SIMBOLISMO DA ESCADA


O simbolismo da escada está totalmente relacionado com a relação entre o céu e a terra. Por excelência, a escada é o símbolo da ascensão e da valorização, associada também ao simbolismo da verticalidade. No entanto, a escada simboliza uma via de comunicação nos dois sentidos, tanto ascendente quanto descendente.

Tudo que o que simboliza um progresso de valor está relacionado à subida e ao crescimento, e tudo que simboliza uma perda de valor associa-se à descida. Na arte, por exemplo, a escada frequentemente aparece como um suporte imaginativo da ascensão espiritual. A linha do qualificativo e da elevação é vertical, por isso associa-se à simbologia da escada.

Um símbolo ascensional desta natureza indica uma hierarquia, um movimento. No princípio, temos a condição terrena; à chegada, o estado angélico. Entre os dois, os andares, com as suas etapas provisórias, que assinalam a beleza vislumbrada, a paz que começa a tranquilizar o viajante e que o encoraja a prosseguir o caminho, a fazer face às lutas que ele tem de aceitar.

A escada é também o símbolo da progressão em direção ao saber. Quando se eleva em direção ao céu, trata-se do conhecimento do mundo material ou espiritual. Quando penetra no subsolo, trata-se do saber oculto e das profundezas do inconsciente. Símbolo ascensional clássico pode designar não só a subida no conhecimento, mas também uma elevação integrada de todo o ser.

O caminho de todos nós, aprendizes da vida, e principalmente dos adeptos das ciências ocultas, consiste no aprendizado. Devemos aprender como as coisas funcionam em nós e no universo e por meio da observação, aprender as causas e os efeitos de tudo em nossa vida. 

Entretanto, esse aprendizado na maioria das vezes é gradual, obtido com um passo de cada vez, ou ainda, degrau por degrau. É então que nos vemos diante da escada que nos levará ao topo, onde está nossa recompensa.

 

Infelizmente, muitos adeptos das ciências ocultas perdem-se no caminho porque ignoram a importância de ir degrau por degrau, em cada um aprendendo o que ele lhe reserva. Como o alquimista que precisa de pausas na realização da Grande Obra, todos nós precisamos absorver de cada etapa do desenvolvimento aquilo que nos proporciona, e no tempo necessário.

SIGNIFICADO ESPIRITUAL DA ESCADA

A escada comunica o céu e terra, possui vários degraus que representam os diferentes níveis de consciência. Por essa razão, é um símbolo ascensional. Enquanto o discípulo ou iniciado conseguir ir até o mais alto degrau, o profano cheio de apegos mundanos mal consegue subir alguns poucos degraus.

Apesar de representar uma “subida para o céu”, é interessante observar que este símbolo está associado a uma vida de comunicação que ocorre nos dois sentidos: ascendente e descendente. Nesse sentido, tudo aquilo que está associado a um progresso de valor está ligado à subida, enquanto perdas de valor estão associadas à descida.

A escada também está relacionada ao simbolismo da verticalidade. Costumo pensar que a escada é o caminho do adepto. Como ela pressupõe ascensão, cada degrau representa um nível, pontos de passagem. Partimos da terra em direção ao céu. 

A escada é um símbolo carregado de significados, tanto espirituais, como mentais. Com seus muitos degraus simboliza os planos da mente e os planos de existência.

A descida ao inconsciente e a ascensão sobre o consciente. Através dela é possível tanto subir, como descer. Assim como também é possível permanecer parado no mesmo degrau, sendo apedrejado pelos pilares do sedentarismo mental e/ou espiritual. A escada nos dá uma escolha, de subir ou não, de buscar ou não, de aprender ou não. O caminho do crescimento e pessoal

SIMBOLISMO DA ESCADA NA BÍBLIA

Na Bíblia, grande livro simbólico, a menção ao simbolismo da escada é feita em Gênesis:

“E Jacó seguiu o caminho desde Bersba e dirigiu-se a Harã, com o tempo atingiu certo lugar e se preparou para ali pernoitar, visto que o Sol já se tinha posto. Tomou, pois, uma das pedras do lugar e a pôs como apoio para a sua cabeça e deitou-se naquele lugar. E começou a sonhar, e eis que havia uma escada posta da terra e seu topo tocava nos céus; e eis que anjos de Deus subiam e desciam por ela. E ficou temeroso e acrescentou; “Quão aterrorizante é este lugar” Não é senão a casa de Deus e este é seu portão de entrada”

Como mencionado na passagem bíblica acima, a escada caracteriza-se como meio empregado pelos anjos para subir e descer dos céus. Essa escada com anjos subindo e descendo foi revelada em sonho por Jacó.

Tão marcante para o povo judeu e cristão já que também é interpretada pelos cristãos como a prefiguração de Jesus Cristo, pois ele dá acesso ao Pai em um Espírito (Efésios 2.18), que é o único “mediador entre Deus e os homens” a escada encontra analogia em todas as antigas iniciações. 

SIMBOLISMO DA ESCADA NA ICONOGRAFIA

Na alquimia a escada também representa ascensão, o caminho espiritual do alquimista. “A organização como que escalonada do macrocosmo correspondem, no homem, diversas faculdades do conhecimento ― percepção sensorial, imaginação, razão e análise. O último degrau é a compreensão direta da palavra divina pela meditação. A escada não vai mais além, porque o próprio Deus não podeser entendido.” (Alexander Roob – Alquimia e Misticismo)

“Na imagem, o intelecto encontra-se na base da escada da criação, que, partindo do reino mineral, e através de vários níveis das plantas, animais, homens e anjos, sobre até Deus, onde a Sophia, a sabedoria construiu a sua morada. A figura que simboliza o intelecto segura o instrumento que lhe permitirá subir e descer, um disco de arsgeneralis do filósofo catalão e místico cristão Rámon Llull (1235 – 1316).

“Llull concebeu este ‘conhecimento universal’ com o propósito de converter as duas religiões concorrentes do Cristianismo, o Judaísmo e o Islã, provando-lhe a superioridade das doutrinas Cristãs.” (Alexander Roob – Alquimia e Misticismo)

O Alquimista anda extraviado até que a lebre mercurial fugidia lhe indique a matéria original exata, por detrás de cujo aspecto rude, e atravessando os sete degraus do processo, um palácio será revelado. Aqui, os princípios do Sol e da Lua unem-se para formar o lápis, o mercúrio filosofal, que coroa a cúpula sob a forma de uma fênix. 

O Zodíaco indica que a obra começa em maio, no signo de Touro. Cada signo zodiacal corresponde a uma substância química. (Alexander Roob – Alquimia e Misticismo). Por enquanto, é o que temos sobre o simbolismo da escada. Obviamente não é nem o começo, dada às diversas tradições que carregam esse símbolo nos seus mistérios. Mas, esperamos que a leitura tenha sido útil e instrutiva.

 

SÃO JOÃO CLÍMACO E A ESCADA DO PARAÍSO

O que a vida e a obra de um monge eremita do século VI têm a ensinar ao homem do século XXI?

No último dia 30 de março, a Igreja no mundo inteiro recordava a memória de São João Clímaco. Do século VI, esse monge do Oriente é conhecido especialmente por sua obra “Escada do Paraíso”, na qual explica a vida monástica, desde o abandono do mundo até a perfeição na caridade.

João tornou-se monge no monte Sinai, onde foi discípulo do sábio abade Martírio. Aí, entregue à oração e aos cuidados deste mestre espiritual, pôde dedicar-se ao ofício de sábio, àquele que Santo Tomás identifica como “o mais perfeito, o mais sublime, o mais útil e o mais bem-aventurado” de todos os estudos humanos.

Entretanto, se é verdade que “é necessário passar por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14, 22), a “escada do Paraíso”, antes de ser subida pelos homens, foi descida pelo próprio Deus. Foi o Senhor quem se inclinou ao homem e inclinou a escada dos céus, para que ele a pudesse subir mais facilmente. Ele, que “humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de Cruz” (Fl 2, 8).

De fato, antes que o homem desse o primeiro passo em direção ao Altíssimo, Ele mesmo saiu dos altos céus e veio em seu auxílio, com a Sua graça. Por isso, a resposta do homem a essa misericórdia de Deus só pode ser o amor – o amor de quem sobe uma escada firmando os “braços cansados” e “os joelhos vacilantes” (Is 35, 3), com o coração ansioso em contemplar o Senhor e possui-Lo plenamente na eternidade.

A “escada do Paraíso” é o itinerário para todos os cristãos, chamados que são ao amor. Que São João Clímaco, do Céu, ajude o homem do século XXI a atingir o clímax da caridade, como ele alcançou.

SIMBOLOGIA DA ESCADA DE RÁ

A simbologia da escada de Ra está profundamente ligada à intermediação entre o Céu e a Terra, à ascensão e à evolução de natureza espiritual. Os seus degraus sãos as várias etapas a ultrapassar para se atingir o divino, associadas a metais diferentes ou a vários tipos de exercícios espirituais ou a provas de iniciação esotérica Sinônimo de verticalidade, reatando uma harmonia que foi quebrada pela separação na gênese do mundo, a escada é um meio ou instrumento de evolução pessoal e de ascensão espiritual. 

No Egito, a escada do deus Ra ligava o Céu à terra segundo o Livro dos Mortos. O exemplo da escada também pode ser encontrado sob a forma de método na Igreja cristã, e que consiste numa série de trabalhos espirituais que têm de ser ultrapassados como degraus de uma escada.

O mais sublime de todos os sentimentos

O motivo de nossa existência

O sentido da vida e da morte

Razão pela qual praticamos a temperança, a fortaleza, a prudência, a justiça, a fé e a esperança

O estágio mais elevado da evolução o amor

O último degrau da escada de Rá.

SIMBOLOGIA DA ESCADA NA MAÇONARIA

A Escada de Jacó foi extraída de Gênesis 28:10-19. Pelo relato bíblico, essa escada significava o caminho que conduzia à morada de Deus e, de forma análoga, a Escada de Jacó presente no Painel, representa o caminho sagrado, o caminho do aperfeiçoamento moral e espiritual, o caminho da perfeição, que leva ao Grande Arquiteto do Universo.

Na Maçonaria, assim como, na vida, nos encontramos em planos diferenciados de evolução, somos muitos em várias potências e obediências, mas não formamos um só corpo, não formamos uma escada, não formamos uma unidade.

Os caminhos para o aperfeiçoamento são vários, são constituídos por vários acessos: Instituições filosóficas, instituições filantrópicas, religiões, escolas, etc. Temos que ter consciência que não existe o certo e o errado, existem caminhos mais curtos e mais longos, não existe o “regular” e o “irregular”, todos levam a apenas um objetivo final o Aperfeiçoamento.

Variadas são as interpretações do sonho de Jacó, e, especialmente sobre o significado da Escada. A mais comum é que cada degrau simboliza o esforço que ao Maçom cumpre executar para ascender até a Perfeição. Etapas vencidas e iniciações ganhas. Os degraus simbolizam os diversos planos do Universo. No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Escada teria 33 degraus, correspondendo cada degrau a um Grau Maçônico.

Ainda de acordo com aquele Ritual, as três principais virtudes são a Fé, a Esperança e a Caridade, representadas nos degraus da Escada de Jacó, respectivamente, pela Cruz, pela Âncora e pelo Cálice ou Taça com a mão em atitude de alcançá-la.

A Fé representa o primeiro degrau da escada de Jacó, pois ela é a sabedoria do espírito, sem a qual o Homem nada levará a termo.

A Esperança representa os degraus intermediários, pois ela ampara e anima o espírito nas dificuldades encontradas no caminho.

A Caridade representa o último degrau, que só será atingido praticando-a, pois ela é a própria imagem dos mais puros sentimentos humanos, onde no seu ápice uma estrela de sete pontas.

A subida dos degraus da Escada de Jacó é penosa e lenta, os degraus estão em níveis e espaços variados, mas, o importante é que eles estejam unidos por duas hastes laterais bem fortes, que possam lhes dar sustentação, a escada, por sua formação é um símbolo de união.

Somente quando pudermos entender isso, e pudermos viver em paz, harmonia e união, poderemos nos considerar como uma unidade estaremos, assim, cavando masmorras aos vícios e levantando templos às virtudes, só então, tudo estará Justo e Perfeito.

INTERPRETAÇÃO ROSA- CRUZ DA ESCADA DE JACÓ

A Rosa-Cruz nos apresentam os degraus da escada como se cada um deles estivesse relacionado com uma montanha que aparece em sete episódios históricos vividos pelo povo judeu. Melhor dizendo, a história judaica, desde o episódio de Noé até a chegada de Jesus, teria requerido dos povos judeus sete grandes esforços evolutivos, que todo homem tem que passar em sua existência.

Os degraus corresponderiam aos montes Ararat, Moriá, Sinai, Tabor, Gólgota e Oliveiras.    No primeiro degrau, depois de um dilúvio devastador, Noé, reuniu todos os seus bens e chegou ao monte Ararat, onde encontra refúgio. Dali soltou depois uma pomba que voltou com um ramo de oliveira no bico. Isto lhe revelava: As terras não estavam mais cobertas pelas águas, estavam lhe esperando para fazer um novo plantio.

Também nós quando, por erros nossos passamos por problemas devastadores, recebemos de Deus uma nova oportunidade de recomeçarmos levando conosco os bens espirituais que já tenhamos conquistado.  Depois, Abraão dirigiu-se ao monte Moriá. Neste episódio lhe era requerido por Jeová um sacrifício. Sacrificar num holocausto seu único filho Isaac. Ele o pôs então sobre o altar do sacrifício, mas, por sua grande Fé, Deus o poupou.

Este é o degrau da fé em Deus, da certeza de que os nossos sacrifícios serão compensados.   O terceiro degrau da escada evolutiva refere-se ao episódio de Moisés subindo o monte Sinai. Ali ele receberia o Decálogo, um código de leis. Ninguém se adianta se não tiver disciplina, da obediência.  Geralmente quando, falamos em obediência não sabemos o que é sermos obedientes aos princípios divinos. Como exemplo, poderíamos citar o que fazemos com um animal que tem demasiada energia, tem capacidade para correr em grande espaço.

 Então, desobedecendo as leis de seu corpo, o pontos numa jaula minúscula onde ficará cerceado de sua verdadeira natureza.  No quarto degrau encontramos os judeus, após atravessarem o deserto, vindos de uma escravidão no Egito, chegando ao monte Carmelo. Ali encontraram verdadeiros e falsos profetas. Como distinguir os falsos?

É o degrau dos conflitos íntimos entre as nossas duas vozes internas Ele são nossos verdadeiros e falsos profetas. É o degrau do discernimento. Como exemplo podemos citar a dificuldade que os estudantes esotéricos encontram em distinguir entre psiquismo e espiritualidade.    Só após passar o degrau do discernimento poderemos subir o monte Tabor.

Ele é o monte da Transfiguração de Jesus. È o degrau do nascimento espiritual. Neste monte Jesus leva consegue representa a obediência aos princípios divinos, Tiago representa a valentia e João é o amor.    Depois desta transfiguração, onde transcendeu todas as diferenças religiosas e culturais, o homem terá que subir o monte do Gólgota. É o calvário da sua solidão, da incompreensão por parte de todos que o cercam. Mesmo estando em meio a um grande grupo, se sentirá só. Terá que persistir em seu ideal sem ajuda.

È o teste de sua persistência e a renúncia a reconhecimentos. Como exemplo, temos o caso de Jesus seus discípulos Pedro, Tiago e João. Para transportá-lo somos ajudados por 3 forças superiores simbolizadas nas características dos discípulos. 

Pedro subindo sozinho o Calvário, incompreendido e abandonado.    

Porém, o último degrau refere-se aos momentos de maior paz e felicidade que um homem pode atingir. É o momento da entrega total. É Jesus no Monte das Oliveiras, onde ele se abastecia na unidade com Deus.

ORIENTE DO RIO DE JANEIRO, RJ.

A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA DO RIO DE JANEIRO, Nº 170

M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO

 

BIBLIOGRAFIA

http://www.maconaria.net/portal/index.php

https://lidianefranqui.com.br/qual-o-simbolismo-da-escada/

https://www.dicionariodesimbolos.com.br/escada/

https://misericordia.org.br/formacoes/sao-joao-climaco-e-a-escada-do-paraiso/

http://ocultafilosofia.blogspot.com/2014/02/o-simbolismo-das-escadas.html

http://ordemrosacruzjequie.blogspot.com/2014/07/a-escada-de-ra-os-sete-degraus.html

http://sendadomestre.blogspot.com/2017/08/a-escada-de-jaco-interpretacao-rosa.html

 

 


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