O objetivo Maçônico é o aprimoramento interior,
para com isso melhorar seu relacionamento com a família, com o trabalho, com o
Município, com o Estado e com a Humanidade. Para isso, precisamos olhar nossa
liturgia, descobrindo o sentido e o objetivo do ritual, tendo a certeza que
nada é dito ou feito por acaso, que não seja para facultar ao interessado, o
descortinamento da Luz interior.
A metodologia Maçônica procura através da Liturgia dos seus
Rituais de Aprendiz, Companheiro, Mestre e os Filosóficos, nos formatarem
conhecimentos para o aprimoramento do nosso Interior, através de exercícios e
fórmulas, que compreendidas, possibilitarão uma viagem iniciática interna, nos
religando a energia Divina ou a iluminação da “Verdadeira Luz”.
Descreveremos de forma superficial alguns dos simbolismos
que praticamos no Ritual do 1º Grau, para que os Irmãos depois façam a
integração com os Rituais do 2º e 3º Graus, chegando as “finalidades mais
elevadas”, como nos falam nossos Rituais.
Começaremos dando a informação que o nosso Templo é uma
representação do microcosmo e do macrocosmo ao mesmo tempo. Como micro, é um
corpo deitado em decúbito dorsal, com as pernas levantadas a 90º, onde a
direita nós chamamos coluna J (Apr) e a esquerda coluna B (Comp), os braços de
norte e sul, e a cabeça de Oriente (Mestr). Como macro é a própria Terra
dividida em Norte, Sul, Leste e Oeste, situada no Universo, com todas as
implicações das energias.
Dessas energias, a Maçonaria destaca quatro telúricas, que
são também chamadas de Quatro Santos ou Devas que presidem os pontos cardeais,
que segundo a tradição cristã são respectivamente os arcanjos Gabriel, Miguel,
Rafael e Uriel e, na Maçonaria são tratados pelos seus nomes N, S, L e O.
É por isso que antes de iniciar nossos trabalhos, o Rito
Adonhiramita determina que quatro Irmãos, representando os quatro pontos, os
quatro Anjos, as quatro energias telúricas, adentrem ao Templo, e só eles,
revigorem a chama sagrada, dentro da ritualística que todos conhecem: o
Arquiteto se colocando a Nordeste forma um triângulo com o Mestre de Cerimônia
e o Experto e invocam a graça do acendimento, trazendo as outras energias que
nos chegam dos Cosmos.
Feito o acendimento, a
Oficina passa a ter circulação do Grau. O Templo se transforma em Loja, em local
sagrado com a presença da Luz Divina. Circulamos nos dois sentidos existentes
para saturar todo o espaço da mais alta influência das correntes magnéticas que
existem na Terra, e formar uma muralha para que essa magnetização se conserve.
Temos a procissão em três colunas comandada pelo Mestre de Cerimônias,
representando: Beleza – Norte; Força – Sul e Sabedoria – Oriente (centro).
No Hinduísmo são chamadas de Pingala (lado direito, J), Idâ (lado esquerdo, B), Sushumna (Oriente- centro).
No Hinduísmo são chamadas de Pingala (lado direito, J), Idâ (lado esquerdo, B), Sushumna (Oriente- centro).
O primeiro chamamento à reflexão é feito pelo M.’. Cer.’.:
“se desde a meia noite, quando se encerraram os nossos últimos trabalhos,
conservastes as mãos limpas, calçai as vossas luvas”. Nesse comento, avaliamos
a nossa conduta. Se formos dignos de ser Maçons, se estamos limpos e puros para
participar dos trabalhos junto com os Ir.’.. È uma rápida viagem de auto
avaliação do Eu Interior.
Após, o segundo chamamento à meditação, para que todos se
preparem espiritualmente para ingressar no Templo deixando toda a negatividade,
os pensamentos impuros de fora. Para a entrada o Mestre de Cerimônia se coloca
no centro da porta, permitindo que as duas colunas adentrem, mas impede a do
centro com a sua posição, até que as duas colunas estejam compostas. Isso nos
induz a reflexão que só devemos trabalhar o Centro, após ter dominado o lado
direito (Apr) e o esquerdo (Comp). Com os lados direito e esquerdo formados,
permite que a Col:. do meio adentre para o Oriente, completando o
desenvolvimento e alcançando a Luz (Mestr).
No nosso rito, desenvolvemos primeiro o lado direito Apr.’.
depois o esquerdo Comp.’., para finalmente, desenvolver o centro ou Câmara do
Meio (M.’.). E ao adotarmos o tratamento de AMADOS IRMÃOS, procuramos impregnar
no nosso inconsciente a vibração do AMOR para que todas as nossas células
possam exalar AMOR, pois Maçonaria é acima de tudo AMOR.
Procede-se a Incensação que objetiva harmonizar o ambiente
tornando-o propício ao trabalho, libertando nossas negatividades e propiciando
a ascensão da consciência a um Plano Superior.
Após a Incensação, ainda permanecendo o efeito do incenso
no ambiente, a chama sagrada é transportada para os três comandos com as
invocações de “Sabedoria, Força e Beleza” que representam. O M:. CCer:. durante
o ritual mentaliza expandir essa Luz, levando a todos a Centelha da Divindade,
abrindo um canal de comunicação por onde flui a energia vinda dos Planos
Superiores.
O Cobridor indagado das horas, mostra ser simbolicamente o
momento, dando doze batidas, que como mantras, através da vibração das pancadas,
quebram as negatividades que ainda perdurem no Templo, ao mesmo tempo em que
estabelece com o Zodíaco um canal para que suas qualidades nos assistam.
Forma-se o Pálio para abrir o Livro da Lei, que representa
a consciência do corpo que formamos. A leitura nos lembra de um João – Janus, o
mito de duas caras ligado aos solstícios, também chamado “Portas do Céu”,
indicando o momento da entrada, e nos fala da Luz da qual que ele é testemunha,
para que todos cressem, e afirma “que ele não era a Luz, mas que veio para
mostrar a Luz verdadeira que Alumia a todo homem que vem a este mundo”.
Passamos ao encerramento com o Interrogatório e aviso de
fechamento. Aviso a todas as forças e energias para fechar o canal que se
encontra aberto. Na seqüência, a Oração com o agradecimento devido por tudo o
que foi realizado. Forma-se o Pálio e fecha-se o Livro da lei, a nossa
consciência.
Vitor Xavier da Silva M.’.I.’. 33º
Delegado Litúrgico do ECMA
Membro do Comitê Litúrgico do Rito Adonhiramita da Grande Secretaria de Orientação Ritualística do GOSP.
Delegado Litúrgico do ECMA
Membro do Comitê Litúrgico do Rito Adonhiramita da Grande Secretaria de Orientação Ritualística do GOSP.