A Maçonaria conhece
dois períodos através da sua história: a Maçonaria Operativa, praticada por
autênticos pedreiros e que no seu oficio desenvolviam um esforço físico
considerável não apropriado para pessoas do sexo feminino e, a partir de 1717
d.C., a Maçonaria Especulativa com os maçons aceitos (intelectuais) reunindo-se
em tabernas, locais onde era absolutamente inconcebível contar com a presença
de uma mulher honesta e de condições intelectuais elevadas.
Durante todos estes
séculos, não existem antecedentes de alguma mulher ter pretendido ingressar na
Maçonaria. Charles Johnson escreve em 1723 que a rainha Isabel de Inglaterra,
protetora das artes, tornou-se inimiga da Maçonaria porque, preto ingressar
nela, recebeu a resposta que devido de seu sexo não lhe seria possível, o mesmo
aconteço com a Imperatriz Maria Eugenia de Áustria.
A Maçonaria teve um
desenvolvimento extraordinário a partir de 1717, ingressaram nobres e
intelectuais, informações encheram os jornais sobre a Ordem, e muitas damas das
Cortes européias começaram a questionar os motivos que poderiam existir para
elas não pudessem ingressar.
Na França e na
Alemanha foram criadas algumas organizações que tentavam imitar uma Loja
maçônica, mas, como persistia a impossibilidade de superar a proibição do
ingresso de mulheres, foi utilizado o esquema de criar lojas, chamadas de
adoção, dependentes de uma Loja maçônica regular, na qual poderiam participar
homens e mulheres, e que desenvolviam atividades mais do tipo social e de caridade,
mas eram totalmente carentes de princípios filosóficos. Estas pseudo lojas
acabaram desapareço com o período da Restauração.
Apagado o luxo e o expor
da corte napoleônica, vem um período de pouca atividade feminina em torno da
Maçonaria. Até que no século 19 aparecerem três mulheres extraordinárias, de
elevado nível intelectual, ardentes feministas que, dentre todas as atividades
que elas desenvolviam também pretendiam participar da Maçonaria.
Maria Deraismes
(1828-1933) francesa solicita em 1881 seu ingresso na Loja Les Penseurs de
Pucq, que aprova seu pedido, retirando-se da Grande Loja da França, mas cinco
meses depois a Loja arrepende-se do passo dado, elimina de seus registros Maria
Deraismes e volta ao seio da Grande Loja. Mas Maria Deraismes, já com conhecimento
do Ritual, funda sua própria potência em quatro de Abril de 1893, nasce a
Grande Loja Simbólica Ecossaise Le Droit Humain. É iniciada Annie Besant
(1847-1933) inglesa, que depois funda em 1902 a Order of the Universal
Co-Masonry in the British Federation. Helena Petrovna Blavasky (1831-1891)
russa, provavelmente mais conhecida na história do que as duas anteriores;
também é uma profunda interessada na Maçonaria (muitos livros dela comprovam
isso), mas ignoramos se ela ingressou na Loja Direitos Humanos.
Mas as Lojas Direitos
Humanos e outras Lojas mistas ou femininas não conseguiram avançar dentro do
campo que mais interessava: o reconhecimento como atividade maçônica regular ou
legítima. A Grande Loja da França não proibiu seus membros visitar Lojas de Direitos
Humanos, mas não aceita em suas Lojas a visita de membros homens de Lojas
mistas. Nenhuma Potência da Associação Maçônica Internacional reconheceu a
Direitos Humanos.
Como podemos ver, a
não aceitação de mulheres na Maçonaria está baseada exclusivamente na tradição.
Não existe nenhuma outra razão fora dela. Hoje em dia a Maçonaria não tem
mudado sobre a aceitação da Mulher na suas práticas ritualísticas e certamente
nunca mudará.
Mas, mesmo que a
Maçonaria não se pronuncie oficialmente sobre o assunto (conforme com sua
política tradicional de não se envolver em polêmicas desgastantes que a nada
conduzem) os que realmente conhecem a Maçonaria sabem que ela considera a
Mulher com o muito respeito dentro da sociedade humana e, tanto é assim, que
para elas são reservadas homenagens especiais quando seu marido ou filho for
iniciado nos seus Mistérios; elas também tem as oportunidades de participarem
em sociedades para-maçônicas tais como Centros Femininos, Clube da Acácias,
Filhas de Jó, Eastern Star, Ordem do Arco-Íris, etc., nas quais elas tem a
oportunidade de desenvolvem seus próprios ideais e princípios.
Esta consideração pela Mulher começa já na
seleção dos candidatos que desejam um lugar entre nós: a esposa do candidato é
entrevistada separadamente e se ela não estiver de acordo com o ingresso do
marido, o processo é encerrado imediatamente, porque o espírito da Maçonaria é
unir as famílias e não separá-las.
Resumindo, a Maçonaria
exclui a mulher por razões exclusivamente tradicionalistas. Se for alterada
esta proibição a Maçonaria morre e nasceria uma nova instituição sem vínculo
algum com os antiqüíssimos princípios que formam o alicerce de nossa
Instituição.
Fonte: Omar
Cartes