Numa
época em que dominava a sacralização do mundo, cada ofício, além de suas
técnicas, possuía ritos próprios ao seu desempenho, o que fazia de cada
artífice um artista e iniciado.
O
ofício fazia parte de um plano sagrado e dava pleno sentido à determinação
bíblica “Ganharás o seu pão com o suor de seu rosto”.
Cada
ofício tinha a sua iniciação própria, algo que permitia a cada pessoa receber
uma influência
espiritual, que fizesse do ofício não só um prolongamento obrigatório da mão,
mas também uma projeção do ser, no sentido de uma realização espiritual.
O
ofício necessário à sobrevivência material era também necessário à
transcendência do ser. Mesmo nos tempos primitivos, se o ofício sacralizado já
pertencia ao domínio do esoterismo, a Iniciação, embora transmitisse uma
influência espiritual, não concedia a todos uma realização espiritual total.
Todos
eram iniciados; a maior parte permanecia como tal; muito poucos eram eleitos.
A
iniciação se fazia por meio de ritos.
Exprimia-se
por meio de símbolos.
A
Iniciação, em suas formas, meios e objetivos, nas diferentes aplicações das
técnicas peculiares a cada ofício, pela SABEDORIA que preside à elaboração
lógica da Obra, pela FORÇA que possibilita sua realização, e pela BELEZA que
proporciona o Amor, o Conhecimento, ajudava o artífice a se despojar do homem
velho, para se tornar num novo homem, criador de objetivos e forjador de um
novo mundo, finalmente harmonioso.
Assim, se construíram pelo mundo afora
igrejas, catedrais, monumentos, mansões opulentas ou casas humildes.
A
pedra escolhida, bem viva nas mãos do artífice qualificado para desbastá-la,
integrada na construção pelos companheiros iniciados, sob a direção de um
mestre de obra, no plano divino constituía uma e mesma coisa com a construção
de cada edifício.
Vagando
pelos caminhos, pelas aldeias e vilas, os Companheiros, homens livres, sábios
conhecedores do material, exercitados no seu uso, formavam pequenos grupos
itinerantes.
A
FRANCO-MAÇONARIA TINHA NASCIDO.
Por
meio dela, por seus membros iniciados, os franco-maçons, a Europa Ocidental
católica iria cobrir-se com catedrais, templos de um Deus único.
Assim,
os franco-maçons criaram os fechos de abóbadas das igrejas, “oculum” do qual
descia a luz divina.
Quando
os franco-maçons deixaram de construir as catedrais, continuaram a levantar
monumentos civis ou religiosos.
Quando
suspenderam sua ação construtiva, nasceu a FRANCO-MAÇONARIA ESPECULATIVA.
Simbologia Maçônica Dos Painéis