O uso do celular nas Lojas Maçônicas é sintoma, não problema.
Vamos tratar o problema que o sintoma desaparece naturalmente.
Já foi o tempo em que celulares serviam só para falar. Nesses pequenos
aparelhos temos um acumulo impressionante de funções, capaz de satisfazer todas
as nossas necessidades tecnológicas. A postura comum é que em eventos públicos
como cinemas, teatros, audições musicais e palestras, os celulares devem
ser desligados. O motivo? Não atrapalhar a concentração de quem está
apresentando e de quem está ouvindo.
Na Loja Maçônica temos adotado essa posição e de forma veemente
tem sido feita proibição ao uso do aparelho nos horários de reunião. O
Mestre de Cerimônia pede educadamente para ser desligados os celulares ou que
deixem no modo silencioso se for necessário.
Argumentos que apoiem a ideia do ‘não uso de celular’ na Loja
Maçônica são bem conhecidos. Tenho como propósito, neste artigo, mostrar que o
‘problema’ do celular é muito mais abrangente do que apenas desligar um
aparelho, e acaba trazendo a tona graves deficiências da Maçonaria em lidar com
os Maçons na juventude e as para-maçônicas, como a Ordem Demolay,
RaibowGirls e Filhas de Jó. Se deixar, eles ficam 100% focados nos
Smartphones.
VIBRACALL
Celular toca na Sessão da Loja Maçônica. Faz aquele barulho e todo mundo
se vira. Então um irmão começa a mexer nervosamente na sua bolsa até encontrar
o bendito aparelho. Mas não basta ter o aparelho na mão, é preciso agora
encontrar algum botão que desligue ou diminua o barulho. Geralmente a pessoa
acaba apertando o celular no corpo, no intuito de abafar o som. Cena conhecida?
E nem falar daquele irmãozinho que atende com estrondosos gritos de: Alô? Alô?
Eu já vi isso.
Tenho reparado que 90% das vezes em que um celular toca na Loja Maçônica
trata-se de um celular de uma pessoa adulta (mais de 40 anos). Jovens raramente
tiram o celular da função vibracall, até porque o celular fica ‘colado’ ao jovem.
Justiça seja feita; se celulares tem atrapalhado a reunião, não podemos culpar
os jovens por isso. Eles estão habituados à tecnologia e sabem mesmo como lidar
com isso.
Se a proibição do uso do celular na Loja Maçônica se dá porque o celular
pode atrapalhar o andamento da reunião, podemos ficar tranquilos. Jovens, em
sua grande maioria, não atrapalham a reunião com seus celulares.
FALTA DE ATENÇÃO
Você pode estar pensando neste momento: Tudo bem, não atrapalha os
outros com o barulho, mas e a reverência? E a concentração do jovem na Sessão
da Loja ou Capítulo? Se os jovens ficam mexendo no celular durante os
trabalhos, isso ocasionará falta de atenção!
Sim! É verdade. O celular pode ser usado pelo jovem para jogar com um
dos muitos joguinhos que o celular tem, para acessar as redes sociais e ficar
batendo papo, para assistir pequenos vídeos, ver imagens, etc. Acredita que uma
vez conheci um grupo de jovens que criou uma rede interna de jogo dentro da
Loja? (sim, eles conseguem fazer isso e muito mais!) Precisamos concordar que,
se o celular é usado com esse fim, atrapalha, e muito, a concentração na sessão
e também a concentração de quem sentou ao lado e reparou o que o irmão está
fazendo.
Mas a pergunta é: O problema é o celular? Não! O celular não é
problema. É sintoma! Vou repetir isso porque é uma declaração forte. O USO DO
CELULAR NA LOJA MAÇÔNICA, estão sendo distraindo pelo uso do celular é porque
de alguma maneira seu coração não está nesse lugar. O corpo está presente na
Loja, mas o coração (a mente) está desesperada por sair desse lugar. As
programações da Loja não estão tocando o coração do irmão de maneira nenhuma. E
você pode falar agora: Claro, como a programação vai tocar seu coração se ele
fica mexendo no celular?
Tem uma coisa que você precisa aprender sobre os jovens irmãos desta
geração. Os jovens conseguem se concentrar mais num assunto quando estão
mexendo em algo com as mãos. Geralmente quando eles precisam pensar mexem no
celular! (se não acredita em mim, pergunte a eles) Se você vê um jovem irmão
mexendo no celular, acredite, ele está ouvindo o que está sendo falado na
reunião. Só que ele decidiu que não é importante.
Qual o real problema? Falta de FOCO. O irmão precisa ter um
encontro com a Egrégora da Loja.
Verdade seja dita, temos tentado resolver esse problema pedindo
para desligar o celular. Resolveu o problema? Pode ser que não tenha mais
distração na Loja, que o irmão fique igual uma estátua dentro da Sessão, mas o
problema continua. Esse Irmão ainda precisa ser alcançado pela Egrégora da
Sessão. Com celular ou não, logo esse Irmão sairá da Maçonaria. E não será por
causa do celular...
Tenho reparado que as Lojas que são mais enfáticas e estritas quanto ao
não uso do celular dentro da reunião são as Lojas que menos acolhida tem para
com os jovens irmãos. Lojas onde os jovens irmãos não tem espaço para
participar, que não os deixam participar da organização de atividades, não tem
nenhum jovem irmão fazendo parte das comissões.
São Lojas em que os irmãos são reprimidos ao ponto deles nunca
apresentarem trabalhos por medo a serem criticados. O jovem irmão
não se sente ‘parte’ daquilo que está acontecendo. Não foi envolvido nas
atividades e por tanto não tem interesse em apenas sentar e ouvir e vai buscar
refúgio no celular...
O CELULAR COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
MAÇÔNICO
Mas dá pra usar o celular na Maçonaria? Existe um campo muito
grande para o uso do celular na Maçonaria. Se bem utilizado pode se tornar uma
grande benção para os irmãos.
No celular é possível acessar a trabalhos, blogs, textos, sites e redes
sociais ligadas ao assunto Maçonaria.
CONCLUSÃO
A Maçonaria está preparada para essa revolução que estou propondo?
Acho que não. Ainda não. É provável que ainda precisemos aconselhar a não
usar o celular. Para poder colocar na prática aquilo que estou
propondo é preciso conscientizar, incentivar, educar. Isso leva tempo.
Eu imagino que de aqui a 5 ou 8 anos (se o mundo durar tudo isso) vamos
ter postura diferente quanto ao uso do celular na Loja. De aqui a 5 anos você
vai se lembrar desse artigo.
Com amor fraternal, Ir.’ Denilson Forato.
Parabéns.
ResponderExcluirVagner ARLJoao Ramalho.
TFA