O maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa
desbastar a pedra bruta, modelar e polir o material, de modo a alcançar a
beleza e elegância do edifício que constrói. Conservando os sentidos desobstruídos,
respeitando a humanidade usando a régua e o compasso, aproveitando a beleza das
formas, sua modelagem e detalhamento, a magia das cores, a integração dos sons,
a poesia de todas as artes, a expressão da causalidade, o simbolismo das idéias
numa única visão espiritual.
Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi
dotado de qualidades suficientes para impor a si mesmo, condições cada vez
melhores em seu habitat. Nas eras pré-históricas entre os animais, começou a
ser distinguido como ser superior em todos os aspectos.
A construção de si
próprio e da sociedade em que se insere tornam o Maçom um obreiro do futuro e
um construtor de novas realidades em resultado de um debate esclarecido,
imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que aprendido deve ser
sentido, nos mais diversos campos de ação profana.
A Ciência e a Filosofia nos mostram hoje, mudanças que estão
invadindo a humanidade. A começar pela terrível troca de valores entre os povos
mais evoluídos e entre os homens chamados mais civilizados. É uma espécie
de desintegração, de decomposição, de apodrecimento do próprio homem.
E para que o êxito deste intento não ocorra, o maçom terá que
ter o domínio pleno das instruções, postura exemplar, invocando as lições imortalizadas
pelos nossos antepassados, que as fizeram transcender os séculos, sempre
trabalhando pela virtude e a solidariedade.
Podemos verificar que na medida em que o homem vai se apoderando
do universo, pela ciência e pela técnica, vai também perdendo o domínio do seu
universo interior. À medida que penetra no mistério dos mundos, tanto dos
infinitamente grandes como dos pequenos, perde-se nos seus próprios mistérios.
Quer dirigir o universo, mas não sabe dirigir a si mesmo.
Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em
suas fronteiras geográficas, mas nas próprias fronteiras do coração humano. O
verme que corrói seu interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas
facilidades do mundo moderno, que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito,
o orgulho do poder.
Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é
uma moralidade discutível. Nos países desenvolvidos, ela adquire as proporções
de um verdadeiro flagelo. O crescente progresso das doenças mentais, dos desequilíbrios
de toda espécie, oferecem-nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.
O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear
seu fulgurante progresso, bem como temos o dever de trabalhar para esse
progresso. Nosso labor, no entanto, será em vão se, paralelamente, não
trabalharmos para desenvolver no homem a consciência de seu espírito. E preciso
refazer o homem para que o homem refaça o universo na ordem do amor.
Quanto maiores forem às facilidades, mais o homem terá
necessidade de luz para compreender que estas facilidades são apenas meios para
atingir um fim mais elevado.
Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais
necessidade de amor terá a fim de não capitalizá-las em seu próprio benefício e
em detrimento de seus irmãos.
Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande
Arquiteto do Universo, que emana nossas forças vitais para nossa subsistência,
com amor, fraternidade e liberdade. Com base nos conceitos filosóficos, a
Maçonaria teve sua origem, baseada nas grandes escolas filosóficas da
antigüidade, as quais, indistintamente, tiveram sua origem e inspiração nos
Mistérios. O templo simbólico e filosófico é construído dia a dia nos corações
dos VERDADEIROS MAÇONS, para servir de moradia ao G.’. A .‘.D.’.U.’., e de onde
devem ser expulsas as paixões, as intransigências, os vícios e mesquinharias.
O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica
espartanamente cultivada dentro e fora do templo.
Só assim, poderemos passar, corretamente, para os nossos
descentes de boca a ouvido, as maravilhosas lições deixadas pelos nossos
antepassados e que são, nada mais, nada menos, que o amor e a fraternidade, o
respeito e a igualdade, a humanidade e a tolerância entre todos os irmãos na
face da Terra.
BIBLIOGRAFIA:
- Atualidades de Nosso País – Editora Três Fronteiras – 2001
- A Maçonaria e a História – Rubens de Alencar – 1996
- Boletim GOB
Contribuição: Ir:.
Jaime Balbino