A MAÇONARIA PRESERVA UM SEGREDO OU DEFENDE UM DESTINO?


Entramos para a Maçonaria como recebedores e devemos nos transformar em doadores e transformadores. Até hoje, as informações que temos estudado sobre nossa instituição são históricas, relevantes, evidentes, simbólicas e devidamente estudadas e preservadas, mas… Sentimos a falta de um elo, de uma evidência maior para preencher determinadas lacunas obscuras, difusas e mal explicadas.
A Ordem tem preservado uma representação simbólica em todos seus componentes ocultando uma verdade, mostrando apenas a forma visível e externa de uma realidade interior e espiritual.
Estamos ainda numa época em que todos ainda necessitamos e aprendemos através do processo cerimonial precisando de uma autoridade investida, e nos insurgimos contra qualquer liberdade e independência fora dos padrões que elegemos e nos impusemos.
Enaltecemos a liberdade de consciência que é a única que os maçons admitem, aceitam e divulgam, mas nos atemorizamos quando nos deparamos com outras verdades que não se enquadram com nossa própria estratificação (2) ou modo de pensar (3).
Disse o Senhor Buda… Que não devemos crer em algo meramente porque seja dito; nem em tradições porque vem sendo transmitidas desde a antiguidade; nem em rumores; nem em textos de filósofos porque foram estes que os escreveram; nem em ilusões supostamente inspiradas em nós por um Deva (isto é, através de presumível inspiração espiritual); nem em ilações obtidas de alguma suposição vaga e casual; nem porque pareça ser uma necessidade análoga; nem devemos crer na mera autoridade de nossos instrutores ou mestres.
Entretanto, devemos crer, quando o texto, a doutrina, ou os aforismos forem corroborados pela nossa própria razão e consciência. “Por isto” disse o Buda ao concluir, “vos ensinei a não crerdes meramente porque ouvistes falar, mas, quando houverdes crido de vossa própria consciência, então devereis agir de conformidade e intensamente.” (4)
Os mais atentos poderão verificar que existem similitudes de idéias e conceitos nos textos de seus autores preferidos atuais ou antigos, pensadores, filósofos, cristãos, cientistas e tantos quantos puderem relacionar; são ideias e conceitos expostos com outra linguagem ou formas de expressão, pois, os períodos são marcados pelos viajantes de sua própria época de conformidade com a dinâmica da vida de seu tempo histórico.
 Estamos presenciando nesta época conturbada o esfacelamento das estruturas que mantiveram a Humanidade num equilíbrio social e de comportamento desejável (5).
Todos os esforços despendidos para promover o ser humano em seus relacionamentos estão sendo transformados e alterados de forma irreversível sendo parte de um processo evolutivo que independe de nossas vontades, e deste modo, aceitando ou simplesmente compreendendo, há necessidade de adaptação, transformação ou pelo menos compreensão.
A cada geração, aspectos essenciais são preservados e ao mesmo tempo enriquecidos com outras formas que tomam o lugar das formas desgastadas pelo avanço civilizatório. Esse processo evolutivo é firmado sobre alicerces que foram sedimentados através do tempo e sobre eles, sempre atendendo temporariamente às aspirações da vida interior (espiritual) que é dinâmica, incessante e anseia expandir.
Nossa instituição proporciona um “despertar” para a vida interior através dos procedimentos em todo processo da admissão, desde o convite ao profano (6) até seu ingresso.
É uma experiência subliminar (7) que estimula uma expansão da consciência provocando e revelando degraus de possibilidades evolutivas. Toda a dinâmica trabalhada nesse processo de iniciação tende a centrar para esse despertar (8).
Todos nós independente de nossa origem, berço ou formação, enfrentou no mais íntimo de seu ser, aquela “crise existencial” em que nos perguntamos “quem sou eu?”, “o que é a vida?”, “de onde viemos, para onde vamos?”, “qual minha tarefa para essa existência?”.
O trabalho maçônico e sua dinâmica possibilitam a resposta a essas reflexões ao longo do tempo, mas não é tudo.
Ela revela-se como um agente transmissor de valores elevados e compreensão espiritual, proporcionados pelo aumento das percepções sensoriais ativadas pela vivência e dinâmica da ação ritualística, podendo resultar no recebimento de impressões superiores tornando a mente um instrumento receptivo e transmissor de valores elevados e ampla compreensão espiritual.
Toda existência de qualquer ser humano (e todos os outros seres da natureza, “animados ou inanimados”) tem um termo onde sua existência manifesta termina, havendo uma decomposição material e transformação em seus elementos básicos, mas a força ou energia de coesão desses elementos não se perde se transforma.
No Universo que conhecemos há uma causa ativa que podemos chamar força ou energia que provoca uma manifestação, a existência dessa manifestação e o seu afastamento. Essa manifestação toma uma forma, entra em atividade e tem uma função apresentando um determinismo próprio que é necessário compreender e está em constante evolução.
Foi em Londres que IIr.’. premidos pela necessidade de se adequar ao espírito da época procurando escapar dos estreitos (9) padrões mentais até então vigentes (séc. XVII), que em 24 de junho de 1717 a Maçonaria passa de operativa para especulativa fundando-se a Grande Loja de Franco-Maçonaria dando-se uma estrutura escrita e unificada procurando estabelecer uma unidade formal e controlada.
Isso não quer dizer que a Maçonaria passa a existir a partir dessa data, organizou-se como instituição a partir desse período, mas suas origens remontam a um passado distante onde são encontrados símbolos e sinais no Egito antigo e princípios morais e espirituais em todas as civilizações da antiguidade.
Ofuscou-se em parte a mais bela e atrativa ideia de uma Maçonaria livre em uma Loja livre, pois, a necessidade de controle foi se sobrepondo aos méritos pessoais dos cidadãos livres e de bons costumes, dificultando em nossa ótica, uma atuação autônoma e independente de Lojas e IIr (10)
Mas, o que queriam registrar em nossos templos através de toda simbologia nossos antepassados maçônicos? Após o ingresso, o que nos motiva verdadeiramente em continuar participando dos trabalhos? Qual nossa aspiração em ascendermos os vários graus? Desejo de servir à humanidade, devoção aos trabalhos ritualísticos, oportunidade de lapidar nossos conceitos morais, expandir nossa consciência, aculturação (11), convívio social e político, alimentar um status relevante? Por que preservar? O que nos atrai?
Nossos estudos estão ancorados no conteúdo histórico maçônico que está à disposição através da bibliografia oferecida pelos diversos ritos; em toda dinâmica proporcionada pelo rito que provoca uma mudança no comportamento estimulando nosso caráter na sociedade; e nos conceitos inseridos no ritualismo que estimulam a reflexão sobre a espiritualidade.
Atualmente com o recurso da tecnologia da informática e das novas conquistas da ciência estamos mais amparados com informações sobre qualquer tema, pois, estamos perfeitamente habilitados a desenvolver e compreender a história, aprimorar nosso caráter, desenvolver nossa espiritualidade sem precisarmos frequentar e nos submeter a uma autoridade constituída como a Ordem ou a qualquer instituição, propiciando a apreciação pessoal da realidade.
Por todo esse processo (se for só isso) não precisamos frequentar as oficinas, pois, somos capazes de compreender e aprofundar os estudos referentes à Maçonaria sem os chamados “segredos” que (sob nosso ponto de vista) nada mais são (nesta atualidade) do que conteúdos que convergem para um aprimoramento do caráter. Também muito falamos em “escola de líderes”, mas muitos que aqui adentram possuem o embrião da liderança, pois tomam atitudes políticas em seu ambiente profissional e social sem se revelarem.
Mas, não haveria algo mais inserido nessa dinâmica, nesse conjunto de fatores, que foi incluído no passado e que ainda não conseguimos visualizar ou compreender?
Podemos afirmar que o trabalho ritualístico da Ordem Maçônica, isto é, a prática dos rituais que se repetem é o símbolo da dinâmica das formas e funcionamento do Universo (sistema e ordem) e se referem ao homem por ser este uma consciência que pode compreender e assimilar o mundo objetivo e que não está manifesto por acaso.
Revitaliza nossa vida espiritual, pois, proporciona uma diretriz para o comportamento e entendimento que direcionam a compreensão da essência criativa.
A advertência (12) e o título utilizado nas sessões e impressos “À Glória do Grande Arquiteto do Universo” e comumente usado em forma abreviada “GADU” deixa claro e expressa a lembrança e o reconhecimento de um “Princípio Criador” e como consequência, de um “plano criativo” (13) com Leis e conjunto de processos gerando no universo um desenvolvimento que favorece o desabrochar da vida.
São forças construtivas disseminadas cujo efeito na humanidade, a sua natureza e sua qualidade são ainda um mistério.
Quanto mais conhecimento e sabedoria nós adquirimos, observamos que por trás da diversidade de formas há uma unidade básica, que a Humanidade é a soma de todas as individualidades constituindo-se um “Corpo da Humanidade” se assim podemos chamar, que o Homem não é um produto isolado apesar de observarmos apenas as diferenças, e que nessa diversidade há um todo único habitando o planeta e caminhando para uma realização maior.
Nossos “Princípios Gerais” caminham e indicam para a realização de uma humanidade melhor e mais esclarecida que é o esforço e o propósito que vem sendo trabalhado desde os primórdios das diversas civilizações reconhecidas historicamente ou não (14).
Todo propósito quer de ordem política, tecnológica, científica ou religiosa propugna o bem-estar, uma qualidade de vida que proporcione satisfação e felicidade, liberdade de expressão, o direito de usufruir dos bens oferecidos pela atual civilização proporcionando o espírito fraternal em sua essência, o que afinal tem sido uma das buscas do ser humano.
A hipótese é que há um plano evolutivo em andamento desde a criação do Universo (ou Universos) e que ainda não temos a plena consciência de tal intuito.
Desde o aparecimento do homem no planeta esse plano vem sendo executado ao longo de todas as civilizações e pelo grande impulso dado pelos grandes “instrutores” das diversas raças. Se nos afastarmos de nossa individualidade (15) e focarmos o aspecto abrangente e geral do ser humano no planeta, perceberemos que há um ponto comum entre todos os povos e civilização presentes ou passadas que é a elevação da consciência e convivência irrestrita e fraternal entre todos os seres vivos de todos os reinos da natureza.
Esse aspecto comum está manifesto ou latente entre os homens pelas suas organizações, grupos, ordens fraternais e iniciáticas, instituições, igrejas (16) e personalidades que almejam e pregam um mundo melhor e mais esclarecido.
Esses grupos formam e disseminam conhecimentos que refletem suas ambições que são comuns entre si, mas formulados e expostos por aspectos diferentes. Cada um desses grupos com sua dinâmica própria, instrui, esclarecem e educam procurando elevar o nível de consciência de seus participantes a um plano em que percebam em seu interior que há uma “família humana” que caminha por um processo evolutivo que independe de nossa compreensão.
Foram se formando através dos tempos sem que tivessem contato, emergindo “espontaneamente” em todos os pontos do planeta e se auto-estruturando procurando organizar-se e facilitar sua propagação.
Nossa Ordem objetiva a elevação e a expansão da consciência em primeiro plano, um despertar para as metas espirituais, e como conseqüência, deverá transpor as paredes da Oficina levando esse conhecimento para a humanidade.
Trabalhamos com regulamentos e objetivos procurando capacitar individualmente nossos membros para a ação influenciando a opinião pública e assim provocando mudanças nas atitudes humanas. Somos partes de um todo único cujo propósito é facultar a possibilidade da evolução pessoal e de toda a humanidade.
José Eduardo Stamato, M.’.I.’.
ARLS Horus nº 3811 – Santo André – SP (Oriente de São Paulo) – Brasil
Notas:
Pela sobrecarga como efeito de um acúmulo de informações em nosso arquivo cerebral, acabamos armazenando informações com a certeza de estar de posse da verdade maçônica (em particular), e hipóteses novas ou “redescobertas” necessitam ser estudadas, pesquisadas e compreendidas em termos evolucionários. E sendo uma suposição admissível, é passível de ser revelada.
Estratificação – disposição por camadas ou estratos; (sociol.) processo social que conduz à superposição de camadas sociais, mais ou menos fixa e rígido, de estados, classes ou castas.
Por analogia temos como ex. geral o óculo de grau onde cada um se ajusta às suas próprias condições. São os diferentes graus de consciência ou os diferentes patamares das inúmeras zonas de conforto.
Buda nasceu por volta de 563 a.C. e morreu por volta de 483 a.C.
Se estivermos atentos perceberemos que essas transformações são cíclicas. Os pontos de ruptura com o “status quo” das diversas épocas geralmente foram marcados pelas revoltas, revoluções das massas ou por comportamentos sanguinários de tiranos.
Profano – como adj.: (fig.) alheio; estranho a idéias ou conhecimentos sobre certos assuntos. Não pertencente à religião; oposto ao respeito que se deve a coisas sagradas; não sagrado; leigo. Como s.m.: o oposto a coisas sagradas.
Subliminar – inferior ao limiar; que não passa do limiar da consciência; que não chega a penetrar nela; subconsciente.
Isso tem a possibilidade de ser firmado se os procedimentos na iniciação são feitos de maneira séria e não apenas mais uma formalidade a ser cumprida.
No sentido de compreensão limitada, tendo como parâmetro nosso século em que a ciência e a tecnologia nos favorecem uma dimensão maior do homem e do Universo. Não esquecendo que nossos conceitos de hoje também serão considerados “estreitos” no futuro.
Na época e por algum tempo como instituição social, mostrou-se forte e unida provocando mudanças nos ambientes social-político e econômico, mas houve um enfraquecimento pelo crescimento exagerado de membros que nem sempre abraçavam os ideais maçônicos, mas favoreciam uma elevação de status.
Aculturação – conjunto dos fenômenos resultantes do contato, direto e contínuo, de grupos de indivíduos representantes de culturas diferentes.
Advertência – ato ou efeito de advertir; aviso; observação. Advertir – notar; considerar; refletir em; dar fé.
Plano criativo – não há acaso, há um desencadeamento de fatores que geram uma manifestação cósmica possibilitando o aparecimento de universos, sistemas e como consequência a vida, e havendo um Arquiteto ou algo que idealize e promova uma manifestação se presume (em nossa limitada compreensão humana) um plano, uma intenção ou uma vontade.
Como ex. geral, Lemúria e Atlântida.
Isso não significa abandono de nossas atribuições pessoais (que também fazem parte desse plano). Como organização religiosa



A FILOSOFIA MAÇÔNICA


A Filosofia divide-se em três partes: Física, Ética e Lógica, onde:
– Física é o estudo do universo e do seu conteúdo.
– Ética é o estudo da vida, e ao que se relaciona conosco, onde se enquadra a questão da moralidade.
– Lógica é o processo de raciocínio, o método usado para estudar a física e a ética.
A questão moral remonta aos povos antigos, antes mesmo de a palavra filosofia ser usada por Pitágoras, entre os gregos, viveram homens de grande sabedoria. O primeiro a ser conhecido como sábio foi Tales de Mileto: ele viveu por volta de 640 a.C. e, ao lhe perguntarem: “qual é a coisa mais difícil?”, ele respondeu: “a coisa mais difícil é conhecer-se a si mesmo”; e ao lhe perguntaram ainda: “como podemos viver a vida melhor e mais justa?”, ele respondeu: “abstendo-nos de fazer o que censuramos  outros”.
E o mais notável foi Sócrates; ele nada escreveu, mas ensinou vivendo a filosofia. Para ele, o fundamental era “conhecer-se a si mesmo” pela reflexão. Ele estava convencido de que a virtude se identifica com a sabedoria e o vício decorre da ignorância, do desconhecimento da verdade.
Platão, que foi o principal discípulo de Sócrates, identificava na alma humana três virtudes: o instinto, a coragem e a razão. No instinto manifestam-se os desejos ligados a sobrevivência e à reprodução. Pela coragem o homem expressa desejos superiores, dando testemunho da existência de uma vontade livre e autônoma. E pela razão governa sua vontade e seus instintos. Isso nos faz lembrar as lições dos aprendizes, onde o maço da vontade é governado pelo cinzel da razão no desbaste da P.’.B.’..
Já Aristóteles, dividiu a ética em duas categorias de virtudes: as morais calçadas na vontade e as intelectuais calçadas na razão. As virtudes morais são a coragem, a generosidade, a magnificência, a doçura, a amizade e a justiça; as virtudes intelectuais são a sabedoria, a temperança e a inteligência. Aí está o principal fundamento do método maçônico.
Então sabendo-se que a Maçonaria é uma instituição universal, fundamentalmente filosófica que trabalha pelo advento da justiça, da solidariedade e da paz entre os homens.
E de acordo com o grande professor, Irmão Moisés Mussa Battal, da Grande Loja Maçônica do Chile, a Maçonaria não é uma escola filosófica, mas uma escola do filosofar.
E também concluiu que: “A tarefa essencial da filosofia maçônica é irradiar a luz de nossos princípios e de nossos hábitos para melhorar a condição humana. Mais que monovalente, ou seja, de uma só linha, de uma só raiz, ela é polivalente. Possui vertente, então, que a alimentam e ela se reparte como um delta no mundo profano. É tradicionalista e às vezes progressista; isto parece um paradoxo, mas não o é; tradição é conservar o melhor do passado para utilizá-lo em compreender mais o presente e preparar um porvir melhor que o presente. Ela não é o ensinamento de um conjunto de normas e princípios; nem um pensar exclusivo; é uma reflexão da vida e para a vida”.
Em “Lições de Filosofia e Maçônica” o Irmão Moisés Mussa Battal, traz diversas e importantes definições sobre o tema, sendo duas delas:
* A filosofia maçônica deseja que o ser e a existência do homem girem em torno de três valores superiores que a História destacou como as maiores conquistas da humanidade: liberdade, igualdade e fraternidade. Ela pondera mais que nenhuma outra, dentre as três, a fraternidade, pela transcendência e os benefícios que implica e abraça tanto na esfera do individual como no coletivo.
* A filosofia maçônica deseja situar o homem numa sociedade onde reine a ordem e o trabalho, a igualdade de possibilidades e de oportunidades, a paz e o progresso, a competência não bastarda, mas que desenvolva as capacidades e as iniciativas, e a cooperação e a solidariedade contidas em seu ser.
Quer prepará-lo para viver e atuar inteligente e construtivamente num regime democrático e conseguir a melhora e o aperfeiçoamento deste seu regime, de maneira que alcance o que ele ofereça nos campos econômico, social, cultural e político. E defende o regime democrático porque, até agora, é o que melhor se apresentou. E o quer total e não parcial.

Será que no Brasil resta à Maçonaria a atuação filantrópica ou como instituição filosófica, limitando sua capacidade de transformação social.
O misticismo tem, entretanto, a consolação de que para sermos vitoriosos contra o mal não devemos lutar contra ele, mas ignorá-lo, procurarmos o caminho da luz e, através do amor, expandir a luz para outras pessoas.
Para isso, é necessária a compreensão de que as trevas são apenas a ausência da luz e a obscuridade tem a sua realidade apenas na consciência do homem imperfeito, cuja ignorância e pensamentos negativos são o caminho para se fazer o mal. Nesse sentido, devemos procurar nos afastar, pois permanecer entre as trevas mesmo que seja para combatê-las, significa ficar sempre distante da luz. Pitágoras disse: “anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las”.
Mas até onde conseguiremos suportá-las?

Ir Claus Carlos Rinnert – A M
Da Loja Acácia Riosulense nr. 95
Comissão de Liturgia:
Ir
Dalton Eduardo Medeiros; Ir Marnio Rodrigo Rubick; Ir Daniel Pinheiro Souza e Ir Valdecir Pamplona Junior
Referência Bibliográfica:
GIRARDI, João Ivo. DO MEIO DIA A MEIA NOITE. Blumenau, 2005.
MAÇONARIA.NET, Site Internet.
NO ESQUADRO, Site Internet.
NOÇÕES GERAIS E INTRODUÇÃO A FILOSOFIA



PÉ ESQUERDO E USO DO CHAPÉU




Em 01.08.2014 o Respeitável Irmão Rubens Sanches Hernandes, Loja Verdade e Justiça, 3.263, REAA, GOB-PR, Oriente de Campo Mourão, Estado do Paraná, apresenta a questão seguinte:

Com qual pé devemos ingressar no Templo?

Temos um membro do quadro que sempre nos questiona, como, por exemplo: Por que usamos chapéu nas Sessões de Câmara do Meio? Nossa resposta sempre foi no sentido de que se trata de uma antiga tradição e não pretendemos interrompê-la, por não haver impedimento em nosso Ritual.

Esta semana, indagou onde está previsto que devemos adentrar ao Templo com o pé esquerdo?

Gostaria de contar com o auxílio do Irmão.

Considerações:
1 – Quanto à questão no REAA.´. de se ingressar no Templo começando com o pé esquerdo de fato é mera filigrana, já que isso nem mesmo está previsto no ritual em vigência e nem mesmo em bons rituais derivados de fontes de água limpa – não confundir ingresso no Templo com romper a Marcha do Grau. Nesse caso ambas as situações são distintas e, aqui está de tratando apenas de se ingressar no Templo.

Ocorre que alguns autores ocultistas impondo as suas opiniões pessoais derramaram rios de tinta inventando essa “estória” de se ingressar no Templo com o pé esquerdo. Daí não tardou muito para que pseudo-ritualistas aderissem à temerária ideia.

Racionalmente esse equivocado procedimento não possui justificativa alguma, salvo aquelas impostas pelos “achistas” que, não raras vezes acham tudo bonito e ainda querem impor procedimentos que não estão previstos.

2 – Já no tocante ao uso do chapéu a questão é outra, pois esse costume possui base existencial característica em alguns Ritos maçônicos, como é o caso da prática no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Embora a Maçonaria não possua origem hebraica como querem alguns autores menos avisados, desde o século XVIII, após a criação e adoção pela Moderna Maçonaria da Lenda de Hiran Abif como o lendário construtor do Templo de Jerusalém, muitas práticas místicas relacionadas aos hebreus e judeus passariam a se fazer presentes em muitos trabalhos maçônicos conforme o rito praticado, tanto na liturgia e ritualística assim como na decoração dos Templos.

Uma das razões facilmente explicáveis é que a Maçonaria, embora sem ser ela considerada uma religião e com a sua autêntica idade de aproximadamente oitocentos anos de história, nascera à sombra da Igreja Católica (cristã), cujo Cristianismo indiscutivelmente possui suas raízes influenciadas pela cultura hebraica.

Nesse sentido, a ortodoxia judaica sustentada pelo Sepher Há Zoar (Livro do Esplendor) que trata em linhas gerais, segundo a sua cultura, das relações humanas com “Deus” traduz por esse costume de que o Homem deverá manter sempre a sua cabeça coberta, desde o oitavo dia de vida - marcado pela circuncisão (brit-milá) que simboliza a aliança abraâmica com “Deus”. 

Na prática, entretanto, essa cobertura da cabeça é realizada pelo uso obrigatório do kipá, que é na verdade o solidéu – do latim soli Deo = só a “Deus” – quando da realização das cerimônias litúrgicas judaicas, embora muitos ortodoxos mantenham constantemente a cabeça coberta também por um chapéu preto.

Em Maçonaria e particularmente no REAA.´., onde geralmente a cobertura da cabeça é feita com um chapéu negro e desabado, tradicionalmente deveria ser obrigatória para todos os Mestres nas Sessões do Terceiro Grau e apenas para o Venerável nas sessões do Primeiro e Segundo Graus.

Lamentavelmente em muitos rituais esse tradicional costume não está mais previsto. Também existem Ritos em que esse procedimento de cobertura é obrigatório para todos os Irmãos em todos os Graus simbólicos e em qualquer Sessão.

Ainda na questão da influência hebraica e o uso do chapéu nas práticas litúrgicas de muitos ritos maçônicos, explica-se o fato, sob o ponto de vista teísta, que essa cobertura, tal como no judaísmo, recomenda também que acima da cabeça do Homem, de modo transcendental, onisciente, onividente e onipresente está a presença de “Deus”, ou o Grande Arquiteto do Universo para a Maçonaria.

Em tese adverte a insignificância humana perante o “Criador”, evidenciando a incapacidade de compreender a divindade, já que sendo a cabeça a morada da mente e do conhecimento, a sua cobertura denota nessa interpretação. Em última análise é o símbolo da submissão do Homem a “Deus”.

Sob o ponto de vista histórico e figurado na Moderna Maçonaria, a cobertura da cabeça remonta das cortes europeias, sobretudo na França do século XVIII, quando o rei na presença dos seus súditos (inferiores hierárquicos) cobria a cabeça em alusão a sua superioridade (figuradamente é o Venerável nas sessões de Primeiro e Segundo Graus).

Já o rei reunido com seus pares todos, em menção a igualdade, mantinham a cabeça coberta (é o que ocorre em uma Sessão do Terceiro Grau – todos são Mestres).

Concluindo, ficam então aqui consignadas essas considerações que ponderam justificativas para os procedimentos alusivos ao tema (uso do chapéu), entretanto fica o alerta de que o mencionado apenas se propõe a trazer luzes para relevar costumes hauridos da tradição maçônica sem, contudo se arvorar em desrespeito dirigido a qualquer ritual legalmente aprovado e em vigência.

Como fora aqui anteriormente mencionado, muitos desses costumes relacionados ao uso do chapéu, lamentavelmente não mais estão previstos nos rituais, ou quando não em outros, usa-se o termo “a critério do Venerável”. Como a imensa maioria nem sequer entende a razão da prática, o que se diria então se a mesma ficasse “a critério do”.

T.F.A.
PEDRO JUK

Fonte: JB News – Informativo nr. 1.563 Florianópolis (SC) – quinta-feira, 8 de janeiro de 2015


A MAÇONARIA E A GEOMETRIA


Em um artigo anterior a esse comentamos o significado da letra G para os maçons atuais e antigos, iremos repassar alguns aspectos acrescentado alguns detalhes sobre esse importante símbolo.
A letra G nas lojas maçônicas não tem o mesmo significado e características de universalidade quando comparada com as joias, os móveis, ou os ornamentos da Loja.
As ferramentas de trabalho, as maiores e menores luzes, e os pilares, transmitem as mesmas lições aos maçons em todas as línguas e são universalmente aceitas, no entanto a inicial “G” tem sua interpretação baseada na língua inglesa.
Além do significado da divindade temos a explicação que o ‘G’ significava originalmente Geometria. Historicamente, maçonaria operativa usava a geometria aplicada e, assim, nos tempos antigos a Maçonaria era sinônimo de Geometria.
A palavra Geometria teve significado especial para os maçons antigos. O pedreiro da idade média não usava manual de arquitetura, e não havia desenhos de construção; sua arte era baseada apenas em geometria, e sua habilidade consistia em saber de cor muitos dos processos de Geometria, e seus segredos eram nada mais do que estes mesmos processos e o conhecimento de como aplicá-los, o que ele não compartilhava com aqueles que não houvessem sido iniciados no ofício.
Sendo este o caso, era natural que o que ele devesse ter em alta reverência a Geometria, representada pela sua letra inicial (que é a mesma em francês, latim, alemão e Inglês, as línguas Maçônicas), e adotado a letra G como um símbolo nos seus trabalhos.
Haywood em seu Tratado sobre o simbolismo maçônico diz claramente “… Não tem havido consenso entre os nossos estudiosos, quer quanto à origem da letra G ou ao seu significado. Normalmente, nós podemos discutir sobre a maneira em que um símbolo foi introduzido no Ritual, estudando os registros do início do século XVIII, na Inglaterra, e o tempo que o Ritual foi lançado em sua forma moderna, mas esse estudo não pode nos ajudar, porque os maçons do século XVIII eram confusos sobre o assunto. Esta confusão sobrevive até os dias de hoje com algumas autoridades afirmando uma teoria, outros afirmando o oposto….“
No entanto, um olhar para o velho documento de Masonic Charge, o Manuscrito Haliwell datado de 1390 lança algumas dúvidas sobre uma explicação tão elaborada. É verdade que na abertura deste manuscrito lemos os versos que traduzidos querem dizer: “Nesse tempo, através de uma boa geometria, este ofício honesto de boa alvenaria foi ordenado e fez desta maneira, de contra-facção destes atendentes juntos; Em orações de este senhor que imitou geometria, e deu-lhe o nome de alvenaria, para o ofício mais honesto de todos“.
Assim, Geometria foi tida em alta estima pelos maçons operativos. No entanto, o Manuscrito continua, em seus versos, mais tarde, para se referir a Deus, e rogo aos maçons: “Ore agora a Deus Todo Poderoso, E a sua mãe Maria brilhante“.
Essa citação pode nos levar a crer que os pedreiros da época levaram a letra inicial de Geometria e a penduraram na loja para servir como um símbolo de reverência. Mas, o que está claro no Ritual de 1740 é que, quando os primeiros vislumbres de simbolismo especulativo começaram a fazer sua aparição na corporação, a importância da geometria foi enfatizada pela letra G, significando a raiz e o fundamento de todas as artes e ciências.
Ao mesmo tempo, os maçons especulativos começaram a se referir a Deus como o Grande Geômetra do Universo, e alguns acham que essa tendência ajudou a resignificar a letra “G” da Geometria para Deus (God), o que seria válido somente no idioma inglês.
Em algumas das apresentações em inglês, a letra G teve significado de “glória, grandeza e geometria”. Até o final do século XVIII e início do XIX, a letra G foi começando a ser interpretada e a ter um significado simbólico de Deus, pelo menos na maçonaria inglesa, em comparação com geometria. São essas duas noções distintas que ainda estão vivas nos rituais praticados hoje.
Entre 1740 e 1780 não há evidência da letra G ser um item de mobiliário de loja, quer como um pendente a partir do teto da sala quer como um molde no chão ou como parte do desenho do traçado da prancha de mestre.
A primeira menção à letra ‘G’ em ritual antigo da Grande Loja da Inglaterra é encontrada hoje no ritual do Segundo Grau. No final de uma instrução no Segundo Grau as seguintes palavras aparecem: “Quando nossos irmãos antigos estavam no compartimento central do Templo, sua atenção foi dirigida a certos caracteres hebraicos que são representados pela letra G, denotando Deus, o Grande Geômetra do Universo, a quem todos devemos submeter e quem devemos adorar humildemente”.
Revisando os numerosos documentos ingleses e escoceses datados de 1696 até 1730 não se encontra qualquer menção à letra G. A mais antiga referência, é um anúncio de jornal, em 1726, que anuncia que não haveriam várias palestras sobre a Maçonaria Antiga, em especial sobre o significado da letra G.
O significado a letra G será visto no “Manuscrito Wilkinson”, datado de 1727 como um ritual, onde é perguntado: O que é o centro da Loja? E a resposta é: A letra G. No entanto, o uso da letra G foi, definitivamente, estabelecido no ritual maçônico por Prichard em 1730. Em seu livro, encontramos passagens no Grau de Companheiro que indicam o significado de Deus e de Geometria como a quinta das sete artes liberais e ciências antigas.
A consulta aos manuais antigos nos revela claramente que a letra “G” entrou nos rituais maçônicos especulativos no Segundo Grau da Maçonaria. Mais tarde, quando os dois graus foram divididos em três, continuou a permanecer no segundo grau, dentro de uma estrela de seis pontas. No manual também aparece à alusão aos caracteres hebraicos que nos dá uma indicação de como a letra G veio a ser colocada na estrela.
De acordo com antigas tradições judaicas o verdadeiro nome de Deus, dado ao povo judeu através de Moisés, não tinha permissão para ser escrito, salvo com as consoantes J (ou Y), H, W, e apenas H. Na época do exílio a pronúncia e, consequentemente, a verdadeira ortografia, do Santo Nome foi perdida.
As consoantes mantiveram-se, mas quais vogais eram ninguém conseguia descobrir. Encontrar o nome perdido se tornou uma das grandes ambições de sacerdotes e estudiosos judeus, e esta pesquisa tornou-se um dos principais temas da literatura da Cabala. Não tendo o próprio nome os cabalistas tinham o costume de inscrever um hebraico “Y” (Yod ou Ghemeel) para o centro de um triângulo com lados iguais para retratar o Nome.
É possível que este símbolo tenha sido trazido para a Maçonaria pelos maçons especulativos que também eram cabalistas, mas que, no decorrer do tempo, os cabalistas não maçons que compunham a maior parte das lojas na Grande Loja da Inglaterra, substituíram a letra inicial de “Deus” (God) para o hebraico “Yod”.
Como vemos o simbolismo da letra G na maçonaria sofreu adaptação de seu significado ao longo dos últimos séculos e hoje pode ser interpretado tanto como Geometria como um louvor a Deus, o Grande Arquiteto do Universo.
Honório Sampaio Menezes, 33º, REAA, Loja Baden-Powell 185, GLMERGS, Porto Alegre, RS, Brasil.
São fontes de informação sobre o assunto:
Harry Le Roy Haywood, Symbolic Masonry – An interpretation of the three degrees, Fugazi Press.
The Masonic Lodge of Education (website), Masonic G for God and Geometry
Grand Lodge of British Columbia and Yukon (website), The Haliwell Manuscript (with Translation)
Samuel Pritchard, Masonry Dissected, 1730
Henry Carr. The Collected Prestonian Lectures – 1925 to 1960
Albert Pike, Morals and Dogma
William Hutchinson. The Spirit of Masonry
Charles T. McClenachan. The Book of the Ancient and Accepted Scottish Rite Of Freemasonry


O MAÇOM E A VERDADE – UMA REFLEXÃO


Nos Maçons temos como objetivos “… a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.” e que a Maçonaria “não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.” (O que é Maçonaria – OBJETIVOS – sites do GOB, COMAB e CMSB)
Ora, se o maçom é instado a ser um eterno buscador da verdade, deve ele, então, ter como primeiro questionamento o que seja a verdade, pois não se busca aquilo que não se conhece ou que, ao menos, conheça a definição da mesma, senão corre-se o risco de passar a margem dela e não a reconhecer.
Mas o que é, então, a verdade?
Primeiramente devemos ter em conta que esta é uma pergunta que é feita desde os tempos dos antigos filósofos na Grécia.
Para Aristóteles verdade é “dizer do que é que ele é e do que não é que ele não é”.
Para Platão a verdade é algo ininteligível, incapaz de ser alcançado, mas que deve sempre ser buscado. Platão afirmava que a Inteligência (conhecimento) e a Verdade (o que é) são as fronteiras do mundo inteligível que permeiam O Criador (GADU).
Na Bíblia, no Novo Testamento, lemos que durante o julgamento de Jesus este diz taxativamente que “…vim ao mundo para dar testemunho da verdade…” (João 18, 37) ao que Pilatos pergunta “quod est veritas?” (que é a verdade?)… o autor do Livro Sagrado não enuncia nenhuma resposta.
Vemos, então, que o conceito da verdade está estreitamente interligado ao conceito do conhecimento.
Para Immanuel Kant “o conhecimento só é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possíveis” (Critica a Razão Pura – 1781).
Recorrendo-se as definições atuais da Teoria do Conhecimento podemos dizer que existem três formas de interpenetrarmos na verdade:
1 – pelo conhecimento moral;
2 – pelo conhecimento cognitivo;
3 – pelo conhecimento ontológico.
O conceito da verdade moral denota em honestidade e justiça, ou seja, dignidade e fidelidade. Em Maçonaria é “levantar templos as virtudes (disposição constante para a prática do bem)”.
Já o conceito da verdade cognitiva ou lógica se refere ao ato de manifestarmos aquilo que foi experimentado e que é, portanto, imutável. Por isto em nossas Lojas deve-se estimular aos obreiros a se expressarem na apresentação de Trabalhos ou na fala quando da “Palavra a Bem da Ordem”. É o exercício do expressar-se respeitosamente mesmo na discordância.
Define-se por verdade ontológica (do grego ontos e logoi “conhecimento do ser”) aquilo que é inerente a natureza do ser, da realidade e da existência.
Entretanto vimos em nosso primeiro parágrafo que na Maçonaria, devemos chegar a verdade pelo uso da razão com base na ciência, não sendo este método, então, nem pautado pelo conhecimento moral e nem pelo conhecimento ontológico, mas, sim, pelo conhecimento cognitivo ou científico. É nele que devemos nos ater.
Numa entrevista concedida ao escritor James Murphy e ao matemático John William Sullivan, em 1930, afirmou Einstein: “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas” e em outro texto afirma o vaticinado cientista: “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”.
Mencionamos as frases acima para corroborar com a visão atual dos cientistas quânticos que afirmam que para se fazer ciência é necessário ter fé…. parece uma afirmação antagônica mas não o é de fato.
Claro que esta fé não é necessariamente religiosa, mas se diz ser uma certeza científica. Ou seja, o cientista acredita piamente naquilo que ele pesquisa, mas que não pode provar (ainda). Isto é fé não ciência. Era isto que Einstein queria dizer.
Uma nova teoria só se torna cientifica quando é inteiramente demonstrada e comprovada pelo uso de equipamentos. Senão ela estará no campo da filosofia e da fé por isso a Teoria do Big Bang ainda está no campo teórico, pois é praticamente impossível sua comprovação material.
Na Teoria da Construção do Pensamento os conceitos surgem nos planos das idéias (o empírico), seguido da análise (abstrato) chegando-se, por fim, a sua conclusão (o concreto).
O Maçom, como buscador da verdade, deve sempre questionar a tudo e a todos. Assim como faziam os Alquimistas, o Maçom deve submeter todo conhecimento e experimentação ao seu Athanor, seu laboratório interior. Sua razão deve ser pautada pela ciência sem a influência das paixões.
Em Maçonaria exige-se apenas a fé em uma única Verdade: a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO (GADU a Verdade absoluta).
É nos braços desta Verdade que o Maçom deve se colocar de forma pueril e inocente. Como uma criança o Maçom deseja compreender os desígnios e atos desta Verdade. Entretanto a cada um individualmente esta Verdade se revela (ou melhor, desvela) de forma particular (verdade relativa).
A Física Quântica chegou para demonstrar que o observador influencia o objeto observado, diferentemente do que se afirmava na física cartesiana. Esta ciência coloca o homem no centro do Cosmos (Homocentrismo).
A própria ciência se tornou vítima do seu sucesso: afinal, se o seu objetivo é descrever a realidade e essa realidade é subjetiva, devem existir tantas ciências quanto há observadores.
É neste emaranhado de teorias que o Maçom é chamado a buscar e encontrar a sua verdade.

Marcos Vinicius Oliveira – M.’.I.’.
Gr.’. Or.’. de Sergipe – COMAB

SÍNTESE DOS LANDMARKS


A maioria dos Irmãos tem a ideia que os Landmarks são leis antigas de difícil interpretação e que só interessam aos Doutores da Lei, porém é primordial que todos nós conheçamos as leis que regem a Ordem. Toda legislação tende a ter uma textualidade que pode causar desinteresse aos que acham que devem memorizar o número (do Landmark) e seu conteúdo integral.

Particularmente acredito ser mais viável que todos nós tenhamos ao menos a noção dos 25 Landmarks colecionados pelo Irmão Alberto G. Mackey, isto servirá de "fio da meada" para quando acontecer alguma situação na Instituição, possamos pensar:

Acho que já li algo sobre isso nos Landmarks! Aí procurar o texto completo e as interpretações/explicações de cada estudioso.

Baseado no livreto impresso pela GLMMG em 1998 que traz os Landmarks e a Constituição de Anderson vejamos uma síntese dos Landmarks:

A primeira coisa a se perpetuar é que somos reconhecidos principalmente por toques, palavras e sinais que nunca poderão ser mudados.

A Maçonaria Simbólica é dividida em três graus, mas há a possibilidade do Real Arco. Em todo Rito Maçônico tem que constar a lenda (na íntegra) do terceiro grau (JJJ).

Grão Mestre é o Oficial eleito que preside o governo da Fraternidade; Ao Grão Mestre cabe à prerrogativa de presidir todas as reuniões maçônicas, também ele pode conceder licença para conferir graus em tempos anormais, fundar e manter Lojas e até em casos ocasionais ou emergenciais na presença de outros seis Irmãos conferir os Graus 1, 2 ou 3 a quem ele julgar necessário.

Os trabalhos maçônicos são coletivos, portanto há necessidade de se congregarem os Maçons em uma Loja;

Não se aceita outra denominação para a direção da Loja que não seja um Venerável Mestre e dois Vigilantes, nenhuma reunião ritualística poderá acontecer se não estiver devidamente a coberta;

Todo o Irmão terá o direito de se manifestar/votar, não passando seu direito representativo a outro Irmão.

Todo maçom tem direito a recurso sobre decisões tomadas contra si. É inquestionável o direito do Maçom de visitar outra Oficina, porém nenhum visitante desconhecido poderá ser admitido sem antes ser trolhado;

Nenhuma Loja pode se intrometer em assuntos de outras Lojas nem ministrar graus a Irmãos de outra Oficina.

Uma vez iniciado todos nós estamos sujeitos às Leis e Regulamentos da Jurisdição Maçônica do nosso Oriente, pré-requisitos básicos para ser iniciado: homem, físico perfeito e completo, livre de nascimento e maior de idade, concomitantemente deve ter a crença na existência de um Ser Superior (Deus) e subsidiariamente a essa crença é exigida a crença em uma vida futura; é indispensável á presença de um "Livro da Lei" durante as sessões. Todos devem ser tratados como Irmãos, pois são absolutamente iguais dentro das Lojas;

Todo conhecimento considerado secreto, somente poderá ser transmitido entre Irmãos;

A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos, e o uso simbólico e a explicação dos ditos métodos e de termos neles empregados, com propósito de ensinamento moral, constitui outro Landmark;

O último mantém a integridade dos demais: NOLUNUM LEGES MUTARI, nada poderá ser-lhes acrescido ou retirado.

Pronto! Basicamente é isto. A intenção desse pequeno artigo é motivar os Irmãos a apresentarem trabalhos em suas Oficinas, pois como disse o Irmão Milo Bazaga da ARLS Capitólio das Águias Uberabense 284 infelizmente ainda temos muitos Irmãos que nunca ouviram falar de Reconhecimento Conjugal, Banquete Maçônico, Lowtons e até mesmo dos Landmarks.

Grato pela atenção TFA
Sergio Quirino

Grande Loja do Estado de Minas Gerais

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