O Rito Escocês Antigo
e Aceito (REAA) nos ensina que as luzes de uma Loja maçônica Justa, Perfeita e
Regular são representadas pelo Venerável-mestre portador da insígnia do “Esquadro”,
joia alusiva a sabedoria cuja coluna é a Jônica.
Ao Venerável-Mestre,
que se posiciona no Oriente, cabe a responsabilidade de abrir a loja, dirigi-la
e esclarece-la com o auxílio das outras duas luzes.
A segunda luz de uma
Loja é o Primeiro Vigilante que se posiciona no Ocidente em um altar no início
da Coluna do Norte denominada Dórica, coluna B, representando a força, cujo “Nível”
é a sua joia a qual representa à igualdade, cabendo a este vigilante a
instrução dos irmãos Companheiros.
Ao Primeiro Vigilante
cabe ainda, antes do início dos trabalhos, verificar se o templo está coberto e
certificar se todos os presentes nas colunas são maçons.
A terceira luz de uma
Loja é o Segundo Vigilante cuja joia é o “Prumo” ou Perpendicular e se
posiciona em um altar nomeio da Coluna do Sul, coluna J, também denominada
Coríntia, a da beleza, que é a estabilidade, fiscaliza os trabalhos da loja, a
fim de que resulte honra para o Venerável e glória para o Grande Arquiteto do
Universo, tendo ainda a seu cargo a instrução dos irmãos Aprendizes.
O termo
vigilante está diretamente ligado àquele que observa e fiscaliza os trabalhos e
a correta forma como estão sendo executados. Suas posições são estrategicamente
localizadas dando-lhes um panorama perfeito de modo a visualizar todos os
obreiros sob sua responsabilidade na execução de suas tarefas. São os
Vigilantes, os substitutos imediatos na ausência do Venerável.
As três
Luzes da loja, antes de iniciarem os trabalhos, são as últimas a adentrarem ao
Templo, e ao término da sessão são as primeiras a saírem. Este procedimento é
uma forma de destacar a representatividade das Luzes, e não os irmãos que delas
estão revestidos.
O Venerável-Mestre é quem abre a loja e preside
os trabalhos em uma assembleia de maçons. É ele quem primeiro fala e, pautando
pelo que se encerra no ritual, cadencia com as batidas do seu malhete, de forma
harmoniosa, o andamento da reunião. É do trono de Salomão, onde se posta o
Venerável, que são proferidas as ordens que devem ser prontamente executadas.
O Primeiro Vigilante é aquele ao qual o
Venerável-Mestre primeiro se dirige, a fim de que suas determinações sejam acatadas
e obedecidas; é de responsabilidade deste vigilante o fechamento da loja. O Segundo
Vigilante, obedecendo às ordens do Venerável-Mestre, cientifica sua coluna
assim como foi feito pelo Primeiro Vigilante na sua.
É
atribuição precípua do Segundo Vigilante observar o sol no seu meridiano e chamar
os obreiros para o trabalho, dá-lhes recreação e cuidar para que os trabalhos
tenham início ao meio-dia e sejam encerrados à meia-noite.
A Palavra
Sagrada é enviada pelo Venerável-Mestre ao Primeiro Vigilante por intermédio do
Primeiro Diácono; logo na sequência a palavra é entregue ao Segundo Diácono que
a transmite ao Segundo Vigilante. Depois de realizada esta formalidade, o
Segundo Vigilante, executando uma batida com o seu malhete, informa ao Primeiro
Vigilante que tudo está Justo e Perfeito na Coluna do Sul.
O Primeiro Vigilante, de imediato, também com
uma batida do seu malhete, reporta ao Venerável que tudo está Justo e Perfeito
em ambas as Colunas.
Os irmãos
Mestre de Cerimônia e Hospitaleiro ao circularem, respectivamente, com o Saco
de Propostas e Informações e com o Tronco de Solidariedade, obrigatoriamente,
devem visitar primeiro os altares do Venerável-Mestre, do Primeiro e do Segundo
Vigilantes, nessa ordem. Retratando, assim, a hierarquia existente e a
organização com que se dirigem os trabalhos.
Esta
representatividade disposta em um templo maçônico durante a realização de suas assembleias,
com vista às três luzes, constitui um ritual que se repete há milênios. Mas com
que finalidade um grupo de homens se reúne em uma sala fechada ornada de
símbolos e paramentos estranhos ao mundo profano, desguarnecida de janelas, com
apenas uma porta, ali permanecem isolados?Esta pergunta é respondida de forma clara
e objetiva pelo Primeiro vigilante ao Venerável-Mestre quando este o questiona
- Para que nos reunimos aqui? -, o Primeiro Vigilante então responde com
convicção e firmeza - Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos
e os erros. Para glorificar a Verdade e a Justiça. Para promover o bem-estar da
Pátria e da humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao
vício.
A Maçonaria
Universal tem subsistido ao longo dos tempos devido à determinação de homens
dedicados denominados obreiros. A causa maçônica é a da busca da edificação do
templo moral de cada indivíduo iniciado em seus augustos mistérios fomentando o
progresso e a evolução dos povos através do conhecimento.
No interior de um templo maçônico, logo ao
início dos trabalhos, o Venerável concita aos irmãos a ajudá-lo abrir a loja,
pois sozinho esta tarefa é impossível, haja vista ser a Maçonaria um corpo
constituído de vários membros distribuídos em diversas partes do globo que,
unidos, possibilitam a realização de um propósito, discutir assuntos atinentes
aos problemas que atingem os destinos da humanidade, buscando soluções para
dirimi-los.
Os objetos
(ornamentos, paramentos, emblemas e figuras) encontrados em um templo maçônico
trazem consigo um riquíssimo arcabouço de significados simbólicos que serão
revelados nas instruções pelas três luzes da loja de acordo com a evolução espiritual-maçônica
de cada irmão iniciado, partindo de seu interesse e de sua dedicação aos
estudos sobre os “Mistérios da Ordem”.
As três
luzes, por representarem os três pilares que sustentam a Loja, devem estar em
perfeita harmonia para que a atmosfera no interior do templo não sofra
influência negativa. A ordem deve ser estabelecida impondo que nenhum irmão
passe de uma coluna para outra sem que para isso receba permissão de uma das
luzes, e é terminantemente vedado aos irmãos tratarem de assuntos alheios aos
do interesse da instituição maçônica.
As luzes de
uma Loja Maçônica devem ser escolhidas através de assembleia realizada pelos
membros da loja e presidida pelo Venerável-Mestre levando em conta a capacidade
de cada um dos candidatos para ocupar o cargo.
Simbolicamente
podemos perceber, a partir do apresentado, que a representatividade maior das
luzes em um templo maçônico é pautada pela organização e condução dos trabalhos.
Organização esta que utilizamos em nossa vida fora do templo.
Vencer nossas
paixões é um dos compromissos que temos para com nós mesmo, com a família e com
a humanidade. Sendo assim, é importante que o maçom internalize os ensinamentos
adquiridos na Maçonaria e busque empregá-los em suas ações no transcurso de sua
vida.
Costumamos ouvir dizer, e com muito acerto, que
devemos não só entrar para a maçonaria; mas, sim, deixá-la habitar em nós.
Aquele que
passa a fazer parte do quadro de membros de uma Loja Maçônica deve, antes de
tudo, ser um obreiro útil e dedicado, um militante da causa maçônica, e para
isso, requer trazer consigo os princípios norteadores de suas ações os quais
identificam o maçom onde quer que ele se faça presente; e as luzes, estas são
os arautos, os faróis que orientam os irmãos dentro dos princípios sublimes da
“Arte Real” cultuados desde tempos imemoriais por homens livres e de bons
costumes que em inúmeras ocasiões se sacrificaram pelo ideal coletivo, sendo
sempre esse ideal voltado para a honra e glória do Grande Arquiteto do
Universo.
Trabalho maçônico
concluído em 21/07/2015 pelo Ir.’.Murilo Américo da Silva, membro da
A.’. R.’. L.’. S.’. Onofre de Castro Neves nº 2.555,
Or.’. Carangola/MG.