Por princípio, a maçonaria é aberta a todos os homens de
bem, sendo estes oriundos de qualquer raça, credo, cor, ideologia, ou
convicções políticas; desde estes estejam de acordo com os nobres ideais
maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade entre todos os homens.
Isto significa que para ser maçom, o homem deve estar
disposto a se livrar de todos os vícios sociais e de todos os tipos de
preconceito ou reserva que possa ter, ainda que no seu íntimo mais profundo,
contra qualquer outro ser humano, seja de ordem social, política, racial,
religiosa ou intelectual; deve se dispor a dar a todos os homens,
independentemente de suas diferentes origens e ou convicções, o mesmo respeito,
consideração e auxilio que destinaria àqueles que, segundo a visão de determinados
tipos de pessoas, pertencem à mesma classe social ou lhe é semelhante em
pensamento ou em algum quesito tão ligado aos sectarismos sociais e
preconceitos que escravizam os homens.
Assim a iniciação maçônica, processo pelo qual um homem se
capacita para entrar na fraternidade universal e eclética da maçonaria, busca
destruir nos homens, desde o princípio, aqueles preconceitos que eles possam
ter em si que possam levar-lhes a olhar para as outras pessoas e reconhecer
nelas alguma diferença em relação a si mesmos, no que se refere ao princípio da
igualdade em direitos ou deveres ou capacidades.
Através de um sistema de símbolos, a cerimônia de iniciação
procura deixar claro, desde o primeiro momento, que qualquer distinção entre os
irmãos, a não serem as de ordem moral ou em sabedoria, não são reconhecidas
entre os membros da sublime Ordem Maçônica e, por isso, o Candidato a Maçom
deverá se livrar de todos as opiniões preconcebidas e de todas as reservas que
porventura possa possuir contra quaisquer outras pessoas se desejar persistir
em seu desejo de ser aceito como maçom.
Tal é o papel, por exemplo, da Câmara de Reflexões em que o
candidato é recolhido onde vê símbolos da mortalidade, uma placa na parede com
dizeres claros advertindo o candidato justamente sobre esses valores.
Mas a iniciação é também o momento em que é preciso
verificar quais são as predisposições da alma do Candidato. Assim quando os
candidatos entram no templo, ainda de olhos vendados, eles deverão ser sondados
e deverão responder a perguntas para que os irmãos presentes possam conhecê-los
melhor e para saber como os candidatos interpretaram os símbolos que
presenciaram e explicá-los aos Candidatos para que possam utilizá-los em seu
progresso.
Os futuros maçons devem fazer três viagens simbólicas e em que cada uma delas o
candidato termina por bater três vezes em uma porta e embora os candidatos
ainda não tenham recebido a luz, tem ali um contato inicial com o um dos
símbolos mais constantes da maçonaria, o numero das batidas, pois simboliza
todos os ternários, e ao mesmo tempo o faz bater nas três portas da mesma forma
como os Aprendizes batem a porta do templo para solicitar ingresso.
A primeira porta em que o candidato tem de bater é do altar do Segundo
Vigilante.
O Candidato bate três vezes e o 2° Vigilante, que simboliza
a beleza manifestada pela caridade, com que deve o maçom enfeitar sua vida e
que o candidato deve estar disposto a praticar sempre, atende desafiadoramente,
pois deve testar a sinceridade do candidato, pois só quando é sincera e
desinteressada, a caridade é realmente uma obra digna de um verdadeiro maçom
disposto a fortificar sua obra para resistir às tempestades imprevisíveis do
destino, presente na primeira viagem, sem cair no esquecimento destinado
aqueles não procuram tornar suas vidas em memoráveis legados de amor.
A segunda porta em que bate o Candidato é do altar do 1° Vigilante, que
simboliza a força necessária ao maçom para empreender a grande obra maçônica. O
Primeiro Vigilante atende ameaçadoramente as batidas desta porta para testar a
coragem, simbolizada nesta porta, que o candidato, assim como o patriota que
busca pelas instituições livres ou o navegante que se aventura no mar revolto a
procura de um porto seguro, deverá ter para prosseguir em sua viagem rumo ao
crescimento como indivíduo e também como um incansável defensor do povo livre.
Esta coragem é também imprescindível àquele que se aventura
em uma busca à sabedoria e glória como maçom, mesmo sabendo que esta viagem
também poderá lhe trazer revezes e colocá-lo a mercê do povo que ele deve
procurar guiar, proteger e ajudar, como já aconteceu tantas vezes no passado
com visionários e entusiastas.
A terceira porta é o altar do Venerável Mestre, a qual o
Candidato poderá bater apenas após ter galgado os degraus simbólicos do
oriente, cruzado a balaustrada e desenvolvido as qualidades, não somente da
força, trabalho, ciência e virtude, simbolicamente inatas a todos aqueles que
tem acento no oriente, como também a pureza, luz e verdade, que são atribuídas
à principal luz do templo, o Venerável Mestre, que deve ser a fonte da luz da
sabedoria e presidente da loja, e cargo em que o Maçom só chegará a exercer se
demonstrar ter perseverança suficiente, sendo esta virtude testada no então
candidato, quando o Venerável Mestre lhe atende as batidas rispidamente e diz
alto! Quem vem lá?
Assim, durante as 3 viagens que se tem de empreender para
alcançar o direito de ser aceito como Maçom, o Candidato experimenta, de forma
simbólica, todo o percurso da evolução moral e intelectual que deverá galgar na
maçonaria simbólica para alcançar a posição máxima que se pode chegar em uma
loja simbólica, ou seja, o posto de Venerável Mestre, que, por ter a missão de
abrir a Loja, dirigi-la e esclarecê-la com as luzes da sabedoria, está na
posição de sábio que deve, com a humildade de um irmão despretensioso,
iluminar, como o sol, as vidas dos irmãos ali congregados.
Mas para chegar à condição de sábio, o homem deve
lapidar-se perseverantemente, aprender a desenvolver as qualidades que lhe são
ensinadas e requisitadas por cada símbolo que contempla constantemente no
templo, desde os degraus do altar do Venerável Mestre até as colunas
decorativas J e B, localizadas na entrada do templo. Mas para que o candidato
possa começar este caminho deverá primeiro ser digno de bater nas três portas
simbólicas.
Uma vez iniciado, o Aprendiz Maçom começa a ter direito a
gozar da companhia dos irmãos e dos símbolos que encerram os valores da nobre
ordem e ensinam a principal lição do grau que eles receberam: a fraternidade.
Assim aprenderão, olhando a harmonia produzida pelos
contrários das cores do Mosaico do Pavimento da Loja, que todos desfrutam do
mesmo valor, da mesma importância e da mesma representatividade e que quando
unidos sem sobrepujança de nenhum deles, produzem a beleza de uma obra
harmônica sem perderem sua característica própria.
Também aprenderão, olhando a orla dentada e estudando o seu
significado que a sabedoria deve ser difundida aos quatro ventos; aprenderão,
pela Estrela Flamejante, que deve o maçom irradiar caridade como o sol que
irradia luz, sem distinção quem se banha em seus raios; aprenderão que, neste
grau, voltado para a matéria, o compasso e o esquadro formão uma estrela de Salomão
em que o esquadro, assumindo a posição de triangulo que aponta para baixo,
sobressai-se mais neste grau, porque o aprendiz só trabalha sobre a pedra bruta
buscando a esquadria, e usará, por referencia, o esquadro simbolizando a
matéria, sobre a qual deverá trabalhar o aprendiz, buscando a retidão em tudo e
acima de tudo, para só depois de alcançá-la poder usar o compasso.
Começará a aprender que a igualdade, simbolizada pelo
nível, como condição para fraternidade, está presente desde o nascimento, pois,
todos são iguais perante o grande arquiteto do universo desde o nascimento,
sendo criados todos simples e ignorantes, mas que somente o mérito da virtude
moral e a sabedoria poderão e deverão diferenciar os homens por justiça, sendo
então considerada como a maior das desigualdades quando se trata como iguais
aos casos desiguais deixando de considerar o mérito pessoal quando partidos
todos do mesmo princípio.
Os Aprendizes maçom aprenderão, assim, muitas coisas até
que estejam prontos para trabalhar sobre a pedra polida, pois os aprendizes só
trabalham sobre a pedra bruta e até que tenham aprendido todas as lições deste
grau, não poderão solicitar o aumento de salário em sua loja.
Entretanto não se deve esquecer que a maçonaria é
universal, que o universo é a verdadeira oficina e por tanto é no mundo profano
e entre os homens comuns que o maçom deve realmente exercitar todas as
qualidades que aprende em Loja, pelo simbolismo do Templo Maçônico e das
cerimônias ritualísticas.
Bibliografia
Apostila de Instruções para Aprendizes Lição. 1
Apostila de Instruções para Aprendizes Lição. 2
Apostila de Instruções para Aprendizes Lição. 3
Ritual do Grau de Aprendizes
Instruções para Aprendizes Maçons do site www.gob.org.br