É claro que cada
etapa, cada fase tem sua importância, exercendo papel fundamental num ciclo de
vida. Mas se você tivesse que escolher uma etapa da vida, uma fase preferida,
qual seria? Creio que quase a totalidade das pessoas optariam pela vida, pela
fase adulta.
A Maçonaria Simbólica
nada mais é do que um ciclo de vida iniciático, também dividido em três etapas.
Enquanto o Grau de Aprendiz simboliza o nascimento, quando o candidato que se
encontra nas trevas recebe, enfim, a luz da Maçonaria, o Grau de Mestre
simboliza a morte, e todos os ensinamentos que ela envolve.
Então, o que seria o
Grau de Companheiro, esse grau tantas vezes discriminado? O Grau de Companheiro
simboliza a vida, a fase madura, entre o nascimento e a morte!
Mas a cultura que se
sobressai no meio maçônico destaca apenas dois momentos importantes na vida de
um maçom: quando de sua iniciação, que marca o início de sua senda maçônica, e
quando galga o grau de Mestre, alcançando assim sua plenitude de direitos
maçônicos.
O grau de Companheiro,
além de marginalizado, é visto por muitos como um peso, um obstáculo, a fase
ruim do desenvolvimento na Maçonaria Simbólica. A situação é agravada ainda
mais pelos maçons “esquisotéricos”, que pregam o grau de Companheiro como um
grau de indecisões e perigos, abusando da interpretação do número “2” para
afirmar que o Grau 02 é arriscado, devendo os membros permanecer o mínimo de
tempo possível como Companheiros. Balela!
É no grau de
Companheiro que o maçom realmente aprende a ciência maçônica, passando a
trabalhar com novas ferramentas de trabalho. É nesse grau que o maçom
desenvolve os cinco sentidos humanos em sua plenitude para, então, aprender a
dominar as sete artes e ciências liberais: Gramática, Retórica, Lógica,
Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. É no grau de Companheiro que o
maçom atravessa a escada de 15 degraus e tem acesso à Câmara do Meio.
Talvez, o que falta
explicitar a muitos maçons seja algo muito simples, já presente na sabedoria
popular: “o importante na vida não é o ponto de partida, nem a chegada, e sim a
caminhada”.
Em outras palavras, o
importante na vida maçônica não é quando se ingressa na Maçonaria ou quando se
alcança o grau de Mestre ou o grau 33. Não são momentos específicos, marcos.
O importante é
aprender ao máximo em cada grau que se passa e viver a vida pelos preceitos
maçônicos. Se não for para ser assim, não há o menor sentido em tudo que
fazemos.
Por Kennyo Ismail