Quando vos conto do
primo
Notem que é triste
minha fala
Porque o primo é um
“mala”
Mas pensa que é um
arrimo
É mais liso do que
limo
Que floresce em
qualquer chão
Mas lhes digo de
antemão
Garnisé nunca foi galo
Petiço não é cavalo
E primo não é irmão
O primo pouco aparece
nas seções de nossa casta
Qualquer motivo lhe
basta e da reunião ele esquece
Não sai quando
escurece
Ando me sentindo mal
Tudo é desculpa é
normal
E quando vem atrasado
chega pedindo emprestado o livreto e o avental
O primo acha
importante ter um cargo de valor
Ser da loja o orador ou então o vigilante
Outros são irrelevantes para sua sabedoria
Ser da loja o orador ou então o vigilante
Outros são irrelevantes para sua sabedoria
Já foi mestre de
harmonia, gosto particular
E por ter que
trabalhar nunca quis secretaria
O primo não abre a mão
No tronco se ouve a
queda do tilintar das moedas da sua contribuição
Centavos que lá se vão
com muita dificuldade
Diz que não faz por
maldade
Mas fica rubro e
irritado quando lhe cobro o atrasado da sua mensalidade
Não levanta um
alfinete, Mas bota defeito em tudo
Do som que acha sisudo ao ressoar dos malhetes
Pode ser um palacete a loja que ele frequenta
Que um porém ele apresenta sem no entanto ajudar
Criticar por criticar é a sua ferramenta
Do som que acha sisudo ao ressoar dos malhetes
Pode ser um palacete a loja que ele frequenta
Que um porém ele apresenta sem no entanto ajudar
Criticar por criticar é a sua ferramenta
Sempre exige uma posição da loja contra os sistemas
Mas nem abaixo de novena ele integra uma comissão
Diz que sua obrigação
como obreiro é relatar
Que já fez muito em mostrar o que acha intolerável
Agora é com o venerável
Ele que vá se virar
Que já fez muito em mostrar o que acha intolerável
Agora é com o venerável
Ele que vá se virar
Se o assunto é
cooperar
O primo não dá o nome
Na hora do pega se some
O primo não dá o nome
Na hora do pega se some
E ali fazem seu lugar
Nunca prepara um
jantar porque está sempre ocupado
Mas se é boca livre é um pecado
Além da pose e da gula
Mas se é boca livre é um pecado
Além da pose e da gula
O primo não se encabula se ainda leva uns convidados
O primo quer
compreensão com as suas falhas profanas
Mas não passa uma semana sem pisotear um irmão
Se acha o tal da razão é a lei o delegado
Mas não passa uma semana sem pisotear um irmão
Se acha o tal da razão é a lei o delegado
Sem perceber que a seu
lado poucos lhe dão importância
E que a velha
tolerância é o que o mantém em torado
Só uma coisa eu lhes digo para o bem da maçonaria
Para evitar mordomias
Que o primo seja inquirido
Passar a mão faz sentido
Se tiver volta o vivente
Se não tem que siga em frente
Pois o importante é a harmonia
Melhor ser cinzento um dia
Do que amarelo para sempre.
Eduardo Lecey