Bem sabemos que a
Maçonaria ou as doutrinas maçônicas estão sempre próximas da natureza
humana.
Todos sentimos
desde a infância o desejo de entendermos o universo.
Todos pretendemos
construir uma imagem deste Universo, de o ordenarmos ao nosso jeito, à nossa
volta, construindo histórias, o gérmen da fonte criadora que culmina, sem o
sabermos, na filosofia maçônica. Pelo simples fato que o homem nunca deixará de
promover o desejo de conhecer, das exigências da ação, na busca incessante da
Verdade.
Se, para a Igreja a
Verdade já existe, para a Maçonaria ela é uma busca incessante, absorvendo as
necessidades do próprio espírito, sempre num esforço pessoal sobre o Mundo e o
destino. Realizado ao longo da vida nas Lojas maçônicas, o maçom continua no
seu esforço à procura da Verdade, quer num inquérito pessoal, quer sobre
o Mundo e o seu destino; inquérito silencioso cujas conclusões encontra no seu
dia-a-dia, ou nos momentos de calma ou alheamento nas Lojas onde reúne, com
mudanças interiores que ficam evidentes e profundamente meditadas.
Assim se manifesta
a Maçonaria, um genuíno agente de progresso intelectual.
Esta curiosidade
superior é muitas vezes confundida com sentimento religioso. Mas ele constitui
a aptidão que é própria da nossa espécie. Nela reside o sentimento maçônico,
uma vida espiritual por mais humilde que seja é a derradeira ambição das
criaturas humanas.
A Maçonaria regular
e tradicional não pode pois representar sentimentos religiosos e muito menos a
religião, seja ela qual for. Nem confirmar ou definir a existência de uma
crença ou de um criador. Mas representa o homem espiritual que se afirma por si
mesmo numa procura incessante da Verdade.
Uma afirmação que
faz progredir a ciência através de todas as formas e experiências. Que coloca
as religiões como mais um ponto de partida. Mas esclarecendo que o esforço
humano vai para além delas.
A consciência
humana é a imagem de um Mundo por explicar. Mas de que mundo
falamos? Do Mundo material e do Mundo espiritual.
O maçom, desta
forma, começa por apresentar uma consciência humana de um mundo por explicar e
parte desta forma completamente livre para a busca da Verdade.
Procura trazer a
ânsia da sua curiosidade, da sua certeza intelectual e do seu prazer pela
defesa da perfeição moral. Por este desejo de aperfeiçoamento moral e pela
certeza intelectual da sua consciência na busca da Verdade, exprime-se conforme
a sua época e civilização, sendo certo que deseja ver claro em si e à sua
volta.
Amar a Maçonaria e
defender a sua Escola equivale a adotar esta consciência e não se limitar às
respostas passadas dos formadores maçônicos.
A resposta de cada maçom
deve ficar dentro de cada um, mas antecipando-se ao futuro, para poder
contribuir diretamente para a construção desse futuro e de forma
sistêmica.
Passo a passo a
filosofia maçônica conquistará o desconhecido, ultrapassará os limites do
imediato, das certezas religiosas, promovendo o risco das nossas interpretações
esotéricas e simbólicas que o espírito nos impõe.
Sempre frágeis nos
primeiros passos de um maçom, mas proporcionais em compreensão e em função do
esforço que o maçom lhe possa dedicar.
Ao retomarmos o
caminho das primeiras verdades promovemos o conhecimento e descobrimos novos
horizontes.
A natureza humana
transforma-se num apelo que move o coração de cada maçom. De coragem, de
compreensão, de tolerância, rodeados de mistérios próprios da natureza humana
sempre disponível para a investigação e que a Escola da Maçonaria Regular e
Tradicional permite alcançar.
BIBLIOGRAFIA
Peça de Arquitetura
dos IIrr.'. Álvaro Carva e José Prudêncio, ambos Obreiros da Grande
Loja Nacional Portuguesa e membros do Supremo Conselho de Portugal do Rito
Escocês Antigo e Aceito.