O MAL QUE NOS DESTRÓI


 

A Maçonaria foi instituída não para separar os homens, mas para uni-los, deixando a cada um a liberdade de pensamento.

O MAÇOM:

Se a Instituição Maçônica, em sua doutrina – assim como muitos sistemas religiosos e filosóficos – são perfeitos; os homens são apenas perfectíveis, ou seja, passíveis de aperfeiçoamento e é por isso que se tornam Maçons.

E aí está a grande meta, que é a beleza intrínseca da prática maçônica, aperfeiçoar o Homem, polir a sua mente, o seu intelecto, para que ele alcance a maturidade e a lucidez espiritual, que lhe permita vencer as paixões, amar o seu semelhante e fazer com que uma Lei Fundamental não se torne letra morta.

Se todos os homens fossem perfeitos, a Maçonaria perderia a sua finalidade.

A Maçonaria vem praticando essa Lei desde a sua fundação por diversos meios, sendo o principal deles a imposição de uma fraternal convivência, a começar pelo tratamento de “Irmão” entre os seus membros.

A ÉTICA MAÇÔNICA:

A lei que regula a Ética Maçônica tem sido burlada, postergada, embora esteja claro que as atitudes maçônicas são designadas para as relações dentro da fraternidade, onde os Irmãos têm de tentar todos os remédios antes de procurar o socorro das Cortes.

Com Lojas e Obediências sendo arrastadas à Justiça profana, em questões onde a caridade fraternal está ausente e onde imperam as discussões, as discórdias, os propósitos caluniosos e as maledicências.

Há inúmeros casos em que a solidariedade maçônica foi esquecida e homens que deveriam ser Irmãos tornaram-se inimigos irreconciliáveis.

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou as muralhas do ódio e nos tem feito andar em marcha lenta para a amargura.

Nas disputas pelo poder, os interesses particulares, muitas vezes, sobrepujam os gerais, há dano da coletividade maçônica e do princípio de fraternidade.

As vaidades pessoais, as paixões de momento, os melindres, têm cavado fossos quase instransponíveis entre homens que se deveriam amar como Irmãos.

Importante é a recomendação de não se recorrer à justiça profana, para abordar os assuntos internos da Maçonaria.

Essa recomendação, como mostra a História, tem sido largamente desrespeitada, em todos os tempos, pois, quando entram em jogo interesses pessoais e de grupos, os homens - falíveis e imperfeitos, embora a instituição seja doutrinariamente perfeita - esquecem a lei, a moral e a ética.

É papel essencial de a Maçonaria exigir esta Ética primeiro de seus membros, tanto dentro quanto fora da Ordem, e depois lutar para que a Ética se torne apanágio de todos os outros, principalmente daqueles que nos afetam com sua desonestidade e falta de lisura.

A Maçonaria nos ensina a ser ético individualmente, através dos Rituais que nos treinam para o sistema maçônico de pensamento, para que possamos, depois de agir com correção a partir de nossa própria vontade, unir vontades de muitos Irmãos numa luta maior.

OS INIMIGOS DA MAÇONARIA:

Alguns ingressam na Ordem certos de poder contar, nas suas dificuldades, com proteção e amparo material.

E, não encontrando, como de fato não poderiam, em nenhuma hipótese, favores dessa natureza, afastam-se.

E a cada afastamento, mais um inimigo da Ordem se forma.

Inimigo que nós criamos.

Inimigo de nossas ideias e de nossos propósitos.

Inimigo que nós próprios fomos buscar no mundo profano.

O grande inimigo da Maçonaria é aquele que jamais nela deveria ter ingressado.

Nossa imperfeita seleção, escolha e sindicância devem ser revistas.

Os responsáveis pela cegueira e teimosia em pactuar pela omissão ou comodidade, acarretam prejuízos incalculáveis à Instituição.

O grande inimigo da Maçonaria é aquele que se contenta com o hoje, os imediatistas, aqueles para os quais basta uma Maçonaria contemplativa, “de rótulo” ou “de fachada”, com suas “festas” e fotografias estampadas em dispendiosas revistas sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levaria, se fosse só, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, crachás, exibição de adereços, anéis, chaveiros, canetas, gravata, abotoaduras, distintivos, condecorações, sempre com o clássico conjunto de Esquadro, Compasso e letra G usados no peito ou na lapela, com fita ou com laço para alimentar vaidades.

Contudo, o grande inimigo da fraternidade é aquele que carrega a vaidade dentro de seu coração; que não conhece o seu próprio valor e o valor de seus Irmãos.

Aquele cujo espírito não admite que os outros sejam líderes porque, na mesquinhez de sua futilidade e ostentação acredita ser melhor do que os demais e único capaz de poder empunhar a bandeira da liderança.

O QUE É PRECISO MUDAR:

É lamentável constatar que, se a Independência do Brasil, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República dependessem, hoje, de propaganda feita à custa de cotização dos Obreiros, elas jamais seriam feitas.

Estas são constatações dolorosas, mas absolutamente verdadeiras, pois o que mais se vê, na atualidade, é inação e uma completa má vontade, com raras e honrosas exceções, que confirmam a regra.

Autor: Valdemar Sansão

 

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