AS LUZES, AS JOIAS E OUTROS SÍMBOLOS


 

Na organização maçônica são chamados de “luzes” aqueles que dirigem a Loja e nela exercem funções de relevo. São cinco as principais “luzes”: Venerável Mestre, 1° e 2° Vigilantes, Orador e Secretário. Como o próprio nome o indica, devem iluminar da Loja, concorrendo sempre com a sua sabedoria, espírito de tolerância e firmeza.

Destas cinco luzes, sobressaem-se o Venerável Mestre e os dois Vigilantes, que formam as três luzes vitais que iluminam a Loja, conjuntamente com as três luzes astrais, o Sol, a Lua e a Estrela Flamejante.

O Venerável Mestre que ocupa a cadeira do rei Salomão, encarna a Sabedoria. O 1° Vigilante é a Força para realizar, e o 2° Vigilante é a Beleza que adorna. Toda a grande obra reúne estas três qualidades.

O Venerável Mestre é também chamado “hierofante”, ou seja, o sacerdote que nos mistérios egípcios era encarregado de iniciar os neófitos e de interpretar os mistérios. Os Vigilantes por sua vez, são os “epíscopos”, isto é, aqueles que veem com segurança.

O Venerável Mestre e os Vigilantes empunham malhetes, emblema do poder e da autoridade. É o símbolo do comando. Assim como os reis e soberanos usam o cetro, o Venerável Mestre empunha o malhete.

Outro símbolo maçônico, de grande valor, é o Avental, interpretado como o emblema do trabalho e da inocência. De uso obrigatório, o Avental não pode ser dispensado sob pretexto algum. Constitui, na linguagem maçônica, o “vestido” do obreiro, sem o qual ele está nu.

“No princípio do século dezoito os aventais eram idênticos àqueles usados pelos pedreiros operativos. Eram grandes, chegando até o peito e descendo até os joelhos, de couro irregular, ficando a parte da cabeça do boi sobre o peito e o restante apenas com as pernas cortadas.

Contudo, já naquela época alguns irmãos costumavam decorar os seus aventais com desenhos de arcos, colunas etc. Não havia o cuidado de um modelo único, agindo cada um como melhor lhe parecia.

Com o tempo, alguns desenhos tornaram-se populares e foram copiados por outros maçons. Em fins do século dezoito pintavam-se cenas da legenda maçônica ou detalhes das cerimônias. Logo depois do Ato da União, em 1813, foi estabelecida a forma atual”.

O Avental deve ser feito de pele branca, com um friso de pano azul nas bordas, tendo uma abeta, também frisada de modo idêntico, que é usada abaixada nos graus de mestre e companheiro. Os aprendizes apresentam-se com a abeta levantada, sendo que o seu avental não possui friso algum. Dissemos friso azul, pois essa é a cor do simbolismo maçônico, sendo um erro generalizado o uso da cor vermelha.

Os Oficiais usam em volta do pescoço uma faixa ou colar de pano azul, caindo em ângulo sobre o peito. Na extremidade da faixa, deve pender a Joia do seu cargo. Algumas lojas costumam inscrever o seu título distintivo ou número, na faixa. Ao contrário do Avental, a faixa é de uso facultativo para os obreiros, excetuados, é claro, os que exercem cargos.

Do colar do Venerável Mestre pende um Esquadro aberto, apoiado sobre uma meia circunferência graduada, tendo ao centro o Sol. Isto no rito Escocês Antigo e Aceito. No rito de York, o Venerável Mestre usa simplesmente um Esquadro, símbolo da verdade. O Esquadro apoiado pelo Malhete significa a verdade apoiada pela autoridade.

As Joias do primeiro e segundo Vigilantes são respectivamente, o Nível, emblema da igualdade e o Prumo, emblema da equidade.

O Orador ou Capelão, ostenta o Livro da Lei Sagrada, sobreposto aos raios de um Sol cujo centro não se vê.

Os Cobridores carregam na faixa uma pequena Espada, emblema da luta franca, do combate leal.

Os Diáconos usam como joia uma Pomba, em lembrança da pomba mensageira que Noé soltou da Arca. Este símbolo, porém, é de uso mais recente, pois os maçons primitivos preferiam a figura de Mercúrio, com o caduceu, figura clássica da mitologia, onde Mercúrio era considerado o mensageiro dos deuses e o condutor dos mortos pelos mundos subterrâneos. Este símbolo persiste ainda em algumas lojas inglesas.

O Secretário, usa duas Penas cruzadas e o Tesoureiro, duas Chaves, também cruzadas.

O Hospitaleiro é simbolizado por uma Bolsa, e o Chanceler tem o timbre da Loja, dentro de um triângulo.

O Mestre de Banquetes traz como joia uma Cornucópia da qual se derramam frutos variados e outros alimentos e o Mestre de Harmonia, uma Lira.

O Mestre de Cerimônias usa um Laço de fita ou um Triângulo simples, devendo também trazer em uma das mãos, um bastão. O Arquiteto carrega uma pequena Trolha.

As joias do Venerável Mestre e dos Vigilantes são chamadas joias móveis porque são transmitidas aos seus sucessores na noite de posse da nova administração.

Assim como há três joias móveis, existem também três joias imóveis, que são a Tábua de Delinear, a Pedra Bruta e a Pedra Polida, já descritas por nós. São chamadas joias imóveis porque permanecem expostas e imóveis na Loja para os irmãos nelas estudarem a moral.

João Nery Guimarães

 

 

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