicos, que servem para preservar os ensinamentos contra as mutações semânticas da língua predominante entre os adeptos, garantindo a sua perpetuidade.
                
O templo Maçônico é, em si mesmo, um símbolo múltiplo, dentro do qual devem ser desenvolvidas e aprimoradas as qualidades consideradas pela filosofia Maçônica como indispensáveis para atingir a perfeição. Se o homem é um templo, e se os templos são os locais de manifestações e adoração do G .’. A .’. D .’. U .’., constitui-se dever do homem buscar, em si mesmo, as manifestações divinas que tornam um ser impar na natureza, ele que tem consciência do que deve ser e o que deve fazer para o ser.
                
A Maçonaria utiliza templos para a prática de sua liturgia, inspira-se nos relatos bíblicos sobre a construção do templo de Salomão, associados às práticas e lendas cristãs da Idade Média e conhecimentos ocultistas.
               
O Templo Maçônico tem forma retangular ou de um quadrilongo, seu comprimento é do oriente ao ocidente, sua largura de Norte a Sul, sua altura da Terra ao Zênite e sua profundidade da superfície ao centro da terra.

Divide-se internamente em dois espaços, separado por uma balaustrada: O Oriente, de onde nasce a luz para os MM.’.; e o Ocidente de onde chegam os MM.’. em busca da luz. No Oriente tem acento o Vem.’. M.’. e os MM.’. que, por dever de ofício, direito honorífico ou convite específico, ali se colocam durante os trabalhos. No Ocidente tem assento os demais IIr.'..
                
Dá-se também a orientação do templo no sentido Oriente – Ocidente, seja porque essa era a orientação do templo de Salomão, seja porque, a sabedoria e a cultura veio do Oriente para o Ocidente, ou porque o Sol, símbolo da Sabedoria, ergue-se no Oriente, dirigindo-se para o ocidente.
                
O Templo Maçônico é decorado com Ornamentos e revestido de Paramentos e Jóias.
                  
Os Ornamentos são: Pavimento mosaico, Orla dentada e a Corda de oitenta e um nós.
                
Os Paramentos são: O L.’. da L.’., Esquadro e o Compasso.
                
As Jóias são: Fixas (Prancha da Loja, P.’. B.’. e P.’. P.’.), e as Jóias móveis (Esquadro, Prumo e Nível).
                
Doze colunas zodiacais são colocadas nos lados do templo, simbolizando a luz que todos os MM.’. recebem no interior do templo.
                
No Oriente, há três altares, a saber: do Ven.’. M.’. (retangular), do Or.’., do Secr.’. (triangulares).
                
No Ocidente existem quatro altares: 1o Vig.’., 2o Vig.’., Tes.’., Chanc.’..
                
O hábito de Estrelar o teto dos Templos tem sua origem no Egito antigo, notado no magnífico Templo de Carnac (hoje, Luxar). Porém para a simbologia Maçônica é correto que ele tenha apenas a presença do Sol e da Lua, e as nuvens de cor, mostrando a transição do dia (Oriente), para a noite (Ocidente).
                
Duas colunas denominadas de J.’. e B.’. ficam de cada lado externo da porta.
                
Podemos interpretar que o Templo Maçônico é o Símbolo do Universo, pois Deus ocupa todo o espaço e todo o tempo universal. Ele reproduz o macrocosmo em um microcosmo; segundo a máxima hermética:

 “Assim como é em cima é em baixo”. 

 A .’. M .’.  CARLOS ROBERTO SIMÕES
 A .’. M .’.  WALTER PEREIRA DE CARVALHO 


BIBLIOGRAFIA: 
   SEMINÁRIO GERAL DE MESTRES MAÇONS
         Instituto de Estudos Maçônicos Específicos
   LITURGIA E RITUALÍSTICA DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM    (Castellani, José)


A LUZ


A luz é para a Maçonaria, o mais importante de todos os símbolos.
É o símbolo da verdade e da sabedoria.
E, nisto, a Arte Real segue os passos do mais antigo sentimento religioso, pois a luz sempre foi considerada como objeto da realização e concretização das metas principais dos antigos mistérios. Castellani afirma que a luz “figuradamente designa ilustração, esclarecimento, o que esclarece o espírito, claridade intelectual.
A luz, não a material, mas a do intelecto e da razão é a meta máxima do iniciado maçom, que vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o sol, havendo, aí, sem dúvida, uma influência dos mitos solares da antiguidade, principalmente o de Mitra (persa) e o de Apoio (grego).
Graças a essa busca da verdade, do conhecimento, da razão é que os maçons autodenominam-se “Filhos da Luz”; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos aceitos, nasceu no Século das Luzes, o século XVIII.
 É do oriente, que todas as manhãs, a luz jorra magnífica. O sol, luz e vida da Terra, brilha igualmente sobre todos, sem distinção de raças, de cores ou de credos.
Os maçons sabem que o Oriente, fonte da luz material, é um dos símbolos da Arte Real, pois eles sabem que a Ordem contém em seu bojo a pura luz da verdade. E, se no mundo físico, a luz do sol é a grande dádiva da natureza, vivificadora distribuição de energia e fonte de vida, também isto acontece no mundo espiritual e no mundo moral.
Quando a noite intelectual, nos tempos primitivos, pairava por sobre o mundo, foi do antigo sacerdócio, que vivia no Oriente, que a grande lição sobre Deus a natureza e a humanidade foi primeiramente emanada, e dirigindo-se para o Ocidente revelou ao homem seu destino futuro e sua dependência de um poder superior.
Era a luz vivificadora do Espírito que, do Oriente, esparzia luminosidade, através dos sábios persas, gregos, árabes e judeus, modificando inteiramente a visão dos que buscavam e ainda buscam o saber, na anciã incontida de encontrar a verdade.
Daí porque luz – sinônimo do conhecimento e da verdade – se contrapõe ás trevas-sinônimo da ignorância, da mentira e da falsidade. Em todos os antigos mistérios religiosos, a luz era o que todos buscavam tal qual hoje, na Maçonaria.
Entre os egípcios, Osíris, a principal divindade, era o nome do sol. Entre os hindus, as três manifestações de sua divindade suprema – Brama, Shiva, Vishnu – eram os símbolos do sol: Brama, o sol no nascente; Shiva, o sol no zênite; Vishnu, o sol no poente.
Além disso, “a roda solar, como arma de Vishnu, como símbolo Cakravartin e como a lei que o Buda pôs em movimento, procede por, sua vez, de um simbolismo solar antiquíssimo e muito difundido. Luiz XIV da França imitou a fórmula, chamando a si mesmo de Rei Sol.
O sol, luz e vida do mundo, brilha igualmente sobre todos nós (Henrich Zimmer, Filosofia das índias). A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está presente em todos os Graus e em todos os Ritos.
Em todos os sistemas antigos essa reverência pela luz, como símbolo da verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada num santuário esplendidamente iluminado, onde lhe diziam que tinha alcançado a luz pura e perfeita e onde recebiam as instruções necessárias para investi-lo do conhecimento da Verdade Divina, cuja consecução fora o objeto de todos os seus trabalhos, e cujo fornecimento constituía o desígnio da ordem em que fora iniciado.
Quando o candidato diz querer ver a luz, ele está imerso em profunda escuridão, não está implorando a luz física, mas a Luz superior, a Luz do saber, para que possa, iluminando os caminhos da sua inteligência e do seu espírito, buscar outra vida, através da qual ele possa transformar-se em outro homem, passando de profano a maçom.
O que ele busca realmente é aquela luminosidade que lhe dissipará a escuridão da ignorância moral e mental, colocando-lhe diante dos olhos da inteligência as verdades maravilhosas da filosofia e da ciência, cujos ensinamentos se consubstancia na grande meta da Maçonaria.
O sol, a lua, a estrela flamejante, as luzes que iluminam os altares ali com uma significação muito além daquela que lhes emprestamos no mundo material.
Se a luz material nos informa, através de nossa visão, tudo o que existe ao nosso redor, há outras formas de luz que nos proporcionam uma visão de muito maior valor para a nossa vida, o caminho da existência espiritual que haveremos de percorrer, como, por exemplo, a luz da inteligência que na Maçonaria, é representada simbolicamente pela estrela flamejante, representação do homem, de suas faculdades e sentidos.
Esta é a luz que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los e, às vezes corrigi-los ou vencê-los. A luz da inteligência é aquela que ilumina o mundo interior da consciência e da razão.
Podemos chamá-la de luz espiritual. Necessário é que não desviemos os olhos de uma terceira luz, talvez mais importante que as duas primeiras:
A Luz Divina. É preciso que o maçom lance mão de todos os seus esforços, de todos os meios que a Maçonaria lhe oferece para conseguir iluminar o seu interior.
Com o trabalho e o estudo diuturnos ele alcançará aquela claridade indicadora do seu progresso intelectual e, sobretudo, moral, e estará cumprindo fielmente as metas que a Arte Real lhe traçou: através do esforço de cada maçom em busca do seu aperfeiçoamento interior, conseguir-se-á o progresso moral e espiritual da humanidade.


Fonte: JB News

TEMOS DE APRENDER A VIVER TODOS COMO IRMÃOS...




Na edificação dos costumes e da vivência em sociedade, o construtor e sua obra têm ligação intrínseca em todas as fases do projeto, pois não pode o pedreiro iniciar qualquer trabalho se eximindo da responsabilidade sobre os efeitos que este venha a influenciar durante ou após sua execução.

Sendo assim, menos ainda pode o pedreiro livre deixar de medir a todo tempo a marca de sua trajetória como edificador de posturas e conceitos no que concerne o trato e relacionamento entre os irmãos ou profanos do mundo exterior.

Neste contexto, o desbastar da pedra bruta não é uma atitude isolada, ela permeia a todos quantos a volta do novo ser acompanham este processo de transformação e neste momento, suas vidas também acabam por ser transformadas, na reação em cadeia onde os bons costumes e a retidão das ações devem ser como o maço, instrumento de força que as imprime nos corações da eternidade.

A postura correta do pedreiro livre, entretanto, esbarra nas entrelaçadas relações do quotidiano enquanto na correria do dia a dia esquecemo-nos até mesmo de quem somos e do novo papel que hora passamos a desempenhar na sociedade.

Nestes momentos devem sempre ser lembradas as palavras do V.'.M.'. no encerramento, suscitando diligência, moderação e prudência, cernes da formação moral aprendidas no seio de nossa casa perfeita e às vezes esquecidas ao nos depararmos com os desafios do dia a dia exaustivo.

As promessas solenes de amparo, assistência, tolerância e bondade jamais devem estar submersas nos pesados afazeres ou perderemos nossa identidade de homens pinçados da turba e diferenciados da maioria, negando a formação justa e perfeita que como uma dádiva que recebemos, permitindo ao mundo que julgue o trabalho de nossa oficina, em vão.

As belíssimas palavras de Davi também nos remetem a um maior sentimento sobre nosso comportamento não apenas em loja, mas no mundo profano também, pois ao citar “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”, devemos lembrar-nos que no início dos tempos todas as criaturas tiveram origem num só criador, o Senhor que como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, ordena a vida e a bênção para sempre. 

Somos de fato então todos os irmãos, pois somos filhos de um mesmo Pai cuja harmonia e amor nos foram magistralmente ensinadas pelo Divino Mestre, as quais devem ser cultivadas a cada manhã, partes que são da lista de bons ofícios que deve professar o verdadeiro pedreiro livre e de bons costumes.

Enganamo-nos, porém, se pensamos que ter irmãos nos basta, pois neste momento o verbo “ser”, também diferencia-nos da mesmice que ronda a humanidade onde todos buscam “ter”, muitas vezes sem o merecer.

Devemos nos esmerar em “ser” irmão, pois o que o é, é por si só, não esperando mais por isso. Ser irmão é estar disposto a servir sempre a todos os que têm direito aos nossos bons ofícios, ou seja, a sociedade, esta que milita na escuridão, cega a beira do abismo implorando por um fio de esperança, que apenas os atos de homens completos e de bons costumes e, sobretudo, responsáveis por seus atos, podem multiplicar.

Somos filhos e iguais perante o Grande Arquiteto.

Unir sempre, separar jamais

Gabriel Campos de Oliveira 


CÂMARA DE REFLEXÕES


Este trabalho tem o objetivo de esclarecer sobre os significados da Câmara de Reflexões, local esse que somos recolhidos logo após a nossa chegada a Loja, durante a iniciação.

Na Maçonaria, esse compartimento recebe o nome de Câmara de Reflexões, onde o candidato permanece em meditação, antes de ser conduzido ao templo, para a cerimônia de iniciação. Tudo nessa Câmara lembra a morte, a enfermidade da matéria e a eternidade do espírito.

 O candidato é conduzido vendado e devidamente guiado pelo 1º Experto e depois é retirada sua venda, e orientado a preencher um questionário e fazer seu testamento que estão sobre a mesa e ao terminar tocar a campainha.

  Ao se deparar com objetos e dizeres as quais induz a uma reflexão, sobre sua família, apegos materiais, amigos, sua vida e até a sua morte, um verdadeiro exame de consciência e atitudes.

         Inicialmente para o candidato esse local pode se mostrar um pouco assustador, mas após receber a “Luz” e com os ensinamentos que serão recebidos, percebe então que essa foi uma das principais fases de sua Iniciação.

Nesta Câmara, haverá um esqueleto humano ou, pelo menos um crânio, um pedaço de pão, uma bilha com água, enxofre, mercúrio, uma cadeira, uma campainha, uma mesa e uma caneta,

QUESTIONÁRIO
Após entrar recebe breve questionário com as seguintes questões:
·         Quais os deveres do Homem para com Deus?
·         Quais os deveres do Homem para com a Humanidade?
·         Quais os deveres do Homem para com a Pátria?
·         Quais os deveres do Homem para com a Família?
·         Quais os deveres do Homem para com consigo mesmo?


PAREDE - Na parede as inscrições abaixo:
- Se tens apego às distinções mundanas, vai – te. Nós não a reconhecemos.
- Se tens receio de que se descubram os seus defeitos, não estarás bem entre nós.
- Se fores dissimulado, serás descoberto.
- Se queres empregar bem a tua vida, pensa na morte.
- Se a curiosidade aqui te conduziu, retira-te.
- Se tens medo não vás adiante. 

O QUE HÁ SOBRE A MESA
        Sobre a mesa, estarão representados um galo, e uma ampulheta e, debaixo do galo, as palavras VIGILÂNCIA E PERSEVERANÇA.

A vela simboliza a Luz, uma vez que é o único luminar existente e auxilia ao candidato a preencher o formulário e ao ver os objetos ali existentes.

Crânio representa o despojamento da carne e, consequentemente da mente, representa o vazio, a ausência vital do cérebro, da inteligência e só pensamento.

Uma ampulheta é um instrumento usado para medir o tempo e para demonstrar que dentro da Câmara o tempo não para.

ESQUELETO - representa a fragilidade humana, necessária para que o profano deixe esta condição e renasça como um membro da ordem simboliza, ainda, a justiça divina, qual teremos que enfrentar para que possamos descansar em paz.

 MERCÚRIO - representado pelo Galo, é um símbolo não apenas de Vigilância e Coragem, como também de Pureza. Princípio fêmea, na alquimia, é considerado Hermeticamente como o princípio da Inteligência e Sabedoria.

ENXOFRE - É considerado o princípio macho, na alquimia. É o símbolo do espírito e por isso simboliza o ardor.

“ A pedra Filosofal é um Sal perfeitamente purificado, que coagula o Mercúrio a fim de fixá-lo em um Enxofre extremamente ativo. Esta fórmula sintética resume a Grande Obra em três Operações que são: a purificação do Sal, a coagulação do Mercúrio e a fixação do Enxofre”. (In “O Simbolismo Hermético” de Oswald Wirth)

O sal procede dos mares e no mundo moderno é indispensável na alimentação dos homens como dos animais e também simboliza o seu efeito é dizer que o iniciando é recebido com satisfação.

A bilha de água completa os elementos da natureza, pois, além de saciar a sede, “lava” as impurezas, enfim a bilha nada significa, o símbolo é a água, o terceiro elemento natural que simboliza a purificação, o refrigério e a candura.

O pedaço de pão simboliza a presença do trigo, é o símbolo do cárcere, deixar um homem a pão e água, significa castiga-lo pelo mal causado a alguém em outra época. O trigo simboliza a fartura, sendo garantia de subsistência e certeza de que não haverá crise nem penúria. O trigo sempre foi símbolo do poder revelador do mistério da vida, que, como grão pode germinar. Necessita da água e da terra para apodrecer e dar origem à multiplicidade de grãos, simbolizando a ressureição espiritual.

Iluminados pela luz da vela estão os papéis que o Iniciando deve interpretar: primeiramente o questionário, com uma série de perguntas que devem ser respondidas. Ao lado um formulário, para preenchimento de espaços, a respeito de testar bens e disposições gerais em caso de morte.

Esse renascer constante, a partir da morte simbólica, associado a toda escalada iniciática, no caminho que vai das trevas à luz, pode ser assimilado às sucessivas mortes e ressurreições da natureza, mostrada pelo ciclo imutável dos vegetais, em todos os anos, que simbolizam todo o aperfeiçoamento do candidato, desde que ele entra na Câmara de Reflexão, até que, como iniciado, ele percorre o caminho do conhecimento, que o leva à visão da Luz total, simbolizada pelo Sol, no Oriente.
          
  Uma iniciação maçônica é uma morte simbólica e um renascimento, ou, um novo nascimento. Podendo simbolizar em um determinado momento do ritual iniciático, a saída do útero para a luz.  

Rizzardo de Camino, um dos maiores autores maçons do Brasil, descreve a Câmera de reflexão como ''Propositalmente sinistras, com paredes negras adornadas com símbolos como: foice, o galo, frase vigilância e perseverança, caveiras, lágrimas desenhadas, ampulheta''. Os símbolos são lembretes ao maçom.

V.I.T.R.I.O.L. - É uma expressão em latim que é considerada uma língua morta, mas o significado e amplo é esotérico.

“Visita o interior da terra e, retificando, acharás a lápide oculta”.

Esta expressão lembrará ao candidato que, na Maçonaria, o mesmo de dedicará à construção moral do seu interior.

“Contém em si algo de profundamente místico: o “interior da terra” seria o próprio ser humano;” a pedra oculta”, o esoterismo da parte” interior e espiritual” do homem; em ambos os casos, deve haver uma” descida”, uma “penetração profunda”, em todos os aspectos do ser humano.

“Para conseguir esse intento, será preciso uma “retificação”, ou seja, uma “mudança” que equivale a um” renascimento”, porque a finalidade da iniciação é justamente esse renascimento.

Bibliografia:
Site Brasil Maçom

Rizzardo da Camino - O Aprendiz Maçom

Edição 1999 - Ritual do Grau de Aprendiz
Oriente de Miguel Pereira, 22 de Julho de 2015.

                                  A.’. M.’.   Jorge A. Fonseca

ARLS Cedros do Líbano – Miguel Pereira/RJ – GOB-RJ

O PERIGO DA FALA E MENSAGENS NAS REDES SOCIAIS


A prática da Maçonaria Especulativa ensina que o debate é essencial, tanto em Loja quanto nas redes sociais ou círculos de estudos presenciais ou online. Ademais, leituras de instruções e textos em Loja não agregam valor se não são sucedidos de reflexões.

E a participação, em qualquer dos fóruns acima citados, deve se transcorrer observando-se o que está sendo dito e não quem o diz, pois esta se dá no nível de igualdade entre os participantes, valendo as diferenças culturais apenas como tempero e enriquecimento, respeitados os valores de cada um.

A somatória das experiências individuais, os saberes e os conhecimentos obtidos pelo compartilhamento dos demais, formam um patrimônio cultural que beneficia a todos.

Ocorre que, não obstante esse entendimento ser um norte da Maçonaria, e apesar de vacinados contra a “ditadura do pensamento”, rotulagens e o patrulhamento, vez por outra caímos na cilada da fala passional, acompanhando uma opinião mais incisiva sobre determinado assunto, como o ocorrido recentemente no WhatsApp da nossa Loja em grupo restrito,causou furor, levando o “autor”, num primeiro momento, a ter que se retratar  e sofrer as sanções negativa de tal “conversa”. 

Passado o frisson e serenados os ânimos, o grupo voltou ao seu merecido lugar, para que possa ser lido e avaliado por todos, mas com uma cicatriz de 1m com no mínimo 1000 pontos.

Para não fugir ao lugar-comum, quando a discussão envolve censura, o não falar que se pensa, de maneira didática e objetiva em um grupo, e-mail, texto, blog, etc. inevitavelmente somos remetidos aos lamentáveis registros históricos de queima de papiros, destruição de bibliotecas, além de situações ainda mais gravosas como a queima de livros e de seus autores, tão covardemente praticados por ocasião da Inquisição. São famosas as sessões de queima de livros promovidas pelo regime nazista. Isto chama-se “cerceamento”.

Em nosso meio, cabe-nos refletir frente a esses acontecimentos sobre a nossa real certeza quanto à valorização da dialética, da arte do diálogo, como instrumento que viabilize discussões que contrariem entendimentos arraigados, permitindo que a força da argumentação inteligente, fundada na pesquisa e no estudo, produza novas ideias, amparada pela igualdade e liberdade de pensamento. Importa ressaltar que o verdadeiro Iniciado tem perfeito domínio do que pode ser discutido, em que nível e com quais públicos, respeitados os postulados da Ordem.  

Com relação aos chamados reacionários, que não medem esforços em julgar a tudo que venha de encontro à suas idiossincrasias, e pouco ou quase nada agregam, por vezes desagregam, mas que se destacam apenas e tão somente pela dimensão da arrogância e da vaidade, não devemos gastar mais que algumas linhas e desejar-lhes que sejam felizes e avaliem a possibilidade de retornar ao primeiro grau e que procurem seguir com seriedade as instruções que não foram assimiladas na sua plenitude.
“Na essência somos iguais, nas diferenças nos respeitamos”

( Santo Agostinho)

“Reaja com inteligência, mesmo que o ataque não seja inteligente”

(atribuído a Lao-Tsé, na obra “Tao-Te King”).

“A situação é bem clara, cuidado com o que se  fala, como se fala, para quem  se fala, do jeito que se fala, onde se fala, para não ser interpretado de forma errada e ter que pagar caro, por tal ato”
Denilson Forato


A IMPORTÂNCIA DA MAÇONARIA NOS DIAS DE HOJE


Neste dia comemorativo da nossa Ordem, cabe indagar o que é a Maçonaria, hoje.
Como prática de grupo, com características iniciáticas, a Maçonaria Moderna parece ir à contramão da história moderna, a qual mostra cada vez menos formalismo e mais transparência nas suas instituições de cunho social.

Na verdade, o legado maçônico hoje como sempre, é a formação de líderes pela educação da sua prudência ao falar, da sua capacidade de sentir, e da libertação de seu pensamento de dogmas que o aprisionem e sufoquem seu espírito.

As Lojas Maçônicas não são escolas filosóficas, mas sim escolas éticas, centros de treinamento para aprimoramento humano, que disciplinam seus membros na capacidade de calar, de conter as emoções, de, enfim, canalizar suas energias de forma organizada, tornando cada maçom senhor de seu espírito e de seu destino.

Todo indivíduo que cruza os portais da maçonaria tem a chance de, após algum tempo, transformar-se de homem chumbo em homem-ouro, sofrendo a única transformação alquímica que importa aquela que aperfeiçoa o Ser Humano, que o melhora como cidadão e como indivíduo.

Queira o Grande Arquiteto do Universo que possamos, nós, membros desta Tradicional Ordem, levar a muitos mais a mensagem e a prática maçônica, melhorando com isso, em qualidade, toda a Humanidade.

Por Mario Sales, FRC.:,S.:I.:,M.:M.:


Postagem em destaque

A BÍBLIA DOS MAÇONS

É um problema bastante complexo, porque o podemos examinar a partir de vários aspectos complementares. Primeiro, o essencial, a presença ou ...