Um dos vários motivos
que me levaram a “bater à porta” do Templo e entrar na Maçonaria, e o mais
importante (disso tenho a certeza!) foi o de precisamente puder “desbastar
a minha pedra bruta”.
Pedra Bruta essa
que não é uma capa ou camada rochosa que sirva de sustentação para a minha pele
ou corpo; mas antes sim, uma capa que envolve a minha Alma.
Essa Pedra
Bruta a ser (e que quer ser!!!) lapidada sou EU!!!
Não que eu tenha
imperfeições ou qualquer defeito no meu corpo. Nada disso!!!
Tenho antes,
algumas imperfeições na Alma. Imperfeições essas que me impedem de
ser um Homem Bom e Perfeito.
São vícios, são vontades
e paixões a combater, muitos “Eus” e poucos “Outros”, que me impedem
de ser alguém melhor do que aquilo que sou na realidade.
E são estas arestas
defeituosas que eu quero desbastar, partir, extirpar de
Mim.
A Pedra
Bruta em si, simboliza a Imperfeição do Homem comum, com os seus vários
defeitos. E é o seu trabalho, o seu desbastar, o seu polir, que importa
refletir.
Quais as ações a tomar,
quais as ferramentas a ser usadas. Essas sim são as tarefas de quem
quer polir a sua pedra bruta.
Quando na cerimônia da
minha Iniciação segurei as ferramentas de Aprendiz e dei as pancadas
rituais na Pedra Bruta, senti naquele momento que algo em mim estava a mudar,
senti que algo mudava para melhor.
Senti que naquele
momento aquela pedra era eu, e reparei que ainda tinha muito trabalho pela
frente. Pois aquela pedra bruta, com as faces “mal amanhadas” como se usa
dizer, em nada se parecia com a Pedra Cúbica e Perfeita que tanto almejo em me
tornar.
E sei que só cultivando
a prática do Bem, da Solidariedade bem como da Caridade, do cultivo da
Fraternidade, Tolerância e Respeito pelo próximo, com uma enorme disciplina e
vontade de aprender; somente dessa forma me poderei tornar numa Pedra
Polida, e deixar de ser esta pedra tosca e feia que hoje
sou.
Não sei se algum dia terei as minhas faces tão polidas e serei tão perfeito como a pedra "polida" que se encontra no interior do Templo; mas uma coisa tenho eu bem por certa, é que não me cansarei de usar o malho e o cinzel, por mais que as "mãos me doam" ou que os "calos me incomodem", até que a minha forma se assemelhe a ela.
Não sei se algum dia terei as minhas faces tão polidas e serei tão perfeito como a pedra "polida" que se encontra no interior do Templo; mas uma coisa tenho eu bem por certa, é que não me cansarei de usar o malho e o cinzel, por mais que as "mãos me doam" ou que os "calos me incomodem", até que a minha forma se assemelhe a ela.
E quando chegar esse dia
poderei pousar e guardar finalmente as minhas ferramentas e então,
poderei partir contente e satisfeito, pois pouco terei mais a
fazer...
Ruy Bandeira
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