Compartilharei agora com os meus amados e queridos irmãos uma metáfora escrita e descrita por Platão em seu Sétimo livro de: A República.
Nesta alegoria Platão pretende exemplificar como o ser
humano pode se libertar da condição de escuridão, que o aprisiona, por meio da
luz da verdade, em que o filósofo discute sobre teoria do conhecimento,
linguagem, educação e sobre um estado hipotético.
A alegoria é apresentada após a analogia do sol (508b a
509c),
Seguindo uma linha historiográfica, o filósofo
inicia:
Pessoas acorrentadas, sem se poderem mover, forçados a
olhar somente a parede do fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a
si próprios.
Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles
por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando objetos que
representam *homens e outras coisas viventes*.
As pessoas caminham por detrás da parede de modo que os
seus corpos não projetam sombras, mas sim os objetos que carregam. Os
prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles e veem apenas as sombras
que são projetadas na parede em frente a eles.
Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de
fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras,
pensam ser eles as falam das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que
essas sombras sejam a realidade.
Imagine que um dos prisioneiros seja libertado e forçado
a olhar o fogo e os objetos que faziam as sombras (uma nova realidade, um
conhecimento novo). A luz iria ferir os seus olhos e ele não poderia ver bem.
Se lhe disserem que o presente era real e que as imagens
que anteriormente via não o eram, ele não acreditaria. Na sua confusão, o
prisioneiro tentaria voltar para a caverna, para aquilo a que estava acostumado
e podia ver.
Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus
antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, os
seus olhos, agora acostumados à luz, ficariam cegos devido à escuridão, assim
como tinham ficado cegos com a luz.
Os outros prisioneiros, ao ver isto, concluiriam que sair
da caverna tinha causado graves danos ao companheiro e, por isso, não deveriam
sair dali nunca. Se o pudessem fazer, matariam quem tentasse tirá-los da
caverna.
Platão não buscava as verdadeiras essências na simples
Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de
Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível.
E o personagem da caverna, que por acaso se liberte, corre como Sócrates, o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de determinado modo e, então. vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta lhe mostrar novos conceitos, totalmente diferentes.
Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna:
Ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas
crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas
poucas possibilidades.
Em *A República* no livro 7, folhas 517c, Platão escreve:
"Quando vista, esta alegoria deve nos levar à
conclusão de que esta é de fato a causa de todas as coisas, de tudo que tem de
correto (orthós) e belo (kálos), dando à luz no mundo visível para a luz, e
mestra da luz, a si mesma no mundo inteligível fonte autêntica da verdade
(aletheia) e razão (nous), e qualquer um que agir sabiamente em particular ou
público deve tomar vista disso".
A interpretação desta Alegoria:
O mito da caverna é uma metáfora da condição humana
perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e
à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa
do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o
conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as
respostas não no acaso, mas na causalidade.
Segundo a metáfora de Platão, o processo para a obtenção
da consciência, isto é, o conhecimento abrange dois domínios:
• O domínio das coisas sensíveis (eikasia e
pístis) e...
• O domínio das ideias (diánoia e nóesis).
Para o filósofo, a realidade está no mundo das ideias, um
mundo real e verdadeiro e a maioria da humanidade vive na condição da
ignorância, no mundo das coisas sensíveis, este mundo, no grau da apreensão de
imagens (eikasia), as quais são mutáveis, não são perfeitas como as coisas no
mundo das ideias e, por isso, não são objetos suficientemente bons para gerar
conhecimento perfeitos.
Inclusive, em 2016, Neurocientistas chegaram a mesma
conclusão de Platão relativo a percepção humana.
Quem aprende convosco é:
REINALDO DE FREITAS LOPES - MM
Obreiro da maçonaria universal e especulativa,
zelador de meus direitos e senhor de minhas ideias e se reconhecido ou não por
algum irmão, ainda assim não sou ele, sou eu e a ele estou sempre:
Em Pé e a Ordem.
Todos recebam o meu TFA.
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