O Altar dos Perfumes situa-se no Oriente, em frente ao Trono do
Venerável. Sobre ele estará o turíbulo e a naveta de incenso. Tem como origem a
passagem do Livro do Êxodo, capítulo XXX, vv. 1 a 10, em que vemos o Senhor
determinando a Moisés a feitura do Altar do Incenso:
1 - “Farás também um Altar para queimar nele
incenso; de madeira de acácia o farás.
2 - Terá um côvado de comprimento e um côvado
de largura, será quadrado, de dois côvados de alto; os chifres formarão uma só
peça com ele.
3 - De ouro puro o cobrirás, a parte
superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma bordadura de ouro
ao redor.
4 - Também lhe farás duas argolas de ouro
debaixo da bordadura, de ambos os lados as farás; nelas se colocará os varais
para se levantar o altar.
5 - De madeira de acácia farás os varais e os
cobrirás de ouro.
6 - Porás o altar diante do véu que está
diante do propiciatório, que está sobre o Testemunho, onde me avistarei
contigo.
7 - Arão queimará sobre ele o incenso
aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará.
8 - Quando o crepúsculo da tarde acender as
lâmpadas, o queimará; será incenso contínuo perante o Senhor pelas vossas
gerações.
9 - Não ofereceis sobre ele incenso estranho,
nem holocaustos, nem ofertas de manjares; nem tão pouco derramarei libações
sobre ele.
“10 - Uma vez no ano Arão fará expiação sobre
os chifres do altar com o sangue da oferta pelo pecado; uma vez por ano fará
expiação sobre ele pelas vossas gerações.”
O esquema filosófico da Maçonaria que procura atender sempre ao
simbolismo perfeito e de explicação relativamente fácil, prevê que o Altar dos
Perfumes é individualizado eis que, com ele completar-se-á o número simbólico
de nove altares.
Nove é o “princípio da Luz Divina Criadora que ilumina todo o
pensamento, todo desejo e toda obra e exprime externamente à obra de Deus que
mora em cada homem, para descansar depois de concluir a sua obra”, o número
oito, quando não há o Altar dos Perfumes, é o símbolo natural do equilíbrio e
da Justiça e que simboliza o princípio de Hermes que afirma que “COMO É EM
CIMA, ASSIM É EM BAIXO”.
A Loja para ser perfeita tem que simbolizar a Obra Divina. Não basta que
ela represente o equilíbrio e a Justiça se lhe falta a Luz Divina, Criadora e
Iluminadora de todos os pensamentos.
Assim, no simbolismo hermético o Octanário não pode substituir o
Novenário sem que haja a solução de continuidade no encadeamento das ações
evolutivas. Quanto a nós, somos contra a supressão do Altar dos Perfumes das
Oficinas pelos seguintes motivos:
Os Três triângulos místicos que devem figurar no
corpo da Loja deixam existir quando falta um dos altares.
Estes triângulos são formados: 1º - Pelos altares
do Venerável, do Orador e do Secretário; 2º - Pelos altares do Tesoureiro, DOS
PERFUMES e do Chanceler; 3º Pelos altares do 1º Vigilante, dos Juramentos e do
2º Vigilante. Assim, cada um destes triângulos representa um dos aspectos
trinitários do G.’. A .’. D.’.U.’., cada um deles com a mesma Pureza, a mesma
Luz e a mesma Verdade, componentes da excelsa Sabedoria!
A falta doa Altar dos Perfumes impede a feitura do
segundo Triângulo místico. Deixa assim de ser representada a feitura do segundo
aspecto do G.’. A .’. D.’.U.’. - o Filho - da Tríade Divinal!
Verifica-se então um desequilíbrio místico que não
poderá ser justificado pela praticidade do cerimonial!