No momento que somos iniciados nos augustos mistérios de nossa fraternidade, ao adentrarmos no templo, recebemos as primeiras instruções, palavras e sinais importantes, que tem sua história e seus objetivos para serem como são, sejam aprendizes, companheiros ou mestres.
Essas são lições diretas, claras
e obrigatórias, para que todo maçom possa galgar degraus e receber seu aumento
de salário, porém existe um ensinamento subliminar, que todo maçom recebe, bem
antes de receber sua primeira instrução de aprendiz, muito pouco falada no
quesito de estudo, porém está presente em todas as sessões.
Talvez por seu caráter indireto
também pouco praticado pelos maçons no mundo profano, apesar de falado sempre,
um motivo provável disso seja o caráter corriqueiro de sua pronúncia, muitos
irmãos podem achar que está ali somente por acaso, mas que nos remete muita
meditação e autorreflexão a todos os maçons!!
A frase MM∴IIr∴C∴T∴M∴R∴ pode nos levar a dezenas de
questionamentos, mas o principal deles, e que é o sentido direto da frase, é
que a pessoa questionada, no caso o Maçom não fala que o é, mas sim reconhecido
como um!!
Sobre o caso mencionado acima no
sentido direto podemos de imediato pensar em duas situações: um em que o
questionado diz que é reconhecido como tal, respondendo alguém que não conhece
ou não tem intimidade, porém não o nega, afinal não há um covarde em nossas
fileiras!
E um segundo possível caso, é
onde essa resposta é dada a algum irmão como praxe, seja por hábito ou dentro
das sessões.
Mas a questão é: Por qual motivo
o maçom nunca fala que á maçom? Mas sempre reconhecido pelos irmãos como um?
Aprofundando nesse tema, como não
é mencionado diretamente, podemos fazer suposições, e a que eu acho mais
plausível é no quesito da vaidade, do ego, das paixões do mundo profano.
Em nossos estudos percebemos a
difícil e trabalhosa missão que é estar sempre nos aprofundando nesses augustos
mistérios de nossa irmandade, missão que apesar de exigir bastante afinco, nos
é claro que é nobre e gloriosa!!
E ao responder esse
questionamento com essa resposta indireta, porém positiva, o maçom a responde
se livrando de todo tipo de ego e vaidade que possa existir em seu interior,
pois é uma frase chave, que ao pensar nela mesmo sem a dizer, é impossível
deixar de fazer uma reflexão do porquê estar respondendo de forma indireta, se poderíamos
ser diretos e dizer, sim, eu sou maçom.
Vale mencionar que é um ótimo
tema de trabalho e reflexão, ainda mais quando vivemos, com excesso de
informações e todas as distrações possíveis do mundo profano que pode nos
afastar mesmo que rápida e corriqueiramente de nossa filosofia e hábitos maçônicos,
é um erro achar que essa autorreflexão deve ser feita somente no momento que é
questionada, porém a vejo como uma boa ferramenta para usarmos sozinhos em
momentos de indecisão, fraqueza, ou até mesmo em momentos de desafios.
Na minha humilde opinião, o
motivo para ela ser sempre falada é exatamente esse, para que não nos caia no esquecimento
posturas e comportamentos no mundo profano, e que mesmo inconscientemente essas
palavras estejam sempre na mente do maçom, de forma que se ele as profana,
mesmo depois de seu comprometimento em agir como tal, sua mente o castiga
quando erra, porque mesmo no erro ainda continua sendo reconhecido pelos irmãos
como tal, sua mente anda no erro, e essa auto sugestão faz o irmão
indiretamente procurar corrigir seus erros, sejam eles quais for.
Depois de muito ler sobre nossa
ordem e refletir muito sobre esse tema, eu vejo que essa instrução que
recebemos indiretamente é uma das mais importantes, mesmo que nós não saibamos
disso, pois a prática de atitudes que estão enraizadas em nossas mentes, acabam
por se tornar hábito em nosso cotidiano, e é que faz o verdadeiro maçom.
Uma forma de interpretar também,
é que quando todos respondem de uma mesma forma, sem distinção de graus,
instruções ou condecorações, claro que fora dos momentos previstos, essa forma
de questionamento nos mostra que todos somos iguais, aliás um de nossos
princípios, não obstante isso, podemos inserir essa resposta a todos os nossos
princípios, como a Liberdade, Igualdade e a Fraternidade.
Se todos me reconhecem como tal e
eu reconheço os outros, é porque temos Liberdade para isso, num amplo sentido
de Igualdade de tratamento e valor, e como tais, podemos praticar a
Fraternidade entre os irmãos, com isonomia e com princípios sinceros, íntegros
e fraternais.
Espero que esse curto trabalho
possa levar os irmãos a reflexão, e que sempre possamos galgar altos degraus em
nossa fraternidade, e aqui digo unicamente no quesito de qualidade e
conhecimento.
M∴ M∴ Vagner Augusto De Oliveira
Trabalho para a sessão Magna
dedicada ao dia do Maçom.
Augusta e Respeitável Loja
Simbólica Fé, Amor e Liberdade n°
3447 Ori∴ De Mendes RJ