sábado, 11 de outubro de 2025

GRAU DE APRENDIZ NA MAÇONARIA


Grau de Aprendiz na Maçonaria é o primeiro passo na jornada de um maçom e serve como base para todo o conhecimento que será adquirido nos níveis subsequentes. Este grau é onde o iniciado começa a aprender sobre os símbolos, rituais e responsabilidades que moldarão sua trajetória dentro da Maçonaria.

 

Neste artigo, exploraremos em profundidade o significado do Grau de Aprendiz, os símbolos que o acompanham, o processo de iniciação, e como esse grau prepara o maçom para avançar em sua jornada espiritual e moral. Ao longo deste texto, discutiremos os elementos essenciais do Painel do Grau de Aprendiz, as lições morais e éticas que devem ser cultivadas, e a importância do progresso para o próximo grau.

O QUE É O GRAU DE APRENDIZ NA MAÇONARIA?

O Grau de Aprendiz na Maçonaria é o ponto de partida para todos os maçons. Ele representa o início da jornada maçônica, onde o indivíduo, conhecido como Aprendiz, é introduzido aos ensinamentos e valores fundamentais da ordem.

Este grau é simbolizado pelo aprendizado e pelo trabalho árduo, ambos necessários para o desenvolvimento pessoal e espiritual do homem. No Grau de Aprendiz, o iniciado começa a entender a importância do autoconhecimento e da disciplina, elementos essenciais para o progresso dentro da Maçonaria.

O Aprendiz é incentivado a refletir sobre sua própria moralidade e a buscar o aprimoramento contínuo, tanto em sua vida pessoal quanto em sua participação nas atividades da Loja. Além disso, o Grau de Aprendiz serve como base para a compreensão dos ensinamentos mais profundos que serão revelados nos níveis seguintes.

SIMBOLISMO NO GRAU DE APRENDIZ

O Grau de Aprendiz na Maçonaria é repleto de simbolismos que servem como orientações para o aprendizado e desenvolvimento moral do iniciado. Cada símbolo carrega uma lição valiosa, destinada a instigar a reflexão e o entendimento mais profundo dos princípios maçônicos.

SÍMBOLOS PRINCIPAIS

Um dos símbolos mais reconhecidos do Grau de Aprendiz é o Pavimento Mosaico, composto por ladrilhos em preto e branco. Esse pavimento simboliza a dualidade da vida, o bem e o mal, e a necessidade de equilíbrio na jornada do maçom. O Aprendiz é ensinado a caminhar por esse pavimento com cuidado, reconhecendo os contrastes e buscando harmonia em todas as suas ações.

As Colunas J e B são outros elementos importantes no simbolismo do Grau de Aprendiz. Representando as colunas do Templo de Salomão, essas colunas simbolizam a força e a estabilidade, princípios fundamentais para o crescimento do maçom. A Coluna J (Joaquim) representa a estabilidade física, enquanto a Coluna B (Boaz) simboliza a força espiritual.

A Escada de Jacó, outro símbolo central, representa a ascensão espiritual. Composta por degraus que simbolizam virtudes como a fé, a esperança e a caridade, a escada é um lembrete de que o Aprendiz deve sempre aspirar a um nível mais elevado de moralidade e sabedoria.

FERRAMENTAS DO APRENDIZ

As ferramentas simbólicas do Aprendiz, como a régua e o malho e o cinzel, são instrumentos que representam a construção do caráter e a disciplina necessária para o aprimoramento moral.

A régua, com suas 24 polegadas, simboliza a divisão do tempo de maneira equilibrada entre trabalho, descanso e devoção. O malho, por sua vez, representa a força de vontade e a determinação necessárias para moldar o próprio caráter, eliminando vícios e cultivando virtudes. O cinzel simboliza a precisão e o aperfeiçoamento, representando a busca pelo conhecimento e o esforço para alcançar a perfeição.

O RITUAL DE INICIAÇÃO

O Ritual de Iniciação no Grau de Aprendiz é um dos momentos mais significativos na jornada de um maçom. É durante essa cerimônia que o indivíduo é formalmente introduzido à fraternidade e começa sua transformação espiritual e moral.

A Cerimônia de Iniciação

A cerimônia de iniciação é carregada de simbolismos e rituais cuidadosamente planejados para ensinar lições profundas ao novo Aprendiz. Desde o início, o candidato é levado a um estado de reflexão, muitas vezes simbolizado pelo uso de uma venda nos olhos, representando a ignorância e a busca pela luz do conhecimento.

Durante o ritual, o candidato passa por uma série de provas que representam os desafios da vida. Estas provas são projetadas para testar a força de vontade, a coragem e a determinação do candidato, e cada uma delas carrega um significado simbólico profundo. Ao final dessas provas, a venda é removida, simbolizando a nova visão e o entendimento que o candidato começa a adquirir.

JURAMENTO E DEVERES

Ao longo da cerimônia, o Aprendiz faz um juramento solene de cumprir os deveres da Maçonaria, de respeitar seus irmãos e de trabalhar continuamente para o seu próprio aprimoramento moral e espiritual. Este juramento é um compromisso com os princípios maçônicos e com a comunidade da Loja, estabelecendo um vínculo de confiança e responsabilidade.

Os deveres do Aprendiz incluem a prática do silêncio e da humildade, a dedicação ao estudo e ao trabalho maçônico, e o respeito às tradições e rituais da ordem. O Aprendiz é incentivado a ser um observador atento, absorvendo o conhecimento e os ensinamentos oferecidos pelos irmãos mais experientes, enquanto começa a aplicar esses princípios em sua própria vida.

PAPEL O DO PAINEL NO GRAU DE APRENDIZ

O Painel do Grau de Aprendiz é uma das ferramentas mais didáticas e simbólicas utilizadas na Maçonaria. Este painel serve como um mapa visual para o Aprendiz, representando os ensinamentos que ele deve assimilar e as virtudes que deve cultivar durante sua jornada.

ELEMENTOS DO PAINEL

O Painel do Grau de Aprendiz é composto por diversos símbolos, cada um com seu significado específico. Entre os elementos mais destacados estão o Sol, a Lua e as estrelas, que simbolizam a luz do conhecimento que guia o Aprendiz em sua busca pela sabedoria. Esses astros representam também a presença constante de forças superiores, orientando o maçom em seu caminho.

Outro elemento central é o Pavimento Mosaico, composto por ladrilhos em preto e branco, simbolizando a dualidade da vida e a necessidade de encontrar equilíbrio entre o bem e o mal, a luz e a escuridão. O Aprendiz é constantemente lembrado de que sua jornada é uma busca contínua por harmonia e justiça.

USO DIDÁTICO

O Painel é utilizado nas sessões maçônicas como uma ferramenta de ensino, onde os mestres explicam aos Aprendizes o significado de cada símbolo e sua aplicação na vida diária. Este processo de aprendizado é essencial para que o Aprendiz compreenda os princípios fundamentais da Maçonaria e comece a aplicá-los em seu próprio desenvolvimento moral e espiritual.

O Painel também serve como um lembrete visual das lições aprendidas durante o ritual de iniciação e das responsabilidades que o Aprendiz assumiu ao ingressar na Maçonaria. Cada vez que o Aprendiz observa o Painel, ele é levado a refletir sobre seu progresso e a reafirmar seu compromisso com os ideais maçônicos.

IMPORTÂNCIA NA RITUALÍSTICA

Além de sua função didática, o Painel desempenha um papel crucial nas cerimônias ritualísticas, sendo um ponto focal durante as reuniões da Loja. Ele não só ajuda a orientar o Aprendiz, mas também a reforçar os valores e as tradições da Maçonaria, garantindo que cada maçom, independentemente do grau, esteja alinhado com os ensinamentos da ordem.

O entendimento completo do Painel é uma das etapas fundamentais para que o Aprendiz possa avançar para os graus superiores. Ele representa a base simbólica sobre a qual todo o conhecimento maçônico é construído, fazendo com que o domínio de seu significado seja essencial para o crescimento do maçom.

LIÇÕES MORAIS E ÉTICAS

O Grau de Aprendiz na Maçonaria não é apenas uma introdução aos símbolos e rituais da ordem, mas também um momento crucial para o desenvolvimento moral e ético do maçom. As lições ensinadas neste grau são fundamentais para moldar o caráter do Aprendiz e orientá-lo em sua jornada pessoal e espiritual.

DESENVOLVIMENTO PESSOAL

Uma das principais lições do Grau de Aprendiz é a importância do autoconhecimento. O Aprendiz é incentivado a refletir sobre suas ações, seus pensamentos e suas intenções, buscando constantemente o aprimoramento pessoal.

A Maçonaria vê o indivíduo como uma “pedra bruta” que precisa ser esculpida e refinada ao longo da vida. Esse processo de autoaperfeiçoamento é simbolizado pelo uso das ferramentas maçônicas, que representam a disciplina e a diligência necessárias para moldar um caráter virtuoso.

VIRTUDES A CULTIVAR

No Grau de Aprendiz, o maçom é introduzido a várias virtudes que deve cultivar ao longo de sua vida. Entre as mais importantes estão a humildade, a diligência, a paciência, e a fidelidade. A humildade ensina o Aprendiz a reconhecer suas limitações e a aprender com os irmãos mais experientes. A diligência o motiva a trabalhar arduamente em sua jornada de autodescoberta e contribuição à sociedade.

A paciência é uma virtude essencial para quem busca o autoconhecimento, pois o desenvolvimento moral é um processo gradual, que exige tempo e dedicação. Por fim, a fidelidade, tanto aos princípios maçônicos quanto aos seus irmãos, é crucial para a construção de uma comunidade sólida e confiável.

IMPACTO NA VIDA DO APRENDIZ

As lições morais e éticas ensinadas no Grau de Aprendiz não se restringem às atividades dentro da Loja Maçônica; elas se aplicam diretamente à vida cotidiana do maçom. O Aprendiz é encorajado a ser um exemplo de integridade, justiça e bondade em sua família, em seu trabalho e na sociedade em geral. O compromisso com essas virtudes reflete o objetivo maior da Maçonaria: a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

A EVOLUÇÃO DO APRENDIZ

O Grau de Aprendiz na Maçonaria é apenas o primeiro passo de uma jornada longa e repleta de descobertas. À medida que o Aprendiz assimila os ensinamentos e cumpre suas responsabilidades, ele se prepara para evoluir e enfrentar os desafios dos graus superiores.

PREPARAÇÃO PARA O PRÓXIMO GRAU

O Aprendiz é constantemente incentivado a estudar e refletir sobre os ensinamentos recebidos. Esse processo de aprendizado contínuo é fundamental para sua preparação para o Grau de Companheiro, o próximo estágio na hierarquia maçônica.

Durante o período em que permanece no Grau de Aprendiz, ele é orientado a dominar os conceitos básicos da Maçonaria, como os símbolos e rituais, além de aplicar as lições morais e éticas em sua vida diária.

A transição para o Grau de Companheiro não é apenas uma mudança de título, mas uma evolução no entendimento e na responsabilidade do maçom. O Aprendiz deve demonstrar que está pronto para assumir novas responsabilidades e aprofundar seu conhecimento sobre os mistérios da Maçonaria.

TRANSIÇÃO E CONTINUIDADE

A transição do Grau de Aprendiz para o Grau de Companheiro é marcada por uma nova cerimônia de iniciação, que introduz o maçom a conceitos mais complexos e responsabilidades maiores. Durante essa transição, o Aprendiz deve mostrar que compreendeu plenamente as lições do seu grau inicial e que está pronto para aplicar esse conhecimento em um nível mais elevado.

A continuidade do aprendizado é uma característica central na jornada maçônica. Cada grau é construído sobre as fundações estabelecidas no anterior, criando uma progressão lógica e coesa. O Grau de Aprendiz, portanto, é crucial para o sucesso nos graus superiores, pois fornece a base necessária para a compreensão dos princípios mais avançados da Maçonaria.

A evolução do Aprendiz não é apenas uma questão de progresso na hierarquia, mas também de crescimento pessoal e espiritual. Ao avançar para o próximo grau, o maçom leva consigo as lições aprendidas e as aplica de maneira mais profunda, consolidando sua identidade como membro da fraternidade e como indivíduo dedicado ao aprimoramento contínuo.

CONCLUSÃO

O Grau de Aprendiz na Maçonaria é mais do que apenas uma introdução aos rituais e símbolos da ordem; é o alicerce sobre o qual toda a jornada maçônica é construída. Desde o início, o Aprendiz é convidado a mergulhar em um processo profundo de autoconhecimento e desenvolvimento moral, guiado por símbolos ricos em significado e lições que perduram ao longo de toda a sua vida. Ao longo deste artigo, exploramos a importância do Grau de Aprendiz, desde a sua definição e simbolismo até os rituais de iniciação e o papel crucial do Painel no ensino dos princípios maçônicos.

Discutimos também as virtudes que o Aprendiz deve cultivar e a forma como essas lições são aplicadas tanto na vida maçônica quanto na vida cotidiana. Por fim, vimos como o Aprendiz se prepara para evoluir e enfrentar os desafios dos graus superiores, sempre buscando o aperfeiçoamento moral e espiritual. A jornada do Aprendiz é apenas o começo de uma caminhada mais longa e profunda dentro da Maçonaria, mas é durante este primeiro grau que se estabelecem as bases para tudo o que virá a seguir.

 Com dedicação, estudo e prática constante dos princípios aprendidos, o Aprendiz se transforma, pouco a pouco, em um verdadeiro maçom, pronto para contribuir com sua comunidade e crescer espiritualmente. A Maçonaria, com suas lições e símbolos, oferece ao Aprendiz as ferramentas necessárias para moldar seu caráter e alcançar um entendimento mais profundo de si mesmo e do mundo ao seu redor. Ao abraçar essas lições, o Aprendiz está não apenas honrando a tradição maçônica, mas também preparando-se para um futuro de contínuo aprendizado e crescimento.

Jacimar Silvah

 

 

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

AS PARALELAS E O PONTO NO INTERIOR DO CÍRCULO


Este é um dos símbolos usados pela nossa Ordem que mais me fascina, apesar de muito pouco discutido em reuniões na maioria de nossas Lojas.

Segundo Harry Carr, o “ponto” é ético e implica o fundamento especifico sobre o qual o maçom deve basear seu padrão de conduta e, enquanto aderir a este, ele não pode errar, remetendo-nos imediatamente à First Charge do dr. Anderson, de 1723: “...serem homens Bons e Fiéis, ou Homens de Honra e Honestidade”.

Na maçonaria teísta ele simboliza, primordialmente, o campo de ação traçado para nós pelo compasso do Grande Arquiteto do Universo, lembrando que, aquele que cumprindo os desígnios do Criador, mantivera-se circunscritos a este círculo, jamais errará neste plano material.

Colin Dyer em sua obra “O Simbolismo na Maçonaria diz”: A escada de Jacó se apoia no Volume das Sagradas Escrituras que, por sua vez, estava sobre um dispositivo muitas vezes sob a forma de um pedestal, dotado de duas linhas paralelas com um círculo entre elas que as tocavam e tocava o Volume. O centro do círculo era acentuado.

As duas linhas paralelas representavam as duas Grandes Paralelas da Maçonaria: São João Batista e São João Evangelista. Estes Santos eram os padroeiros dos maçons e as festividades semestrais eram realizadas nos seus dias comemorativos: 24 de junho e 27 de dezembro, convenientemente separados por um intervalo de seis meses.

Preston aborda este ponto em sua preleção e diz: Em tempos modernos, estas duas paralelas eram usadas para exemplificar os dois São João – o Batista e o Evangelista – como patronos da Ordem, cujas festividades são celebradas perto dos solstícios, que acontecem quando o Sol, em seu trajeto zodiacal, toca estas duas paralelas.

Antes que os graus se estabelecessem em seu atual simbolismo, este ponto no interior de um círculo era um símbolo incorporado a todas as representações pictóricas relacionadas com a maçonaria em geral e foi explicada nas Preleções do Primeiro Grau juntamente com outros símbolos afins. Ele aparece em nossos dias em algumas Tábuas de Delinear.

No livro Master Key de John Browne de 1802, são formuladas algumas perguntas  e respostas  na Primeira Preleção que abordam a posição do ponto no interior de um círculo:

A quem dedicamos a nossa Loja, já ornamentada, mobiliada e aparelhada?
- Ao rei Salomão.
Por que ao rei Salomão?
- Por ter sido ele o primeiro Grão Mestre que introduziu a Maçonaria em sua devida forma e, sob cujo patrocínio real muitos dos nossos mistérios receberam sua primeira sansão.
Como o rei Salomão era um hebreu muito tempo antes da era cristã, a quem ora dedicamos nossa Loja?
- A são João Batista
Por que São João Batista?
- Ele foi o precursor ou predecessor de nosso Salvador, que pregava o arrependimento entre as multidões e traçou a primeira linha do Evangelho por meio de Cristo.
Tinha ele algum igual?
- Sim, tinha: São João Evangelista.
Em que eram eles iguais?
- Este, tendo chegado após o outro, concluiu com zelo o que o outro iniciara por meio do seu Aprendizado e traçou uma linha paralela.
Qual o primeiro ponto da Maçonaria?
- O joelho esquerdo nu e dobrado.
No que consiste o primeiro ponto?
- Na posição ajoelhada me foi ensinado adorar meu criador e, sobre o meu joelho esquerdo nu e dobrado eu fui Iniciado na Maçonaria.
Existe algum ponto principal?
 - Sim, o de fazermos um ao outro felizes e transmitir aquela felicidade a outrem.
Existe algum ponto central?
- Sim, um ponto no interior de um círculo, do qual o Mestre e os Irmãos não podem materialmente errar.
Explicai este ponto no interior de um círculo.
- Em todas as Lojas regulares de franco maçons existe um ponto no interior de um círculo, ao redor do qual o Mestre e os Irmãos não podem materialmente errar. O círculo é limitado ao Norte e ao Sul, por duas linhas perpendiculares paralelas: a do Norte representa São João Batista, e a do Sul simboliza São João Evangelista. Nos pontos de cima destas linhas e no perímetro do círculo, está colocada a Bíblia Sagrada, sobre a qual se apoia a Escada de Jacó, que alcança as nuvens do Céu. Aí também estão contidos as Ordens e os Preceitos de um Ser infalível, Onipotente e Onisciente, de forma que enquanto estivermos em seu interior e obedientes a Ele, como foram São João Batista e São João Evangelista, seremos levados a Ele e não nos decepcionaremos e nem O frustraremos.

Portanto, ao nos mantermos assim circunscritos será impossível que venhamos a errar materialmente.

Temos aqui uma bela declaração de muito daquilo sobre o que a nossa Maçonaria foi fundada há muitos e muitos anos, embora muitos possam reverter as qualidades dos dois santos mencionados nesse trecho. É obvio que, tendo surgido num país cristão, a sua base religiosa, que transparece de maneira tão forte nesse trecho, esteja sob o enfoque da fé cristã.

Quando por volta de 1816, a Franco-Maçonaria se tornou não- sectária, foi feita uma tentativa de se alterar todas e quaisquer referências de conotação especificamente cristã. Essa passagem, em particular, foi consideravelmente modificada. As duas grandes paralelas se tornaram representativas de Moisés e do rei Salomão, sendo que toda essa passagem, em resultado, teve de ser bastante abreviada. A Bíblia se tornou o “Volume das Sagradas Escrituras”, não apenas nesta passagem, mas em todo o ritual.

Quando as preleções foram ponderadas, o Grão-Mestre então em exercício, o duque de Sussex, decretou que elas deveriam se basear no antigo sistema de tal como constam no Master Key de Browne.

Um dos livros de resumos das preleções de William Preston pertence ao Rev. L. D. H. Cockburne, que era o Grande Capelão entre 1817 e 1826 e membro da Lodge of Antiquity, a Loja de Preston, entre 1819 e 1822. Neste livro está inscrito um pequeno ensaio de uma sessão de uma preleção que trata da dedicação do Templo, no qual lemos:
Como é denominada nas Lojas esta dedicação?
- Por um ponto dentro de um Círculo, com dois pilares paralelos descritos como tangentes àquele círculo.
Por que?
- Como simbolizamos o Centro do Universo, o Divino Arquiteto, cuja bondade nós representamos no Sol, e pelos benefícios que desfrutamos de sua grandiosa luminosidade.
O que representa o círculo?
- O zodíaco está nele representado tal como o movimento descrito pelo sistema Solar para assinalar a limitada natureza das mais maravilhosas criaturas que contemplamos.
O que representam as paralelas?
- Os Trópicos, para nos lembrar do Ser Supremo que estabeleceu limites a todas as criaturas e delimitou o sistema planetário.

Estas são algumas das simbologias das Paralelas e o Ponto no Centro do Círculo: Ética, Desígnios de Deus, São João Batista e São João Evangelista, Moisés e Salomão, Os dois Solstícios e o Sol, O zodíaco e os Trópicos de Câncer e Capricórnio... Porém o assunto está longe de ser esgotado neste simples relato. É por isso que este símbolo tanto me fascina.

Francisco de ASSIS de GÓIS

Bibliografia:
O Simbolismo na Maçonaria – Colin Dyer
A História da Franco-Maçonaria – Jean Ferré

O Ofício do Maçom – Harry Carr 

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