I. Privilégio Invisível: O que não percebemos,
mas carregamos
Em nossa caminhada iniciática,
somos lembrados de que todos iniciamos pela mesma porta estreita. No entanto,
esquecemos que cada um de nós veio de um ponto diferente do caminho profano.
Alguns foram preparados pelo destino com famílias estruturadas, educação
formal, exemplos éticos; outros, contudo, vieram feridos, sem referências e
marcados por realidades adversas.
Devemos ter um alerta: “Corpos
frágeis requerem mais cuidados”. Da mesma forma, almas que não foram nutridas
com valores superiores exigem mais paciência, atenção e formação. O privilégio
aqui não se refere apenas ao material, mas ao simbólico e espiritual.
II. Formação Espiritual: Nem todos estão
prontos ao mesmo tempo
A Maçonaria é uma escola
iniciática e espiritual. É nosso dever entender que cada irmão está em um
estágio de consciência diferente. Como o jardineiro que não exige que todas as
flores desabrochem ao mesmo tempo, devemos reconhecer que a formação da alma
exige tempo, cuidado e, principalmente, empatia.
A filosofia mostra no texto, o
“cuidado da alma”. E isso é Maçonaria em sua essência: transformar o ser pela
paciência, pelo exemplo e pela instrução contínua.
III. O Dever do Iniciado: Compreender antes de
julgar
No silêncio do Templo, muitas
vezes ecoa um julgamento silencioso: “Por que ele ainda não aprendeu?” ou “Por
que não age corretamente?”
Mas o Iniciado verdadeiro sabe
que julgar é um instinto do ego, enquanto compreender é uma virtude da alma
desperta. O privilégio de ter sido orientado, instruído, amado ou inspirado
deve nos conduzir à humildade, não à arrogância.
Ser tolerante não é ser
permissivo; é compreender a raiz do erro antes de aplicar o cinzel da correção.
É erguer o irmão com o compasso da empatia e guiá-lo com a régua do exemplo.
IV. Trabalhar com o que se tem
Há Irmãos que chegam à Ordem com
luzes já acesas. Outros ainda tateiam no escuro. Mas todos carregam uma
centelha. O Iniciado deve ser aquele que, reconhecendo seus privilégios e
oportunidades, transforma isso em ferramenta de serviço ao coletivo, e não em
trono de julgamento.
CONCLUSÃO: O privilégio é
oportunidade de servir
A reflexão que se impõe não é
sobre o quanto sou melhor, mas o quanto posso ser mais útil por ter recebido
mais.
A verdadeira iniciação se revela
quando passamos a ver no erro do outro uma oportunidade de ensinamento, não de
condenação.
Se a Maçonaria é escola, somos
todos aprendizes — e os mais sábios devem ser os mais pacientes.
Se temos o privilégio da
consciência, que ela nos sirva para acender a tocha daqueles que ainda caminham
nas sombras.
Assim seja, no Oriente Eterno da
Luz.
E lembrem-se, a humildade precede
a honra.
A/D
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