Irmãos, na incessante busca pela Luz, é preciso abrir os olhos
às velhas lições, hoje em nova roupagem, tantas vezes quanto seja necessário
até poder ver o que está oculto nas entrelinhas.
Por analogia se deduz que o bom desempenho da administração de
uma Loja é similar ao de uma grande orquestra, cujo sucesso resulta do talento
de seu genial Maestro.
E, como acontece na Loja, isso também retrata a excepcional
qualidade dos músicos que o regente tem sob a sua batuta.
Mas o sucesso da gestão de uma Loja vai depender da união do
grupo, e de um trabalho capaz de motivar toda a equipe, e que tenha por
prioridade a instrução dos irmãos, para que assim todos possam melhor se
capacitar na arte de servir.
Mas, para o êxito deste sublime objetivo, o iniciado precisa
caminhar com passos firmes e ter equilíbrio, serenidade e prudência.
E, neste salutar exemplo, o maçom deve servir sem ser servil,
ser obediente e não temerário, mas prudente e corajoso, interagindo com
firmeza, mas sem estar sob a sombra de radicalismos, nem de preconceitos e
intolerâncias.
Porém, por mais incrível que isso pareça raro são os irmãos que
conseguem passar pelas Peneiras de Hiram; e, mesmo assim, nem todos estão aptos
a Liderança.
De dez iniciados em nossa instituição, só sete conhecem as
sublimes ordens de aperfeiçoamento maçônico, e cinco deles ultrapassam o 4º
grau; e, pasmem, pois apenas três conseguem ir até o 33º, para serem iluminados
pela V.: L.:
Ora, para se alcançar este progresso no seio da Ordem, todo
Mestre construtor social precisa ter inconteste disciplina, assiduidade aos
trabalhos e muita determinação.
Já que o Líder além de ter muita força de vontade, também deve
ter boas condições econômicas, tão essências para poder honrar os seus
compromissos e seguir em frente, na escalada dia degraus da Escada de Jacó, sem,
contudo causar prejuízos aos seus familiares.
Após galgar o ultimo degrau da escada do saber, o audaz
peregrino vai enfrentar o seu maior desafio.
Isso só acontece depois dele rasgar o véu de Isis, e neste Fiat
Lux, tomar consciência da sua real missão. Aqui surge o Líder
É neste instante que o iniciado tem ciência da luta que deve
travar contra os verdadeiros inimigos do homem, que são: a superstição, a inveja
e o egoísmo.
Sendo que nesse perene combate, o Líder pode até vacilar em
algumas vezes, mas sempre que cair ele vai se erguer mais forte e sábio, de
sorte a nunca desistir!
A performance de um Líder, paulatinamente, se dará através de um
trabalho voltado para o desenvolvimento interior dos demais, com base nos
elevados princípios da moral e da razão.
Ora, o grande segredo para o crescimento espiritual do grupo, é
que cada um tenha cuidado com o verdadeiro motivo das próprias ações.
É assim que poderemos evitar a proliferação dos filhos da
ambição, isto é: a vaidade, o orgulho, a intolerância, a soberba e o
radicalismo.
Entretanto só lançando sementes de luz na própria consciência, é
que se pode fortalecer a personalidade-alma, na jornada rumo ao Oriente Eterno.
O Líder deve interagir com firmeza e muita humildade, pois sabe
que é apenas mais um mensageiro; e que também precisa vigiar a sua própria
vaidade, para evitar ser àquela estrela ofuscante.
Cujo intenso brilho, não ajuda em nada, só causa é prejuízo,
pois cega os irmãos e os impede de ver a Pedra Viva.
Mas, maconicamente, e com a simplicidade natural das grades
almas, o Líder busca apenas ser um espelho polido, em cuja finita superfície
uma fração de luz possa se refletir; e, mesmo assim, ele se dará por bem
satisfeito desde que esta pequena Luz, além de clarear o seu caminho também
ilumine o de seus irmãos.
A doutrina maçônica ensina que os terríveis inimigos que devemos
combater estão dentro do nosso mundo interior.
Então, na verdade, o mais difícil para o Líder não é vencer os
desafios do mundo objetivo, mas às tentações do mundo subjetivo.
Portanto, a maior dificuldade na vida do Líder, não são os meros
problemas de ordem política, econômica e administrativa, a questão é bem mais
complexa; vem das limitações de caráter, e que só se revelam, no dia-a-dia, com
o passar do tempo.
É por está razão que só se deve confiar à direção do grupo
aquele que reúne às condições essenciais para liderar.
A verdadeira Liderança não se acha sob o julgo de nenhum poder,
seja ele de ordem intelectual, econômica, política ou mental.
E, segundo a psicologia moderna, é muito fácil traçar o perfil
de um Líder.
Basta se observar o seguinte: “toda pessoa que não é
suficientemente realizada tem uma instintiva tendência de falar mal dos outros.
“E nisto se revela um grande complexo de inferioridade que surge
unido a um desejo de superioridade”.
O Líder por ter bastante luz própria não necessita apagar ou
diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
Pois quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de
doente os demais para gozar a consciência da própria saúde.
Nas palavras de um Líder, pronunciadas com bondade e sabedoria,
existe o poder criativo do Verbo e como gotas de Luz no meio das Trevas, elas
dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
O grande problema na vida do Líder não é a subida até a morada
dos anjos, a questão crucial é a descida, o seu retorno a finita condição
humana, longe das alfaias e benesses do cargo.
Todo Líder sabe que, mais cedo ou mais tarde, ele vai ter de
retornar a sua origem, para então começar tudo de novo.
É neste retorno a base, através da sublimação do Mestre, que a matéria
pode ser crucificada, para que enfim o Espírito possa triunfante se libertar
das ilusões do Ego, no benfazejo despertar do EU.
Ora, "o que está em cima é como o que está em baixo, no
milagre de uma só coisa"... Luz, Vida e Amor!
A difícil escalada da montanha do saber é indispensável à luz de
um Líder.
Um dos objetivos do trabalho Templário é viabilizar aos sinceros
buscadores os meios para que possam descer ao interior da Terra, e lê encontrarem
em baixo de um Arco, sobre o Altar Piramidal, o Delta Luminoso; onde está
gravado e velado o Nome Impronunciável do Eterno Deus, cuja guarda está sob os
cuidados de Três dos mais Excelentes Companheiros.
O Líder, que tem o domínio da doutrina maçônica, sabe que na
medida do possível, deve sempre viabilizar a segurança do Templo, para os
Veneráveis irmãos Cavaleiros da R+C; afim de que esses valorosos Soldados de
Cristo, após serem banhados pelo fogo ígneo, longe do olhar profano, e na boa
companhia dos demais Adeptos, possam se reunir e participar da Ceia Mística.
Inclusive o líder, sob a luz do filosofismo, sabe que também tem
a missão de viabilizar para que os bravos guardiões do Santo Sepulcro possam
ter acesso a Casa do Espírito Santo; e que tenham garantido o direito a um
lugar no Conselho dos Anciões.
Enfim, permita o GADU, o Senhor dos Mundos, que no final dos
dias, com o coração mais leve do que uma pena, e possamos ultrapassar os
enormes portões dourados da eterna Jerusalém Celestial. Para de acordo com o
Apocalipse, no final dos nossos dias, possamos acessar os Reino dos Céus, e
gozar do beneplácito da Vida Eterna.
E ali, contritos, sob a frondosa Árvore da Vida, louvarmos o
Senhor dos Espíritos, purificados na suave paz da Luz que se irradia do Sol do
Mundo Espiritual, o abençoado Cordeiro Místico.
TFA.