OS DETRATORES DA MAÇONARIA


À época do recebimento do convite de um dileto amigo para avaliar a possibilidade de entrar para a Ordem Maçônica, creio ter experimentado o mesmo comportamento de inúmeros candidatos que se socorrem, num primeiro momento, da fonte secundária de pesquisas representada pela rede eletrônica mundial de informações à procura de subsídios para fundamentar a decisão que se esboçava ainda com certo grau de insegurança. 

Quanto à lisura, honestidade e reputação irrepreensível do portador do convite não me restavam dúvidas. Ademais, a sua condição de Maçom já era do meu conhecimento e suas atitudes já me haviam evidenciado a nobreza do caráter constatado em nossas atividades comuns à frente de um importante Clube de Serviço do qual participamos. 

A confirmar as minhas percepções, reforçava ainda este diagnóstico as atitudes de vários outros associados desse mesmo Clube, que também eram Maçons, e vez por outra os surpreendia fazendo um ou outro comentário a respeito de algum assunto “estratégico”, que logo desconversavam ao amparo da metáfora de que havia “goteira” no recinto.

Portanto, a dúvida que me assaltava decorria mais de algum preconceito recôndito, fruto de desinformação ou mesmo de ausência de provocação para instruir-me a respeito do assunto, à míngua de um convite mais retumbante, como o ocorrido em uma segunda e terceira investida desse amigo de sempre.

Pressenti, naquela oportunidade, que a situação exigia uma posição mais assertiva de minha parte e acelerei minhas “pesquisas” sobre a temática, recorrendo a algumas obras de referência. De tudo li um pouco. Contra e a favor. Das mais sublimes loas às mais exaltadas detrações. 

Refleti sobre as várias correntes e concluí que era uma busca insólita o conhecimento cabal do mister. Não seria possível entender toda a ritualística, simbolismo e riqueza de conteúdo sem mergulhar no clima e na vivência das dinâmicas que evoluem das sutilezas da literatura e dos estudos filosóficos envolvidos.

Por outro lado, não me pairavam incertezas quanto ao mérito e qualidades exponenciais daqueles companheiros de trabalho voluntários, sempre unidos e vibrantes, quando enalteciam os valores e propósitos da Ordem, no sentido de tornar melhores as pessoas. Concluí, assim, que era uma honra ser o destinatário de tal convite e, apoiado pela esposa, dei o sinal para que os proclamas corressem.

Decisão tomada . Documentação organizada . Diligência realizada. Data agendada. Preparativos tomados. Iniciação concluída. Missão assumida. 

Na senda dos estudos e trabalhos encetados veio aquela conclusão que já é comum a quase todos que se aventuram nessa experiência transformadora: por que não comecei um pouco antes? Mas a sabedoria dos Irmãos sempre serve de consolo: “tudo tem a sua hora, o seu momento. Siga o seu caminho, procure a Verdade”!

A partir de então, passamos a nos ver no plural e os estudos sempre despertam novos temas e pesquisas, a princípio orientados pelos Irmãos mais experientes, mas em dado momento nos coloca na vanguarda dos próprios interesses dado o universo que se abre de novas perspectivas, vez que cada Maçom escolhe e desenvolve o seu caminho evolutivo, de forma individual, sem nenhuma interferência da Ordem, não se evidenciando uma busca dirigida da Verdade, por ferir princípio da liberdade de pensamento e do livre arbítrio. O Maçom, como livre pensador, tem compromisso com a livre investigação da Verdade e, nesse contexto, reflete sobre assuntos de vital importância para a compreensão da história.

Quando se abraça uma causa ou ideia parece-nos que se canalizam energias ou despertamos a sensibilidade para vislumbrar as minudências de um determinado ângulo de observação sobre um tema ou objeto de reflexão até então desprezado ou mesmo desconhecido, mas não inédito. E provocações, questionamentos e inquietações em todos os sentidos se apresentam.

Frente a essa escolha, deparei-me com algumas posturas mais combativas de pessoas amigas e mesmo familiares que passaram a questionar-me os motivos de minha adesão à Ordem e que tipo de vantagem tal situação me proporcionaria, considerando-se que não há unanimidade de opiniões favoráveis e sobram comentários às vezes depreciativos ou mesmo curiosidades sobre mistérios acalentados ou cobertos por compromisso de sigilo.

Vicejam, ainda, questionamentos ridículos, eivados de má-fé, muitos ao nível de sabotagem, porém, sempre lastreados na ignorância e na incapacidade de entender com clareza conceitos como liberdade de pensamento, busca de conhecimento e livre-arbítrio.

Nesta toada, vale abrir espaço para reportamo-nos aos recorrentes comentários sobre antigos conflitos com a Igreja, à época impeditiva da aproximação das duas instituições, e que somente os mais desinformados não realizaram que tais questiúnculas já foram superadas.

As fronteiras estão bem mais claras e as informações bastante democratizadas: a Maçonaria trabalha pelo aperfeiçoamento do homem, com foco na moral e na ética social, e a religião prega a salvação do espírito. A Maçonaria está aberta a qualquer religião, mas exige de seus seguidores a crença em Deus e a condição de justos e de bons costumes. Ademais, os tempos são outros, tanto no aspecto social quanto no legal, não havendo guarida para infantilidades e outro disparates. 

No mesmo embalo, sobressai a particularidade de a Maçonaria se constituir em um grupo fechado e eminentemente masculino. O argumento não subsiste ao efeito comparativo de uma empresa, que tem faculdade de selecionar e recrutar seus servidores, e não apenas receber aqueles que se apresentam voluntariamente exigindo uma colocação.

Neste caso, é preciso haver um convite e avaliação dos demais membros de uma Loja, que funciona como uma empresa, com todas as obrigações legais decorrentes. No que se refere à característica masculina, trata-se de uma condicionante histórica e se funda nos princípios do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Existem diversos outros Ritos, que amparam Lojas Femininas e Mistas, mas que não são amplamente divulgadas, pelo número ainda reduzido e também pela forma discreta de abordagem. E os Ritos são apenas caminhos. A derradeira comparação com o futebol é clássica, pois existem times masculinos e femininos, nos quais a atuação daqueles ainda é mais destacada.  

Nessa hora, é decisivo ancorarmo-nos no histórico de vida e da coragem moral sustentada pelos valores e exemplos de realizações que nos precedem e que despertam o respeito e consideração de interlocutores mais afoitos. Nada como honra ilibada, probidade inconteste e o reconhecimento para fazer valer um bom argumento sobre uma boa causa. Aliás, é bom ressaltar que esses se constituem nos condicionantes para o recebimento do convite supramencionado, pois a força da Maçonaria reside na seleção rigorosa de seus integrantes.

Os ensinamentos maçônicos norteiam os estudos e os argumentos necessários a um sólido processo de convencimento, pois proporciona o aprimoramento da tolerância, a compreensão do verdadeiro amor ao próximo e à Pátria, despertando o interesse e exaltando a necessidade de trabalho pela felicidade do gênero humano e à consagração da solidariedade como a primeira das virtudes. O que para uma pessoa não iniciada na Ordem possa ser uma qualidade rara, no Maçom é o cumprimento elementar de um dever.

Nessa seara não se pode olvidar todo o contraditório que acompanha a saga da Maçonaria desde sua organização como entidade operativa nos primórdios da Idade Média e reformulação como especulativa nos anos vinte do Século XVIII. Também não se pode desmerecer a contribuição de destacados Maçons aos grandes e decisivos movimentos da história, combatendo a ignorância, o despotismo, na luta incessante pela liberdade, igualdade e fraternidade, indispensáveis à felicidade e à emancipação progressiva e pacífica da humanidade. 

Eventuais argumentos que possam desviar para a existência de segredos ou teorias conspiratórias se revelam mais de cunho preventivo ou de base para reforço de preconceitos, em face de divagações deletérias não combatidas pelos Maçons menos preparados ou mesmo para servir de vantagem comparativa para obreiros ainda imaturos em relação àqueles não iniciados, que somente contribui para reforço argumentativo dos detratores da Ordem. 

Esses tão propalados mistérios são fruto de imaginação e se evidenciam com maior ardor por se tratar de dificuldade de se expressar, com palavras, sentimentos inefáveis que emanam das fases de aprimoramento do culto à virtude e combate aos vícios inerentes ao ser humano, que é o escopo a ser perseguido diuturnamente. 

Nesse particular, se vislumbra extremamente doloroso falar sobre os próprios defeitos ou fazer o “mea-culpa”, em especial quando se é exigido um comportamento exemplar e este se constitui no esteio do Movimento. Tal dificuldade é enfrentada por diversas instituições, que muitas vezes procura acobertar as mazelas de seus representantes mais vistosos, por dificuldade de encontrar os argumentos cabíveis ou mesmo pela proteção decorrente do “espírito de corpo”.

Mas, como se diz no popular “colocar o dedo na ferida” ou apertar “onde dói o calo” é condição sine qua non para reverter esses antagonismos. Reconhecer que aqueles vícios tão combatidos, como a vaidade, o orgulho arrogante, a prepotência, a soberba, a negligência, dentre outros menores, são comuns entre vários apologistas e seguidores da Ordem, é o passo inicial para seguimento dos princípios de uma severa moral. Cavar masmorras bem profundas para enterrá-los definitivamente exige o exercício daquela dose de sacrifício necessária ao cumprimento dos deveres que elevam o homem aos próprios olhos e o torna digno de sua missão sobre a Terra.

E é sempre pelo ideal, e só por ele, que os Maçons se sacrificam sob pena de se tornarem traidores dos compromissos assumidos de devotamento e de obediência aos princípios de uma severa moral. Para isso se apoiam no lema: “a sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e afastá-las”.

É forçoso reconhecer que em várias situações “o inimigo mora ao lado” e não precisamos procurar ao longe para identificar as causas de muitos dos problemas enfrentados no cotidiano das Lojas. Como ocorre em várias empresas, a falha, na maioria das vezes, se situa no recrutamento e seleção dos candidatos. Daí a importância da observação e cautela nas diligências encetadas para aquilatar o grau de qualificação e valores demonstrados pelos possíveis interessados. 

Qualquer procedimento mais sumário de escolha, com vistas a manter ou repor os quadros de uma Loja, pode redundar em danos irreversíveis, decorrentes do comprometimento dos valores tão caros à Ordem, facultando a entrada de pessoas despreparadas ou em busca de vantagens pessoais.

Tal cenário tende a se consumar em face de comprometimento da continuidade das Lojas, pela falta de reposição planejada dos obreiros, da canibalização entre as Lojas, de ausência de medidas de retenção daqueles que se iniciam ou no descuido com o clima de permanente busca do crescimento, redundando na perda de interesse ou mesmo de deturpação dos mesmos, ou da famigerada acomodação à ritualística, pela falta de aprofundamento nos estudos assinalados.

O sucesso e o fortalecimento das colunas de sustentação de uma Loja demandam de seus dirigentes ações no sentido de identificar, preparar e manter reserva de obreiros prontos a assumir os cargos em qualquer situação imprevista. Para tal fim, torna-se de bom alvitre aproveitar as eventuais ausências dos oficiais para fazer rodízio de treinamento dentre aqueles são ocupantes de cargos, mesmo que visitantes, uma vez que a condição de Maçom vinculado a uma Loja é apenas para fins de organização burocrática, considerando-se que a condição de pertencer à Ordem é pré-requisito para atuar em qualquer célula, quando regularmente atuante.

Não é de todo descabido afirmar que a falta de quadros para suprir cargos, notadamente em sessões de iniciação, elevação e exaltação pode ser considerado um ponto fraco a ser combatido com urgência, vislumbrando-se horizontes de comprometimento de continuidade dos trabalhos e possibilidade e tombamento das colunas de sustentação da Loja.

Obreiros motivados, que têm oportunidade de contribuir na ritualística em Loja, que se esmeram em apresentar trabalhos no “Quarto de Hora de Estudos” são o sustentáculo da Ordem, pois são estes que, na maioria das vezes, apresentam candidatos movidos pelos mesmos sentimentos de crescimento e diferenciação na vida pessoal demonstrado pelos Maçons ativos e cidadãos exemplares no seu convívio social e profissional. Importa destacar que, à medida que o obreiro se aperfeiçoa, ganham seus familiares, colegas de trabalho e amigos.

Despiciendo citar-se teóricos da administração moderna para concluir-se que dos Veneráveis Mestres se demanda a mesma habilidade necessária a um coach(treinador) do mundo esportivo, no sentido de incentivar e ajudar os obreiros a desenvolver atitudes e habilidades de gestão para aumentar a eficiência e efetividade dos trabalhos sob sua tutela.

Nessas condições, com a devida vênia, podemos deduzir que os detratores não estão todos lá fora, podendo estar sorrateiramente ancorados entre as colunas de uma Loja, disputando cargos e criando “panelinhas”, conspirando contra aqueles atuantes e bem intencionados. Isso, sem aprofundarmos na desmoralização causada por aqueles que não se portam como exemplos de cidadania, chefes de família, ou mesmo que destacam por um ou outro vício repreensível, que mancha a honra própria e respinga nos outros Irmãos. Nesse ponto a Maçonaria sabe cortar na carne. Mas é tema para outro trabalho.

Finalmente, é pacífico o entendimento de que temos parcela de culpa fundada em posturas de acomodação ou desinteresse de muitos dirigentes que não pensam à longo prazo e se mostram omissos à frente dos ideais e desafios lançados pelos nossos geniais antecessores, que se sacrificaram por visões e forjaram as bases desse magnífico movimento de construção permanente do Templo Moral das Virtudes representado pela Maçonaria Especulativa. 


Autor: Márcio dos Santos Gomes 
M M da Loja Águia das Alterosas Nº 197 – GLMMG 


A PREPARAÇÃO DO CANDIDATO


Antes de ser admitido no Templo, é necessário que seja feito um preparo físico correspondente ao preparo moral que o candidato fez na câmara de reflexões: os olhos devem ser vendados, coloca-se uma corda no pescoço e descobre-se o lado esquerdo de seu peito, o joelho direito e o pé esquerdo.

Que significa esta preparação?

A venda que lhe cobre os olhos não é simplesmente o símbolo do estado de ignorância ou cegueira, de sua incapacidade para perceber a verdadeira Luz.

Como preparação para ser admitido no Templo, é evidente a necessidade de uma constituição da obscuridade da câmara de reflexões, uma cegueira voluntária, um isolamento das influências do mundo exterior e da luz ilusória dos sentidos como meio para chegar à percepção espiritual da Verdade.

O cordão que lhe cinge o colo lembra-nos o dos frades, assim como o cordão umbilical que une o feto à mãe no período de sua vida intra-uterina. Além de indicar o estado de escravidão as suas paixões, erros e preconceitos, em que o homem se encontra nas trevas do mundo profano, o jugo da fatalidade que pesa sobre ele, mostra seu desejo, vontade e capacidade de libertar-se deste jugo e desta escravidão, aceitando voluntariamente as provas da vida e cooperando com a sua disciplina.

Desta forma, os próprios obstáculos, dificuldades e contrariedades, convertem-se em graus e meios de progresso. Finalmente, o triângulo da nudez, que constitui o terceiro elemento desta simbólica preparação, é um novo despojo voluntário de tudo o que não é estritamente necessário e constituiria um obstáculo ao progresso posterior - o despojo de todo convencionalismo que impede a sincera manifestação de seus sentimentos e de suas aspirações mais profundas (nudez do peito esquerdo); do orgulho intelectual, que impede o reconhecimento da Verdade (nudez do joelho direito); da insensibilidade moral, que impede a prática da Virtude (nudez do pé esquerdo).

A perfeita sinceridade das aspirações é, pois a primeira condição de todo progresso; mas faz-se necessário com ela um bem compreendido espírito de humildade (que não deve confundir-se com um falso desprezo de si mesmo, nem com a ignorância das divinas possibilidades que se encontram em nós mesmos), dado que nosso progresso deve desenvolver se num plano superior à ilusão da personalidade.

Com a primeira destas duas qualidades abrimos nosso coração, e com a segunda nossa inteligência ao sentimento e à percepção daquela Realidade que Jesus chamou o Reino dos Céus, meta de toda iniciação.

Enquanto a nudez do pé esquerdo - o instrumento do caminhar que abre nossa marcha para frente - indica a faculdade do discernimento que devemos usar em cada passo de nosso caminho e que nos permite reconhecer a verdadeira natureza dos obstáculos e provas do caminho, nos quais podemos tropeçar.

Com este preparo, o candidato encontra-se em condições de bater à porta do Templo, de pedir, buscar e encontrar a Luz da Verdade.



A MAÇONARIA E A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA



É a família a célula máter das nações, a ser defendida a todo custo. A ordem maçônica tem na instituição familiar um dos seus sustentáculos. Sendo uma de suas utopias o advento da família universal, uma só pátria, um só governo.

Segundo Mardok, a família é um grupo social caracterizado por residência comum, cooperação econômica e reprodutiva. Atribui-se a família quatro funções fundamentais: a sexual, a econômica, a reprodutiva e a educacional. 

Tem-se que a primeira (sexual) e a terceira (reprodutiva) são importantes para a manutenção da própria sociedade, a segunda (econômica) para a manutenção da vida e a quarta (educacional) para a manutenção da cultura.

Na antiga Grécia, a mulher era objeto de uma iniciação especial. Recebia o ensino sagrado de ser esposa e mãe, e de sacerdotisa do lar, dedicada ao seu marido e carinhosa educadora de seus filhos. Sua tarefa era transformar o lar num templo de amor e beleza.

No ensino grego, indicavam-se ás crianças as imperfeições dos pais, a fim de que, em caso de desentendimentos ou aparentes injustiças familiares, em lugar de entrarem em conflito contra os seus, deveriam elas desenvolver esforços para esclarecer, a fim de atenuar suas imperfeições e melhorar a sua sorte.

O culto à família, comportando o amor dos ancestrais, a fundação de um lar, a criação dos filhos, surge-nos como um dos fatores primordiais do progresso humano, porque a individualidade não se realiza plenamente senão criando a grande obra que se chama família, isto é, o lar, templo do pai, da mãe e dos filhos.

Felizes os lares cujos filhos tenham mais que amor, mais adoração pelos pais, quando estes cumprem a sua missão divina, que consiste em dar aos filhos a suprema educação física, intelectual e, mormente, espiritual, porque desta educação depende o porvir do fruto de seus amores.

Se há casais que não tenham tempo ou coragem de oferecer a seus filhos uma educação primorosa, que renunciem em concebê-los. O teatrólogo Jeremy Taylor, que viveu no século XVII, afirma: “O matrimônio, digam o que disserem os detratores, dá à vida mais garantia que o celibato.

É possível que, enquanto a velhice não chega, o homem solteiro tenha mais liberdade, mas também exposto aos mais graves riscos. Há no matrimônio mais alegria, embora nele se encontrem tristezas também. É cheio de penas, mas igualmente abundante de gozo; tem mais pesadas obrigações, porém, alegradas e aliviadas pela forca do amor. O matrimônio é a mãe das nações, alegra a vida e engrandece os povos”.

É inacreditável que a Igreja Católica não permita a realização desse sagrado dever que Deus impôs ao homem e à mulher, ao impedir que os seus sacerdotes formem núcleos familiares, como faz a Igreja Protestante e todas as demais religiões.

O homem moderno, diante do extraordinário avanço da ciência, da tecnologia e, em razão das suas ocupações de ordem profissionais está sendo, por estas, quase que absorvido totalmente, reduzindo dessa forma o seu tempo e o espaço para afazeres familiares.

Por outro lado a mulher, outrora quase que exclusivamente a rainha do lar, vem assumindo posições perante o âmbito da sociedade, as quais antes pertenciam tão-somente ao homem. Claro que a participação da mulher no desenvolvimento sócio-político-econômico-científico-cultural da humanidade é uma questão de justiça, que já se fazia tardia.

Há, entretanto, se considerar que em razão do avanço da mulher para o exercício pleno de todas as suas faculdades, tomou-se quase obrigatório o seu distanciamento dos afazeres domésticos e, consequentemente dos filhos, os quais já não contavam muito com a proximidade do pai, este absorvido pelos deveres profissionais.

Em virtude de tais situações a criação e a educação dos filhos têm sido relegadas aos cuidados de terceiros, se não totalmente, quase na totalidade dos casos Tem início a separação entre pais e filhos.

Daí a desunião e o desmantelamento de muitas famílias modernas, já que falta ao lar o calor permanente da esposa e mãe, que aquecia de afeição e iluminava de amor a maioria dos lares passados.                              

O casamento encontra-se em estado pré-falimentar, ante o aviltamento dos seus reais fundamentos e objetivos, e pelo vilipêndio diante do casa-separa encenado pelas novelas e meios artísticos, assistidos e consagrados no Brasil, cujos comportamentos, além de contribuírem para debilitar a união matrimonial, conseguem o seu grande objetivo, qual seja o de induzir o jovem à promiscuidade sexual e ao descaso total pela formação futura de uma família, nos moldes tradicionais, éticos e morais. 

Diante dessa lamentável realidade, urge que as instituições sociais, como a Maçonaria, se postem atentas para evitarem o aniquilamento da família brasileira.

Empreendendo ações conjuntas, visando o reordenamento nas condutas éticas e morais, de modo a restabelecer a dignidade e os objetivos familiares, como procedimentos de salvaguarda à sua sobrevivência e à formação das futuras gerações.

BIBLIOGRAFIA
Ir.’. Helio Pereira Leite da ARL União e Silêncio N°1582 – GOB do Rio de Janeiro.


TRABALHO SOBRE 2ª INSTRUÇÃO DE APRENDIZ MAÇOM


PONTOS IMPORTANTES OBSERVADOS NA 2ª INSTRUÇÃO: 

VERDADE COMUM
- A existência do G.´. A .´. D .´. U .´. , criador de tudo que existiu, existe e existirá na face da Terra. 

INTELIGÊNCIA
- Uma vez dirigida por uma sã Moral nos permite distinguir entre o Bem e o mal. 

MORAL MAÇÔNICA
- Amor ao próximo, base de todos os princípios de qualquer Ensinamento Moral. 

SER LIVRE E DE BONS COSTUMES
 - Todo homem é livre.
 - Entraves sociais podem privá-lo de parte de sua Liberdade, tornando-o escravo de suas próprias paixões e preconceitos.
 - Aquele que abdica de sua Liberdade deve ser excluído de nossos Mistérios.
 - Aquele que não é senhor de sua própria individualidade não poderá assumir compromissos sérios.

LOJA
 - Local onde trabalhamos.
 - Formato de um quadrilongo
· Comprimento do Or.´.  ao Oc.´.
· Largura do N.´.  ao S.´.
· Altura da Terra ao Céu
· Profundidade da Superfície ao Centro da Terra

 ABÓBADA AZUL(CELESTE)
· Semeada de estrelas e nuvens, na qual circulam o Sol, a Lua e outros Astros que se mantém em equilíbrio pela atração de uns sobre os outros.

SUSTENTÁCULOS: 12 Colunas representando os Signos do Zodíaco, ou seja, as 12 Constelações, percorridas pelo Sol durante um ano solar.
 - 3 Pilares
· Sabedoria, Força e Beleza, representados por 3 grandes Luzes.
 
FIGURAS ALEGÓRICAS
· Pórtico - elevado sobre degraus e ladeados por 2 Colunas sobre cujos Capitéis descansam 3 romãs abertas.
· Pedra Bruta; Pedra Polida; Esquadro; Compasso; Prumo; Nível; Malho e cinzel; Painel da Loja; Sol e Lua; Pavimento Mosaico.

 ORIENTE EM RELAÇÃO AO OCIDENTE
 Oriente = de onde provém a Luz, simboliza o mundo invisível, o abstrato, o mundo espiritual.
Ocidente = Para onde se dirige a Luz, simboliza o mundo visível, que nossos sentidos alcançam tudo que é natural.

ROMÃS
· Representam os bens produzidos pela influência das estações.
· Representam as Lojas e os maçons espalhados pela superfície da terra.
· As sementes intimamente ligadas lembram a fraternidade e a união que deve existir entre os Maçons.

PEDRA BRUTA
· Representa o homem sem instrução, com suas asperezas de caráter, devidas à ignorância em que se encontra e as paixões que o dominam.

PEDRA POLIDA
· Representa o homem instruído que, dominando as paixões e abandonando os preconceitos, se libertou das asperezas da Pedra Bruta, que poliu.

PRANCHETA
· Representa a memória, faculdade que permite efetuarmos nossos julgamentos, conservando o traçado de todas as nossas percepções.

SOL E LUA
· São os esplendores que a Abóbada Celeste mais ferem a imaginação do homem.

PAVIMENTO MOSAICO
· Representa a variedade do solo terrestre, formado pelas pedras brancas e pretas, ligadas pelo mesmo cimento, simboliza a união de todos os Maçons, apesar das diferenças de cor, de classe social, de opiniões políticas e religiosas.
· Imagem do Bem e do Mal, de que se acha semeada a estrada da vida.

ORLA DENTADA
· Exprime a união que deverá existir entre todos os homens quando o amor fraternal dominar todos os corações.

A ESCADA DE JACOB
· É o caminho para se atingir a Abóbada Celeste, representada pelo teto da Loja.
· Cada degrau representa uma das virtudes exigidas ao Maçom para caminhar em busca da Perfeição Moral.
· Possui 3 símbolos :
Na base : Fé no GADU. É a sabedoria do Espírito.
No centro: Esperança, no aperfeiçoamento moral. É a força do espírito.
No topo : Caridade, para com seus semelhantes. E a beleza que adorna o espírito.
Virtudes Morais que devem preencher o espírito e o coração de qualquer ser humano e principalmente do Maçom.

JÓIAS
· 3 móveis = Esquadro, Nível e Prumo.
 (Porque são transferidos periodicamente aos novos Veneráveis e Vigilantes, juntamente com a passagem da administração).
· 3 Fixas = Prancheta, Pedra Bruta e Pedra Polida.
(Porque representam o código moral, aberto à compreensão de todos os homens; o Mestre guia os aprendizes no trabalho indicado na prancheta, traçando o caminho que devemos seguir para o aperfeiçoamento, a fim de podermos progredir nos trabalhos da ARTE REAL).

PONTO DENTRO DO CÍRCULO
· Existe dentro da Loja Maçônica, Regular, Justa e Perfeita, e não deve ser transposto por um Maçom.
· Limitado por duas linhas paralelas.
· Ao sul, representando Salomão.
· Ao Norte, representando Moisés.
· Na parte superior fica o Livro da Lei, suportando a escada de Jacob, cujo cimo toca o céu.

AS 4 BORLAS
· Pendentes dos 4 cantos extremos da Loja servem para lembrarmos das 4 virtudes cardeais.
1. Temperança
2. Justiça
3. Coragem
4. Prudência

A .´. M .´.  LUIZ CARLOS CONCEIÇÃO
A .´. M .´.  HELIOMAR DOS SANTOS
A .´. M .´. GILSON MIGUEL


O TRABALHO NA MAÇONARIA


Quem nunca ouviu a máxima de que “o trabalho dignifica o homem” a qual foi tão bem defendida por Voltaire, Adam Smith, dentre outros.

 Voltaire, maçom, registrou que “o trabalho nos afasta de três grandes males: o ócio, o vício e a pobreza”. Já na visão de Adam Smith, “onde predomina o capital, o trabalho prevalece”.

Essa relação entre homem e trabalho não é apenas suportada pelas Ciências Sociais, mas também pelos ensinamentos judaicos, cristãos e islâmicos: “E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.” (Eclesiastes 3:13); “Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.” (I Coríntios 3:8); “Que trabalhem por isso, os que aspiram lográ-lo!” (Alcorão, 37:61).

Este é um assunto sobre o qual as diferentes vertentes – socialistas ou capitalistas, ateus e crentes – concordam: o homem nasceu para trabalhar e viver dos frutos de seu trabalho. Na Maçonaria não é diferente: uma vez feito maçom, o Aprendiz já é chamado ao trabalho, sendo apresentado a ele suas ferramentas de trabalho.

Porém, um erro que muitos podem cometer ao promover uma abordagem simplista sobre o assunto é pensar que o trabalho dignifica o homem, pois através dele pode-se proporcionar uma vida decente para si e sua família.

Tal raciocínio está equivocado, pois, nesse sentido, não seria o trabalho que dignifica o homem, mas o seu resultado: o salário. Cometer esse erro seria desonroso, negligenciando e zombando tanto o homem quanto o seu trabalho, por julgar que o trabalho só tem valor porque gera um salário e que o homem só trabalha para ganhar o seu próprio pagamento.

O trabalho produz mais do que simplesmente o salário do trabalhador. O trabalho gera um produto ou serviço que é demandado por outra pessoa ou pela sociedade. O trabalho gera habilidade e experiência para aquele que o executa. O trabalho cria não apenas relações comerciais, mas também sociais. Trabalho resulta em aprendizagem e conhecimento. Trabalho proporciona prazer quando bem feito. Trabalho estabelece parcerias.

Desse modo, o trabalho mostra que todos nós dependemos uns dos outros, porque um alfaiate não pode fazer um terno sem o agricultor que planta e colhe o algodão, o caminhoneiro que transporta o algodão para a fábrica, o operário da indústria têxtil que o transforma em tecido, o motorista da transportadora que entrega o tecido para o atacadista, e, finalmente, o atacadista que o fornece para o alfaiate. Apenas pelo trabalho de muitos trabalhadores, o alfaiate pôde realizar seu próprio trabalho.

E o ciclo de trabalho não para por aí, visto que o terno produzido pelo alfaiate vestirá outro profissional, o qual depende não apenas do alfaiate, mas de muitos outros profissionais para sobreviver e poder desempenhar seu trabalho, do qual outros trabalhadores podem depender, incluindo o alfaiate.

Assim sendo, como pode o salário chamar a atenção quando o trabalho significa algo muito maior e muito mais relevante para a vida de todos os homens de boa vontade? Quando o trabalho cria uma riqueza muito mais valiosa, imensurável em comparação com o salário?

Pensando assim, pode-se afirmar que o salário é, talvez, o resultado menos importante do trabalho, servindo apenas como moeda de troca para os produtos e serviços dos trabalhadores – algo necessário entre os homens para tornar o fruto de seus trabalhos mais acessível a todos.

Olhe para si mesmo e veja a imensidão que lhe rodeia. Veja cada objeto, parte e acessório que você está usando.

Olhe para o ambiente ao seu redor e tente imaginar quantos trabalhadores de todo o mundo estiveram envolvidos na produção desses utensílios.

Olhe para o celular que provavelmente está contigo agora. Imagine a energia que talvez mantém sua lâmpada ou computador ligado. Agora pense nas vastas redes de produção e de transporte e os milhares de trabalhadores envolvidos nelas para permitir que este livro estivesse em suas mãos neste exato momento, sem mencionar as paredes em que talvez se encontre e serviços de água, internet, telefone, etc.

Sem dúvida, podemos dizer, que milhões de trabalhadores de sua cidade, estado, país e inclusive de outros países estiveram e estão envolvidos na produção dos produtos e serviços que neste momento circundam você.

Às vezes, a pressa da vida diária não nos permite parar por alguns minutos e fazer essa reflexão. Simplesmente olhar ao redor e entender como todos nós somos dependentes do trabalho de inúmeros trabalhadores desconhecidos e sermos gratos a cada um deles.

Um dos principais ensinamentos maçônicos é o de que, para fazer qualquer trabalho, se devem equilibrar três conceitos arquetípicos diferentes que são potenciais em cada um de nós: sabedoria, força e beleza. Somos ensinados que estes são pré-requisitos para qualquer grande e importante empreitada.

Fugir disso pode levar à infeliz tendência de sacrificar um planejamento adequado, o refinamento estético ou a mão de obra adequada em uma tentativa equivocada de ser “prático”.

Quando cometemos essa imprudência e erguemos uma estrutura sem a devida força ou beleza, não estamos conservando qualquer coisa de valor, senão sendo contrários aos melhores lições da tradição maçônica.

Pensando em termos individuais, não seria útil ter a vontade e a força para realizar um trabalho se o trabalhador não tem a sabedoria ou as habilidades necessárias para completá-lo.

Da mesma forma, se tem a inteligência e a força para trabalhar, mas falta a vontade, significa que nada será feito. E do mesmo modo, é impossível para um trabalhador produzir apenas com a vontade e a inteligência, mas sem a força exigida.

Ou seja, é necessário empregar todas essas três qualidades para que um trabalho seja feito de uma forma justa e perfeita. Este é o segredo da perfeição: não está no trabalhador, mas em seu trabalho.

Isso nos leva a uma característica essencial da Ordem Maçônica. Nossa tradição valoriza todas as classes sócio-econômicas e recusa-se a levar em conta a posição profana de um homem, a não ser em termos de seu caráter moral.

É fácil de entender a partir desse ensinamento que nossa Ordem ensina a dignidade de todo o trabalho. Em seu clássico trabalho, Moral & Dogma, o célebre filósofo maçônico norte-americano Albert Pike ensina-nos:

Que nenhum companheiro imagine que o trabalho dos humildes e sem influência não vale o feito. Não há limite legal para as possíveis influências de uma boa ação ou uma palavra sábia ou um esforço generoso.

Nada é muito pequeno. Quem está aberto para a penetração profunda da natureza sabe disso. Embora, na verdade, nenhuma satisfação absoluta poderá ser concedida à filosofia, mais em circunscrever a causa do que em limitar o efeito, o homem de pensamento e de contemplação cai em êxtases insondáveis​​, tendo em vista todas as decomposições de forças resultantes na unidade.

Todos trabalham para todos. (DE HOYOS, Arthuro. Ed. Albert Pike’s Morals and Dogma of the Ancient e Accepted Scottish Rite of Freemasonry: Annotated Edition. Washington, DC: Supreme Council, 2011.)

Não é apenas o seu trabalho que o dignifica, mas o trabalho de todos os homens em todo o mundo que contribui para que você, um indivíduo, possa viver com dignidade.

O maçom deve procurar compreender que o que o conecta a todos os homens de boa vontade do mundo é o trabalho digno que cada um realiza. Trabalho esse que, direta ou indiretamente, afeta todos os outros.

Além da fé no Grande Arquiteto do Universo, o trabalho é um dos grandes laços que nos une em um vínculo que, mitologicamente, nós, como maçons identificamos como o mesmo vínculo compartilhado por aqueles que trabalhavam no Templo de Salomão.

Portanto, durante a execução de um trabalho perfeito, o trabalhador está aprendendo, desenvolvendo-se, evoluindo, interagindo com fornecedores e clientes, em parcerias, atendendo a uma demanda de um indivíduo, um grupo ou sociedade, gerando empregos, proporcionando felicidade para si e para os outros, contribuindo com o seu trabalho para a humanidade, e é isso que conecta todos os homens de bem no mundo. Há algo mais digno do que isso?

KENNYO ISMAIL


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