Ninguém ama aquilo
que não conhece bem e nem se esquece daquilo que ama. Ninguém dá o que não tem.
O símbolo é imagem, é pensamento... Ele nos faz captar,
entre o mundo e nós, algumas dessas afinidades secretas e dessas leis obscuras
que podem muito bem ir além do alcance da ciência, mas que nem por isso são
menos certas. Todo símbolo é, nesse sentido, uma espécie de revelação.
Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente em todas as
suas partes. É preciso, portanto, penetrar pacientemente seu significado.
Somente pelo estudo dos símbolos é que se pode chegar ao esoterismo.
(Esoterismo opõe-se a Exoterismo; podemos traduzir livremente esses dois termos
por ensino secreto e ensino público. Hoje, aliás de forma abusiva, a tendência
é fazer da palavra esoterismo sinônimo de ocultismo.
Não podemos nos gabar
ou nos vangloriar de sermos um “Iniciado”, ou, em outras palavras, de ser o
único a estar de posse do Conhecimento e da Verdade. “Iniciado” (de initium,
começo) quer dizer simplesmente “colocado no caminho”, e o Maçom sincero sabe,
mesmo quando se tornou Companheiro e Mestre, que ele continua a ser um
Aprendiz.
Seu acerto é nosso, seu insucesso reparte-se conosco. Abra
seu coração, coloque-nos a par das suas dificuldades, transmita-nos suas
vivências, ensine-nos também a ser caminho. Você já sentiu as transformações
que opera. Já sentiu seus progressos?
O estudo aprofundado dos símbolos e, sobretudo, dos símbolos
maçônicos pode levar muito longe. Nesta terra, tudo é símbolo; as próprias
palavras, na realidade, não passam de símbolos das ideias. Na vida corrente,
são muitos os símbolos de deferência, de amizade, de alegria, de luto, etc.
o homem que saúda tirando o chapéu ou inclinando a cabeça
simboliza com isso a deferência que ele quer manifestar à pessoa saudada; o
aperto de mão – que se transformou numa cortesia banal – é um símbolo de
afetividade, de cordialidade, de devotamento, de lealdade; sua recusa é símbolo
de inimizade.
O brinde é um símbolo de amizade e de esperança em alguém ou
em alguma coisa. Por que levantar a mão direita por ocasião de um juramento
senão para simbolizar a sinceridade? O anel de casamento não simboliza, acaso,
a aliança indefectível que deve unir os esposos? Etc. Todo mundo compreende
esses símbolos simples e banalizados.
Mas existem outros símbolos menos frequentes, mais ocultos:
filosofais, religiosos, iniciáticos. Durante seu tempo de aprendizado, a tarefa
exclusiva do Aprendiz consiste na observação e análise de tudo o que se passa
num mundo inteiramente novo para ele, devendo concentrar seus esforços por
aprender, assimilar e adotar as posturas e atitudes desconhecidas no mundo
profano.
As vezes, sua casca é dura de ser quebrada, mas a semente,
uma vez libertada, mostra-se tanto mais deliciosa! O iniciado deve romper a
casca mental, isto é, fugir do racionalismo esterilizante, para atingir a
transcendência; somente depois de romper essa casca é que se torna possível o
acesso á verdadeira iniciação. Todos os símbolos abrem portas, sob a condição
de não nos atermos apenas – como geralmente acontece – às definições morais. A
iniciação “abre portas” até então proibidas ao recipiendário.
INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO APRENDIZ-MAÇOM São determinados
instrumentos profissionais, a maioria tirada da antiga arte arquitetônica, que
a Maçonaria simbólica usa como emblema de Virtudes e ensinamentos. São os
seguintes os principais instrumentos e utensílios do Aprendiz – Maçons, e seus
respectivos significados morais:
a) A RÉGUA DE 24 POLEGADAS (precisão na execução durante 24
horas de cada dia);
b) O MAÇO (decisão na aplicação);
c) O CINZEL (discernimento na investigação).
A Régua de 24 polegadas figura nas Lojas simbólicas da Franco Maçonaria como instrumento de trabalho e medida do tempo, no sentido de
que não se deve mal gastar as horas na ociosidade e egoísmo, mas parte delas na
meditação e estudo, parte no trabalho, e parte no recreio e repouso, “porém
todas no serviço da humanidade”;
O Maço (MALHO) com o cinzel, é o instrumento de trabalho do
Aprendiz, para alegoricamente “desbastar a pedra”, ou educar a agreste e
inculta personalidade para uma vida ou obra superior. O malho simboliza a
vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para
vencer e superar os obstáculos;
O Cinzel corresponde à penetração, discernimento e
receptividade intelectuais, ou o aspecto passivo da consciência, indispensável
para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade.
OUTRAS OBSERVAÇÕES - Sois Maçom? - MM. II. C. T. M. RR. Isso
porque um Aprendiz Maçom deve duvidar de si mesmo e da fragilidade de seus
conhecimentos maçônicos. Ele deve, portanto, evitar de dar uma opinião sem
antes recorrer às luzes da sabedoria de seus Irmãos. - De que forma vos fazeis
reconhecer como Maçom? - Através dos Sinais, Palavras e Toque.
Um Maçom se reconhece pelo seu modo de agir, sempre equitativo
e sincero (sinais); sua linguagem leal e sincera (palavras); enfim, pela
atitude fraternal que manifesta com todos aqueles que está unido pelos laços de
solidariedade. - A que horas os Maçons costumam começar e terminar seus
trabalhos? - Os trabalhos começam ao Meio-dia e terminam à meia-noite.
Estas horas convencionais indicam que o homem atinge parte
de sua maturidade, na metade de sua vida, antes de poder ser útil a seus
semelhantes; mas que, deste instante, até a sua hora final, deve trabalhar sem
descanso para o bem-estar comum!
AMOR FRATERNAL- O grande mistério maçônico está na
simplicidade que se configura na palavra amor. O amor e respeito a tudo e a
todos.
Agora como Maçom tem por missão eliminar de dentro de si o
egoísmo, daí a necessidade de cultivar seu espírito de coletividade através do
Amor Fraternal. E não é por acaso que em Loja de Aprendiz, o Livro Sagrado é
aberto sobre o altar no Salmo 133 (A excelência da União Fraternal – Cântico de
Romagem de Davi): Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os Irmãos, - traduz
a satisfação e a alegria do Amor Fraternal.
Valdemar Sansão E-mail: vsansao@uol.com.br Fone: (011)
3857-3402 Fontes consultadas: - “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher; - Instruções
Complementares Para Maçons 1º Grau – GOP); - “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA”
Da Primeira à Sétima Instrução – Grau I Valdemar Sansão (aguardando publicação)
A Maçonaria nos dá a oportunidade do autoconhecimento. É a realização do
“conhece-te a ti mesmo”.
O homem precisa
conhecer-se para entender-se. Quem nunca repudiou um ato seu, após analisar sua
conduta? Há uma inata necessidade de dominar-se o microcosmo. A Maçonaria nos
dá caminhos para esta realização; cabe-nos aprender a trilhá-los.