DO PACTO E DA UNIÃO


O dicionário registra que Pacto é ajuste, contrato, convenção e que União é junção, coesão, concórdia, harmonia, UNIDADE...

 Para celebrar um PACTO é necessário entendimento; para alcançar a UNIÃO basta o Amor...

O estado de tensão nascido da crise dos valores do final de século XX leva o maçom a redimensionar seu papel na sociedade.

Preocupado não apenas com a cidadania, urge ao homem moderno defender e lutar pela preservação dos costumes e do meio ambiente.

Esta luta será, sem dúvida, um desafio para a maçonaria. Unida, forte e progressista a maçonaria tem um vasto campo de atuação visando ao progresso da humanidade, basta cada maçom dedicar sua cota de participação, desprovido de preconceitos e conservadorismo a serviço de sua Loja e da Sociedade.

Num momento de contrastes e confrontos, é bom lembrar que o Padre Antônio Vieira foi recolhido à prisão de 1665 a 1667. Aquele grande orador sacro foi defensor do capitalismo judaico e dos cristãos novos porque via no monopólio comercial a saída para os pequenos comerciantes que prosperariam na nova terra denominada Brasil.

Contra si teve o vociferar da burguesia cristã e não se intimidou na defesa dos indígenas e pequenos colonos. Vieira fez das matas o palco para sua pregação religiosa aos indígenas e do púlpito tribuna para seus comentários políticos.

Neste início de século cabe-nos, como obreiros da arte real, sedimentar a UNIÃO em prol do bem comum, assimilando a lição e os exemplos do PREGADOR Antônio Vieira, que, um dia, assim se expressou:

A UNIÃO “As obras da natureza e as da arte todas se conservam, e permanecem na união; e todas, na desunião, se desfazem se destroem e se acabam. Uma união de pedras é edifício; uma união de tábuas é navio; uma união de homens é exército. E sem esta união tudo perde o nome, e mais o ser. O edifício sem união é ruína; O navio sem união é naufrágio; o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união da alma e corpo) com união é homem; sem união é cadáver.”


Geraldo Ribeiro da Fonseca MM. Centenária Loja Maçônica Regeneração Barbacenense Barbacena - MG

MAÇONS, "LIVRES-PENSADORES”...



Aqui há uns tempos em conversa com um amigo sobre determinado tema, disse-lhe eu isto: “eu apenas te mostro o mapa, caberá a ti escolheres o caminho”. E de fato esta é a realidade em que temos de viver. Ou seja, nós somos as nossas “escolhas”, nós somos as “decisões” que tomamos e as ações que decidimos praticar.

Por mais que uns nos digam para irmos para a “esquerda”, outros para a “direita” e alguns inclusive nos digam para seguir pelo “meio”, a decisão final sairá de nós próprios, da nossa vontade, independentemente das indicações e dos conselhos que recebamos e que possam nos auxiliar na decisão a tomar.

Se decidirmos agir de certa maneira, coincidindo ou não com o que a generalidade ou somente com o que alguns considerem sobre tal, foi a nossa mente que o decidiu. 

Assim, todos nós na nossa Vida somos  - e seremos sempre - responsáveis por aquilo que decidirmos, sejam ações ou palavras e até mesmo pelos mais simples pensamentos.

- Fomos nós que os criamos/produzimos, logo somos nós responsáveis por eles, por inerência-.

Por mais influências que recebamos externamente, é o nosso íntimo, o nosso “Soi”, que irá efetuar a escolha do que concretamente iremos fazer.

Será a mais correta?!
Será a mais eficaz?!
Será a mais proveitosa?!

O que sabemos é que é a nossa decisão e apenas isso. Foi o que optamos por decidir. E que tal decisão seja sempre tomada em consciência com os princípios que advoguemos e com os quais nos sintamos devidamente identificados.

-Sejamos honestos, íntegros e coerentes nas nossas decisões!-

Os maçons, “livres-pensadores” como orgulhosamente se assumem, devem ter bem a noção de tal. Não bastará assumir algo ou determinada coisa para depois não se praticar isso na realidade.

É sempre esperado que um maçom use o seu bom senso e os seus bons costumes para decidir, se possível sempre, da melhor forma possível face às situações que a vida lhe apresenta.
-Tem o dever de agir dessa forma!-

O que poderá acontecer, e muitas vezes é inevitável tal, é que nem sempre as decisões tomadas possam ser as melhores ou mais corretas, uma vez que o maçom, tal como outro ser humano qualquer, também erra, mas como maçom tem a obrigação de aprender com esse erro e evitá-lo no seu futuro.

E aqui assumo que os maçons também erram, infelizmente algumas vezes e talvez, digo eu, vezes demais. Mas como o maçom é alguém que busca evoluir espiritualmente, ele também estará susceptível de efetuar mudanças no seu comportamento; logo também as suas decisões serão influenciadas pelas mudanças/ “transformações” que sofrer e as suas atitudes se revelarão melhor no seu comportamento e caráter. Tudo isto em prol do seu auto-aperfeiçoamento enquanto ser humano. 

Isso será o tal “polimento”, o tal “burilamento da pedra bruta” que na Maçonaria tanto se fala.

Os vícios ou erros comportamentais que possam ter existido na sua conduta no passado, deverão ficar aí mesmo, no passado. E “como de passado apenas vivem os museus” (como é usual se afirmar), no momento da Iniciação, no momento em que o recém neófito encontra a sua primeira centelha da Luz, nasce como uma nova pessoa, um “novo Homem”, e como tal terá acesso a “ferramentas sociais e espirituais” que poderá utilizar para melhor atingir o seu “nirvana”, por assim dizer. 

O que interessa por vezes não é o mapa, mas o caminho que se seguiu, mesmo para o nosso auto-aperfeiçoamento, o que importa é que decidimos livremente as decisões que tomamos e que escolhemos sempre, mediante o que a vida nos vai apresentando e mediante as condições que temos, mas que foram as melhores decisões que consideramos que podíamos e/ou devíamos tomar ou ter tomado. Isso sim é o mais importante nisto tudo.

Este caminho que seguimos é feito sozinho (somos nós que o temos que fazer), mas não é solitário (pois outros o fazem também) e temos ter a consciência e a noção disto.

Se olharmos para o lado veremos alguém a viver as mesmas situações ou outras, com decisões tomadas semelhantes ou completamente diferentes daquelas que, se fosse conosco, tomaríamos. A vida é isto mesmo, cheia de imponderáveis e é essa uma das mais valias de viver, a cada passo dado, a cada momento, nunca sabemos o que se seguirá, apenas o podemos tentar prever e nada mais.

O que concluindo posso afirmar é que independentemente das decisões e escolhas que tomemos, somos nós que o deveremos fazer e não outrem. E por elas nos responsabilizarmos. São estas decisões que nos definem como pessoas!

A grande diferença que temos em relação aos restantes seres vivos é a nossa “massa cinzenta” e que é devido a ela que pudemos livremente pensar.

É altura de a começarmos a valorizar mais e principalmente em começá-la a usar de uma forma correta e eficiente.

E posto isto, porque não… pensar?!

Do Blog: A Partir Pedra


MAÇONARIA & TOLERÂNCIA RELIGIOSA


A Maçonaria declara combater a intolerância, a ignorância e o fanatismo.
Esses três males estão intrinsecamente relacionados. A ignorância é, sem sombra de dúvidas, a origem e o cerne do fanatismo e de toda a intolerância, em especial a religiosa. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Essa máxima cristã ensina que o conhecimento, alcançado pela busca da verdade, liberta o homem da ignorância. A Maçonaria, em seus rituais, instruções e literatura, também é extremamente rica em passagens que revelam essa sua vocação. Além de sua história.
Como bem observado pelo pesquisador Antônio Gouvêa Mendonça, a Maçonaria constituiu “um peso razoável na balança a favor do protestantismo no momento de sua inserção na sociedade brasileira”.
Isso ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. Nessa época, de hegemonia e poder católico no Brasil, os protestantes eram a minoria, que sofria todo tipo de ataque intolerante, fanático, preconceituoso. E a Maçonaria, original defensora da liberdade religiosa, e em combate aos males já mencionados, muito colaborou para o ingresso e consolidação das igrejas protestantes no país.
David Gueiros Vieira, em seu artigo sobre o tema, destaca que a Maçonaria brasileira da segunda metade do século XIX, não somente trabalhou em prol do protestantismo, como também do liberalismo, da abolição da escravatura, do ensino laico, e da proclamação da república, garantindo assim a separação da Igreja-Estado, da qual todos usufruímos atualmente. Marcos José Diniz Silva, inclusive, atentou para a guerra midiática entre a Maçonaria e a Igreja Católica, a favor e contra o ensino laico e a liberdade religiosa, por meio de seus jornais. Mas foquemos aqui na questão religiosa.
Naquela época, os protestantes enfrentavam todo tipo de boicote, desde aquisição de terrenos para igrejas, compra de material de construção, mão de obra, até ameaças aos sacerdotes e fiéis, e atos de vandalismo.
Há registro de casos de congregações religiosas que funcionaram inicialmente nas dependências de Lojas Maçônicas, que as ajudaram a construir seus próprios edifícios. Há também registro de proteção maçônica a pastores em suas pregações públicas em todo o interior do país.
As igrejas pentecostais e neopentecostais, que surgiram no Brasil durante as décadas seguintes, usufruíram da base bem fundamentada, construída pelos protestantes tradicionais (históricos) com o auxílio dos maçons (muitos deles, também protestantes).
No entanto, atualmente, o Brasil tem assistido outra crise de ignorância, fanatismo e intolerância religiosa. Os noticiários têm apresentado uma crescente onda de casos de intolerância contra, principalmente, religiões de origem africana.
Aqui mesmo, nas proximidades da Capital Federal, três terreiros sofreram vandalismo e foram incendiados. Isso mesmo: no entorno de Brasília, em pleno século XXI. Lojas de artigos de umbanda também foram depredadas em Belo Horizonte.
Isso sem contar os casos quase que diários de agressão física, até mesmo a uma menina no Rio de Janeiro, apedrejada por ser adepta do Candomblé, e outra em Curitiba, agredida dentro de sala de aula pela mesma razão. Cada uma em um canto do país. Ambas, vítimas do que é uma clara afronta aos Direitos Humanos e à Constituição.
Infelizmente, alguns sacerdotes de certas vertentes evangélicas, também tomados pela ignorância, vez ou outra nos surpreende com discursos e propagandas antimaçônicas, como já noticiado aqui no blog.
Suas memórias curtas ou, simplesmente, puro desconhecimento (ignorância), levam-lhes ao erro de atacar a Maçonaria, que tanto colaborou para a consolidação de suas antecessoras e, consequentemente, de suas próprias igrejas no país. É esse tipo de “ignorância sacerdotal” que incita a intolerância, o fanatismo, levando indivíduos aprisionados a suas fés cegas e má orientações espirituais a atos de terrorismo como os mencionados.
Espero que nossas Obediências Maçônicas abracem novamente a causa do combate à intolerância religiosa, como fez há 150 anos. A reforma política já tem a atenção de grandes instituições, como o MPF – Ministério Público Federal, e a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
As minorias religiosas discriminadas não. Essa conquista maçônica do passado, chamada de liberdade religiosa, está seriamente ameaçada e merece mais uma vez nossa atenção. Não podemos esperar que as difamações contra a Maçonaria se transformem em apedrejamento de maçons e incêndio a Lojas Maçônicas para agir.
– See more at: http://www.noesquadro.com.br/2015/10/maconaria-tolerancia-religiosa.html#sthash.WFc9rvj0.dpuf


MODELOS DE MAÇONARIA



Temos ouvido e analisado alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria através dos anos. Alguns deles merecem ser citados.
Ouvimos de certa feita, que o modelo maçônico que nos legaram nossos Irmãos do passado já não se adapta ao homem atual. Está anacrônico.
Um irmão místico mencionou que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro de seus templos ainda existem símbolos poderosos e mágicos, mas que os maçons atuais não os respeitam como tais, pois não têm a noção de seus significados. Por esta razão, a Maçonaria fragmentou-se, perdeu a sua força e confundiu-se.
Outro irmão referia que o maior objetivo político que acalentou e deu forças a inúmeras gerações de maçons do século passado que era a República morreu com o nascimento desta, ou seja, desde então os maçons não tiveram em termos de Brasil um objetivo prioritário para lutar por ele.
Não criaram outra motivação cívica, a Maçonaria fragmentou-se em diversas Potências , cada qual com sua orientação político social, sempre se autodenominando representante de todas as opiniões da população maçônica e de quando em vez, soltando na imprensa brasileira bisonhos pronunciamentos políticos.
Entretanto, autores atuais afirmam que a Maçonaria visa apenas o homem em si, como líder, como embrião, como uma célula dentro da sociedade.
À Maçonaria caberia tão somente preparar este homem, mostrando-lhe os caminhos de seu autoconhecimento, e ensinando-o a ser um construtor social para que atue na sociedade como um núcleo em torno do qual estariam os demais segmentos dessa sociedade.
É provável que cada afirmação citada tenha a sua verdade.
Parece-nos que a última, sem menosprezar as demais, seria a mais atual e mais apropriada ao nosso tempo.
Mas como andam as coisas na Ordem?
É claro que as nossas divagações não se aplicam a todos os maçons, mas elas atingirão uma grande parte dos maçons brasileiros, bem como a muitas Lojas.
Se nos atentarmos para a realidade, pelo que poderemos observar no dia a dia, e, acreditamos que ocorra em todo o país, tais são as semelhanças entre as estruturas das cidades entre si, existem verdadeiros flagelos da Ordem, os quais abordaremos apenas alguns, aleatoriamente.
Falta de instrução e conscientização do que vem a ser Maçonaria. As sessões duram de duas a três horas e o período de estudos ou de instrução duram apenas quinze minutos, isto quando algum irmão tem um trabalho a apresentar.
Quanto à conscientização, com frequência não são respondidas as perguntas básicas que um Aprendiz faz a um Mestre, porque geralmente este não sabe respondê-las. Sempre existem as evasivas tradicionais, tais como: “Isso eu não posso responder. Você chegará lá. Estude”.
Então como poderá um Irmão estar consciente do que é a Maçonaria? Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado ao se entrar na Ordem. A maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de vista de graus, sem saber ao certo o que estão fazendo ou aprendendo.
A pressa de muitos Irmãos em sessão para que esta acabe logo, para poderem nos chamados “fundões” das Lojas, sorverem todo o tipo de pólvora que existe, e ao mesmo tempo se alimenta exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e de eflúvios etílicos tomarem decisões importantes.
Veneráveis fracos que não têm personalidade, dominados docilmente por verdadeiras eminências pardas dentro de sua própria diretoria.
Carreirismo político maçônico, com falsa liderança.
Esvaziamento das Lojas por desmotivação.
Comportamento antimaçônico de Irmãos que são verdadeiros profanos de avental, os quais querem, muitas das vezes, que seus defeitos se tornem regras morais para os demais.
Candidatos não gabaritados para tal, serem indicados para serem Maçons. Os poderes dentro de uma Potência estão desencontrados e comumente extrapolam seus direitos, não respeitando, às vezes, o próprio Grão-Mestre, que é a maior autoridade.
Várias Potências não se reconhecem entre si, mas se utilizam do mesmo Rito, cada qual à sua maneira (vide Rito Escocês Antigo e Aceito, no Brasil).
A respeitável denominação “Grande Arquiteto do Universo” virou simplesmente “Gadú”. Esta é uma nova palavra, que foi criada e muito pronunciada, por sinal.
Especialmente nas cidades de porte médio e grande, um Templo de propriedade de uma Loja é usado por ela apenas um dia da semana, quando naquele mesmo Templo poderiam funcionar pelo menos mais quatro Lojas. Falta de patriotismo com desconhecimento total da história do Brasil e participação de maçons nos eventos.
Se quiséssemos, enumeraríamos mais de cinquenta itens facilmente.
Citamos de passagem os Irmãos que não honram seus compromissos, valendo-se da mal interpretada tolerância maçônica.
A maioria dos maçons não lê sobre a Ordem.
Fácil será prever o futuro, caso não se tente mudar imediatamente ou reciclar, quer no campo administrativo, histórico, instrutivo, doutrinário ou moral. Precisamos ter a ousadia e a coragem de citar os males que a assolam e a prudência de sugerir alguma solução que possa melhorá-la. 
Entretanto, tudo vai bem na Ordem. Todos se chamam de Irmãos, fala-se muito em tolerância, todo mundo é livre e de bons costumes.
Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita realmente que tudo vai bem. São aqueles Irmãos puros, bem intencionados, almas limpas. Nas Lojas, os famosos e prolixos oradores continuam matraqueando desesperadamente, tecendo glórias e louvores ao Grande Arquiteto do Universo e a todos os maçons espalhados pela Terra.
Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porém não é nada disso, os outros justos e perfeitos fingem não saber do que se trata, pois a Ordem é fraternal e tolerante.
Estamos exagerando? Poderão argumentar que o autor é um pessimista, que os maçons de sua cidade são maus, que Maçonaria não é bem isso, e que na sua Loja não é assim.
Mas, estas afirmações têm muito de verdade. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a mente embaçada pelo conformismo.
Evidentemente o maior problema da Maçonaria é apenas uma questão de cultura e falta de instrução racional. Se tivéssemos três sessões mensais, onde além de se praticar uma boa ritualística, houvesse debates, conferências, cursos, mesas redondas, etc., a respeito da filosofia, ritualística e história da Ordem, bem como da Política como ciência, o preparo do Maçom seria outro.
Quanto às sessões administrativas, deveria haver apenas uma por mês.
Cada Potência deveria manter Encontros Semestrais de Aprendizes Companheiros e Mestres para toda a jurisdição, onde fossem apresentados trabalhos e estudos referentes a tudo o que diz respeito à Ordem.
Os Altos Corpos de cada Potência, especialmente nas simbólicas, deveriam manter severa vigilância com relação às alterações que os responsáveis pela Liturgia e Ritualística de cada Rito, costumam com frequência introduzir nos Rituais vigentes, a maioria invenções, enxertos, “achismos” etc.
Este controle tem que ser constitucional, ou seja, deverá constar na Constituição de cada Potência, e o “modificador” terá que enfrentar estes altos poderes da Obediência e estes aprovarem. Esta seria uma maneira de conter tanta alteração que pulula nos Rituais da Maçonaria brasileira, em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Como a unificação total da Maçonaria brasileira é uma utopia, a união, entretanto, não é, e já está sendo realizada. As três principais Potências não se reconhecem, mas nas Lojas-Bases está havendo uma intervisitação sistemática, numa camaradagem própria de Maçons que seguem o axioma “se fomos Iniciados, logo somos Irmãos” e as Lojas, mesmo de Potências diferentes, estão permitindo o direito de visitação, e este contato entre Irmãos está trazendo resultados.
Os Grão-Mestres das principais Potências deveriam sentar-se em torno de uma mesa e decidirem que, tratando-se de um mesmo Rito, todas deveriam ter somente um Ritual, o qual seria organizado por uma Comissão de Irmãos destas Potências. Igualmente deveria haver apenas uma Palavra Semestral e troca de correspondências a respeito dos candidatos não desejáveis para serem Maçons.
Nas cidades onde hajam Lojas das diversas Potências, deveria haver um Conselho de Veneráveis com rodízio na administração, o qual, paralelamente, tratasse de filantropia, problemas sociais, políticos (não partidários) de abrangência da comunidade.
Estas sugestões são fáceis e viáveis. Em algumas cidades já estão sendo realidade, mas não foram sacramentadas pelas cúpulas das respectivas Potências.
Não há perigo de desestabilização do poder de cada Potência.
Administrativamente, continuarão sendo o que são. O que é necessário é que se deixe a vaidade de lado e se doe de coração aberto à causa maçônica. É simples.
O Maçom brasileiro necessita com urgência encontrar uma nova vocação, uma meta maior, um programa de alto alcance que até possa parecer impossível, porém viável a longo prazo, que pudesse unir todos os Maçons em torno de uma idéia, um pensamento único.
As Potências deveriam se reunir através de seus mais brilhantes Irmãos e, após estudarem todos os detalhes, apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira. Este diagnóstico terá que levar em conta o nosso passado, analisando com muito cuidado o presente e estabelecendo metas para o próximo século.
Este que está findando já o perdeu. Só não perdemos ainda o nosso coração de Maçom e o amor à Ordem. Meditemos Irmãos!
Autor: Ir.’. Hercule Spoladore – Londrina – PR


PAINEL DO APRENDIZ - DUAS COLUNAS



Neste trabalho sobre o Painel de Aprendiz, apresentaremos inicialmente o seu conceito simbólico e relacionaremos todos os elementos que nele estão desenhados.

Então iremos comparar o desenho do Templo e as suas 2 Colunas, acrescidas das Romãs, Lírios, e Correntes, ao Templo Maçônico e ao Templo de Salomão. Por fim, apresentaremos breves informações sobre cada um dos símbolos ali representados.

Por Painel entendemos o Quadro que a Loja apresenta por ocasião da abertura dos trabalhos, existindo um por cada grau da denominada Maçonaria Azul: o da Loja de Aprendiz, da Loja de Companheiro, e da Loja Mestre. Nos graus filosóficos normalmente não se usa a denominação Painel, mas sim, Emblema ou Escudo.

No Painel estão desenhados todos os símbolos maçônicos, necessários ao desenvolvimento dos trabalhos do respectivo grau.

A sua colocação na Loja indica que continua viva toda a simbologia que orienta os trabalhos; indica também que nenhum trabalho seja iniciado sem que antes tenha havido um planejamento das atividades.

Por outro lado, todos os participantes, ao entrarem no Templo e ao olharem para o Painel, estarão cientes do grau em que os trabalhos estão a ser realizados.

No inicio, os símbolos hoje representados no Painel eram desenhados com giz, no chão, de tal forma que pudessem ser apagados no final dos trabalhos. 

Posteriormente passaram a ser pintados ou bordados sobre panos ou tapetes. Foi o maçom John Harris, quem desenhou os Painéis em 1820 e que, salvo pequenas modificações, se encontram em uso até hoje.

Todo o templo, incluindo o soalho, as paredes e o teto, é contemplado no Painel, sendo composto por:
  • Duas Colunas sobre as quais estão plantadas Romãs;
  • A Porta do Templo, antecedida por três degraus;
  • O Delta Luminoso, em cima da porta;
  • O Pavimento Mosaico, representado pela Orla Dentada que circunda o quadro; os Painéis antigos apresentavam, entre a porta e os degraus, um quadro mosaico em perspectiva representando o Pavimento Mosaico.
  • 3 Janelas fechadas com malha de arame;
  • Uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica;
  • Uma corda que emoldura o quadro, representando a corda de 81 nós;
  • O Sol e a Lua.
Os instrumentos de trabalho dos pedreiros também estão representados:
  • O Esquadro e o Compasso;
  • O Prumo e o Nível;
  • O Malho e o Cinzel;
  • A Prancha de Traçar.
O TEMPLO DE SALOMÃO
O Templo de Salomão foi construído com pedra, madeira de cedro e ouro.

A pedra representando a estabilidade; a madeira a vitalidade, e o ouro a espiritualidade. Na Maçonaria, a Loja surge no Templo.

O vocábulo sugere local de habitação e seria onde os operários da construção descansavam e debatiam seus problemas sociais e espirituais. Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o Templo que cada um de nós tem em si próprio, a Bíblia fornece aos Maçons.

O Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico. Como simples confirmação disto, sabemos que o Templo foi edificado com pedras lapidadas na pedreira, pois assim, durante a construção da Casa de Deus, não seriam ouvidos nem o som do martelo nem de qualquer outro instrumento de ferro.

Ora, assim é o Templo do Aprendiz, onde a pedra bruta será lapidada sem o barulho do martelo, somente no silêncio dos estudos e das meditações.
AS DUAS COLUNAS (1º LIVRO DOS REIS, CAP.VII - BÍBLIA)
Para a construção do Templo, o Rei Salomão trouxe de Tiro, um artesão de nome Hiran Abiff, israelita por parte de pai e nephtali, por parte de mãe. Foi esse homem quem executou todos os ornamentos do Templo de Salomão, incluindo as 2 colunas construídas em bronze, que simbolicamente representavam as 2 colunas de homens que Moisés dirigiu quando da fuga dos Hebreus do Egito.

No alto das duas colunas, Hiram colocou um capitel fundido em forma de lírio. Ao redor deste, uma rede trançada de palmas em bronze, que envolviam os lírios. Desta rede, pendiam em 2 fileiras, 200 romãs. À coluna da direita foi dado o nome de Jachin (Yakin) e à da esquerda, Booz.

Atribui-se à coluna Jachin a cor vermelha - ativo, Sol ; e à coluna Booz a cor branca ou preta - passivo, Lua. O Vermelho simboliza a inteligência, a força e a glória; o Branco simboliza a beleza, a sabedoria e a vitória.

Há quem suponha que as colunas se destinariam à guarda dos instrumentos e ferramentas dos operários, e que junto a elas estaria o local onde os operários recebiam os seus salários.

Nestas colunas, estariam guardadas ainda as espécies e o ouro com que os operários seriam pagos. No entanto, pelo tamanho das colunas fornecido pela Bíblia, seria impossível, em tão pequeno espaço, caber todas as ferramentas e instrumentos, além do ouro e espécies.

Essa suposição não é sequer suportada pela Bíblia, que em nenhum momento cita as colunas como local possuidor de portas ou armários.

Na tradução latina dos nomes, Yakin significa "Ele firmará" e Booz, "nele está à força”, ou seja, "Ele firmará a força"; ou ainda, "nele está à força que firmará", como quem quer dizer que Nele, em Deus, está a força necessária à estabilidade, ao sucesso.

Assim sendo, as 2 colunas simbolizam a presença do Senhor no Templo.

Escrito por A Jorge

Fonte: Loja Maçônica Mestre Afonso Domingues


SOMOS MAÇONS?


A indagação que faço está intimamente ligada à atual condição e situação da Maçonaria como um todo, pois, se temos uma entidade que se intitula de Sublime Instituição, como sermos maçons e, não apenas, estarmos maçons?

A pergunta tem fundamento na crise que, atualmente, impera no mundo em geral, no Brasil com ênfase e na Maçonaria, como consequência dessa disparidade de comportamentos que existe.
A crise no mundo contemporâneo abrange a ética, a economia, o direito das pessoas, dentre outras, pois, não se conhece ausência de corrupção em nenhum lugar no mundo; na economia vemos a concentração de renda e capital cada vez mais nas mãos de poucos, em detrimento do todo e da Paz; e o direito das pessoas ao bem estar, à saúde, à liberdade, quer de pensamento, quer de ações, tudo se encaminhando para um confronto mundial de forças, com resultados os mais escabrosos e desastrosos possíveis.
No Brasil, não há nem o que se comentar, pois, qualquer tema que se busque, temos o negar de todas as boas qualidades do ser humano, atualmente, desvirtuadas em razão do TER em lugar do SER, como é sabido e como a grande mídia nos passa, em total negação da boa convivência.
Será que a humanidade precisa disso?
Será que isso não é a negação de tudo o que os grandes filósofos pregaram no que foram acompanhados por todos os líderes religiosos do passado, que sempre nos deram muitos exemplos de amor e fraternidade?
E na Maçonaria, o que ocorre nos dias atuais?
Nossa instituição atravessa, atualmente, uma fase extremamente difícil e, até mesmo, perigosa, pois, a persistir os sintomas de sua deterioração, irá se extinguir e, em futuro não muito distante, será apenas um verbete de dicionário, cuja significação será, aproximadamente, a seguinte: “Antiga instituição que abrigava cidadãos proeminentes da sociedade, que visava instaurar, no mundo, a trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que desapareceu por completo, por incúria de seus adeptos”.
O que se assiste neste momento, em especial aqui no Brasil, é que nossos irmãos convidam os homens com os quais têm interesses econômicos ou políticos, em geral, não levando em consideração tudo aquilo que consta como condição para o ingresso daquela pessoa, como, por exemplo, ser livre e de bons costumes, ou seja, livre de quaisquer amarras a vícios e extremismos, para que possa se modificar, construindo seu templo interior, a fim de servir de bom exemplo no mundo profano; homem dotado de boa convivência social, com impoluta conduta no seio do grupo social onde exerce seu mister e convive, pois, se tiver qualquer falha de conduta, não irá buscar uma nova forma de vida, objeto maior de nossa Maçonaria.
Por falar em objetivo maior de nossa Sublime Instituição, gosto de lembrar a lição deixada pelo Octacilio Schüller Sobrinho, no seu Desafio das Mudanças, de que “Maçonaria é uma ESCOLA DO CONHECIMENTO e nada mais. Não é nunca foi e nunca será um partido político. Não é, nunca foi e nunca será uma instituição econômico financeira.” (P. 17), ou seja, que nós devemos estar cientes e conscientes, ao ingressarmos nas fileiras maçônicas, de que nossa meta maior é o estudo, a reflexão e a conscientização, que leva ao Conhecimento e este, à Sabedoria que, no meu entender pessoal, é a aplicação do Conhecimento em prol de todos, não visando receber nada em troca, a não ser a discussão dos temas para a síntese, tão necessária.
Outro escritor maçom, Ubyrajara de Souza Filho, em recente obra: Ensinamentos Maçônicos (Mitologia, Filsofia e Gnose Aplicada à Maçonaria), nos traz lições que traduzem, com maestria, minha opinião a respeito de sermos ou não maçons.
Diz ele, referindo-se à Cultura Maçônica:
“Na verdade o conceito de Cultura Maçônica deve congregar a interpretação de seus Símbolos, a prática de tradições maçônicas e suas lendas míticas; não somente aquelas que foram incorporadas dentro dos Rituais e são exemplificadas em suas Cerimônias, mas também aquelas que, embora não figurem nas Instruções das Lojas, foram transmitidas oralmente como partes de sua história e enunciam em seu cânone de Instrução verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do frequente uso de arquétipos, sem se referir à veracidade dos relatos.

Assim sendo, o futuro da maçonaria está diretamente ligado ao desenvolvimento cultural do Maçom. … o Maçom deve estar consciente de que se cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros, a Cultura Maçônica deverá ser o resultado da forma como os Maçons receberam e transmitem seus ensinamentos; se cultura é criação, é importante estar atento que ele não só receber a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam; e se cultura é um fator de humanização, deve compreender que esta transformação só ocorrerá porque ele é parte de um grupo em constante aperfeiçoamento cultural. (P. 20/21).
Mais adiante, o mesmo autor afirma que “O desafio maior do Maçom deve ser trabalhar incessante e incansavelmente no difícil ofício de ser Maçom em tempo integral, não somente dentro da Maçonaria.” (P. 23).
Na página 25 faz algumas afirmações, a meu ver, imprescindíveis para nos conscientizarmos do que é ser maçom:
“ Ser Maçom é fazer prevalecer a igualdade entre os Irmãos, para que as Lojas possam se tornar um catalisador de união e harmonia e promover a prática de um legítimo sentimento de Fraternidade entre os Irmãos para que, aprendendo a respeitar o que é específico de cada um e entendendo essa diferença como uma riqueza matizada que confere sentido à vida, consiga criar e difundir profundos e sólidos laços de amizade.
Por fim, Ser Maçom é questionar o mundo que o rodeia. …”
Finaliza:
“Para que aconteça “Maçonaria” é indispensável que sejamos Maçons o tempo inteiro, não somente dentro das Lojas ou em ambientes maçônicos. É necessária a conscientização de que devemos estar sempre comprometidos com os valores maçônicos nesse grande desafio de sermos reconhecidos como Homens Livres e de Bons Costumes. 
Como se pode perceber, ser Maçom não é, apenas, passar pela cerimônia da Iniciação, galgando, posteriormente, os outros graus, muitas vezes, até o ápice dos graus filosóficos, se não permitirmos que a Maçonaria faça, de nós, homens diferentes dos demais, para que nos destaquemos na sociedade, servindo, com nosso exemplo, aos princípios maiores da Moral e da Ética – a boa ética, pois, assim agindo, estaremos cumprindo nosso papel de construtores de uma nova sociedade.
O que devemos praticar, em Loja, é discutirmos os temas que envolvem a Maçonaria, a fim de conhecer sua história, suas realizações e, principalmente, o que ela ainda pode fazer pela humanidade; discutir, ainda, temas candentes da sociedade, como o que ocorre na política deste país ou nos conflitos do oriente médio, buscando saber o que pode ocorrer e quais as consequências advindas da violência que por lá graça e atinge as populações locais, onde há um enorme desprezo pela vida e integridade humanas, dentre outros assuntos.
E qual a finalidade dessas discussões?
Buscar orientar nossos filhos e netos para que eles aprendam o verdadeiro sentido da vida, nosso papel no mundo que nos cerca, a fim de que possamos deixá-lo mais seguro e habitável para as gerações futuras.
Fazer, da nossa Loja um centro de estudos e difusão do conhecimento, a fim de nos prepararmos na luta pela vida profana, atendendo aos princípios de Maçonaria, deixando de lado nossas aspirações e sonhos pessoais, a fim de, efetiva e realmente, contribuirmos, decisivamente, para um mundo melhor, mais bonito e mais pacífico para a sobrevivência do ser humano sobre o orbe em que vive a raça humana.
Bibliografia:
Schüler Sobrinho, Octacílio, O Desafio das Mudanças, Ed. Maçônica “A Trolha”, julho de 2004.
Souza Fº., Ubyrajara, Ensinamentos Maçônicos (Mitologia, Filosofia e Gnose Aplicada à Maçonaria), Ed. Maçônica “A Trolha”, setembro de 2014.
Fonte: JB News


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