OS QUATRO ELEMENTOS


O estudo das forças ocultas da natureza presente nos quatro elementos e seus elementais são  comuns a todas as culturas por tratar-se de uma necessidade latente do ser humano.

A Iniciação Hermética quase sempre têm início com base nos quatro elementos grosseiros da natureza: ar, terra, fogo e água. A partir de uma evolução interior, o iniciado passa a estudar os quatro elementos em sua forma mais sutil, através de uma analogia entre o material tangível e o abstrato, psíquico ou espiritual.

Vejamos uma breve análise sobre cada um dos elementos, elaborada por mim, tendo por base os estudos sobre Hermetismo ao longo dos últimos anos. Tal síntese será apresentada em uma sequência ordenada de tal forma, que possa sintetizar da melhor maneira possível, a natureza dos elementos de acordo com a ideologia espiritualista proposta pelo nosso site.

Assim; poderemos obter uma visão mais ampla e maior compreensão,  acerca dos nossos processos criativos interiores em suas diversas fases:

AR
O ar representa o meio onde todas as ações e realizações humanas têm seu início; o nosso mundo das idéias. Espiritualmente falando, representa o éter ou plano astral que, em linguagem mais moderna, pode muito bem ser chamado de psique ou inconsciente.

É também o elemento representante da mente com suas frequentes transformações. O elemento ar está dessa forma, diretamente associado ao pensamento e, segundo diversas correntes herméticas é governado por elementais denominadas Fadas.

FOGO
O fogo representa o desejo, à vontade, a mudança, a purificação, a transformação, a energia da ativação que em termos estritamente espirituais, pode ser representado pelo poder da fé. Segundo o hermetismo tradicional, esse elemento é governado pelas Salamandras e tem um significado espiritual muito forte por representar a Energia Divina.

Em quase todas as religiões que se utilizam de rituais, o fogo é utilizado como forma de representação da Luz Divina. As velas, as fogueiras são objetos que representam a força desse elemento.

ÁGUA
A água, segundo a maioria das correntes herméticas, está relacionada às emoções do inconsciente; emoções que nutrem os nossos sonhos e ideais na vida; pode muito bem representar no processo espiritual construtivo, a energia da esperança que alimenta e mantém ativa a fé ou a crença do iniciado.

Elemento governado pelas Undinas e de caráter feminino em sua essência. Ativa a intuição e a emoção. Os espelhos mágicos dos ocultistas podem ser objetos que muito bem representam esse elemento.

TERRA
A terra representa, hermeticamente falando, o lado visível da vida ou a manifestação concreta de todas as sementes que germinam no mundo das idéias, mediante a ação concreta do Iniciado. Esse elemento ativa nossa energia interna para a realização e para a ação de coisas concretas.

Representa ainda o nosso próprio organismo e tudo o mais relacionado ao mundo material. Geralmente, em hermetismo, esse elemento pode ser representado pelo símbolo da cruz que alegoriza a materialização da essência divina. Os Gnomos são elementais que governam o elemento terra, segundo os ocultistas.

Simplificando:
Tudo começa com o elemento ar, no mundo das ideias, onde predomina o caos de pensamentos e crenças variadas que desprendem energia aleatoriamente e sem foco.

A partir de uma introspecção do Iniciado pelos recônditos misteriosos do Ser, predomina o elemento fogo, representando aqui a energia da vontade direcionada(a fé).

Em seguida deve predominar o elemento água, representativo do sentimento de convicção que deve nascer do fogo secreto da fé, transformando essa crença inicial em uma esperança constante, vital para a concretização do processo criativo.

Finalmente surge a predominância do elemento terra, representando a materialização da vontade que surgiu dos recônditos interiores do ser. Essa é a forma que escolhi para representar o simbolismo dos quatro elementos em nosso processo de criação de coisas psíquicas, espirituais e até físicas. 

Quem puder compreender; compreenda.

Para finalizar esta análise, vejamos a seguir um trecho extraído do meu livro Alquimista por Acaso, que tão bem exemplifica a natureza espiritual dos quatro elementos:

Naquela noite, ao cair na cama, simplesmente me apaguei em um sono profundo. Não sei se devido à ansiedade latente da minha busca frustrada, pouco antes do alvorecer, tive uma série de sonhos, todos relacionados ao tesouro perdido.

Um deles, porém, chamou muito minha atenção. Aconteceu um pouco antes do despertar. No sonho eu estava a escavar o solo em um imenso buraco que já havia feito sob a árvore quando, de repente, ouço uma voz ressonante de um homem que estava à beira do buraco que, nesse momento já havia se transformado em um túnel escuro, no qual eu estava imerso.

 Paulo – dizia o homem misterioso, desista. O tesouro que estás buscando é verdadeiramente encantado e só conseguirás teu intento quando estiverdes apto a quebrar tal encanto.

-Como posso fazer isso? Perguntei.

-Poderás quebrá-lo somente de duas maneiras: pelo sofrimento ou pelo conhecimento. Escolhendo o sofrimento escavarás sem parar por toda a extensão dessa mata. Através desse sacrifício desesperado poderás por sorte encontrar o tesouro em alguns anos.

Se por outro lado, escolherdes o caminho do conhecimento, deverás seguir fielmente as instruções e com sorte, no tempo prometido, encontrarás o que buscas.

 – Qual das opções, devo seguir? – perguntei já sabendo qual seria a resposta.

 – O caminho do conhecimento é mais suave e menos doloroso – respondeu-me a voz. Pelo sofrimento levará anos para encontrar o seu tesouro. Seguindo a senda do conhecimento revelado pelas forças da natureza, ainda poderás atingir o objetivo no prazo estipulado.

– Como posso fazer isso? – perguntei gritando a ele do fundo do imenso buraco.

– Deves buscar a mistura dos quatro elementos na sua forma sutil e não na forma grosseira – respondeu-me o homem.

– Como assim? – Insisti. Não entendo o que quer dizer.

– O ar, a terra, a água e o fogo, portanto, elementos superiores; não os ordinários,  respondeu-me ele.

– Continuo não entendendo o que significa isso – insisti.

– Deves buscar os quatro elementos dentro de você – respondeu.

– Como conseguir tal intento?

– Não posso dar mais detalhes porque você deve ser digno do tesouro por seu próprio esforço. Apenas posso falar a respeito do significado dos quatro elementos no homem: o fogo representa um forte desejo, a água representa o sentimento que o nutre e a terra representa a manifestação desse desejo mediante a lei universal irrevogável de causa e efeito.

– E o elemento ar? – Perguntei-lhe.

– O ar representa o éter, meio onde tudo se manifesta. Buscai e encontrareis a mistura dos elementos dentro de si. Esse é o segredo para o seu tesouro. Agora saia desse buraco porque o tesouro não está aí no escuro. Ele está na luz.

Estas foram as últimas palavras ditas pelo homem misterioso em meu sonho antes do despertar. Quando pensei em fazer mais algumas perguntas acordei assustado com a incrível lucidez vivida naquele sonho. Parecia um fato real.

O buraco escuro do sonho mostrou um relevante contraste mediante a luz que agredia meus olhos pelo vidro da janela. Eram os primeiros raios do sol, anunciando o nascer de mais um dia.

Do livro:  Alquimista por Acaso


O BODE NA MAÇONARIA


 “E não me chamem de bode, pois eu prezo por um bom banho”
Dentro da maçonaria, muitos desconhecem o nosso apelido de bode.
A maioria dos maçons desconhece totalmente sobre “O Bode”, pelo contrário, quando ingressam na maçonaria, descobre que não há bode nenhum. Daí, muitos não se interessam em saber a origem dessa crendice.
Então de onde vem está historia de bode?
Os maçons por brincadeira alimentam essa fantasia, ou por diversão, ou para manter longes pessoas indesejadas e muitas vezes até mesmo para testar se o candidato a maçonaria se deixa levar por essas brincadeiras.
Também é comum, entre os próprios maçons, se referem a outros maçons como bode.
Exemplo:
- “Essa festa está cheirando a bode!” – quer dizer – “Essa festa está cheio de maçons”
- “Fui ao hospital, e o médico era bode.” – quer dizer – “Fui ao hospital, e o médico era maçom.”
Outra brincadeira comum é uma expressão dita ao candidato que está prestes a ingressar na ordem.
-”Estás preparado para sentar no bode?”
Realmente, parece assustador de primeira mão. Mas essa expressão é usada para testar se o candidato se deixa levar pelas crendices.
Na verdade quer dizer: “Estas preparado para ingressar na maçonaria?”
Assim como em palavras o bode virou mania entre os maçons. Adesivos de carro, chaveiros, camisas, bonés, bonecos e até estatuetas são visto entre o meio maçônico. Hoje, o bode, virou uma brincadeira
Sendo que, o povo ainda acredita nessa tolice. Então se não fores maçom pensa bem no que acabara de ler, e não deixe que fundamentalistas fanáticos induzam a sua visão contra a Maçonaria.
Então de onde vem está história de bode?
É um tratamento que se dá; o que significa trabalhar em segredo. Essa preocupação dos Maçons se dá em razão de que no passado, as perseguições do Santo Ofício levavam à tortura e ao sacrifício inúmeros Irmãos, no intento de arrancar-lhes os segredos ou conhecimentos acerca daquilo que protegiam com muita dor e coragem, podendo ser, inclusive, assuntos conspiratórios contra a coroa, ou o império, posto que o combate à tirania e ao obscurantismo fazia parte da grande ocupação de que tratavam os “bodes” na maioria dos Templos Maçons.
Assim, a figura do Bode, que ficou conhecida como símbolo do segredo, do silêncio e da confidencialidade entre os Irmãos de todas as Obediências e Ritos, fez com que adotassem a enigmática caricatura desse animalzinho como uma identificação e reconhecimento entre os membros da fraternidade dos pedreiros livres, e que sobre esse costume muitas brincadeiras se realizem nas iniciações ou nas comunicações bem humoradas entre Irmãos.
No livro de Daniel (12: 4); o Senhor ordena que o profeta lacre e guarde em segredo as palavras de uma mensagem expressa em um determinado livro até o fim dos tempos.
Mais adiante, no mesmo capítulo, nos (vs. 9 – 10), diz o Senhor: “Vai Daniel, porque estas palavras estão fechadas e lacradas até o tempo do fim. Muitos serão purificados, esbranquiçados e refinados, mas os transgressores procederão iniquamente, e nenhum dos transgressores entenderá, mas os sábios entenderão”. Fiel às instruções do Senhor Deus, Daniel guardou e os de hoje prosseguem guardando o segredo recomendado por Deus.
Embora guardar sigilo na Ordem Maçônica vem desde sua origem; a notícia remonta do período dos apóstolos, por volta do terceiro ano depois de Cristo quando eles se dirigiram a várias localidades para pregar o evangelho. Os que foram para a Palestina, ficaram surpresos com o costume do povo judaico em falar ao ouvido de um bode, um animal muito presente na cultura do povo judeu daquele período.
Os apóstolos de Cristo, ao buscarem saber as razões que sustentavam aquela postura, os palestinos davam o silêncio como resposta. Até que um Rabino de uma comunidade, em atenção à indagação do apóstolo Paulo, respondeu-lhe que tal procedimento era (e ainda é parte, até hoje em algumas aldeias do território Israelense) de um cerimonial judaico para expiação de pecados e erros, cujo povo tem o bode como confidente.
Confessar erros e pecados ao um bode, junto ao seu ouvido, segundo o mencionado ritual, assegura ao pecador de que, os segredos de seus delitos confessados ficam guardados, tendo em vista que bode não fala. O confessionário na Igreja Católica foi instituído anos depois, cuja instituição garante ao pecador o voto de silêncio por parte do sacerdote-confessor.
 Perseguida pelo governo papal do Vaticano, por discordar frontalmente das instituições oficiais do seu poderoso império, com que a Igreja subjugou, humilhou e matou nas fogueiras da Inquisição milhões de pessoas, muitos maçons foram presos e submetidos aos inquisidores que a todo custo buscavam arrancarem deles confissões sigilosas de domínio da Ordem Maçônica, semelhantes as que o Senhor recomendou ao profeta Daniel fechar e lacrar até o tempo do fim.
Um dos inquisidores Chasmadoiro Roncalli, um reconhecido perverso dos quadros da Igreja, chegou a desabafar, com um superior seu:
“Senhor, este pessoal maçom parece bode, por mais grave que eu torne o processo de flagelação a que lhes submeto, não consigo arrancar de nenhum deles quaisquer palavras.”
Remonta desse período a alcunha de bode com que se faz referência aos cidadãos maçons, em todo o mundo, como aquele que sabe guardar segredo.
Muitos associam a figura do bode ao demônio com que buscam acusar a Maçonaria de práticas satânicas, com argumentações integralmente destituídas da expressão da verdade. 
O nosso mais célebre e saudoso escritor Maçônico Brasileiro Ir.’. José Castellani (In Memoria) escreveu.
A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo. Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região. Procurando saber o porquê daquele monólogo foi difícil obter resposta.
Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação àquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado, de que aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo contar a alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas; ficaria mais aliviado junto à sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema.
Mas por que bode? – Quis saber Paulo. É porque o bode é seu confidente. Como o bode não fala o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor – nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a ideia aos seus superiores da Igreja; o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio. O povo passou a contar as suas faltas.
Voltemos a 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumário, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja.
Assim a Maçonaria, que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país.
Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições.
Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons. Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior:
- “Senhor este pessoal (Maçons) parece “BODE”, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”.
Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” – aquele que não fala o que sabe guardar segredo.
Conta um historia; que um sargento após o jantar sentado no alpendre de sua casa observava a loja maçônica do outro lado da rua e o movimento dos maçons em uma noite de segunda feira data de reunião semanal dos mesmos e resmunga para si mesmo.
- “Os bodes já estão chegando, coisa ridícula esses ternos pretos que eles usam, eles não devem fazer coisa boa lá dentro, nem janelas esse prédio tem, isso é coisa do diabo…”
Era sempre assim, até que em uma segunda feira especial para os maçons, o movimento estava fora do normal, com um grande numero de visitantes de fora, e no meio deles o sargento reconheceu o seu comandante de companhia da Força Pública, pois, o sargento comandava a força policial da cidade, um cabo e quatro soldados. Quando terminou o movimento e todos os maçons adentraram ao templo, o sargento permaneceu um pouco mais, mas todo movimento da rua cessara, com mais alguns resmungos contra os maçons, onde já se viu o seu comandante também era da maçonaria, com certeza já vendera a alma pro diabo, por isso, chegou a Comandante da Companhia.
Entrou na casa perguntando para a esposa.
- Cadê o garoto?
- Brincando com as crianças ai na pracinha.
- Eu já vou deitar daqui a pouco você vá chamá-lo, já está tarde para criança ficar na rua, ainda mais com os bodes em reunião ai na frente.
- Deixa de ser ranzinza homem, os maçons não são bodes, todos os que nós conhecemos são gente boas, até o prefeito é maçom.
Por volta de uma hora da manhã, o sargento sua esposa e o filho de oito anos acordaram com os berros de um bode, os berros vinham da loja maçônica, a família saiu até a rua, o mesmo fazendo os vizinhos do lado, e todos admirados com os berros de bode que vinham de dentro da maçonaria, o prédio estava às escuras, fato que indicava que a reunião dos maçons já havia terminado.
O sargento aproveitou para descer o pau nos maçons, e deixou claro que iria tomar providências, entrou colocou a farda e se dirigiu ao CLUBE 1932 SÃO PAULO AINDA DE PÉ; pois era lá que os maçons se dirigiam após os trabalhos da loja, em jantar de confraternização.
Enquanto se dirigia para o clube social, percebeu seu filho seguindo-o, sorriu era bom que o filho o visse em ação.
Na portaria do clube pediu para que chamassem o prefeito, pois tinha novidades.
- O que aconteceu sargento, algum fato grave? Perguntou o prefeito.
- Isso é o senhor que vai dizer Senhor prefeito.
- Eu, por quê?
- É que lá na sua loja.
- Que loja sargento, eu lá tenho loja, até onde sei eu sou um latifundiário bem sucedido na produção de grãos.
- Eu estou falando da loja maçônica, tem um bode berrando lá dentro e não deixa ninguém dormir no quarteirão inteiro.
- Ah, o bode está berrando muito?
- Ta e eu tenho que tomar uma providencia o senhor me dê à chave da loja, e com sua permissão é claro, vou entrar pegar o bode e levá-lo para o destacamento, amanhã o senhor vê o que faz com ele.
Nesta altura já eram diversos os maçons junto ao prefeito atraídos pela conversa, e os sorrisos disfarçados entre eles não foi percebidos pelo sargento, mas o filho percebeu e se mantinha firme ao lado do pai, todo orgulhoso.
O prefeito pediu um minuto para o sargento e se afastou com os outros maçons uns metros e confabularam entre si, em seguida o prefeito voltou acompanhado dos outros e disse.
- Sinto muito sargento não vai dar para o senhor interferir neste caso.
- Porque, por acaso vou ter que aguentar o bode berrando a noite toda?
- Isso mesmo, amanhã logo cedo damos um jeito no bode.
- Isso nunca e como fica a minha autoridade, vou lá e pego esse bode ainda hoje, e levo pro destacamento.
- Se o senhor insistir nessa sandice, eu e os meus irmãos de maçonaria não nos responsabilizam por sua vida.
O sargento  se espertigou na sua autoridade perguntando.
- O que tem de especial esse bode, que pode atentar contra minha vida se eu for lá pega-lo?
- Isso não podemos falar é segredo maçônico. Disse o prefeito e dando uma piscadela para o menino.
- Mas. Retrucou o sargento.
- Nem mais nem menos sargento, a não ser que o senhor não dê valor a sua vida, neste caso aqui está à chave, e se o senhor for que Deus tenha piedade de sua alma. E estendeu a mão com a chave para o sargento.
O sargento pensou, pensou, olhou para seu filho e depois para o prefeito dizendo.
- Bem se é assim, não vejo razão para me arriscar, porque eu não sei, ou melhor, ninguém sabe o que vocês fazem lá dentro, mas amanhã vou comunicar o fato ao meu comandante de companhia.
- Puxa, se o senhor tivesse chegado dez minutos mais cedo, falaria pessoalmente com ele, pois ele participou da iniciação, mas acabou de sair do clube.
O sargento despediu-se do prefeito e comentou com o filho enquanto se dirigia para casa.
– Eu hem, sabe-se lá que tipo de bode é esse, pode ser até o demo, mas que amanhã eles tiram esse bode de lá; lá isso tiram.
Depois desse episódio o sargento passou a conviver com o fato de que jamais saberia o segredo dos maçons, e muitas segundas feiras se passaram através dos anos, ele sentado em seu alpendre observando o entre e sai dos maçons no templo.
O filho cresceu se tornou homem, lançou-se em direção a outras paragens, firmou-se profissionalmente, foi sondado e convidado a ingressar na maçonaria, aceitou e tornou-se um irmão.
Lembrou-se do pai velhinho, não mais um sargento e sim subtenente por força das promoções, qual seria a sua reação de ver o filho como um maçom. E a reação foi aquela que o filho esperava.
- Pai o senhor é um homem honrado, e sinto-me tranquilo no que lhe vou falar agora, o que tanto o senhor questiona, vou lhe revelar o segredo da maçonaria e o que eu e os meus irmãos fazemos dentro de uma loja maçônica como aquela. Disse o filho apontando para o templo maçônico no outro lado da rua.
- Pai o que nós fazemos lá e o grande segredo, não…
(Autor desconhecido)


DO PACTO E DA UNIÃO


O dicionário registra que Pacto é ajuste, contrato, convenção e que União é junção, coesão, concórdia, harmonia, UNIDADE...

 Para celebrar um PACTO é necessário entendimento; para alcançar a UNIÃO basta o Amor...

O estado de tensão nascido da crise dos valores do final de século XX leva o maçom a redimensionar seu papel na sociedade.

Preocupado não apenas com a cidadania, urge ao homem moderno defender e lutar pela preservação dos costumes e do meio ambiente.

Esta luta será, sem dúvida, um desafio para a maçonaria. Unida, forte e progressista a maçonaria tem um vasto campo de atuação visando ao progresso da humanidade, basta cada maçom dedicar sua cota de participação, desprovido de preconceitos e conservadorismo a serviço de sua Loja e da Sociedade.

Num momento de contrastes e confrontos, é bom lembrar que o Padre Antônio Vieira foi recolhido à prisão de 1665 a 1667. Aquele grande orador sacro foi defensor do capitalismo judaico e dos cristãos novos porque via no monopólio comercial a saída para os pequenos comerciantes que prosperariam na nova terra denominada Brasil.

Contra si teve o vociferar da burguesia cristã e não se intimidou na defesa dos indígenas e pequenos colonos. Vieira fez das matas o palco para sua pregação religiosa aos indígenas e do púlpito tribuna para seus comentários políticos.

Neste início de século cabe-nos, como obreiros da arte real, sedimentar a UNIÃO em prol do bem comum, assimilando a lição e os exemplos do PREGADOR Antônio Vieira, que, um dia, assim se expressou:

A UNIÃO “As obras da natureza e as da arte todas se conservam, e permanecem na união; e todas, na desunião, se desfazem se destroem e se acabam. Uma união de pedras é edifício; uma união de tábuas é navio; uma união de homens é exército. E sem esta união tudo perde o nome, e mais o ser. O edifício sem união é ruína; O navio sem união é naufrágio; o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união da alma e corpo) com união é homem; sem união é cadáver.”


Geraldo Ribeiro da Fonseca MM. Centenária Loja Maçônica Regeneração Barbacenense Barbacena - MG

MAÇONS, "LIVRES-PENSADORES”...



Aqui há uns tempos em conversa com um amigo sobre determinado tema, disse-lhe eu isto: “eu apenas te mostro o mapa, caberá a ti escolheres o caminho”. E de fato esta é a realidade em que temos de viver. Ou seja, nós somos as nossas “escolhas”, nós somos as “decisões” que tomamos e as ações que decidimos praticar.

Por mais que uns nos digam para irmos para a “esquerda”, outros para a “direita” e alguns inclusive nos digam para seguir pelo “meio”, a decisão final sairá de nós próprios, da nossa vontade, independentemente das indicações e dos conselhos que recebamos e que possam nos auxiliar na decisão a tomar.

Se decidirmos agir de certa maneira, coincidindo ou não com o que a generalidade ou somente com o que alguns considerem sobre tal, foi a nossa mente que o decidiu. 

Assim, todos nós na nossa Vida somos  - e seremos sempre - responsáveis por aquilo que decidirmos, sejam ações ou palavras e até mesmo pelos mais simples pensamentos.

- Fomos nós que os criamos/produzimos, logo somos nós responsáveis por eles, por inerência-.

Por mais influências que recebamos externamente, é o nosso íntimo, o nosso “Soi”, que irá efetuar a escolha do que concretamente iremos fazer.

Será a mais correta?!
Será a mais eficaz?!
Será a mais proveitosa?!

O que sabemos é que é a nossa decisão e apenas isso. Foi o que optamos por decidir. E que tal decisão seja sempre tomada em consciência com os princípios que advoguemos e com os quais nos sintamos devidamente identificados.

-Sejamos honestos, íntegros e coerentes nas nossas decisões!-

Os maçons, “livres-pensadores” como orgulhosamente se assumem, devem ter bem a noção de tal. Não bastará assumir algo ou determinada coisa para depois não se praticar isso na realidade.

É sempre esperado que um maçom use o seu bom senso e os seus bons costumes para decidir, se possível sempre, da melhor forma possível face às situações que a vida lhe apresenta.
-Tem o dever de agir dessa forma!-

O que poderá acontecer, e muitas vezes é inevitável tal, é que nem sempre as decisões tomadas possam ser as melhores ou mais corretas, uma vez que o maçom, tal como outro ser humano qualquer, também erra, mas como maçom tem a obrigação de aprender com esse erro e evitá-lo no seu futuro.

E aqui assumo que os maçons também erram, infelizmente algumas vezes e talvez, digo eu, vezes demais. Mas como o maçom é alguém que busca evoluir espiritualmente, ele também estará susceptível de efetuar mudanças no seu comportamento; logo também as suas decisões serão influenciadas pelas mudanças/ “transformações” que sofrer e as suas atitudes se revelarão melhor no seu comportamento e caráter. Tudo isto em prol do seu auto-aperfeiçoamento enquanto ser humano. 

Isso será o tal “polimento”, o tal “burilamento da pedra bruta” que na Maçonaria tanto se fala.

Os vícios ou erros comportamentais que possam ter existido na sua conduta no passado, deverão ficar aí mesmo, no passado. E “como de passado apenas vivem os museus” (como é usual se afirmar), no momento da Iniciação, no momento em que o recém neófito encontra a sua primeira centelha da Luz, nasce como uma nova pessoa, um “novo Homem”, e como tal terá acesso a “ferramentas sociais e espirituais” que poderá utilizar para melhor atingir o seu “nirvana”, por assim dizer. 

O que interessa por vezes não é o mapa, mas o caminho que se seguiu, mesmo para o nosso auto-aperfeiçoamento, o que importa é que decidimos livremente as decisões que tomamos e que escolhemos sempre, mediante o que a vida nos vai apresentando e mediante as condições que temos, mas que foram as melhores decisões que consideramos que podíamos e/ou devíamos tomar ou ter tomado. Isso sim é o mais importante nisto tudo.

Este caminho que seguimos é feito sozinho (somos nós que o temos que fazer), mas não é solitário (pois outros o fazem também) e temos ter a consciência e a noção disto.

Se olharmos para o lado veremos alguém a viver as mesmas situações ou outras, com decisões tomadas semelhantes ou completamente diferentes daquelas que, se fosse conosco, tomaríamos. A vida é isto mesmo, cheia de imponderáveis e é essa uma das mais valias de viver, a cada passo dado, a cada momento, nunca sabemos o que se seguirá, apenas o podemos tentar prever e nada mais.

O que concluindo posso afirmar é que independentemente das decisões e escolhas que tomemos, somos nós que o deveremos fazer e não outrem. E por elas nos responsabilizarmos. São estas decisões que nos definem como pessoas!

A grande diferença que temos em relação aos restantes seres vivos é a nossa “massa cinzenta” e que é devido a ela que pudemos livremente pensar.

É altura de a começarmos a valorizar mais e principalmente em começá-la a usar de uma forma correta e eficiente.

E posto isto, porque não… pensar?!

Do Blog: A Partir Pedra


MAÇONARIA & TOLERÂNCIA RELIGIOSA


A Maçonaria declara combater a intolerância, a ignorância e o fanatismo.
Esses três males estão intrinsecamente relacionados. A ignorância é, sem sombra de dúvidas, a origem e o cerne do fanatismo e de toda a intolerância, em especial a religiosa. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Essa máxima cristã ensina que o conhecimento, alcançado pela busca da verdade, liberta o homem da ignorância. A Maçonaria, em seus rituais, instruções e literatura, também é extremamente rica em passagens que revelam essa sua vocação. Além de sua história.
Como bem observado pelo pesquisador Antônio Gouvêa Mendonça, a Maçonaria constituiu “um peso razoável na balança a favor do protestantismo no momento de sua inserção na sociedade brasileira”.
Isso ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. Nessa época, de hegemonia e poder católico no Brasil, os protestantes eram a minoria, que sofria todo tipo de ataque intolerante, fanático, preconceituoso. E a Maçonaria, original defensora da liberdade religiosa, e em combate aos males já mencionados, muito colaborou para o ingresso e consolidação das igrejas protestantes no país.
David Gueiros Vieira, em seu artigo sobre o tema, destaca que a Maçonaria brasileira da segunda metade do século XIX, não somente trabalhou em prol do protestantismo, como também do liberalismo, da abolição da escravatura, do ensino laico, e da proclamação da república, garantindo assim a separação da Igreja-Estado, da qual todos usufruímos atualmente. Marcos José Diniz Silva, inclusive, atentou para a guerra midiática entre a Maçonaria e a Igreja Católica, a favor e contra o ensino laico e a liberdade religiosa, por meio de seus jornais. Mas foquemos aqui na questão religiosa.
Naquela época, os protestantes enfrentavam todo tipo de boicote, desde aquisição de terrenos para igrejas, compra de material de construção, mão de obra, até ameaças aos sacerdotes e fiéis, e atos de vandalismo.
Há registro de casos de congregações religiosas que funcionaram inicialmente nas dependências de Lojas Maçônicas, que as ajudaram a construir seus próprios edifícios. Há também registro de proteção maçônica a pastores em suas pregações públicas em todo o interior do país.
As igrejas pentecostais e neopentecostais, que surgiram no Brasil durante as décadas seguintes, usufruíram da base bem fundamentada, construída pelos protestantes tradicionais (históricos) com o auxílio dos maçons (muitos deles, também protestantes).
No entanto, atualmente, o Brasil tem assistido outra crise de ignorância, fanatismo e intolerância religiosa. Os noticiários têm apresentado uma crescente onda de casos de intolerância contra, principalmente, religiões de origem africana.
Aqui mesmo, nas proximidades da Capital Federal, três terreiros sofreram vandalismo e foram incendiados. Isso mesmo: no entorno de Brasília, em pleno século XXI. Lojas de artigos de umbanda também foram depredadas em Belo Horizonte.
Isso sem contar os casos quase que diários de agressão física, até mesmo a uma menina no Rio de Janeiro, apedrejada por ser adepta do Candomblé, e outra em Curitiba, agredida dentro de sala de aula pela mesma razão. Cada uma em um canto do país. Ambas, vítimas do que é uma clara afronta aos Direitos Humanos e à Constituição.
Infelizmente, alguns sacerdotes de certas vertentes evangélicas, também tomados pela ignorância, vez ou outra nos surpreende com discursos e propagandas antimaçônicas, como já noticiado aqui no blog.
Suas memórias curtas ou, simplesmente, puro desconhecimento (ignorância), levam-lhes ao erro de atacar a Maçonaria, que tanto colaborou para a consolidação de suas antecessoras e, consequentemente, de suas próprias igrejas no país. É esse tipo de “ignorância sacerdotal” que incita a intolerância, o fanatismo, levando indivíduos aprisionados a suas fés cegas e má orientações espirituais a atos de terrorismo como os mencionados.
Espero que nossas Obediências Maçônicas abracem novamente a causa do combate à intolerância religiosa, como fez há 150 anos. A reforma política já tem a atenção de grandes instituições, como o MPF – Ministério Público Federal, e a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
As minorias religiosas discriminadas não. Essa conquista maçônica do passado, chamada de liberdade religiosa, está seriamente ameaçada e merece mais uma vez nossa atenção. Não podemos esperar que as difamações contra a Maçonaria se transformem em apedrejamento de maçons e incêndio a Lojas Maçônicas para agir.
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MODELOS DE MAÇONARIA



Temos ouvido e analisado alguns conceitos de estudiosos da Maçonaria através dos anos. Alguns deles merecem ser citados.
Ouvimos de certa feita, que o modelo maçônico que nos legaram nossos Irmãos do passado já não se adapta ao homem atual. Está anacrônico.
Um irmão místico mencionou que a Maçonaria atual tornou-se materialista, pois dentro de seus templos ainda existem símbolos poderosos e mágicos, mas que os maçons atuais não os respeitam como tais, pois não têm a noção de seus significados. Por esta razão, a Maçonaria fragmentou-se, perdeu a sua força e confundiu-se.
Outro irmão referia que o maior objetivo político que acalentou e deu forças a inúmeras gerações de maçons do século passado que era a República morreu com o nascimento desta, ou seja, desde então os maçons não tiveram em termos de Brasil um objetivo prioritário para lutar por ele.
Não criaram outra motivação cívica, a Maçonaria fragmentou-se em diversas Potências , cada qual com sua orientação político social, sempre se autodenominando representante de todas as opiniões da população maçônica e de quando em vez, soltando na imprensa brasileira bisonhos pronunciamentos políticos.
Entretanto, autores atuais afirmam que a Maçonaria visa apenas o homem em si, como líder, como embrião, como uma célula dentro da sociedade.
À Maçonaria caberia tão somente preparar este homem, mostrando-lhe os caminhos de seu autoconhecimento, e ensinando-o a ser um construtor social para que atue na sociedade como um núcleo em torno do qual estariam os demais segmentos dessa sociedade.
É provável que cada afirmação citada tenha a sua verdade.
Parece-nos que a última, sem menosprezar as demais, seria a mais atual e mais apropriada ao nosso tempo.
Mas como andam as coisas na Ordem?
É claro que as nossas divagações não se aplicam a todos os maçons, mas elas atingirão uma grande parte dos maçons brasileiros, bem como a muitas Lojas.
Se nos atentarmos para a realidade, pelo que poderemos observar no dia a dia, e, acreditamos que ocorra em todo o país, tais são as semelhanças entre as estruturas das cidades entre si, existem verdadeiros flagelos da Ordem, os quais abordaremos apenas alguns, aleatoriamente.
Falta de instrução e conscientização do que vem a ser Maçonaria. As sessões duram de duas a três horas e o período de estudos ou de instrução duram apenas quinze minutos, isto quando algum irmão tem um trabalho a apresentar.
Quanto à conscientização, com frequência não são respondidas as perguntas básicas que um Aprendiz faz a um Mestre, porque geralmente este não sabe respondê-las. Sempre existem as evasivas tradicionais, tais como: “Isso eu não posso responder. Você chegará lá. Estude”.
Então como poderá um Irmão estar consciente do que é a Maçonaria? Existem falhas severas desde o primeiro aprendizado ao se entrar na Ordem. A maioria dos maçons cresce na Ordem do ponto de vista de graus, sem saber ao certo o que estão fazendo ou aprendendo.
A pressa de muitos Irmãos em sessão para que esta acabe logo, para poderem nos chamados “fundões” das Lojas, sorverem todo o tipo de pólvora que existe, e ao mesmo tempo se alimenta exageradamente e neste estado de empanturramento alimentar e de eflúvios etílicos tomarem decisões importantes.
Veneráveis fracos que não têm personalidade, dominados docilmente por verdadeiras eminências pardas dentro de sua própria diretoria.
Carreirismo político maçônico, com falsa liderança.
Esvaziamento das Lojas por desmotivação.
Comportamento antimaçônico de Irmãos que são verdadeiros profanos de avental, os quais querem, muitas das vezes, que seus defeitos se tornem regras morais para os demais.
Candidatos não gabaritados para tal, serem indicados para serem Maçons. Os poderes dentro de uma Potência estão desencontrados e comumente extrapolam seus direitos, não respeitando, às vezes, o próprio Grão-Mestre, que é a maior autoridade.
Várias Potências não se reconhecem entre si, mas se utilizam do mesmo Rito, cada qual à sua maneira (vide Rito Escocês Antigo e Aceito, no Brasil).
A respeitável denominação “Grande Arquiteto do Universo” virou simplesmente “Gadú”. Esta é uma nova palavra, que foi criada e muito pronunciada, por sinal.
Especialmente nas cidades de porte médio e grande, um Templo de propriedade de uma Loja é usado por ela apenas um dia da semana, quando naquele mesmo Templo poderiam funcionar pelo menos mais quatro Lojas. Falta de patriotismo com desconhecimento total da história do Brasil e participação de maçons nos eventos.
Se quiséssemos, enumeraríamos mais de cinquenta itens facilmente.
Citamos de passagem os Irmãos que não honram seus compromissos, valendo-se da mal interpretada tolerância maçônica.
A maioria dos maçons não lê sobre a Ordem.
Fácil será prever o futuro, caso não se tente mudar imediatamente ou reciclar, quer no campo administrativo, histórico, instrutivo, doutrinário ou moral. Precisamos ter a ousadia e a coragem de citar os males que a assolam e a prudência de sugerir alguma solução que possa melhorá-la. 
Entretanto, tudo vai bem na Ordem. Todos se chamam de Irmãos, fala-se muito em tolerância, todo mundo é livre e de bons costumes.
Uma boa parte dos maçons brasileiros acredita realmente que tudo vai bem. São aqueles Irmãos puros, bem intencionados, almas limpas. Nas Lojas, os famosos e prolixos oradores continuam matraqueando desesperadamente, tecendo glórias e louvores ao Grande Arquiteto do Universo e a todos os maçons espalhados pela Terra.
Quando um Irmão se diz justo e perfeito, porém não é nada disso, os outros justos e perfeitos fingem não saber do que se trata, pois a Ordem é fraternal e tolerante.
Estamos exagerando? Poderão argumentar que o autor é um pessimista, que os maçons de sua cidade são maus, que Maçonaria não é bem isso, e que na sua Loja não é assim.
Mas, estas afirmações têm muito de verdade. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a mente embaçada pelo conformismo.
Evidentemente o maior problema da Maçonaria é apenas uma questão de cultura e falta de instrução racional. Se tivéssemos três sessões mensais, onde além de se praticar uma boa ritualística, houvesse debates, conferências, cursos, mesas redondas, etc., a respeito da filosofia, ritualística e história da Ordem, bem como da Política como ciência, o preparo do Maçom seria outro.
Quanto às sessões administrativas, deveria haver apenas uma por mês.
Cada Potência deveria manter Encontros Semestrais de Aprendizes Companheiros e Mestres para toda a jurisdição, onde fossem apresentados trabalhos e estudos referentes a tudo o que diz respeito à Ordem.
Os Altos Corpos de cada Potência, especialmente nas simbólicas, deveriam manter severa vigilância com relação às alterações que os responsáveis pela Liturgia e Ritualística de cada Rito, costumam com frequência introduzir nos Rituais vigentes, a maioria invenções, enxertos, “achismos” etc.
Este controle tem que ser constitucional, ou seja, deverá constar na Constituição de cada Potência, e o “modificador” terá que enfrentar estes altos poderes da Obediência e estes aprovarem. Esta seria uma maneira de conter tanta alteração que pulula nos Rituais da Maçonaria brasileira, em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Como a unificação total da Maçonaria brasileira é uma utopia, a união, entretanto, não é, e já está sendo realizada. As três principais Potências não se reconhecem, mas nas Lojas-Bases está havendo uma intervisitação sistemática, numa camaradagem própria de Maçons que seguem o axioma “se fomos Iniciados, logo somos Irmãos” e as Lojas, mesmo de Potências diferentes, estão permitindo o direito de visitação, e este contato entre Irmãos está trazendo resultados.
Os Grão-Mestres das principais Potências deveriam sentar-se em torno de uma mesa e decidirem que, tratando-se de um mesmo Rito, todas deveriam ter somente um Ritual, o qual seria organizado por uma Comissão de Irmãos destas Potências. Igualmente deveria haver apenas uma Palavra Semestral e troca de correspondências a respeito dos candidatos não desejáveis para serem Maçons.
Nas cidades onde hajam Lojas das diversas Potências, deveria haver um Conselho de Veneráveis com rodízio na administração, o qual, paralelamente, tratasse de filantropia, problemas sociais, políticos (não partidários) de abrangência da comunidade.
Estas sugestões são fáceis e viáveis. Em algumas cidades já estão sendo realidade, mas não foram sacramentadas pelas cúpulas das respectivas Potências.
Não há perigo de desestabilização do poder de cada Potência.
Administrativamente, continuarão sendo o que são. O que é necessário é que se deixe a vaidade de lado e se doe de coração aberto à causa maçônica. É simples.
O Maçom brasileiro necessita com urgência encontrar uma nova vocação, uma meta maior, um programa de alto alcance que até possa parecer impossível, porém viável a longo prazo, que pudesse unir todos os Maçons em torno de uma idéia, um pensamento único.
As Potências deveriam se reunir através de seus mais brilhantes Irmãos e, após estudarem todos os detalhes, apresentarem um diagnóstico da Maçonaria brasileira. Este diagnóstico terá que levar em conta o nosso passado, analisando com muito cuidado o presente e estabelecendo metas para o próximo século.
Este que está findando já o perdeu. Só não perdemos ainda o nosso coração de Maçom e o amor à Ordem. Meditemos Irmãos!
Autor: Ir.’. Hercule Spoladore – Londrina – PR


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