A ORIGEM DA PALAVRA LOJA


A LOJA - Ao se fazer o resgate histórico verifica-se que o termo Loja Maçônica tem origem comum com o termo Loja Comercial. Para Castellani, entre muitos Maçons influenciados por obras pouco fidedignas, a palavra Loja para designar uma corporação maçônica, seria originária da palavra sânscrita “LOKA”. Mas a palavra “LOKA” significa espaço, lugar, tempo, como o “LOCUS” do latim, portanto, seu significado não corresponde exatamente ao significado do termo Loja Maçônica.

A origem correta da palavra loja está nas “Guildas Medievais”. Entre as corporações de artesãos medievais (hoje denominada Maçonaria Operativa), destacam-se as Guildas, características dos germânicos e anglo-saxões e que começaram a florescer no século XII.

Antes dessa data, elas eram entidades simplesmente religiosas e não formavam corpos profissionais. Existiam dois tipos de Guildas: Guildas de Mercadores e Guildas de Artesãos.

As Guildas de Mercadores adotaram palavra Loja para designar seus locais de depósitos, ou de vendas, ou seja, onde os produtos manufaturados eram armazenados e negociados. Portanto, deram origem às casas comerciais de comercialização de produtos, que correspondem às lojas comerciais atualmente.

As Guildas Artesanais, ou seja, as oficinas de mestres artesãos passaram a se chamar loja e estas deram origem ao termo Loja Maçônica, que designa as corporações maçônicas, que operam em Templos Maçônicos.

O primeiro documento maçônico (da Maçonaria de Ofício) em que aparece a palavra Loja, data do ano de 1292 e era de uma Guilda.

O TEMPLO Em relação à origem dos templos constata-se que, inicialmente, no período da Maçonaria Operativa, ao lado das grandes construções, era erguido um alpendre destinado a vários usos.

Durante o Inverno, nele executavam atividades os trabalhadores de pedras, os antigos Maçons operativos, preparando materiais para serem utilizados nas construções, quando reiniciados os trabalhos de edificação na Primavera.

Nesses locais permaneciam também os Companheiros em trânsito, que se deslocavam entre cidades para aperfeiçoarem seu ofício, aprendendo novos métodos e novas invenções.

Nesses ambientes também ficavam expostos os planos, discutidos os detalhes da construção, distribuídas as tarefas, portanto tornando-se um local sagrado, como a própria arte de construir é desde os tempos imemoráveis considerados uma “arte sagrada”. (Garcia).

Para Varoli Filho, o Templo Maçônico material, como os atuais, com diferenças de cada Rito, foi criação tardia da Maçonaria Especulativa.

Começou a ser imaginado nas últimas décadas do Século XIII e em parte se realizou em compartimento, destinado a reuniões de Lojas, do “Freemasons Hall”, pela primeira vez inaugurado em Londres em maio de 1776. Em 1778, o Grande Oriente da França passou a proibir o funcionamento de Lojas fora de edifícios ou Templos Maçônicos.

Até então as Lojas funcionavam em recintos adaptados, bastando-lhes a tela de Símbolos colocada no chão ou sobre qualquer mesa retangular.

Ainda havia os que desenhavam os Símbolos no chão, com giz, carvão, ou sobre prancha retangular de areia seca – prática herdada dos Maçons ingleses.

Os desenhos eram desfeitos ao se fechar a Loja. Dos retângulos simbólicos vieram os Painéis de cada Grau, bem como o trajeto de enquadrar a Loja, dos Ritos que ainda o conservam.

Inicialmente, a entrada dos Templos Maçônicos era pelo Oriente, como nos Templos do antigo Egito e no próprio Templo de Salomão evoluiu para entrada pelo Ocidente como nas Igrejas Cristãs.

A reunião em lugar oculto sempre foi tradição, mesmo em Lojas que se reuniam no alto de colinas, na profundidade dos vales, ou em campos abertos (“Field lodges”). Maçons de Aberdeen, na Escócia, autorizados pela principal, praticavam Iniciações sob uma tenda erguida no alto da Cunnigar Hill, o dominante sobre a baía de Nigg, mas, em 1670, a Loja-mãe ou principal de Aberdeen proibiu, por seu estatuto, as reuniões como eram feitas, e soem caso de mau tampo permitia Sessões em edifícios de onde ninguém visse ou ouvisse (Varoli Filho).

O Templo Maçônico representa o mundo e a Loja Maçônica a humanidade. A Loja se constitui quando seus membros se reúnem em um Templo e, ao final de cada Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua aberto, inclusive para outras Lojas Maçônicas operarem.

A LOJA E O TEMPLO
 Templo e Loja são expressões que se confundem em vários Ritos, cujas constituições virtuais não falam de Templo e só mencionam Loja – reunião regular de Maçons em lugares ocultos. Bouliet apud Aslan, diz que a palavra Loja tem origem no antigo alemão “Loubja”, que significa cabana feita de folhagem; entretanto, os ingleses a fazem derivar do vocábulo anglo-normando “Lodge”, que tem o significa do de habitação ou alojamento.

As duas origens etimológicas se complementam e transforma no vocábulo para o inglês “Lodge” com o sentido de reunião maçônica que hoje lhe é dado. Varoli Filho deixa bem caracterizado que as Lojas ao longo de sua evolução funcionaram em Templos provisórios, evoluindo para os Templos com as características atuais, que são parlamentos onde funcionam as Lojas.

Para Aslan, uma Loja é uma assembleia ou sociedade de Maçons, devidamente organizada e cada irmão que pertence a uma estará sujeito aos seus estatutos e regulamentos.

Boucher apud Aslan, afirma que nas reuniões de Maçons dos vários graus são denominadas Lojas ou Oficinas e que este último nome lhe é dado como lembrança das primeiras reuniões de Maçons operativos.

Para Garcia, a Loja Maçônica é a base de todas as organizações maçônicas e simbolicamente é uma redução da humanidade e funciona em um Templo que retrata uma redução do universo, criado pelo Grande Arquiteto do Universo, em cujas dimensões universais o homem se fixa para dominá-lo e ampliar seus conhecimentos, associando cada utensílio usado, aqui onde qualifica na razão e na moral que deve ser absorvida pelo homem no seu interior, só assim é que pode entender e se desvencilhar das coisas que o aviltam.

CONCLUSÕES
 Verifica-se no transcorrer desse documento divergências quanto à origem da palavra Loja e também que existe confusão entre Loja e Templo.

 A Loja Maçônica, cujo significado da palavra tem a mesma origem da palavra Loja para designar estabelecimentos comerciais, quando empregada para designar uma instituição maçônica, está se referindo a instituição enquanto sua razão social, constituída por membros (homens livres e de bons costumes) e que necessita de um espaço físico para funcionar, que são os Templos.

A Loja só se materializa quando seus membros se reúnem em sessão. Ao término da assembleia a Loja é descaracterizada e só voltará a se constituir novamente na primeira reunião. Nota: Sânscrito era o idioma falado pelos invasores indo-europeus do Punjad, por volta do século XIV a.C.; tendo afinidade com o antigo persa, o grego e o latim, jamais foi uma língua popular, sendo restrita aos sacerdotes e aos eruditos.

Nesse idioma é que foi escrita a literatura indiana mais remota, de inspiração filosófica e religiosa, constituindo as “Vedas”, coleção de hinos sagrados.

Referências ASLAN, Nicola. Estudos maçônicos sobre simbolismo. 3 ed. Rio de Janeiro: Aurora, 1980. CASTELLANI, José. A origem da palavra Loja. Publicado em o Aprendiz. GARCIA, Clever Ronald. A Loja. Várzea Grande MT: Loja 15 de Maio nº 9, Grande Loja, MT VAROLI FILHO, Theobaldo. Loja. ATrolha de nº40, março-abril de 1989.

Irmão Julio Caetano Tomazoni Pato Branco-PR

Fonte: JB News – Informativo nr. 2.102.

WHATSAPP E A MAÇONARIA


A perpetuidade da Maçonaria se funda justamente na manutenção de nossas tradições, sem nos tornamos arcaicos. Arcaico, aqui, se refere ao antiquado, obsoleto e não ao tradicionalismo: do latim traditio, que é “passar adiante” ou “entregar” algo.

No compartilhamento das instruções, transmitimos os valores morais e éticos contidos nos símbolos, gestos e marchas. Através da ritualística e por meio do conteúdo da lenda e do respeito à hierarquia, buscamos o sentido da formação do Ser.

Tudo o que é novo causa algum tipo de atrito entre o “antigo” e o “moderno”. Assim foi quando os balaústres começaram a ser gravados, já que prometemos nada grafar. Hoje, não há conflitos quanto ao uso de computadores para a lavratura.

Mas, já ocorreram embates quanto à substituição do Livro de Atas lavrado à caneta, na reunião pela folha impressa numa “profana impressora” (já que ela estaria fora do Templo) em data posterior a reunião. O que dizer, então, da luz elétrica, da harmonização feita por pen drive em micro system e dos aparelhos de ar condicionado?

O PROBLEMA DAS “MODERNIDADES” NÃO ESTÁ NO USO,
MAS NO MAU USO.

O aplicativo WhatsApp, esta fantástica ferramenta de comunicação, aproximação e estreitamento de laços tem, frequentemente, provocado exatamente o contrário. WhatsApp vem da expressão em inglês “What’s up?” substituindo o “up” por app, de “application program”. Se traduzido para o português a expressão tem significa: - E aí? - O que esta acontecendo? - Qual é o problema? O aplicativo tem este nome justamente para que possamos compreender sua missão.

A plataforma destina-se a mensagens rápidas, objetivas e direcionadas. Sejamos sinceros: O que temos praticado são, na maioria das vezes, desvirtuamentos. Nos grupos criados sob o tema “Filosofia”, vemos Irmãos postando imagens e textos sobre futebol; grupos de Lojas Maçônicas com cenas de nudez, grupos de Hospitalaria onde o assunto predominante é política partidária.

Algumas reflexões: Se você acorda cedo, parabéns! Mas, é realmente necessário enviar um mero “Bom dia”, às 5, 6, 7 horas da manhã, para todos os 20 grupos que você e a maioria de seus Irmãos fazem parte? Doação de sangue para um moribundo, córneas sobrando, 500 cadeiras de rodas para doação, vagas de empregos em multinacionais, sequestrados, perdidos e abandonados em hospitais etc., essas mensagens devem ser multiplicadas somente se confirmada a veracidade da informação.

Seja criativo. Crie sua própria mensagem. O simples “copiar/colar” e enviar para todos os grupos, só serve para encher a memória dos celulares. Se você recebeu aquela “linda mensagem” provavelmente todos nós já a recebemos.

Entre nós Maçons, imagens e filmes de violência, agregam alguma coisa? Mensagens de WhatsApp são como flechas. Depois de lançadas, não tem como pará-las. Na maioria das vezes, os Irmãos miram um alvo e acertam outros. No calor e na intempestividade de se manifestar, magoamos, afastamos e destruímos fraternas relações.

A MODERNIDADE SERÁ SEMPRE O PRÓXIMO PASSO. MANTENHA SEUS SENTIDOS EM ALERTA, A MENTE ABERTA E O CORAÇÃO PURO. TEMOS A OBRIGAÇÃO DE USAR TODAS AS FERRAMENTAS A NÓS APRESENTADAS APENAS E EXCLUSIVAMENTE PARA EDIFICAR, SEJA AGENTE MODIFICADOR DAS VIBRAÇÕES DOS SEUS GRUPOS PARA QUE HAJA JUSTIÇA E PERFEIÇÃO.

Este artigo foi inspirado no livro “CAIBALION – OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS” que na página 29 há o estudo do Princípio da Vibração: “Nada está parado; tudo se move, tudo vibra” Neste décimo primeiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.

Fraternalmente
Sérgio Quirino – Grande Segundo Vigilante – GLMMG

A ORDEM MAÇÔNICA



Há dificuldades para se desvendar as origens da Ordem Maçônica. O calendário maçônico faz remontar suas origens ao próprio Adão; por isso, acrescenta à data da era cristão mais 4 mil anos, que seria a idade do mundo antes de Cristo. Desse modo, estamos no ano de 6017 (2017).

Outras origens são ou certamente lendárias, como a vinculação com a Ordem dos Templários, ou pelo menos, secundárias, como a ligação com a Rosa-Cruz. Em 1723, um novo Livro das Constituições, estabelecido por ordem da Grande Loja da Inglaterra pelo pastor Anderson, foi adotado e constitui desde então a carta magna maçônica, modificada em 1738.

As  Constituições de Anderson são simples. Declaram que um maçom é obrigado, por sua natureza, a obedecer à moral e que não poderá nunca ser um ateu estúpido nem um libertino anti-religioso.  Acrescenta   mais que, se  no passado os  maçons estavam sujeitos em cada  país à obrigação de praticar a religião de seu país, agora se considera mais conveniente não lhes  impor nenhuma  religião.

Enfim, especifica-se que o maçom deve ser um “pacífico súdito dos poderes civis”. Da  maçonaria operativa (pedreiros) as Lojas conservaram a linguagem dos ritos e dos símbolos.

Na França, formaram-se Lojas sob a obediência da Grande Loja da Inglaterra. As primeiras datariam de 1725. Em 1737, Ramsay, escocês naturalizado francês, escreveu o célebre livro “Discours du chevalier”, onde tratava da maçonaria da França e expunha o que denominava as virtudes maçônicas: a humanidade, uma sadia moral, manter o segredo, ter o gosto pelas ciências úteis e pelas artes liberais.

Acrescentava o ideal remoto de uma República universal, pela maçonaria. Eis o primeiro esforço de unidade realizado sem a cooperação inglesa. As Lojas maçônicas reuniram-se para instituir um grão-mestre, que foi o duque d’Antin (1738). No resto do século XVIII, a maçonaria desenvolveu-se com incrível rapidez na França, nas outras nações da Europa e nas Américas.

Todas essas organizações pareciam proceder de um mesmo espírito, mas não tiveram  relações muito estreitas. As Lojas maçônicas criaram dignidades novas, os Altos Graus. Entre os maçons operativos (pedreiros) havia apenas 3 graus: aprendiz, companheiro e mestre. Algumas Lojas, como as Loja azuis, também conservam apenas esses graus.

Além dos três graus, a maçonaria anglo-saxônica reconhece ainda graus secundários. Outros ritos têm os chamados graus superiores. Os Altos Graus constituíram uma espécie de maçonaria aristocrática, ao serviço das pessoas distintas da Corte e da Cidade. Tais graus, traduzidos por títulos pitorescos, perpetuaram-se até nossos dias. Para mediar a anarquia nos agrupamentos maçônicos franceses, a Grande Loja, cedeu lugar, em 1773, ao Grande Oriente, que perdura até hoje.

Apesar disso, não se logrou realizar a unidade, visto que a maçonaria escocesa preservou sua existência distinta. Idéias principais que caracterizam o substrato do espírito maçônico: Fidelidade à existência de Deus. De um Deus bastante incerto, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO que não é necessariamente o Criador.

A maçonaria não assume como finalidade a fraternidade e a solidariedade humana. Professa a filantropia. Pode-se atribuir-lhe uma espécie de filosofia moral, que consiste em reconhecer a legitimidade dos apetites humanos, mas com a obrigação de satisfazê-los com ordem, medida e método.

A ideia da tolerância lhe advém de uma tendência acentuada ao sincretismo. A maçonaria crê na bondade natural do homem, no progresso humano indefinido. Pretende ser o guia da humanidade a caminho para uma harmonia universal.

No século XVIII, os chefes aparentes da maçonaria eram grandes senhores próximos do trono. Os nobres exerciam o papel de atração. Membros do clero (secular e regular) eram numerosos. Havia até mesmo bispos maçons. Ainda não se estudou o que aconteceu com os frades maçons durante o período revolucionário.

A maçonaria declarava-se fiel à monarquia. Alguns maçons, como José de Maistre, que foi monarquista, viam na organização um instrumento de conciliação, segundo a idéia de Ramsay, que queria reconduzir o ímpio ao deísmo e à fé.

Geralmente se afirma que a maçonaria em nada contribuiu para o nascimento das idéias filosóficas, que se desenvolveram quando a organização ainda não existia. Assim, parece que a filosofia foi somente um dos meios de sua difusão e de sua aceitação. O espírito que a inspirou parece ter sido de numerosos maçons. Essa era, aliás, a lógica de uma instituição sem Credo pessoal e que refletia o espírito de seu tempo e o servia.

A primeira notícia certa acerca da maçonaria propriamente dita no Brasil data do manifesto, de 1823, fornecido por José Bonifácio, dirigido aos maçons do todo o mundo, dando conta de que fora instalada a primeira loja, em 1801, com o título de “Reunião”, filiada ao Grande Oriente da França e adotado o Rito Moderno ou Francês. No ano seguinte, em 1802, encontramos na Bahia a loja “Virtude e Razão”, funcionando no mesmo Rito Francês. Portanto, podemos dizer que a maçonaria brasileira é filha da maçonaria francesa.

Da França veio o Rito Moderno com que o Grande Oriente atingiu a maioridade. Quando o Grande Oriente de Portugal soube da existência, no Brasil, de uma loja regular e obediente ao Oriente Francês enviou, em 1804, um delegado, a fim de garantir a adesão e a fidelidade dos maçons brasileiros. Mas o delegado não foi feliz no modo com que queria impor suas pretensões.

Com a fundação da loja “Comércio e Artes”, em 1815, no Rio, iniciou-se uma era mais sólida para a maçonaria brasileira. Esta loja existe até os nossos dias, mas só conseguiu firmar-se definitivamente em 1821. Com efeito, em 1818, D. João VI proibiu “quaisquer sociedades secretas, de qualquer denominação”. Mas a campanha da Independência do Brasil preservou a existência da Loja “Comércio e Artes”.

Durante o Segundo Império, teve a maçonaria grande prestígio e influência, inclusive e principalmente na política, pois contava entre seus membros altas personalidades na atualidade à maçonaria brasileira, quer queiramos ou não, embora muito grande tanto em quantidade e qualidade, não tem a  força, a importância  e nem a influência que teve no Império e no começo da  República.

 É fácil se dar bem com pessoas iguais a nós, com as mesmas crenças e culturas semelhantes. Mas é só quando temos contato com pessoas diferentes  é que  realmente colocamos à prova a nossa capacidade de aceitação humana.

A humanidade, em toda a sua história, está acostumada a julgar e matar quem é diferente, porque é mais fácil exterminar o desconhecido do que tentar aprender com ele.

A/D



A CONDUTA DO MAÇOM


Qual o estado de ânimo do maçom ao chegar a Loja?

1º - Cumprimentar seus irmãos com alegria e ser amável ao abraçar cada um, demonstrando a satisfação em participar daquela reunião.
2º - Se necessário, ajudar na preparação da loja e aproveitar a oportunidade para ensinar aos aprendizes os porquês de cada objetivo e seu significado.
3º - Procurar cumprir e estimular os Irmãos para que a reunião tenha início no horário previsto.
4º - Abandonar os problemas ditos "profanos" antes de entrar na sala dos passos perdidos.
5º - Tudo o que for realizar, faça com amor e gratidão, pois muitos desejariam estar participando e não podem.
Lembre-se: MAÇONARIA ALEGRE E CRIATIVA DEPENDE DE VOCÊ (SABER-QUERER- OUSAR-CALAR)

Você pretende ir à Loja hoje?
1º - Sua participação será sempre mais positiva quando seus pensamentos forem mais altruísticos.
2º - Participação positiva será daquele que, com poucas palavras, conseguir contribuir muito para as grandes realizações.
3º - Ao falar, passe pelo crivo das "peneiras", sejam sempre objetivo e verdadeiro em seu propósito. Peneiras: 1) Verdade 2) Bondade 3) Altruísmo.
4º - Às vezes um irmão precisa ser ouvido; dê oportunidade a ele para manifestar-se.
5º - Falar muito quase sempre cansa os ouvintes e pouco se aproveita. Fale pouco para que todos possam absorver algo de importante e útil que você tenha a proferir.

Entendendo meus irmãos.
1º - Eu não posso e não devo fazer julgamentos precipitados daqueles que comigo convivem.
2º - Estamos todos na escola da vida aprendendo a relacionar-nos uns com os outros, e o discernimento é diferente de pessoa para pessoa.
3º - Quanta diversidade existe nas formações individuais. Desejar que o meu Irmão pense como eu é negar a sua própria liberdade. Caso deseje fazer proposta, primeiro converse com o secretário da Loja e verificar se o assunto é pertinente ao momento da Sessão.
4º - Temos a obrigação de orientar, ensinar, mas nunca impor pontos de vista pessoais inerentes ao nosso modo de ver, sentir e reagir.
5º - Não é por acaso que nos é sempre cobrada a tolerância. Devo aprender a ser tolerante primeiro comigo mesmo e, então, estende-la aos demais.

Dia de reunião! Você já sabe o que tem a fazer?
1º - Hoje é dia de reunião, vou dar uma lida no meu ritual para não esquecer os detalhes!
2º - Mesmo que eu já saiba de cor o ritual, não devo negligenciar meu cargo ou minha função em Loja.
3º - Se o irmão cometer alguma falha corrija: se possível, com discrição, sem fazer disso motivo de chacota e gozação.
4º - Quando a cerimônia é desenvolvida por todos de forma consciente e com amor, todo o ambiente reflete a atmosfera de paz e tranqüilidade entre todos.
5º - O ritual deve ser cumprido em todos os seus detalhes. Quando participado com boa vontade, tudo fica mais belo, sem falhas, sem erros, proporcionando um bem estar geral.

Como devo me apresentar em loja?
1º - O templo é o lugar onde acontece a reunião dos Irmãos imbuídos do desejo de evoluir e contribuir para a evolução dos demais.
2º - Valorizar a reunião apresentar-se com sua melhor roupa, ou seja: Despido de toda maldade, manter os pensamentos nobres e altruísticos, valorizando cada Irmão e cumprindo com todas as regras existentes.
3º - Traje limpo, com bom aspecto, revela a personalidade de quem o usa e influenciará diretamente no relacionamento entre os participantes daquela reunião. Tomemos cuidado, pois!
4º - Aquele que é fiel no pouco será fiel no muito, aquele que é infiel no pequeno será igualmente infiel no grande. Cuidado com os relapsos, eles não respeitam nem a si próprio!
5º - Bom seria que todos fossem responsáveis; cabe a cada um de nós criticar construtivamente, visando sempre ao progresso do Irmão imaturo cujo comportamento nos causa constrangimento.

Elegância.
1º - Como é gratificante constatarmos a elegância de um Irmão; verificar em seu comportamento a expressão de uma educação fina e irrepreensível.
2º - É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
3º - A elegância deve nos acompanhar desde o acordar até a hora de dormir; devemos manifestá-la sempre, nos mais simples relacionamentos, onde não existam fotógrafos nem câmeras de televisão.
4º - Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando para só depois mandar dizer se atende.
5º - Se os amigos, os Irmãos, não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe, não é frescura. É A 

ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO. .

O Iniciado
1º - Quando vossos olhos se abriram para a verdadeira luz, uma infinidade de objetos, novos para o vosso entendimento, atraiu a vossa atenção.
2º - As diversas circunstâncias que rodearam a vossa recepção, as provas a que fostes submetidos, as viagens que vos fizeram efetuar e os adornos do templo em que vos encontraste tudo isso reunido deveria ter excitado a vossa curiosidade, e para satisfazê-la não há outro caminho senão o da busca do conhecimento e da verdade.
3º - A maçonaria, cuja origem se perde na noite dos tempos, teve sempre por especial escopo agremiar todos os homens de boa vontade que, convencidos da necessidade de render sincero culto à virtude, procuram os meios de propagar o que a doce e sã moral nos ensina.
4º - Como esses homens desejam trabalhar nessa obra meritória com toda tranqüilidade, calma e recolhimento, reúnem-se para isso nos Templos Maçônicos.
5º - Os verdadeiros Maçons trazem constantemente na sua memória não somente as formas gráficas dos símbolos maçônicos, como, e muito principalmente, as grandes verdades morais e científicas que os mesmos representam. Sejamos então todos verdadeiros.

Livre e de bons costumes. 
1º - Para que um candidato seja admitido à iniciação, a maçonaria exige que ele seja "livre e de bons costumes".
2º - Existindo os servos, durante a idade média, todas as corporações exigiam que o candidato a Aprendiz para qualquer ofício tivesse nascido livre", visto que, como servo ou escravo, ele não era dono de si mesmo.
3º - De bons costumes por ter orientado sua vida para aquilo que é mais justo, mais elevado e perfeito.
4º - Essas duas condições tornam o homem qualificado para ser maçom e com reais possibilidades de desenvolver- se a fim de tornar-se um ser perfeito.
5º - Verdadeiro Maçom é: "Livre dos preconceitos e dos erros, dos vícios e das paixões que embrutecem o homem e fazem dele um escravo da fatalidade.

O que não devo esquecer.
1º - A maçonaria combate a ignorância, de todas as formas com que se apresenta.
2º - Devo cultivar o hábito da leitura para enriquecer em conhecimento, ajudar de forma consciente todos aqueles que estão a minha volta.
3º - Estar atento e lembrar sempre a meus irmãos que um maçom tem de ter uma apresentação moral, cívica, social e familiar sem falhas ou deslize de qualquer espécie.
4º - Não esquecer: as palavras comovem, mas os exemplos arrastam! Tenho como Maçom que sou, de servir sempre de exemplo, em qualquer meio que estiver.
5º - Lutar pelo princípio da eqüidade, dando a cada um, o que for justo, de acordo com a sua capacidade, suas obras e seus méritos.

O tronco de beneficência.
1º - Possui várias denominações, como: Tronco de solidariedade, de Beneficência, dos Pobres, da Viúva, etc.
2º - A segunda bolsa é conduzida pelo Hospitaleiro, que também faz o giro, obedecendo à hierarquia funcional; oferece a bolsa aos Irmãos sem olhar para a mão que coloca o óbolo.
3º - Contribuir financeiramente para a beneficência é um dos deveres mais sérios de todo maçom, uma vez que, junto com o seu óbolo, lança os "fluidos espirituais" que o acompanham, dando afinal muito mais que os simples valores materiais.
4º - "Mais bem aventurado é o que dá, do que o que recebe", é um preceito bíblico que deve estar sempre em nossa mente.
5º - Quando colocamos o nosso óbolo, devemos visualizar o destinatário, enviando-lhe nosso carinho e votos de prosperidade.

Simples, não? Por que alguns complicam tanto a nossa Sublime Instituição? Caso algum Ir. '. tenha a resposta, envie por e-mail!
TFA

Postado por Ir.'. Humberto Siqueira Cardea


A INSTRUMENTAÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO MAÇOM! (2)


Praticamente, a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicou importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria.

Torna-se praticamente impossível referir-se à Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos. Cada vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise, por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original.

A visão que se possui sobre um símbolo é, sempre, pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão à Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas ideias que constantemente surgem.

Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro “Mensagem”, o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas: Simpatia; Intuição; Inteligência; Compreensão ou Discernimento; Graça ou Revelação.

 Na Maçonaria, a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provem da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais.

Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais, corporativamente organizados, constituíam a Maçonaria Operativa, que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas: “Embora, não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco-maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois, caso contrário, não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna.

A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve (...), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco-maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse (...)” (PETERS, 2003) O escritor Ambrósio Peters, coloca-nos, ainda, que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais à existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica).

Cabe destacar, também, que são desses símbolos que os Maçons, metaforicamente, retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos éticos e morais: “O trabalho dos franco-maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si.

Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua, para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas; o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada; o nível e o prumo, para assentá- las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra.

Eram, portanto, três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra (...)” (PETERS, 2003) Podemos, com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos.

Cada um destes instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e finalização: A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras; O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras; A aplicação e o assentamento das pedras na construção.

Estes conjuntos de instrumentos, que são necessários à execução de cada etapa da obra, indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente, os diversos Graus que nela existem. Cada Grau representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons.

Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante às mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos.

A reflexão e a consequente meditação são essenciais à compreensão da linguagem maçônica. O avanço pelos diversos graus, portanto, não deve ser considerado pelo tempo que está sendo empregado, não deve ser conduzidos pela pressa.

O que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar, com segurança e sabedoria, os degraus da Escada de Jacó.


Roberto Bondarik

A COROA

Quando o Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito passa ao Grau de Mestre, todos os seus Irmãos, independente de Grau, identificam-no por um sinal visível externo; é um Chapéu, que simbolicamente representa uma coroa.

Esta coroa une o que está debaixo dela, o homem, com o que está acima, o divino, servindo de limite entre quem a carrega com sua componente transcendental. E através desta coroa que o Mestre Maçom alcança decisões racionais que estão muito acima da escravidão sensorial.

Esta conexão propicia capacidades que vão além do simples pensar. Se persistir, for dedicado e estudar, este homem será capaz de desenvolver potencialidades elevadas até então desconhecidas para ele.

A coroa do Mestre Maçom sobre sua cabeça é um Chapéu de feltro de abas moles e caídas, sem o qual ele não comparece em Câmara do Meio.

Quando em Sessões de outros Graus é como se esta coroa ali estivesse, pois dentro do Templo, em Loja constituída, é o local onde ele desenvolve sua capacidade de discernimento e visão equilibrada, objetivo de todo Maçom que escala a escada de Jacó.

O chapéu faz de sua aparência uma pessoa eminente, um Venerável Mestre, à semelhança do monge da Idade Média que dirigia construções feitas em pedra. Por terminar em forma de domo, o chapéu afirma uma soberania absoluta sobre si e confirma que ele continua desenvolvendo em sua caminhada de Aprendiz.

Ao elevar-se acima da cabeça, o Chapéu é insígnia de poder e luz, significando conhecimento. Comparar o Chapéu a uma coroa é dar a este o significado de uma capacidade sobre-humana, transcendente. Este paramento simboliza a obliteração do mundo material e concentra simbolicamente capacidades na solução de problemas da humanidade, é o persistir na tarefa de desbastar a Pedra Bruta.

A coroa é como uma antena que simbolicamente se conecta a outra dimensão, uma potencialidade construída na mente. Em sendo negro, sabe-se pelas leis da física que esta ausência de cor absorve todos os comprimentos de onda do espectro da luz visível e invisível aos olhos materiais. Isto permite especular que até linhas de campos de força e outras manifestações energéticas mais sutis podem ser atraídas por esta coroa.

O chapéu do Mestre Maçom funciona assim qual antena que, simbolicamente, o conecta com aquilo que lhe propicia o sopro de vida e que o faz igual a todos os seres viventes da biosfera. Ciente de sua relação com o resto das formas de vida, em suas mais diversas constituições e aparências, o Mestre Maçom se integra com a natureza e desenvolve o amor fraterno para com os seus iguais, para com toda a vida espalhada pelo Universo, inclusive com outras possíveis biosferas de galáxias diversas da que abriga o Sol.

E importante estar desperto e consciente que o Chapéu do Mestre Maçom é apenas um paramento, um artefato material, um Símbolo; o que faz a diferença está debaixo do chapéu, a cabeça, a capacidade intelectual do portador da coroa e o que este intelecto constrói simbolicamente fora e acima do Chapéu.

Ela constitui a recompensa justa da prova que o Maçom faz ao longo da vida, por Edificar Templos à Virtude e Cavar Masmorras ao Vício. Simboliza dignidade, poder, realeza, acesso a um nível de forças superiores, sobrenaturais.

Exige-se esforço pessoal para superar, conhecer e mandar em si próprio, pois é apenas sobre si mesmo que cada ser tem poder absoluto, incontestável. O iluminado subjuga sua mente e corpo e, para progredir, bate implacavelmente nas nódoas que levam ao vício e degradação. Mesmo que sucumba diante da tentação, o simbolismo do Chapéu o fará voltar para a linha reta que conduz ao Oriente, em direção à luz, ao conhecimento, à sabedoria.

O Chapéu representa o verdadeiro poder que está dentro de si, a inclinação interna positiva, o coração que ama fraternalmente, tudo em resultado da capacidade de pensar, afiada constantemente por leitura, estudo e meditação.

O Mestre Maçom tem o ministério de ensinar Aprendizes, Companheiros e outros Mestres Maçons. Aquele Mestre Maçom que desta obrigação se esquiva não é merecedor da coroa. O Irmão que se desenvolveu em sapiência, aprendeu na prática que, ao ensinar outros, o seu próprio conhecimento fixa-se mais, os conceitos e princípios morais que despertam em sua mente agarram-se mais firmemente ao coração e à memória.

Na sua missão de ensinar deve constantemente provocar, instigar, distribuir os seus pensamentos em palavras e participar de forma proativa, conciliadora e entusiasta de todos os debates com temas com os quais a Maçonaria, nos diversos Graus, o provoca.

Debaixo do Chapéu, o Mestre Maçom ouve atentamente as peças de arquitetura, oratórias e discussões de temas com os quais os Irmãos se presenteiam e provocam. É o Chapéu que o freia prudentemente em todas as ocasiões em que fica ordeiramente esperando os outros Irmãos falarem. E nestas ocasiões que treina a arte de ouvir do líder. Debaixo do chapéu ele fica concentrado, calado, ouvindo e anotando o que os outros Irmãos dizem.

Depois ele analisa e absorve o que está ao seu alcance para suprir seu autoconhecimento, monta estratégias e colabora empaticamente no tema com seu parecer, postura e comentário. E ao auxiliar a assembleia de Irmãos com a força do seu pensamento, transmitido por sua capacidade de oratória, além de ajudar aos outros, ele ajuda principalmente a si próprio.

Servir no ensinar não é apenas mais uma razão para tornar-se merecedor do prêmio, a coroa que está sobre sua cabeça, o Símbolo do seu poder, é a principal razão de ele lecionar na escola de conhecimento da Maçonaria. Não existe magia ou mistério; é o servir e a presença constante no grupo que lhe dá poderes que ele nunca imaginava existirem. E este é um poder natural que ninguém usurpa.

O Chapéu representa uma estrutura educacional apoiada em Três Pontos: racional, emocional e espiritual; um apóia o outro, formando um tripé. E do equilíbrio propiciado pelo que simboliza o Chapéu que desabrocha a pessoa completa. Esta educação e o condicionamento elevam o portador do Chapéu à realeza dos Iniciados nos diversos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, onde é livre para pensar e ajudar seus Irmãos através de uma razão esclarecida.

E pelo estudo diligente, pelo treinamento dos sentidos, pela convivência constante que ele atinge o ideal, e este lhe confere realeza, da qual o Chapéu, apesar de sua aparência grosseira, é o Símbolo mais expressivo. Debaixo do Chapéu é a maneira mais nobre de viver o amor fraterno, a única ação capaz de salvar a humanidade de um existir miserável. Debaixo do Chapéu aflora a capacidade de ouvir, ensinar e treinar em Loja, o que faz do Mestre Maçom um líder natural.

Primeiro é importante cuidar de si, porque quem não estiver forte, como ajudará aos outros? Quem não se ama como amará ao próximo? Na relação com outros e consigo mesmo desenvolve a capacidade de tornar-se o amigo sincero e serve ao Irmão no que deve ser feito e não no que aquele deseja; o contrário seria escravidão. E servindo que aflora o líder. Amor fraterno é ação, não sentimento.

O Mestre Maçom que desonra o Chapéu e trata seus Irmãos de forma infame e autoritária, suas ações podem até estar alicerçadas na lei escrita em papel, mas ele não é um líder nato, é um tirano. O líder natural é semelhante ao poder que tem uma mãe sobre seus filhos, ela não precisa impor sua vontade e apenas faz o que deve ser feito para seus rebentos; ela é o melhor exemplo do líder natural. A mãe que tem necessidade de usar do chicote para dirigir sua casa já não tem mais capacidade de liderança natural e exerce poder despótico.

O Mestre Maçom que alcança este Grau de entendimento e perfeição, em sua capacidade de liderança, tem no seu Chapéu a representação simbólica do poder que ele exerce sobre a comunidade.

Ele serve ao Irmão não porque aquele é Maçom e o juramento o exige, mas porque ele próprio é Maçom e depende igualmente dos confrades. O Chapéu representa a capacidade de liderança, é o Símbolo da autoridade que não outorga poder de comando sobre os outros, pois ele próprio fica sujeito a Obediências que lhe são impostas. O Chapéu traduz a perfeita igualdade que deve pairar entre seus pares.

Mas como falar em igualdade nos diversos Graus entre pessoas desiguais? Todos são iguais quanto à essência, por estarem providos do mesmo sopro de vida. Na Maçonaria, quanto mais o Maçom cresce, mais ele se conscientiza que deve servir aos que estão degraus mais baixos da simbólica escada de Jacó.

E o exercício da humildade que lhe dá o devido valor, e é transmitida pela rota, mole e disforme coroa, confeccionada a partir de um tecido ordinário. Ela poderia muito bem ser produzida em aço e cravejada de jóias preciosas, entretanto, de que vale um bem material que pode ser subtraído pelo ladrão ou destruído pela ferrugem? As preciosidades estão debaixo do Chapéu, na forma de pensamentos e ações, valores que ladrão algum deseja e apenas a morte destrói.

O Chapéu induz seu portador a naturalmente usar do dever de governar de acordo com a necessidade da coletividade. O Chapéu representa que seu usuário está fortalecido e não se curva perante desmando, futilidade ou arbitrariedade. E o Chapéu que impede aquele que o usa de transformar-se em déspota. Isto é muito bem retratado quando em sua Loja o bom Mestre Maçom ouve e serve aos outros. E o Chapéu que inspira o propiciar dos meios de concentrar forças para produzir os nobres e elevados anseios dos Irmãos do Quadro.

Longe de exercer a autoridade emanada do Chapéu de forma cruenta, o humilde e prudente Mestre Maçom torna-se líder natural. Ao obter poder servindo ao próximo, ele já é parte da realeza que representa o seu Chapéu, e isto lhe dá a distinção de participar da natureza celeste de seus dons sobre- -humanos, transcendentes. E do Símbolo do Chapéu, do que está debaixo deste, que provém a ação e a capacidade de influenciar os outros a fazerem o que precisam fazer para se tornarem felizes. E a ação do amor em benefício da humanidade. E a ação de construir Templos à Virtude. 

E a ação 4ª vivência do amor fraterno debaixo da orientação dos eflúvios provenientes da coroa, do poder que emana do Chapéu do Mestre Maçom servidor.

A sapiência é a busca das energias e coisas mais elevadas; algo bem diferente de sabedoria. Enquanto a sabedoria pode ser confundida com prudência, pois diz respeito apenas aos assuntos materiais e de como o homem age, a sapiência é muito mais importante. A Maçonaria trabalha a sabedoria que leva à luz da sapiência. A filosofia maçônica é sapiente.

A Coluna da Sabedoria é a antena simbólica de onde emana uma luz de modo que cada um que porta um reles chapéu mole, cada um a sua maneira, desenvolve sua sapiência para as coisas mais elevadas. 

O Chapéu como paramento, Símbolo que o Mestre Maçom usa qual coroa em câmara do meio, torna-o igual aos demais, nivelando-o a todos os Irmãos Maçons espalhados pelo Universo, para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo, de onde todos recebem a luz da sapiência.

Autor: Charles Evaldo Boller
Fonte: Revista A Trolha

Bibliografia

BAYARD, Jean-Pierre. A Espiritualidade na Maçonaria: Da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências. Tradução: Julia Vidili. I a ed. São Paulo: Madras, 2004; BENOÍT, Pierre; VAUX, Roland de. A Bíblia de Jerusalém, título original: La Sainte Bible, tradução: Samuel Martins Barbosa. I a ed. São Paulo: Paulinas, 1973; BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica: Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique. Tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros. I a ed. São Paulo: Pensamento Cultrix, 1979; FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria: Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História. 4a ed. São Paulo: Pensamento Cultrix, 1989; HUNTER, James C.. O Monge e o Executivo: Uma História Sobre a Essência da Liderança, título original: The Servant, tradução: Maria da Conceição Fornos de Magalhães. I a ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004; PARANÁ, Grande Loja do. Ritual do Grau de Mestre Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito. I a ed. Grande Loja do Paraná. Curitiba, 2004.

A CORDA DE 81 NÓS, O SIMBOLISMO E A UNIÃO ENTRE OS MAÇONS


O Dicionário de Termos Maçônicos nos diz que Corda de Oitenta e Um Nós é a corda que circunda a Loja, que simbolizam a União e a Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da Terra.
A Corda de 81 Nós é um dos ornamentos do templo maçônico, em alguns ritos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas zodiacais (no caso do REAA).

Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros - trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe - medievais, que cercavam o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.

O nó central dessa corda deve estar acima do Trono (cadeira do V.:M.:) e acima do dossel, se ele for baixo, ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, tendo, de cada lado, quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação).

Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja natural - de sisal - com os nós equidistantes em número de oitenta e um mesmo, coisa que nem sempre acontece, na maioria dos templos, tirando o simbolismo intrínseco da corda. E ela deve ter 81 nós, por três razões:
1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese, 6-10), três os varões que apareceram a Abraão (Gênese, 18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as negações de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo, etc., além da Trindade cristã.

2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o número simbólico da penitência e da expectativa: quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2), quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1-3).

3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado.
Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz maçônica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Observamos ainda que o simbolismo e a utilização físicada Corda é bem mais antigo, o Escritor Maçônico Irm.'. C.W Leadbeater nos diz que na antiga Maçonaria no começo do século dezoito se marcava no solo, com giz, os símbolos da Ordem, e este diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas, e até hoje os franceses a descrevem como sendo "uma corda com lindos nós, que rodeia o painel".

 Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo maçom deve ter em sua mente em toda circunstância de sua vida.

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
" O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática" , José Castellani
"A Vida Oculta na Maçonaria", Charles Webster Leadbeater

António Dagoberto de Jesus Rios, A.'. M.'.
ARLS Fibra e Força Valentense, Valente - BA, Brasil.


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