Em todas as sessões onde ouvimos a leitura dos irmãos que se foram
para o Oriente Eterno percebemos, apesar de nosso conhecimento maçônico, o
desconforto principalmente dos irmãos que já estão com os cabelos brancos.
Chegam a movimentar-se nas cadeiras, demonstrando real preocupação com o seu
futuro e de suas famílias.
Momento de reflexão necessária para todos nós, independente da idade
ou cor dos cabelos, afinal, o que realizamos nas lojas se não obtivermos um
tempo para reflexão em nossa própria existência?
A maçonaria é eclética e incorpora várias crenças e culturas, assim
sendo acabamos por absorver e compreender uma série de ideias e conceitos
sobre a morte.
Existe uma corrente filosófica que crê na morte diária do ser humano.
O leitor mais ansioso deve estar pensando: “claro…morremos todos os
dias um pouco, todos os dias perdemos milhares de células que morrem e temos
um dia a menos para viver”. Todavia não é esse o enfoque dessa corrente.
Essa linha de pensamento destaca que quando dormimos ficamos
inconscientes em total escuridão e de nada lembramos, nada sentimos a não ser
em nossos sonhos. Quando dormimos e não sonhamos é como se estivéssemos em um
estado de coma, morremos para o mundo concreto, adentramos na escuridão do
estado de inconsciência.
Nos dias atuais onde as relações humanas são efêmeras e descartáveis,
nós literalmente morremos para a memória de muitas pessoas de nosso passado.
Alguns irmãos deixam de ir à loja por tanto tempo e trabalham tão
pouco para a ordem que são esquecidos, adormecidos, morrem para a maçonaria,
caem no berço da escuridão.
Platão dizia que devemos observar como os pares de opostos se
manifestam na natureza: o alto e o baixo; o positivo e o negativo; o
masculino e o feminino; o dia e a noite; o sono e a vigília. Durante o dia
estamos em estado de vigília e à noite dormindo. Esse é o processo natural.
Ninguém pode ficar eternamente acordado ou eternamente dormindo. Isso vale
para a vida e a morte.
Nossa ignorância é a morte da inteligência, nosso ego é a morte da
humildade. Quando estamos alegres enchemos a loja de boas energias e matamos
a tristeza a angústia e as desilusões que nos assolam.
Nosso Mestre de Harmonia cria a morte do silêncio o Venerável Mestre
nos remete a luz e a sabedoria de Salomão. As luzes matam as trevas e os nós
nos fazem refletir o quanto temos que aprender para nos desprendermos das
amarras que a vida ilusória nos traz.
Hiram e a Acássia nos fizeram entender que a morte é apenas um ciclo
entre o acordar e o dormir. Que em todos os momentos a maçonaria está em pé e
a ordem para acolher o irmão ferido, abatido, combalido ou morto.
Hiram com sua morte terrena nos faz compreender que o mundo profano e
seu cotidiano mercenário, apenas nos denigrem e apequenam.
A simbologia de nosso mestre Abiff nos faz avaliar que por mais que
alguns irmãos estejam mal intencionados, querendo apenas a evolução do grau e
a acumulação de cargos para nutrir seus egos, ainda existem muitos irmãos
valorosos que efetivamente guardam carinhosamente em seus corações cada gota
de sabedoria que a maçonaria oferece.
O ciclo da vida, esse maravilhoso percurso que trilhamos é o que nos
dá força para continuar.
As doutrinas religiosas que falam na reencarnação do ponto de vista da
crença pode ter esbarrado na genética formando assim não só uma elucubração
filosófica sobre a morte, mas obtendo uma real circunstancia de vida após a
morte.
Quando nascemos obtemos 50% da genética de nossa mãe e 50% de nosso
pai. Quando eles morrem metade deles reside conosco. Eles morreram? Ou
ressuscitaram em nossos corpos para uma nova vida?
Agora com a manipulação genética o corpo físico poderá nascer por
quantas vezes o geneticista quiser. Podemos pensar nisso como morte ou
ressurreição? Um clone quando morre e renasce por manipulação genética
ressuscita? Onde fica a alma nesses casos?
Esses debates de vida e morte nesse milênio vão evoluir o pensamento
filosóficos dos pensadores que estudamos. Quem sabe seremos nós os maçons
parte desse novo pensamento que vai não só estudar esse modelo de vida e
morte, mas também de refletir sobre as questões éticas, morais e espirituais
dos casos.
Se a morte fosse à dissolução total do homem, isso seria de grande
vantagem para os maus, que após a morte estariam livres, ao mesmo tempo, de
seus corpos, de suas almas e de seus vícios. Aquele que adornou sua alma, não
com enfeites estranhos, mas com os que lhes são próprios, ele somente poderá
esperar com tranquilidade a hora de sua partida para o outro mundo. [1]
Experiência de Quase Morte –
EQM
As
pessoas que viveram o fenômeno relatam, geralmente, uma série de experiências
comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967)[2], tais como:
Nesse espaço, a pessoa que vive a EQM percebe a presença do que a
maioria descreve como um “ser de luz”, embora seu significado possa variar
conforme os arquétipos culturais e a religião pessoal. O portal entre
essas duas dimensões é também descrito como a fronteira entre a vida e a
morte. Por vezes, alguns pacientes que viveram essa experiência relatam que
tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. Muitas vezes
falam de um campo, uma porta ou um lago, como uma espécie de barreira que, se
atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.[3]
A comunidade médica passou a olhar para a morte e a sobrevivência
da consciência sob uma nova
perspectiva, como ocorre, por exemplo, na Associação Internacional de Estudos
de Quase Morte, no Departamento de Psiquiatria e Ciências
Neurocomportamentais da Universidade da Virginia e
na Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Enquanto existem
observadores que atribuem esse fenômeno a experiências espirituais, outros
recorrem a teorias como alucinação, memória genética ou a simbolização do
nascimento biológico.
Nesse caso a sensação de morrer pode mudar drasticamente a vida,
quando a morte física não se conclui.
A simbologia de Hiram em síntese dá ao iniciado nos mistérios a
dimensão do que é a transição entre o mundo físico e o espiritual.
O fato é que a preparação para a morte nos é desde a iniciação
colocada em forma de instruções e símbolos. O tema ainda é tabu inclusive
entre maçons. Não deveríamos temer a morte, entretanto ainda temos muito o
que caminhar para entendermos todo o ciclo e de vida e morte como algo
natural.
A humanidade somente estará pronta no dia em que comemorar a morte de
um ente querido da mesma forma que se exalta felicidade ao ver o chorar de um
recém-nascido no ato de seu nascimento.
Ir .`. M .`. M.`. Fabiano
Bellati
Augusta e Respeitável Loja
Trabalho e Silêncio 121 - Oriente de Campinas-SP.
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Bibliografia:
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[1] http://evangelhoespirita.wordpress.com/introducao/resumo-da-doutrina-de-socrates-e-platao/
[2] http://psicologianicsaude.files.wordpress.com/2012/11/kc3bcbler-ross-elisabeth-sobre-a-morte-e-o-morrer.pdf
[3] wikipedia