A REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DAS LUZES EM UMA LOJA MAÇÔNICA



O Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) nos ensina que as luzes de uma Loja maçônica Justa, Perfeita e Regular são representadas pelo Venerável-mestre portador da insígnia do “Esquadro”, joia alusiva a sabedoria cuja coluna é a Jônica.

Ao Venerável-Mestre, que se posiciona no Oriente, cabe a responsabilidade de abrir a loja, dirigi-la e esclarece-la com o auxílio das outras duas luzes.

A segunda luz de uma Loja é o Primeiro Vigilante que se posiciona no Ocidente em um altar no início da Coluna do Norte denominada Dórica, coluna B, representando a força, cujo “Nível” é a sua joia a qual representa à igualdade, cabendo a este vigilante a instrução dos irmãos Companheiros.

Ao Primeiro Vigilante cabe ainda, antes do início dos trabalhos, verificar se o templo está coberto e certificar se todos os presentes nas colunas são maçons.

A terceira luz de uma Loja é o Segundo Vigilante cuja joia é o “Prumo” ou Perpendicular e se posiciona em um altar nomeio da Coluna do Sul, coluna J, também denominada Coríntia, a da beleza, que é a estabilidade, fiscaliza os trabalhos da loja, a fim de que resulte honra para o Venerável e glória para o Grande Arquiteto do Universo, tendo ainda a seu cargo a instrução dos irmãos Aprendizes.   
                                                                                                                 
  O termo vigilante está diretamente ligado àquele que observa e fiscaliza os trabalhos e a correta forma como estão sendo executados. Suas posições são estrategicamente localizadas dando-lhes um panorama perfeito de modo a visualizar todos os obreiros sob sua responsabilidade na execução de suas tarefas. São os Vigilantes, os substitutos imediatos na ausência do Venerável.

  As três Luzes da loja, antes de iniciarem os trabalhos, são as últimas a adentrarem ao Templo, e ao término da sessão são as primeiras a saírem. Este procedimento é uma forma de destacar a representatividade das Luzes, e não os irmãos que delas estão revestidos.       
    
  O Venerável-Mestre é quem abre a loja e preside os trabalhos em uma assembleia de maçons. É ele quem primeiro fala e, pautando pelo que se encerra no ritual, cadencia com as batidas do seu malhete, de forma harmoniosa, o andamento da reunião. É do trono de Salomão, onde se posta o Venerável, que são proferidas as ordens que devem ser prontamente executadas.

  O Primeiro Vigilante é aquele ao qual o Venerável-Mestre primeiro se dirige, a fim de que suas determinações sejam acatadas e obedecidas; é de responsabilidade deste vigilante o fechamento da loja. O Segundo Vigilante, obedecendo às ordens do Venerável-Mestre, cientifica sua coluna assim como foi feito pelo Primeiro Vigilante na sua.

  É atribuição precípua do Segundo Vigilante observar o sol no seu meridiano e chamar os obreiros para o trabalho, dá-lhes recreação e cuidar para que os trabalhos tenham início ao meio-dia e sejam encerrados à meia-noite.
           
  A Palavra Sagrada é enviada pelo Venerável-Mestre ao Primeiro Vigilante por intermédio do Primeiro Diácono; logo na sequência a palavra é entregue ao Segundo Diácono que a transmite ao Segundo Vigilante. Depois de realizada esta formalidade, o Segundo Vigilante, executando uma batida com o seu malhete, informa ao Primeiro Vigilante que tudo está Justo e Perfeito na Coluna do Sul.

  O Primeiro Vigilante, de imediato, também com uma batida do seu malhete, reporta ao Venerável que tudo está Justo e Perfeito em ambas as Colunas.  
  
  Os irmãos Mestre de Cerimônia e Hospitaleiro ao circularem, respectivamente, com o Saco de Propostas e Informações e com o Tronco de Solidariedade, obrigatoriamente, devem visitar primeiro os altares do Venerável-Mestre, do Primeiro e do Segundo Vigilantes, nessa ordem. Retratando, assim, a hierarquia existente e a organização com que se dirigem os trabalhos.

  Esta representatividade disposta em um templo maçônico durante a realização de suas assembleias, com vista às três luzes, constitui um ritual que se repete há milênios. Mas com que finalidade um grupo de homens se reúne em uma sala fechada ornada de símbolos e paramentos estranhos ao mundo profano, desguarnecida de janelas, com apenas uma porta, ali permanecem isolados?Esta pergunta é respondida de forma clara e objetiva pelo Primeiro vigilante ao Venerável-Mestre quando este o questiona - Para que nos reunimos aqui? -, o Primeiro Vigilante então responde com convicção e firmeza - Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a Verdade e a Justiça. Para promover o bem-estar da Pátria e da humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.

  A Maçonaria Universal tem subsistido ao longo dos tempos devido à determinação de homens dedicados denominados obreiros. A causa maçônica é a da busca da edificação do templo moral de cada indivíduo iniciado em seus augustos mistérios fomentando o progresso e a evolução dos povos através do conhecimento.

  No interior de um templo maçônico, logo ao início dos trabalhos, o Venerável concita aos irmãos a ajudá-lo abrir a loja, pois sozinho esta tarefa é impossível, haja vista ser a Maçonaria um corpo constituído de vários membros distribuídos em diversas partes do globo que, unidos, possibilitam a realização de um propósito, discutir assuntos atinentes aos problemas que atingem os destinos da humanidade, buscando soluções para dirimi-los.   
    
  Os objetos (ornamentos, paramentos, emblemas e figuras) encontrados em um templo maçônico trazem consigo um riquíssimo arcabouço de significados simbólicos que serão revelados nas instruções pelas três luzes da loja de acordo com a evolução espiritual-maçônica de cada irmão iniciado, partindo de seu interesse e de sua dedicação aos estudos sobre os “Mistérios da Ordem”.     
  
  As três luzes, por representarem os três pilares que sustentam a Loja, devem estar em perfeita harmonia para que a atmosfera no interior do templo não sofra influência negativa. A ordem deve ser estabelecida impondo que nenhum irmão passe de uma coluna para outra sem que para isso receba permissão de uma das luzes, e é terminantemente vedado aos irmãos tratarem de assuntos alheios aos do interesse da instituição maçônica.     
       
  As luzes de uma Loja Maçônica devem ser escolhidas através de assembleia realizada pelos membros da loja e presidida pelo Venerável-Mestre levando em conta a capacidade de cada um dos candidatos para ocupar o cargo.

  Simbolicamente podemos perceber, a partir do apresentado, que a representatividade maior das luzes em um templo maçônico é pautada pela organização e condução dos trabalhos. Organização esta que utilizamos em nossa vida fora do templo.

  Vencer nossas paixões é um dos compromissos que temos para com nós mesmo, com a família e com a humanidade. Sendo assim, é importante que o maçom internalize os ensinamentos adquiridos na Maçonaria e busque empregá-los em suas ações no transcurso de sua vida.

  Costumamos ouvir dizer, e com muito acerto, que devemos não só entrar para a maçonaria; mas, sim, deixá-la habitar em nós.

  Aquele que passa a fazer parte do quadro de membros de uma Loja Maçônica deve, antes de tudo, ser um obreiro útil e dedicado, um militante da causa maçônica, e para isso, requer trazer consigo os princípios norteadores de suas ações os quais identificam o maçom onde quer que ele se faça presente; e as luzes, estas são os arautos, os faróis que orientam os irmãos dentro dos princípios sublimes da “Arte Real” cultuados desde tempos imemoriais por homens livres e de bons costumes que em inúmeras ocasiões se sacrificaram pelo ideal coletivo, sendo sempre esse ideal voltado para a honra e glória do Grande Arquiteto do Universo.

Trabalho maçônico concluído em 21/07/2015 pelo Ir..Murilo Américo da Silva, membro da A.’. R.’. L.’. S.. Onofre de Castro Neves nº 2.555, Or.. Carangola/MG.

A PALAVRA NA MAÇONARIA





“A palavra é de prata e o silêncio é de ouro” (Provérbio chinês)

Muito se tem questionado sobre o uso da palavra na Maçonaria, principalmente em relação aos Aprendizes. Algumas Lojas têm por norma não conceder a palavra ao Aprendiz, por constar nas nossas lições que “simbolicamente” o mesmo deve permanecer em absoluto silêncio, cabendo-lhe somente ouvir e observar.

Recorrendo ao ilustre Irmão José Castellani, em seu livro “Consultório Maçônico“ – Volume VIII – Editora A Trolha, ele afirma textualmente, que:“…essa proibição não é constitucional nem regimental. Tradicionalmente, sabe-se que as sociedades iniciáticas, geralmente de cunho religioso, os Neófitos limitavam-se durante certo tempo, a ouvir e aprender.” 

“Era o caso do Mitraísmo persa – culto do deus Mitra, o Sol – que era composto de sete etapas; na primeira o neófito era o Corvo, por que o corvo, no Mitraísmo, era o servo do Sol e porque ele pode imitar a fala, mas não criar idéias próprias, sendo assim, mais um ouvinte, do que um participante ativo. Idem para as Escolas Pitagóricas, onde existiam três etapas: Ouvintes, Matemáticos e Físicos.”

“… em Maçonaria, todavia, não existe essa tradição, mas, sim, o Simbolismo. Ou seja, simbolicamente, o Aprendiz é uma criança, que não sabe falar, mas só soletrar. Isto é simbólico e não pode ser levado ao pé da letra. O Aprendiz pode e deve falar em assuntos inerentes ao seu Grau, ou nos que interessem a comunidade, de maneira geral.”

Entendamos, de uma vez, que o Aprendiz Maçom não usa da palavra em Loja, por lhe faltar capacidade da oratória, mas, sim para observar o cumprimento de um período de silêncio, que é de fundamental importância para o seu aperfeiçoamento. É no silêncio que o Aprendiz vai se livrando das asperezas da Pedra Bruta que é ele próprio. O silêncio é o primeiro salário que a Loja lhe concede, é uma ferramenta que, sabendo utilizá-la, muito contribuirá para o seu aprimoramento.

Para os que já estão na senda, desde longas datas, recomenda a razão que o Maçom, seja qual for o grau que ostente, deve refletir e ouvir a voz da consciência, antes de fazer um pronunciamento.

Em todos os momentos moldamos nosso destino de conformidade com a nossa consciência, sendo o pensamento o principal alicerce de  toda a criação.

Quando externamos o pensamento através da palavra, automaticamente lançamos uma centelha energética que viabilizará o processo criativo. Através da fala criamos uma vibração que faculta uma melhor aceitação daquilo que estamos pensando. 

Precisamos, pois, ter ciência da importância da palavra proferida. Se assim não procedermos, poderemos estar criando situações embaraçosas e alimentando acontecimentos indesejados.

Sejamos mais objetivos em nossos pronunciamentos; que nossas palavras sejam alentadoras, que expressem o nosso zelo e amor, ao contrário dos que, infelizmente, carregam acirradas críticas, inconformismo, insatisfação, sem contribuir para o crescimento da Loja e da nossa Ordem.

Mudemos nossa postura como tribuno. Falemos de coisas boas, mesmo que sejam apenas perspectivas, ou então voltemos à condição de Aprendiz, permanecendo em silêncio, demonstrando sabedoria.

Autor: José Airton de Carvalho
Zé Airton é Mestre Instalado, membro da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, presidente da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida, membro da Loja de Pesquisas Quatuor Coronati 


NOSSAS ANTIGAS LEIS E COSTUMES



Por que devemos pautar nossos atos pelo comportamento digno? Por que não somos estranhos uns aos outros? Por que o maçom deve cultivar um perfeito controle de si próprio? Por que só devemos admitir em nossas lojas homens honrados, de ilibada reputação moral e atitudes discretas? Por que somos uma fraternidade iniciática?

As respostas estão nas profundas raízes da Arte Real, isto é, nos antigos deveres do ofício (The Old Charges of Craft Freemasonry) e na compilação deles da qual resultaram a Constituição de Anderson e, mais tarde, noutras compilações denominadas landmarks. (Neste texto uso landmark com L maiúsculo ou minúsculo conforme me refira ao termo geral ou à lista adotada pela Potência Maçônica. Da mesma forma, uso Constitution em inglês para diferenciar da Constituição adotada pela Potência Maçônica.)

Todos os maçons conhecem bem os preâmbulos dos atos e decretos de suas Potências ou Obediências que começam com a proclamação: “O Grão-Mestre, no uso das atribuições que lhe conferem os Landmarks da Ordem, a Constituição de Anderson… etc.”. Mas poucos têm a oportunidade de conhecer aprofundadamente os landmarks; e são pouquíssimos os que se interessam pelo texto completo das chamadas Constituições de Anderson (Constitution).

Comecemos pelo aparentemente mais simples – os landmarks.

Uma vez que a palavra é inglesa, o que se entende por landmarks? Para simplificar, tomemos landmark no sentido de LIMITE – ponto de referência, marco divisório ou fronteira. Há quem prefira esquartejar a palavra: land (terra) + mark (marco) – antigamente, aquela cerca de arame que separava as hortaliças de Joe Smith das galinhas do seu vizinho John Dolittle – um marco divisório, uma fronteira, um limite: “daqui pra lá é seu, daqui pra cá é meu”.

A Bíblia, de onde o conceito foi tirado, refere-se à cláusula pétrea “nolumus leges mutari”, isto é, que essas leis não sejam transgredidas – implícita no livro dos Provérbios, 22:28 – “Ne transgrediaris terminos antiquos quos posuerunt patres tui”, traduzido na versão inglesa King James por “Remove not the ancient landmark, which thy fathers have set.” – não removas os marcos antigos que teus antepassados colocaram.

Resumindo: landmark envolve – social e politicamente falando – as questões do direito patriarcal (‘antiquos’ e ‘thy fathers’), de posse, domínio e poder.

Mas quem foram esses pais ou antepassados que andaram colocando limites e fixando fronteiras no território terrestre? Quais foram esses precursores chefes de família que restringiram quaisquer mudanças nas leis e assentaram regiões de interdição ao pensamento das gerações vindouras?

O livro “llustrations of Masonry“, do maçom inglês William Preston (1772) registra a palavra “landmark” como sinônimo de usos e costumes estabelecidos na Arte Real. 

Penso que seja esta acepção mais correta, principalmente por ser a mais antiga (terminos antiquos) e considerando que o Direito inglês é eminentemente consuetudinário (de uso habitual, comum). Além disso, a Grande Loja Unida da Inglaterra nunca enumerou uma lista de landmarks porque considera fundamental o único landmark possível: a crença na existência de um Ser Supremo.

Ressalvo, entretanto, que a expressão “usos e costumes” deve ser entendida no contexto histórico da Maçonaria e não no sentido jurídico atual (fonte do direito) erigido através de condutas e atos praticados reiteradamente nas Lojas. Nesse sentido não existem usos e costumes na Maçonaria e muito menos nas questões ritualísticas.

O pesquisador inglês Harry Carr (1900-1983), Past Master da Quatuor Coronati Lodge nº 2076 de Londres, aponta dois pontos essenciais para as cláusulas pétreas: 1 – Um landmark deve ter existido desde os tempos imemoriais (terminos antiquos) e não fabricados a partir de certo ponto da história; 2 – Os landmarks são elementos de tal importância essenciais para nossa fraternidade que a Ordem já não seria Maçonaria se algum deles fosse alterado. Neste particular, Albert Gallatin Mackey alertou: “Não admitamos mudanças de quaisquer espécies, pois desde que isso se deu, funestas consequências demonstraram o erro cometido.”

Apesar disso, e de acordo com os modernos pesquisadores do assunto, existem várias listas de landmarks que pode ser de apenas três para Alexander S. Bacon e Chetwode Crawley, ou nove para J. G. Findel. Para Roscoe Pound, a Grande Loja da Virgínia e o cubano Carlos F. Betancourt são sete; ou seis landmarks para a Grande Loja de Nova York, que toma por base os capítulos em que se dividem as Constituições de Anderson. Vinte para a Grande Loja Ocidental de Colômbia; dezenove para Luke A. Lockwood e a Grande Loja de Connecticut; dezessete para Robert Morris; quinze para John W. Simons e para a Grande Loja de Tennessee; doze para A. S. MacBride e dez para a Grande Loja de Nova Jersey. As listas maiores compreendem trinta e um landmarks para o Dr. George Oliver, cinquenta e quatro para H. G. Grant e para a Grande Loja de Kentucky; vinte e nove para Henrique Lecerff, vinte e seis para a Grande Loja de Minnesota e assim por diante.

A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais adota a lista de Albert Gallatin Mackey que compilou vinte e cinco landmarks, a lista mais conhecida e utilizada no Brasil, que preconiza: “Não admitamos mudanças nos legítimos e inquestionáveis landmarks, pois desde que isso se deu, funestas consequências demonstraram o erro cometido.”

Mackey foi um médico norte-americano nascido em 1807. Publicou “The Principles of Masonic Law on the Constitutional Laws, Usages And Landmarks of Freemasonry” em 1856 onde propôs um meio termo entre a ritualística, à legislação e o cerimonial:

“Várias definições foram dadas para landmarks. Alguns supõem terem sido constituídos a partir de todas as regras e regulamentos que estavam em vigor antes da revitalização da Maçonaria em 1717, confirmados e aprovado pela Grande Loja da Inglaterra naquela época. Outros, mais rigorosos, limitam essa definição aos modos de reconhecimento em uso na fraternidade.

Eu proponho um meio termo, e considero landmarks todos os usos e costumes do ofício ritualístico, legislativo, cerimonial, e mesmo à organização da sociedade maçônica conforme os usos dos tempos imemoriais. E considero a alteração ou a supressão de algo que possa afetar o caráter distintivo da instituição como fator de destruição da sua identidade.”

O meio termo acenado por Mackey foi, entretanto, o sinal verde para novas hermenêuticas entre as visões ortodoxa e heterodoxa da Maçonaria. Sem falar na nítida constatação de que alguma coisa fora mudada ou alterada nos antigos marcos colocados por nossos antepassados – antevisão reveladora de que outras modificações estariam a caminho no devido tempo.

Muitos autores questionam a lista de Mackey que descreve, com exagerada ênfase, os poderes e atribuições do Grão-Mestre. Um dos mais expressivos críticos foi Roscoe Pound (1870-1964), reitor da Harvard Law School que – talvez motivado pela teoria do “meio termo” – propôs uma lista mais curta, de sete landmarks… com a possibilidade de mais dois. 

Esses nove landmarks possíveis mantiveram, com algumas modificações, os de Mackey (III, X, XIV, XVIII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXIV) eliminando os números I e II que a Maçonaria tradicional considera fundamentais: os processos de reconhecimento e a divisão do Simbolismo em três graus, além do polêmico e nevrálgico Landmark XXV – “nenhuma modificação pode ser introduzida…”

Por outro lado, por estranho que pareça, o próprio Mackey considerava os landmarks uma generalidade e que os regulamentos gerais e locais fossem os determinantes para as autoridades locais da Maçonaria. 

Afirmava também, no mesmo diapasão da Quatuor Coronati Lodge de Londres, que um dos requisitos dos landmarks é terem eles existido desde o tempo que a memória do homem possa alcançar – donde se deduz que os verdadeiros marcos são as leis morais ou o Direito Natural inscritos na mente e no coração dos homens. Por isso James Anderson escreveu na primeiríssima página da Constitutions:

“Adão, nosso primeiro pai, criado à imagem de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, deve ter tido a Ciência Liberal, particularmente Geometria escrita em seu coração…” (Adam, our first parent, created after the Image of God, the Great Architect of the Universe, must have had the Liberal Science, particulary Geometry written on his Heart…)

Houve (e ainda há) os que debocharam dessa declaração interpretando, grosso modo, que o sábio James Anderson estava a dizer que o Venerável Deus iniciou o Aprendiz Adão na Maçonaria. O ilustre Irmão José Castellani ironizou essa interpretação do mito no texto humorístico “Loja Paraíso nº0”, mas, da parte de lá do fino humor, Castellani sabia a qual escrita James Anderson estava se referindo. 

Para os que conhecem a Filosofia do Direito, aquela Ciência Liberal escrita no coração do homem nada mais é do que o Direito Natural comunicado à razão humana desde sua criação – simbolizada pela Geometria – um código ético completo coligido da estrutura da natureza – tese sustentada por Tomás de Aquino, Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau e presente na Common Law.

Talvez isso responda à pergunta sobre quais foram aqueles pais que colocaram fronteiras nas divagações inúteis da vaidade humana.

As Constituições de Anderson (1723) são anteriores a quaisquer landmarks e, por isso, ouso dizer que elas são – ao lado do Jus Naturalis – os verdadeiros LANDMARKS. Os antigos deveres do ofício de maçom foram consolidados nessas Constitutions of the Free-Masons dedicadas ao Grão-Mestre Philip Wharton Duque de Montagu e assinadas pelo francês Jean Théophile Désaguliers, Grão-Metre Adjunto e membro da Royal Society of London. O redator James Anderson, por sua vez, era um pastor presbiteriano nascido na Escócia.

As Constitutions dividem-se em quatro partes: I – a História, “para ser lida quando da admissão de um Novo Irmão (to be read at the admission of a New Brother). Essa primeira parte vai até a página 48; II – Os Deveres (extraídos dos antigos registros das Lojas Ultramarinas e daquelas da Inglaterra, Escócia e Irlanda), da página 49 até 57; III – Os Regulamentos Gerais (da página 58 até 74); IV – Partituras e Canções dos Mestres, dos Vigilantes, dos Companheiros e dos Aprendizes, completando a obra em 91 páginas.

CONCLUSÕES 
Nem tudo que é Constitutions, portanto, está nos Landmarks; mas tudo o que é landmark está nas Constitutions;

As Constitutions não deixam margens ao oportunismo iniciatório e respondem àquelas cinco perguntas que aparecem no início deste artigo;

O conhecimento do passado (a História) é a principal e insubstituível fonte do aprendizado e do conhecimento maçônicos;

“... pela sua Missão, um maçom torna-se obrigado a obedecer à Lei moral, e nunca será um estúpido ateu nem um Libertino” (Constituitions, página 50, concernente a Deus e à religião);

Não basta preencher um formulário dizendo “sim” às clássicas perguntas: “credes num Ente Supremo? credes na imortalidade da alma?” se a reposta afirmativa não vier da Consciência e com o aval do Conhecimento. Por isso pautamos nossos atos pela dignidade e só admitimos em nossas lojas homens honrados.

Autor: José Maurício Guimarães


A MAÇONARIA TEM OS IRMÃOS INVISÍVEIS, TEM TAMBÉM, INIMIGOS INVISÍVEIS?


O Templo Maçônico é preparado antes de cada sessão, para que em seu interior vibre a paz, a harmonia e os mais nobres sentimentos fraternos.
Encontram-se ali? 

Irmãos invisíveis, velando para que, energias negativas não perturbem os irmãos maçons que se farão presentes? 

Justifico a pergunta acima, salientando que a Maçonaria Especulativa nos permite que possamos pensar tirar conclusões pessoais, num âmbito vastíssimo do conhecimento humano, pois engloba em seus ensinos simbólicos, esotéricos, agrupados, unidos, concordantes e sintetizados, ritualísticos, para que alcancemos a soma positiva do produto elaborado pelo pensamento conjunto dos homens de notório saber que, nos legaram esta obra sem igual.

 Homens que acreditavam em Deus, o Grande Arquiteto do Universo, e desta forma nos legaram esta obra fantástica, que, inclusive, entre tantos sábios postulados, nos chama à atenção, nos avisa, através da simbologia do galo, presente na câmara de reflexão.

Tem quem acredita que os irmãos maçons invisíveis são os irmãos presentes com o pensamento, mesmo que estejam distantes inclusive, reunidos em outros continentes do Planeta Terra.

Outros que creem nas presenças espirituais dos irmãos que partiram antes nós para o Oriente Eterno.

Aprendi a ouvir a respeitar as mais diversas opiniões em torno dos mais variados assuntos, que envolvem a Maçonaria.

A sensibilidade, a maneira de crer nos fenômenos mentais e, ou, espirituais, faz, sem duvidas com que existam diferentes opiniões sobre este aspecto.

A verdade, é que existem energias circulantes num Templo Maçônico.

Inclusive, a Consagração do Templo Maçônico, para mim, não é apenas um mero ato tradicional, que simbolize ritualisticamente a estruturação de um novo local, destinado a acolher, a abrigar em seu seio, um número cada vez maior de irmãos maçons.

Peço-vos licença, para narrar um fato verídico, que justifica o título da presente postagem, pois para mim, escrever, falar sobre Maçonaria é sempre um assunto sério, sem brincadeiras, sem invenções fantasiosas, que possam desmerecer, ou deturpar os postulados maçônicos. 

O fato ocorreu quando eu ainda fazia parte da Potencia na qual iniciei minha carreira maçônica, e, as suas dependências, a sala dos passos perdidos, o átrio e o Templo, eram de pequenas dimensões; foi quando após alguns anos, surgiu um local mais apropriado, e, junto com meus irmãos maçons, resolvemos mudar as instalações de nossa Loja. 

No novo local, de amplas dimensões, o novo Templo ficou bem estruturado em todos os quesitos, ficou muito bonito, inclusive, o incluí na foto que ilustra o presente texto, mesmo que na oportunidade, não tivesse sido ainda inseridas, todas as suas ornamentações simbólicas; o Templo havia sido ornamentado para a Sessão Magna de Natal e de encerramento das atividades do ano 2012.

Pois bem, havíamos iniciado ali os nossos trabalhos.

Ocorre que, durante algumas sessões, acima do Trono de Salomão, nos momentos de silencio e introspecção, ouvíamos sons estranhos, como vozes de sons confusos, como se houvesse um grupo de pessoas falando, discutindo, nos distraindo, nos tirando dos são propósitos, de fraternidade, de união e paz.

Comuniquei o fato ao Grão Mestre, e ele imediatamente, me falou, - vocês estão se reunindo sem a Consagração do Templo, vou aí, providenciar e executar este importantíssimo Ato!

De fato, após o Ato de Consagração, nunca mais se ouviu barulhos estranhos.

Na verdade, quando do processo de sindicância à iniciação nos é perguntado se cremos em Deus e se cremos numa vida futura, - eu creio.

Desta forma, considerando a história da Maçonaria Universal, sempre marcada no passado, inclusive, até nos dias de hoje, por perseguições e até mesmo mortes cruéis e desumanas, como a ocorrida com Jacques Demolay; acredito realmente que, existam espiritualmente, inimigos invisíveis, os quais tentam interferir, atingindo as mentes mais fracas, que ainda possam se deixar levar por ideias de vinganças, por vaidades profanas e exibicionistas, que se manifestam por críticas inoportunas, interrupções inadequadas ao momento, por sentimentos maculados pelo poder profano.

Finalizando, concluo na câmara de reflexão, além de outros símbolos esotéricos, encontramos o galo!

Ele nos incita à vigilância!

Vigiemos os nossos corações e mentes!

Preparemo-nos para que adentremos ao Templo, com respeito ao passado glorioso da Maçonaria Universal, tendo sempre, humildade, simplicidade, com o desejo sincero do aprendizado, não esqueçamos! 

Estamos adentrando no Templo do Senhor Absoluto de todos os mundos e de todas as coisas, Deus!

O Grande Arquiteto do Universo!

Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'. I.'. 33º

A PAZ





"Eu vos deixo a Paz, Eu vos dou a minha Paz!"
Jesus Cristo


Os cristãos costumam saudar desejando a Paz: “Paz a você!”, A Paz esteja contigo!”“.  Jesus Cristo, nos encontros com os apóstolos depois da ressurreição, saudava dizendo “A paz seja convosco! Não tenham medo!” (cf Lc 24,36; Jo 20, 19-26).

A liberdade de consciência e a liberdade para professar a própria fé, ou de não ter fé ou religião alguma, ou de ter opção política de sua escolha, ou qualquer outra tendência, deveriam ser garantidas a todos.  É um direito humano fundamental, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).  Desgraçadamente, essa liberdade é, quiçá, vista como secundária e, por isso, vitimada diante de outros interesses que acabamos, por vezes, não compreendendo quais são.

Cálculos perversos nos conduzem a violências sempre maiores.  Não haverá Paz verdadeira enquanto a liberdade, num todo, não for respeitada e assegurada a todas as pessoas.

Antes de sermos iniciados na Sublime Ordem, nos é perguntado se acreditamos em Deus.  Depois, como Maçom, temos ciência do por quê.  São inúmeros os motivos para que os Maçons acreditem no Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.  Um dos motivos é a busca da felicidade geral e da Paz Universal; a Paz entre os Homens; a Paz definitiva.

Quem não ama a Paz?  Quem não deseja a Paz?

Os países mais malévolos do globo, os governos mais iníquos e os grupos mais ateus, dentre outros, são aqueles que não amam a Paz, fabricam, usam e vendem armas bélicas.

Existe um profundo vínculo entre ateísmo e guerra e entre o desprezo de Deus e desprezo da Paz.

Ao Maçom cabe buscar a troca das armas homicidas, pelos instrumentos da Paz entre os homens, como parte da missão de amar o próximo como a si mesmo. 

As guerras são monstruosidades dos campos de batalha e invocam o advento da Paz eterna.  Entretanto, poucos estão dispostos a construir a verdadeira Paz e defendê-la, porque nem todos os homens estão com o propósito de amar o Deus da Paz.

O Maçom crê no Grande Arquiteto do Universo.  O Homem precisa crer em Deus.  Nas religiões mais puras e mais aperfeiçoadas existe a crença em Deus.  E, naqueles que Nele crêem, há a busca da Paz.  Todavia, existe uma diferença entre a Paz do Mundo e a Paz que a Maçonaria prega. 

O Mundo procura a Paz alicerçada no equilíbrio das forças e no temor às armas; a nossa Ordem prega uma Paz entre os Irmãos, entre os povos, através do trinômio Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lema que a Maçonaria adota como programa de emancipação das classes sociais, dentro da lei e da justiça, independente de cor, raça e religião.  A Paz que permanecerá para sempre. 

E a Paz para sempre não é apenas a Paz da consciência, a Paz íntima, a Paz social, mas a Paz completa, a Paz na Terra, que vem da ausência de combates, a Paz nos corações, que vem da prática do amor: a Paz nas cidades e nos campos, que vem da implantação da justiça social. 

A Paz dentro de nós, a Paz fora de nós. 

A Paz que nasce com a morte do racismo, do ódio, do egoísmo, da tirania e da ignorância. 

Um combate que a Maçonaria se propôs, promovendo o bem estar da Humanidade, levantando templos à virtude e cavando masmorras ao vício. 

Um combate que, ao contrário do que nos leva a vislumbrar, procurará sempre buscar e manter aquilo que existia no início dos tempos: A PAZ!


 E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947 e pertence ao CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/ Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/ Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos – 669 – (GLESP)


                 








A TEMPERANÇA NA MAÇONARIA



A temperança na maçonaria requer o exercício de cautela no pensamento, julgamento, sentimento, expressão, ação e realização em todos os aspectos da vida e do trabalho.

A prática da temperança deve estar estreitamente aliada à firmeza, o que implica coragem moral, bem como coragem física, o que exige que um maçom prossiga no caminho que ele sabe ser o certo, mesmo que ao fazê-lo encontre problemas imprevistos e que o resultado não seja o que ele havia previsto.

A mulher que derrama líquido é uma alegoria muito comum durante a Idade Média para representar a virtude da temperança: supunha-se que misturava água no vinho para diminuir os seus efeitos. Curiosamente, a mesma imagem serviu durante os primeiros séculos do cristianismo para ilustrar o contrário: o milagre das bodas de Canaã, onde – por ordem de Jesus – a água se transforma em vinho.

Com outros significados pode ser encontrada nos versos de Horácio: “O cântaro reterá por longo tempo o perfume que o encheu pela primeira vez”.

Mistura de anjo e mulher, a Temperança evocou sempre, para os investigadores do Tarô, o mito do hermafrodita. Tema recorrente e vastíssimo, por um de seus aspectos – que é o que aqui interessa – a androginia tem sido considerada desde tempos antigos como premonição feliz.

Isto faz da Temperança uma carta amável, do ponto de vista adivinhatório, cuja presença alivia a densidade do oráculo.

Arcano de reunião, e, portanto de equilíbrio – a coniunctio oppositorum, em sua fase anterior à bissexualidade – onde o derramar do líquido já foi interpretado como metáfora das transformações: a passagem do espiritual ao físico, do sentimento à razão.

Do ponto de vista astrológico está em paralelo com as representações aquarianas, que por sua vez guardam correspondência com o simbolismo de Indra, divindade hindu da purificação.

Wirth relaciona a androginia da Temperança ao quinto ternário do Tarô, que provém da morte assexuada (XIII) e culmina no Diabo bissexual (XV).

É preciso assinalar também sua localização como último termo do segundo setenário, que corresponde à Alma ou psique, plano da personalidade fluente, flexível e instável na natureza, relacionada às águas em quase todas as teofanias, assim como o Espírito é associado à luz (fogo, ar) e o Corpo a terra.

O derramamento entre vasos gêmeos e opostos levam, por outro lado, as especulações sobre os prodígios terapêuticos: o Arcano XIIII é claramente o curador, o agente reparador e reconstituinte, aquele que verte harmonia universal sobre o desequilíbrio individual. Como o Eremita, lembra os médicos, curandeiros e charlatães; mais ainda, lembra conselheiros, confessores e terapeutas.

A Temperança pode ser vista, ainda, no contexto do inesgotável simbolismo aquático, pois se refere à matéria unívoca (o oceano primordial), à corrente circulatória que mantém a vida (chuva, seiva, leite, sangue, sêmen), à mãe (meio aquoso no plano pré-natal) e às imersões como rito de morte e ressurreição (batismo).

O homem maçom ao usar da Temperança, adquire pela paciência, pela observação, pela compreensão, pela fraterna união, o dom da Tolerância, aí sim, será um homem livre e de bons costumes, exemplo para os demais, Irmãos e Profanos.

Bruno Macedo

PRIMO NÃO É IRMÃO


Quando vos conto do primo
Notem que é triste minha fala
Porque o primo é um “mala”
Mas pensa que é um arrimo
É mais liso do que limo
Que floresce em qualquer chão
Mas lhes digo de antemão
Garnisé nunca foi galo
Petiço não é cavalo
E primo não é irmão

O primo pouco aparece nas seções de nossa casta
Qualquer motivo lhe basta e da reunião ele esquece
Não sai quando escurece
Ando me sentindo mal
Tudo é desculpa é normal
E quando vem atrasado chega pedindo emprestado o livreto e o avental

O primo acha importante ter um cargo de valor
Ser da loja o orador ou então o vigilante
Outros são irrelevantes para sua sabedoria
Já foi mestre de harmonia, gosto particular
E por ter que trabalhar nunca quis secretaria

O primo não abre a mão
No tronco se ouve a queda do tilintar das moedas da sua contribuição
Centavos que lá se vão com muita dificuldade
Diz que não faz por maldade
Mas fica rubro e irritado quando lhe cobro o atrasado da sua mensalidade


Não levanta um alfinete, Mas bota defeito em tudo
Do som que acha sisudo ao ressoar dos malhetes
Pode ser um palacete a loja que ele frequenta
Que um porém ele apresenta sem no entanto ajudar
Criticar por criticar é a sua ferramenta

Sempre exige uma posição da loja contra os sistemas
Mas nem abaixo de novena ele integra uma comissão

Diz que sua obrigação como obreiro é relatar
Que já fez muito em mostrar o que acha intolerável
Agora é com o venerável
Ele que vá se virar
Se o assunto é cooperar
O primo não dá o nome
Na hora do pega se some
E ali fazem seu lugar
Nunca prepara um jantar porque está sempre ocupado
Mas se é boca livre é um pecado
Além da pose e da gula

O primo não se encabula se ainda leva uns convidados

O primo quer compreensão com as suas falhas profanas
Mas não passa uma semana sem pisotear um irmão
Se acha o tal da razão é a lei o delegado
Sem perceber que a seu lado poucos lhe dão importância
E que a velha tolerância é o que o mantém em torado

Só uma coisa eu lhes digo para o bem da maçonaria
Para evitar mordomias
Que o primo seja inquirido
Passar a mão faz sentido
Se tiver volta o vivente
Se não tem que siga em frente
Pois o importante é a harmonia
Melhor ser cinzento um dia
Do que amarelo para sempre.

Eduardo Lecey

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