“Ano a ano, em
setembro, nós do Brasil, nos lembramos das lutas desenvolvidas por Maçons como
Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrada e Silva, que culminaram com a
Independência de nossa Pátria, a sete de setembro de 1822”.
Falar em 7 de setembro de 1822, é
falar na Maçonaria, é falar no passado, é falar no desprendimento, na
abnegação, no trabalho fecundo, silencioso, porem sempre altruístico de todos
quanto no passado como no presente, tiveram e leem a ventura de pertencer a tão
sublime e nobre instituição.
A Maçonaria, cuja origem se encontra
a um passado pré-histórico, surgiu com os primeiros anseios do homem, com seus
primeiros ideais de Liberdade, com as suas primeiras reivindicações de
consciência.
Lutou sempre a Maçonaria por estes
ideais, de viseira erguida, com desassombro, com desprendimento, com altivez.
No Brasil, no final do século 18 em
Minas Gerais, onde o sentimento de liberdade tomava vulto, já os sonhadores de
uma Pátria livre cresciam, agitavam-se, espargindo a semente do desprendimento,
do heroísmo, do sacrifício, fazendo crescer e fervilhar no íntimo de cada
brasileiro a chama do progresso, o sentimento de Liberdade, o Idealismo de um
Brasil maior, mais rico, mais desenvolvido, sobretudo mais Independente.
E, a mocidade, que foi sempre em
todos os países, em todas as causas justas, nobres e arrojadas, a vanguardeira
indomável, a mocidade. Repito, coube um papel importante nos fatos históricos
da nossa extremada Pátria.
Estudando nas Universidades de Coimbra
e de Montpelier viam-se jovens estudantes brasileiros ávidos de saber,
plasmando seus caracteres nos turbilhões de um mundo sedento de liberdade,
tendo exemplos edificantes nos fatos que então se desenrolavam, e tiveram
alguns, anos depois, papeis transcendentes no nosso principal movimento
históricos.
Como não poderia deixar de ser,
acompanhando de perto sentindo mais diretamente os acontecimentos, os jovens
estudantes acalentavam, sonhavam poder um dia trabalhar pelo engrandecimento da
Pátria, livrando-a da miséria que vivia, sendo tão rica.
A ideia de seguirem o exemplo de
outros povos faz com que os mais arrojados, os altivos, os mais desprendidos se
unam para, com um só bloco, uma só cabeça, agirem no momento preciso.
Já então pairava em todo o Brasil o
espírito de revolta contra a prepotência, contra os desmandos, avolumando-se o
desejo de emancipação a ideia de Independência.
O Governo de metrópole fazendo-se
surdo aos reclamos dos brasileiros, não compreendendo ou não querendo
compreender, tomava medidas cada vez mais drásticas contra os que sonhavam com
a Liberdade, por um Brasil maior.
O sentimento de Independência
avolumava-se cada vez mais.
Inicialmente, em Minas Gerais,
grandes números de homens notáveis de espíritos esclarecidos, de desprendimento
incomensurável, associavam-se, reuniam-se para, com coragem, resolução e
estoicismo, atirarem-se a luta.
E três grandes homens, três poetas,
três patriotas reuniram-se para levar avante seus sonhos de moços, seus ideais
sacrossantos.
Foram eles: Cláudio Manuel da Costa.
Tomaz Antônio Gonzaga e Inácio José de Alvarenga Peixoto.
A essa tríade de poetas, sonhadores,
de homens de valor, aliou-se Barbara Heliodóra, esposa de Alvarenga Peixoto –
Gloria e orgulho de mulher Brasileira.
Aqueles vultos juntaram-se Dr.
Domingos Vital Barbosa – Tem. Cel. Domingos de Abreu Vieira, os padres Manuel
Rodrigues da Costa, José da Silva de Oliveira Rolim, Carlos Correia de Toledo e
Melo. Cônego Luiz Vieira da Silva, Alferes de cavalaria Joaquim José da Silva
Xavier o Tiradentes – figura central, homérica, altiva, máscula e singular.
Posteriormente, pode a conspiração –
graças aos trabalhos e habilidades de Tiradentes contar com o concurso do Cel.
Francisco de Paula Freire de Andrade, chefe da força pública, em cuja
residência foram modificados os anos do levante. Também conseguindo a
participação do Dr. José Alves Maciel numa de suas viagens ao Rio de Janeiro.
O Visconde de Barbacena, encarregado
da Fazenda Real, fora à Minas com ordens de arrecadar todas as dívidas em
atraso, e diante de sua atitude intempestiva, sua falta de habilidade, cada vez
mais aumentava a revolta contra a Metrópole.
Com o aumento da revolta crescia o
número de adeptos à causa da liberdade sonhada por esta plêiade de heróis, que
a Pátria guardará sempre como um farol, um marco inicial de brasilidade.
Mas, como em todas as ocasiões, em
todos os movimentos há sempre uma figura indigna, um ser desprezível, um
traidor, em suma este apareceu e foi como bem sabemos Joaquim Silvério dos Reis
de triste memória.
Tiradentes, descoberta a revolta,
procurou inocentar seus companheiros, assumindo inteiramente a responsabilidade
de todas as tramas. O que aconteceu em seguida, a Tiradentes todos nós sabemos,
aos demais conspiradores foram prolatadas sentenças que variavam de acordo com
a vontade dos “Senhores Lobos Poderosos” de então.
Nobres atitudes, Belos
Desprendimentos, Heroicos Brasileiros.
Há depois no Rio de Janeiro em 1794,
outra Inconfidência, porém de maior importância, que mesmo assim levou à
masmorra Silva Alvarenga, Maricá e outros.
Poucos anos mais tarde, 1798 na
Bahia, pouco conhecido movimento, a Inconfidência Baiana, encontrou adeptos que
pagaram com a vida aos seus sonhos – os seus desejos de Liberdade, conforme se
verifica pelas preciosas coleções de manuscritos originais existentes na
Biblioteca Pública do Rio de Janeiro. Lendo este movimento sido idealizado e
desenvolvido dentro da Loja Maçônica “Cavalheiros da Luz”.
Assim surgiu o Areópago, as
academias – “Oficinas”. “Universidades”, não eram mais que sociedades
maçônicas, ou intimamente ligadas à Maçonaria.
Com toda a perseguição,
precisaríamos de no mínimo (uma) hora para descrever os movimentos em prol a
Liberdade. A Maçonaria precisava levar avante a sua intenção e necessário se
tornava procurar um ponto de apoio mais, pra a sua propaganda. Joaquim
Gonçalves Ledo procurou e consegue levar José Bonifácio de Andrade e Silva para
dentro da Maçonaria.
Com a fundação da Loja “Comércio e
Artes” cogitavam os Maçons fundar um Grande Oriente Maçom, o que conseguem em
28 de maio de 1822 numa assembleia presidida por Mendes Viana, sendo então seu
primeiro Grão Mestre José Bonifácio de Andrade e Silva, 1º Vig\ Joaquim Gonçalves
Ledo e Grande Orador o Cônego Januário da Cunha Barbosa.
Os movimentos continuaram com estes
na linha de frente.
Destacados os emissários para serem
os portadores dos despachos a “Sua Alteza Real” seguem rapidamente ao encontro
de Dr. Pedro e, de conformidade com o que diz a história “as quatro e meia horas
da tarde” do belíssimo sábado, de 07 de setembro encontram-no às margens do
Ipiranga, fazendo-lhe entrega da correspondência.
Lê o príncipe os despachos,
inclusive carta de José Bonifácio.
Sente-se que ele experimenta súbita
e estranha emoção.
Depois calmamente, entrega as cartas
a seu ajudante, e diz a meia voz:
“Tanto sacrifício feito por mim, e
pelo Brasil inteiro e não cessam de cavar a nossa ruína”... E, num momento de
alma.
“É preciso acabar com isto”...
Arranca a espada e grita:
“Independência ou Morte”, como se
gritasse ali para o Brasil Inteiro.
A Maçonaria não é uma religião, é
uma escola de moral. E, expressão elevada de moral, é o símbolo da pedra bruta,
onde desbastamos as asperezas do nosso eu.
Agir com prudência, vigiar-se a si próprio,
jamais fraquejar, sempre dominar-se, nunca ser dominado, guardar intactas as
convicções hauridas – no estudo, na observação, no livre exame de todas as
questões, não é problema fácil mesmo dentro do relativo de nossa precária e
acidentada existência.
Partidária do livre exame, admitindo
que as verdades de hoje sejam os erros de amanhã, que é necessário acompanhar a
ascensão do progresso humano, sempre visando a crescente dignificação da
personalidade humana pelo estudo e pelo trabalho, é a Maçonaria opositora de
exclusivismo, adversária do despotismo, inimiga jurada das Tiranias.
Hoje como ontem, amanhã como hoje, a
Maçonaria trabalha sempre, sem desfalecimento, sem tristezas, por um Brasil
mais forte, mais unido, mais coeso.
O trabalho dos antigos Maçons foi
imenso! Legaram-nos uma Pátria livre e independente e, hoje, com os olhos fitos
no futuro, pedimos sempre ao G\A\D\U\, que nos guie e
ilumine no sentindo de não desmerecermos do passado glorioso que nos foi legado
e que nossos filhos possam orgulhar-se do legado que lhes deixarmos.
No presente, como no passado,
efetivamente assim foi o procedimento da Maçonaria tanto que lhe cabe a Glória
de ter fundado a Nacionalidade de um dos maiores Países do Mundo. O nosso amado
e glorioso Brasil.
“Ano a ano, em setembro, nós do
Brasil, somos Lembrados das lutas desenvolvidas por Maçons como Gonçalves Ledo,
José Bonifácio, e que culminaram com a Independência de nossa Pátria a sete de
Setembro de 1822”.
Vamos
rever com carinho nossos conceitos.
TFA
M\M\ Milo Bazaga
GLMMG
– REAA
Bibliografia:
A
Maçonaria na Independência do Brasil, de Manuel Rodrigues Ferreira.
A
Maçonaria e a Independência do Brasil. A. Tenório D’Albuquerque.
Manual
do Mestre Maçom de M. Gomes - P\G\M\ - Editora Aurora.