Várias
versões foram propostas para explicar o significado desse termo antiquíssimo.
Não obstante todas as versões serem concordes em apontar os “filhos da viúva”
como sendo o nome alegórico dos Maçons, há divergências quanto a quem seria a
“viúva”. Recolhemos algumas explicações:
- Irm.’. Joaquim Gervásio de Figueiredo in Dicionário de Maçonaria diz que para alguns estudiosos, essa frase significa “Iniciado nos Mistérios Menores”, ao passo que “Filhos da Virgem” corresponde a “Iniciado nos Mistérios Maiores”.
- IIrm.’. Lorenzo Frau Abrines & Rosendo Arus Arderiu in Diccionario Enciclopedico de la Masoneria afirma que a viúva seria a terra, mãe e fossa comum de toda a Humanidade.
- Irm.’. Persigout in Annales Maçonniques Universelles, infere que a viúva seria a Natureza, sempre virgem e fecunda.
- Irm.’. Jules Boucher in A Simbólica Maçônica, deduz que a palavra viúva vem do latim vidua, que significa, com sentido de espaço, vazio, privado de. Assim, a expressão filhos da viúva significaria filhos do espaço e, como o espaço é símbolo de liberdade, os Maçons seriam os filhos da liberdade.
É
ainda Boucher quem desenvolve o complicado raciocínio de que como a viúva
caracteriza-se com um véu negro, que simboliza as trevas, também inerentes ao
espaço, os Maçons são, ao mesmo tempo, os filhos da viúva e os filhos da luz.
Eles são filhos do mundo das trevas, mas, no seio do mundo, manifestam-se como
filhos da luz.
- Irm.’. Guillemain de Saint-Victor in Recueil Précieux, afirma que a viúva é a mãe de Hiram Abiff, que foi cuidada pelos Maçons depois que seu filho foi assassinado por três maus Companheiros.
- A interpretação de que a viúva seria a própria Maçonaria é comum a vários autores.
- Para os que apontam a origem da Maçonaria na Ordem dos Templários, a viúva seria a própria Maçonaria, desde quando Jacques de Molay, Grão-Mestre da Ordem, foi morto pela Inquisição.
- Irm.’. Plantageneta in Causeries en Chambre du Milieu, diz que todos os Maçons – filhos do mesmo pai, Hiram Abiff – ficaram solidários na defesa comum de sua viúva, a Franco-Maçonaria.
- Irm.’. Alec Mellor in Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons, afirma que, segundo a Bíblia, Hiram Abiff foi apresentado a Salomão como filho de uma viúva da tribo de Neftali (I Reis 7:14). Com a morte de Hiram Abiff, a Maçonaria ficou viúva e os Maçons passaram a ser os “filhos da viúva".
- Mas há aqueles que vão mais longe, aos antigos Mistérios egípcios:
- Irm.’. Gédalge in Dictionnaire Rhéa após afirmar que a expressão “filhos da viúva” se refere aos Maçons em memória da viúva que foi mãe do arquiteto Hiram, completa afirmando que Ísis, a “grande viúva” de Osíris, procurando os membros esparsos de seu esposo, é igualmente encarada como a mãe de todos os Maçons, os quais, a seu exemplo, procuram o corpo de seu Mestre Hiram Abiff.
- Irm.’. Oswald Wirth in Le Livre du Maître, conta que a viúva é Ísis, personificação da Natureza, a mãe universal, mãe de Osíris, o deus invisível que ilumina as inteligências.
- Irm.’. Nicola Aslan expõe, in Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, que muitos autores interpretam que Ísis, símbolo da terra, é a “grande viúva” de Osíris, símbolo do Sol, que a fecunda e da qual somos todos filhos. Como a Loja, onde se reúnem os Maçons, tem o significado de mundo, por extensão, os Maçons são os filhos do universo, por serem todos uma de suas partículas.
- Como uma síntese de todas as versões que relacionamos, Ragon in Ritual do Grau de Mestre, afirma que Hiram Abif representa Osíris, o Sol, a Luz; sua viúva Ísis é a Terra, a Natureza, a Loja; e seu filho Órus é o Homem, o Maçom. Assim, os Maçons moram na “Loja Terrestre” e são os “filhos da viúva”, os “filhos da natureza”, os “filhos da luz”.
Simbologia Maçônica Dos Painéis