RESPONSABILIDADE MAÇÔNICA



No Cerimonial de Iniciação, sem dúvida alguma, um dos pontos mais importantes e ao qual pouca ênfase se dá, passando muitas vezes despercebida ao Neófito, é aquele momento que o Ven.’. pergunta se a atitude do Iniciando é fruto de sua livre vontade, sem constrangimento ou coação?

Esta pergunta deveria merecer um destaque todo especial, pois a responsabilidade que o Neófito assume ao respondê-la reveste-se de importância extraordinária. No instante em que ele responde – que sua atitude em pretender ingressar em nossa Sublime Instituição não é fruto de qualquer tipo de constrangimento – assume uma responsabilidade para com a Loja e a Ordem, que, lamentavelmente, a maioria das vezes é logo esquecida!

Pertencer à Maçonaria, ser membro ativo de uma Loja, requer de um homem uma disciplina especial. Todos sabem, e é ponto pacífico: na Maçonaria não entra quem quer, existe uma seleção de homens. Logo ao ser convidado para pertencer a ela, ser aprovado pelas sindicâncias e ser declarado L.’. e P.’. pelos Obreiros da Loja, automaticamente é quando o Neófito se torna Maçom, aí sua conduta passa a repousar sobre um fator todo especial: a responsabilidade maçônica.

Tornar-se Maçom implica em uma tomada de posição muito séria, haja vista o juramento prestado e o compromisso implícito em ser um Obreiro assíduo e interessado pelas coisas da Ordem. Este fato jamais poderá ser relegado a um plano secundário ou ser mesmo esquecido.

O Irmão que se torna um peso morto em sua Loja, antes de mais nada, esqueceu a palavra empenhada, não está honrando o compromisso assumido solenemente. Se não houvesse outras razões, bastaria esta para que o Irmão fosse, sumariamente, eliminado de sua Loja.

A Maçonaria, como doutrina, agrupa homens de boa vontade que devem ser instruídos e orientados a fim de que possam, em se adaptando a ela, se aperfeiçoar e fazer desta doutrina a própria razão de ser da sua existência.

Para atingirmos isso deveríamos, antes de mais nada, proporcionar ao novo Irmão, um clima de compreensão, camaradagem, convívio e, acima de tudo, de estabilidade emocional. Perguntamos, pois, será que todos nós nos preocupamos com este assunto?

Todos os Maçons deveriam levar, incrustado, no mais profundo dos seus corações, esta convicção de que a nossa Loja é antes de tudo, uma Associação de Verdadeiros e leais amigos que se querem como verdadeiros Irmãos.

No exato momento em que todos puderem compreender esse fato, a responsabilidade de nosso Compromisso Solene, de nosso Juramento que prestamos por ocasião de nossa Iniciação, deixa de ser uma carga pesada e desagradável para se tornar uma conscientização radiosa e extraordinariamente bela.

Sentiremos então a alegria de podermos ser úteis, a bênção que é poder ajudar um aflito, a ventura que significa consolar um desafortunado, a capacidade de compreendermos que o Rei David, talvez já pressentisse que homens de todas as raças, partidos e religiões, em Loja um dia, com tolerância, se unissem com todo amor, respeito e gratidão.

Entre nós, jamais deve existir a Inveja, a Perfídia, a Hipocrisia ou o mau trato. Lembremo-nos sempre que é da conduta de cada um de nós que depende o prestígio da nossa Loja. Tenhamos sempre presente e não nos esqueçamos de que constituímos, todos nós, uma grande Família, ligada por profundos laços espirituais que poderão ser muito mais fortes que os próprios laços de sangue.

Roguemos, pois, meus Amados Irmãos, ao Supremo Árbitro dos Mundos para que todos possam estar no verdadeiro estado de Alma.

Roguemos a Deus que todos nós possamos viver a Maçonaria, e ser um motivo de justo orgulho para a nossa Loja e para nossa Ordem.

Fraterno Abraço
Ruy Luiz Ramires.’.



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