SOU MAÇOM?



Um dos grandes dilemas maçônicos é saber se podemos nos intitular maçons (Sou maçom!) ou se essa afirmativa não nos pertence e só pode ser feita por outro maçom.

De fato, temos uma visão míope de nós mesmos. Tendemos a uma hipervalorização do nosso eu e, não raras vezes, em detrimento do outro… 

Explico melhor, fomos educados em um sistema de comparações em que um ponto geralmente é explicado ou visto em relação a outro. Tendemos ao comparativo e assim nos sentimos mais ricos quando vemos mais pobres, sentimo-nos mais bonitos quando vemos mais feios e assim por diante.

Ocorre que por vezes nossa miopia egocêntrica é tão grande que nos assustamos com nós mesmos ao vermos nossa imagem refletida em um espelho. Tendemos a não acreditar no que vemos… não é possível que seja eu…

Mas por vezes forçamos a barra e influímos na imagem do espelho, ou pelo menos no que ela está nos revelando. O feio se torna belo e assim por diante.

Assim, ao nos considerarmos maçons, em detrimento de sermos reconhecidos como tal, chamamos para nós um conjunto de características do “ser maçom” que muitas vezes não apresentamos, não temos.

Claro, sempre se pode invocar o formalismo. Sou maçom porque fui iniciado. Sou maçom porque pertenço à obediência tal… e etc… Mas isso realmente nos confere a autoridade para nos denominarmos maçons?

O que é ser maçom??? É somente ter sido iniciado??? Não implica mais nada???

Desde meus tempos de aprendiz escuto um trocadilho muito usual em nosso meio, principalmente quando não gostamos de um determinado Irmão: “fulano é um profano de avental” ou então, quando encontramos qualidades em um não iniciado: “é um maçom sem avental”…

Por certo ser maçom implica muito mais que ter passado por uma iniciação.
Também reverbera em meu pensamento uma frase muito pronunciada em iniciações: “bem-vindo meu Irmão; esperamos agora que assim como você entrou para a Maçonaria que deixe que essa entre em você, em seu coração e atitudes…”

Minha angústia, que motiva essa reflexão sobre SER MAÇOM, é a inépcia de nossos métodos “maçônicos” em muitos de nós. Não raro vemos Irmãos colados no grau de mestre, mestres instalados e, até no grau 33, com exposições diametralmente opostas à nossa filosofia, com atitudes antagônicas ao que se desprende de nossas alegorias e símbolos.

Bem sei que deveria estar preocupado acima de tudo com a minha pedra bruta, evitando reparar nas imperfeições de outras pedras, mas isso está se tornando impossível para mim, pelo que peço humildes desculpas aos meus Irmãos, mas não dá para “tapar o sol com a peneira”, empresto aqui voz há muitos que têm se chocado com palavras e atitudes de outros Irmãos.

Abate-me extremamente estar ao lado de Irmãos que acham que o cume de seus progressos na Maçonaria são os graus colados… ser grau 33 em seu rito, ser mestre “instalado”, estar autoridade maçônica e assim por diante e, deixam à humildade, a fraternidade, o carinho e virtudes trancados no armário, o armário da arrogância e da empáfia.

Abate-me saber que Irmãos são indiciados civil ou criminalmente pelos mais variados delitos ou crimes.

Abate-me ter conhecimento de Irmãos que batem em suas esposas, filhos e familiares.

Abatem-me as disputas para saber quem é mais maçom, quem tem o maior grau… quem foi melhor Venerável Mestre.

Não consigo entender também como alguns insistem em trazer o pior de suas práticas profissionais para o seio das Lojas. Estive em Lojas onde me senti como em um tribunal de justiça, onde se fazia de tudo menos aquela Egrégora gostosa de estar entre Irmãos. Todas as palavras eram medidas com cuidado, os pronunciamentos eram cheios de erudição jurídica, menos maçônica. A sessão travava com os famigerados “pela ordem Venerável”…

E o que falar dos Irmãos entendidos em política. Raro é os ver apresentando um trabalho sobre alegoria ou simbolismo maçônico… a tônica é uma só: política.

Voltamos então ao fulcro desta reflexão: sou maçom ou sou reconhecido como tal? 

O que significa ser reconhecido como maçom?

O que ou quem é o maçom? Há algo que o diferencia de outro ente?

Se nos orientarmos pelos rituais e pela literatura maçônica teremos uma visão superidealizada do SER MAÇOM. Ele mais se parece com um super-homem, dotado de poderes extraordinários. Mas no convívio, no dia a dia, se desfaz essa visão do super-homem. Eu pelo menos nunca o encontrei entre nós, pelo menos não na forma idealizada. Muito menos em mim mesmo…

Está mais do que na hora de nos despirmos do modus profano. De tirarmos as nossas máscaras e darmos um passo em direção ao autêntico “ser maçom”. Está na hora de sermos maçons.

Reconheça que você não é o centro do universo!

Reconheça que outros podem vivenciar mais a maçonaria do que você!

Reconheça que graus de nada servem se seu coração e atitudes não passaram daquelas do grau 1 (pedra bruta)!

Reconheça que ser Mestre Instalado não lhe dá direitos acima de seus Irmãos!

Reconheça que tem pesquisado, estudado e refletido muito pouco em nossos símbolos, alegorias e ritualística!

Reconheça que tem faltado às sessões porque se acha melhor que aqueles que estão sempre lá, gostando ou não, ajudando nos trabalhos em Loja.

Reconheça que se é verdade que Maçonaria não se faz somente em Loja, também o é verdade que sem estar em Loja não se faz Maçonaria! É na Loja que exercitamos o submeter minhas vontades e fazer novos progressos na maçonaria. Não se iluda.

Reconheça que a Maçonaria não é clube social, partido político, confraria da cerveja ou o quintal de sua casa, terraço de seu apartamento, sala de seu trabalho, mas uma Ordem INICIÁTICA.

Reconheça, por fim, que você não é dono da Loja.

Deixe que as alegorias e símbolos tomem forma em seu interior e se manifestem em suas atitudes, não em meras palavras.

Deixe que o movimento da Egrégora maçônica lhe tome a mente, o coração.

Deixe que a humildade aflore em suas palavras e ações. Não tema, pode baixar a guarda, você está entre Irmãos.

Por fim, receba seu prêmio, não é um avental mais bonito que o dos outros Irmãos ou um título de MI ou 33º, mas, tão somente uma ação: você é reconhecido como tal, sem sombras de dúvidas!

Ir.'. Denilson Forato M.I.- 33º


O TEMPO NA VIDA DO MAÇOM



A vida se faz no tempo. Marcamos, cronometramos, nos organizamos com base no tempo.

A medida das coisas se faz no tempo. Plantamos e colhemos respaldados pelo tempo. Agendamos nossas ações de olho no tempo. Sonhamos, articulamos, propomos, criamos objetivos e lá está ele, o tempo, como o senhor do aval das realizações.

Já diria o livro sagrado, para tudo há um tempo. Cazuza em uma das suas canções dizia “o tempo não para”. E não para mesmo! O tempo que nos permite contabilizar o ciclo da vida é implacável. Não cria ilusões de parada, de pausa e nem tão pouco nos oferece a oportunidade de voltar o cronômetro da vida.

Com o tempo só há uma direção, um caminho. O tempo é como uma seta que nos oferece a constante direção a seguir. Um dia inventaram a ampulheta, noutro o relógio, talvez tentativas de controlar, de medir, de criar parâmetros para o tempo.

Mas ele não se aprisiona, a areia de um dos lados da ampulheta acaba o relógio estraga, mas o tempo não continua sua missão rítmica de proporcionar sempre uma nova oportunidade mostrando que a vida é imbatível e que o tempo não descansa.

No entanto, o tempo não perdoa. Ele não possibilita retrocesso, ser refeito e nem tão pouco ter o seu curso e ritmo alterados. O tempo é implacável em sua lógica de ser. 

É perceptível, calculável, estudado, interpretado, mas nunca modificado e dominado.

O tempo não proporciona ao ser humano as condições necessárias para ser adequado na própria existência humana. Acontece justamente o contrário, cabe ao ser humano ajustar-se ao tempo, sem dó ou piedade. A razão de ser do tempo é não ter razão.

É algo lógico, mas que não entra nas medidas da lógica. É calculável, mas não permite o fim da equação. É uma história sempre com o mesmo enredo e os mesmos personagens: sol e lua se revezando no palco da vida temporal.

A ciência utiliza-se do tempo em suas descobertas; os poetas e cantores nas suas criações literárias e musicais; a religião como estágios da vida, da alma; os filósofos como etapas do desenvolvimento intelectual; os mestres gastronômicos como medidas para as suas criações; enfim, a vida se mede no tempo, se organiza no tempo... tempo que não para.

Dizem também que o tempo é o senhor das coisas. Que ele é capaz de por tudo nos seus devidos lugares. O tempo questiona; o tempo esclarece; o tempo direciona respostas; o tempo não encoberta mentiras; com o tempo as verdades aparecem. 

Todavia, há quem diga que nas dores o tempo demora a passar e que nas coisas boas, alegres, ele passa rápido demais.

Como o tempo é o mesmo em ambos os casos, prefiro dizer que o segredo está na intensidade que vivemos as dores e alegrias, na forma que gastamos nossa vida vivendo estes sentimentos antagônicos. A alegria que contagia provoca realizações, já a dor que adormece provoca contrações.

A intensidade das atividades, nestes dois casos, provoca a percepção do tempo. Enfim, como dizia Mário Lago: “Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra”.

O certo é que no tempo da vida, o nosso cronômetro já foi acionado. Vivamos, pois não sabemos o dia que ele será findado pelo Grande Arquiteto do Universo.

Walber Gonçalves de Souza é membro da ARLS Caratinga Livre (GOB – n° 0922) e da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas (AMLM).

FALTA ÀS REUNIÕES NAS LOJAS



O Regulamento é bem claro em relação às justificativas de faltas: Em cada semestre poderá o Maçom justificar até cinquenta por cento de suas faltas, às sessões da Loja, acaso no mesmo dia e horário, estiver:

a) Trabalhando.
b) Estudando.
c) Viajando.
d) Doente
e) Representando a Potência ou Loja, em outras atividades.
f) Visitando outra Loja.

Há, também, os casos imprevisíveis que devem ser devidamente explicados (por escrito), na reunião seguinte à falta.

Porém, o que realmente vemos, é que a maioria das ausências, é motivada pela falta de comprometimento.

Ela está calcada na preguiça, na falta da palavra empenhada, e até mesmo no egocentrismo.

Acontece que, quando o Irmão faltoso precisa de ajuda, torna-se ele o mais frequente. Esta situação é muito perigosa para a Loja. Este Irmão é um mau exemplo, e acaba “contaminando” outros.

Observem que é muito comum, após uma grande ausência, ele aparecer na reunião e fazer questão de se manifestar na Palavra a Bem da Ordem (para constar seu nome nos anais da Loja).

Costuma inflamar os demais Irmãos, quanto às posições que a Loja deve tomar; propõe projetos megalomaníacos (mas ele está em atraso com a Tesouraria); especula conteúdos de uma Sindicância (mas não comparece para colaborar na Iniciação).

Como resolver esta situação?  Começa com um levantamento feito pelo Ir.´. Chan.´., dos IIr.´. ausentes. Em uma folha de papel, ele vai marcando os presentes. Durante a sessão ele verifica quais Irmãos estão faltosos a duas reuniões. Com os respectivos telefones, ele encaminha ao Venerável Mestre, a lista, que, na Ordem do Dia, pedirá a dois IIr.´. que farão contato com os ausentes, para saber se eles estão precisando de alguma coisa, e procurem saber o motivo da ausência.

Esta medida visa o ideário de Fraternidade, pois pode acontecer que o Ir.´. esteja doente, ou passando por uma situação que necessite de apoio. Sem contar também, que quem recebe o telefonema, vai se sentir prestigiado.

Na reunião seguinte (a terceira), não estando presente o Ir.´., os que fizeram contato dirão à Assembleia, sobre a receptividade que tiveram, SEM TECER COMENTÁRIOS, pois, às vezes, o assunto é para Câm.´. do Mei.´.. Após três vezes dessa dinâmica, deve o Venerável Mestre, escrever uma carta ao Irmão ausente, solicitando GENTILMENTE, que o mesmo retorne aos trabalhos ou caso não tenha  interesse que peça o seu Q.´.P.´..

Observem que esta tentativa de retorno, durará 2 meses, 8 a 9 reuniões, e no mínimo, 6 telefonemas de diferentes Irmãos. Se não surtir o efeito desejado, o melhor é expedir o Q.´.P.´. Ex-Oficio, cumprindo-se assim, os tramites legais.

Outro Irmão que deve estar atento às ausências, é o Ir.´.Tesoureiro. O não cumprimento da responsabilidade pecuniária pelos IIr.´., pode comprometer a situação da Loja perante a Obediência, e às vezes junto à sociedade.

Se você, meu Irmão, que está lendo este artigo, for um “Irmão faltoso”, lembre-se de seus juramentos. Pense quanto vale sua palavra. Se você está com “problemas”, pense que você possa ter a solução para o problema de outro Irmão que está dentro da Oficina. 

Lembre-se da CORRENTE do BEM. Se você pensa que já viu tudo, que já deu tudo que tinha pela Maçonaria, ainda lhe falta aprender a lição da HUMILDADE e da colaboração despretensiosa. Se você crê, que na sua Loja tem algum Ir.´. que não mereça lá estar, compareça com mais frequência, assim os mais “jovens,” terão outros exemplos a serem seguidos. 

Com toda certeza, NÃO PRECISAMOS SER NUMEROSOS, PRECISAMOS SER COMPROMETIDOS.


MAÇONARIA ADORMECIDA ATUAL NO BRASIL



Nossa maçonaria esta preza ao passado esta adormecida discutindo O sexto Landmark (princípio fundamental) da Maçonaria Regular, enquanto estivermos presos ao retrocesso das normas as quais não podemos mudá-las para que possamos evoluir sem perdermos a essência, mostraremos que somos homens inúteis, pois a vida moderna busca mais que isso da Maçonaria.

Antes éramos uma sociedade secreta, escondidas em porão em plena trevas as quais tanto combatemos, agora somos o que nada perante a sociedade, somos uma maçonaria aonde temos que esconder nossa questão maçônica pois ainda temos "IIr.`. que acha que temos que ser discreto e deixar a sociedade como esta cheia de imperfeições, e para tentar mostrar que ainda estamos vivos, buscamos subterfúgios em escolher dentro de a política serem que nada tem haver com a S.´. Or.´.

Temos que parar de pensar no sexto Landmark como ele foi escrito e atualizá-lo para a realidade do século 21, como podemos seguir tal principio do ultimo Landmark “NOLUMUS LEGES MUTARI” como assim, não podemos evoluir como homens livres? Temos que ficar presos ao passado? Claro que concordo em observar certas práticas uma delas não discutindo política dentro de nossos templos, mas essa é uma Política Partidária não as questões políticas da nossa sociedade, temos sim, que discutir as políticas públicas dentro de nossa sociedade temos que tomar partidos sim, pois a omissão privilegia sempre o agressor.

Mark Tabbert acredita que as regras e regulamentações atuais regidas pelos landmarks são derivadas das regras medievais dos stonesons.

Há inúmeras discussões entre grupos de maçons e, segundo alguns, os landmarks devem sofrer modificações, adequando-se à nossa época. Uma das alterações propostas seria a admissão de mulheres na Ordem Maçônica. 

Entretanto, de acordo com os defensores da sua imutabilidade, estas seriam cláusulas pétreas, sendo considerados os limites da maçonaria e, portanto, não poderiam ser passíveis de modificações. Ainda na opinião desses teóricos, alterá-los significaria romper a sintonia maçônica mundial.

Por isso, em Loja não se discute Política nem Religião. Esta, porque sendo do foro íntimo da cada um, não faz sentido discuti-la. Aquela, porque sendo susceptível de grandes paixões poderia cavar insanáveis conflitos entre Irmãos. Por isso deixamos a sociedade sempre a mercês dos depostas. 

Ademais, reconhecendo cada Maçom no seu Irmão um homem livre e de bons costumes, grave atentado a essa liberdade seria não lhe reconhecer o direito à sua crença religiosa e ao seu entendimento político. Não quer dizer com isso que um Maçom não possa ou não deva afirmar a sua convicção religiosa ou a sua posição política.

Pode este, pode aquele, pode aquele outro, podem todos. Mas, isto feito, mais além não se vai. Cada um crê no que crê, pensa como pensa, ponto final! Não há lugar para discussões sobre se esta crença é melhor do que aquela ou se aquele entendimento político é mais ou menos adequado do que aquele outro, não seria isso que queríamos queremos é sim discutir Política de Estado e não partido A ou C queremos tomar posição Política em defesa da Sociedade não de partidos ou homens investidos de mandato.

A controvérsia ou discussão política está, assim, completamente banida em Loja, na Maçonaria Regular, lembrando que o sexto Landmark PROIBE A DISCUSÃO EM LOJA DE POLITICA PARTIDÁRIA. Mas o Maçom pode e deve discutir Política de forma de Estado de políticas públicas.

Afirmar uma posição institucional em detrimento do livre entendimento de um elemento que seja seria desrespeitar esse entendimento. A instituição é de todos, o espaço onde todos cooperam para que cada um se aperfeiçoe e evolua. Não pode pois privilegiar uns - ainda que porventura a maioria - em detrimento de outros ou de apenas um que seja.

A Maçonaria Regular, enquanto instituição, não toma, pois, posições políticas. A Maçonaria Regular não é monárquica nem republicana.

Engraçado isso uma Potencia Maçônica não tomar posição Política em defesa da Sociedade pra que então serviços como homens livre e de bons costumes?


A Maçonaria Regular não é politicamente conservadora, nem liberal, nem social-democrata, nem progressista, não prossegue nem defende nenhum "ismo".

A Maçonaria Regular integra homens bons, que procuram ser melhores, sejam monárquicos ou republicanos, conservadores ou progressistas, liberais ou sociais-democratas, seja qual for o "seguimento partidário" que prefiram.

Por seu turno, cada Maçom tem as convicções políticas que entende ter, toma e divulga (ou não...) as posições políticas que lhe aprouver, declara (ou não...) as escolhas políticas que julga adequado declarar, quando se lhe afigura oportuno, nos locais em que pretenda e possa fazê-lo.

Cada Maçom é, em suma, um homem livre, que assume e aceita e com naturalidade pratica que há um espaço - a Loja - em que convive e coopera com outros homens livres, que podem ter ideias diversas das suas, sem que tal cause quaisquer dificuldades de relacionamento. 

E assim a diversidade é, não causa de conflito, mas catalisador de riqueza e abertura de espírito, de constante e leal interação das ideias de todos com todos, cada um testando e avaliando a validade das suas, a força das suas convicções, cada um evoluindo em função da sadia análise das ideias e convicções dos outros, a maçonaria moderna atual só esta fazendo maçonaria em loja.

Fora do espaço da Loja, cada um é livre de assumir as posições políticas que entenda, como entenda, quando entenda, mas nunca em nome da maçonaria alias os Maçons de hoje estão acovardados, tem IIr.´.  “que tem receio vergonha e até mesmo “medo’ de ser reconhecido Maçom na sociedade olha o nível de Maçons que a atual maçonaria esta formando” homens livres e de bons costumes”. Tenho orgulho de ser Maçom pois na nossa maçonaria temos de tudo só não temos um tipo de homens o "burro" o "ignorante" pois isso é proibido na maçonaria.

Por isso, e em suma, não há posições políticas da Maçonaria Regular, mas cada maçom regular é livre de tomar e assumir e divulgar as posições e convicções e escolhas políticas que muito bem entenda. Que serão sempre suas e só suas e só a ele vinculam.

Do que adianta ser Maçom e não tentar mudar a realidade de sua sociedade e isso só é possível com a política tudo passa pela política mas uma política voltada às questões sociais, temos IIr.´. Maçons que nem sabem o que é Beneficência, temos lojas maçônicas aonde à comunidade não sabe que existe.

O ser humano "espécie homem" sempre quis uma coisa ser "Deus" ter poder ter comando e nossa Maçonaria Brasileira esta assim, uns querem ser Deuses e outros comandantes e o que menos interessa é o Ir.´. irmandade é boa só pra dizer de boca cheia dentro de loja que sou isso ou sou aquilo, mas não levantam se quer um dedo para mudar qualquer tipo de realidade, que Maçonaria estamos praticando ? que maçonaria é essa aonde temos que ainda viver em becos em ser os "Corta pra mim" mas somente dentro de lojas. E quando saem delas é só pra fazer a política do toma lá da cá.

Somos atualmente os maçons de filas de banco aonde só reclamamos nas filas nas redes sociais no "buteco" mas não fazemos nada pra mudar realidades.
Estamos vivenciando a luta pelo poder dentro da própria ordem os egos dos homens estão cada vez mas inflados pelo poder, mas não é um poder de transformação a não ser das suas próprias vaidades na busca do seu alto ego.

Em discussão com a maçonaria, aqui hoje impera tento colocar uma questão em discussão já que somos tão amarrados aos Landmark imexíveis pela ignorância dos nossos governantes aonde em pleno século 21 o ser humano esta proibido de evoluir é meus IIr.´. porque se você pegar essa tal de imexíbilidade você verá que o ser humano esta proibido de evoluir pois é isso que transcreve o sexto Landmark, você maçom "não mexa no sexto Landmark" é proibido?. Como prevê o ultimo Landmark “NOLUMUS LEGES MUTARI”, que é sim uma dos maiores absurdos modernos, pois até o próprio Livro da Lei foi mudado lembrando os primeiro e segundo testamentos, como podemos falar em homens Livres?

Somos Maçons e temos que nos posicionar como Maçons, claro que o Ir.´. vai me dizer Temperança meu Ir.´. e Discrição, é sempre isso que os Ir.´. dizem “Temperança meu Ir.´. e Discrição” eu sempre digo meu Ir.´. “a omissão privilegia o agressor" paramos de sermos cordeiros para sermos os fazedores de esperança de mudança de realidade mas isso só é possível com posição definida, e não me venha dizer que na maçonaria não discutimos política que isso é mentira na maçonaria discutimos política sim, não a partidária mas as sociais.”

Um Maçom discutiu política e tomou posição em 15 de setembro de 2017 em LOJA de Brasília na presença da maior autoridade maçônica do Brasil sentado a sua de frente "esquerda" e encheu de orgulho nossa Maçonaria dizendo:

"O general da ativa do Exército Antonio Hamilton Mourão participou de um evento da maçonaria em Brasília na sexta-feira (15) e, depois de uma palestra de 50 minutos, sugeriu que uma saída para os problemas da política no país seria uma intervenção militar. A declaração foi feita em resposta ao questionamento de um dos presentes, sobre a possibilidade de intervenção no momento em que Michel Temer é denunciado pela segunda vez. 

“[...] ou as instituições solucionam o problema político retirando da vida pública o elementos envolvido em todos os ilícitos ou então nós teremos que impor uma solução", destacou o general, que é secretário de economia e finanças da Força.

"Os Poderes terão que buscar uma solução. Se não conseguirem, temos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil. Ela trará problemas. Pode ter certeza", completou Mourão. O vídeo com a declaração foi compartilhado nas redes sociais. "(matéria do jornal do Brasil -Domingo, 27 de maio de 2018)

E você meu Ir.´.  Maçom ainda não quer discutir política dentro de seu templo dentro de sua oficina dentro de sua loja?

Tenho orgulho de ser maçom e sempre que me questionam a respeito de forma maçônica ou profana sempre encho o peito de satisfação e responde de forma maçônica e aos profanos digo "Sou um homem que combato os tiranos e os déspotas e as injustiças por eles praticados, SIM SOU MAÇOM" pois fiz um juramento sobre o Livro das Leis o Livro Sagrado e esse juramento não foi brincadeira foi pra vida inteira, pois não sou um maçom de Coração meus IIr.´. Sou maçom de ALMA pois o coração um dia para de bater e se torna pó enquanto a alma é eterna.

Nossa maçonaria esta virando igrejas evangélicas preocupado com números de obreiros para que possam custear sua jornada aos impérios do poder, estamos recrutando obreiros pela internet aonde o "maçom" vem com "ligado na rede" não damos mais importância a termo para admissão "LIVRE" pois os nossos vários maçons não sabem o que significa o termos "LIVRE" na maçonaria.

Enquanto formos Maçons do tipo "Corta pra Mim" seremos sempre os cordeiros que sempre serão sacrificado.

Nenhuma Potencia Maçônica se manifestou a não ser a de Santa Catarina que emitiu um comunicado tomando posição a favor da Democracia e em defesa da Sociedade Brasileira, enquanto as demais calaram se , pois devem ter mais assuntos importantes do que discutir e se posicionar a respeito das questões Democráticas no Brasil.

BORA DISCUTIR POLITICA SIM.

Por: Valdinei Pereira Garcia - Professor, Jornalista e um eterno aprendiz


POSSÍVEIS CAUSAS DA EVASÃO MAÇÔNICA



A evasão maçônica mais parece um mal da sociedade moderna. Tem sido constante, não só no Brasil e, sobretudo, no GOB-RJ, mas também em outros Grandes Orientes e em diversos países como, notadamente, nos Estados Unidos da América, que possui um alto índice de evasão. As causas são as mais variadas, mas, geralmente, elas estão no âmbito da Loja a que pertence o Irmão.

Acreditamos que, a postura do homem maçom deve ser proativa aos desígnios da Ordem, os quais, ao nosso entendimento, devem se assentar nos princípios e valores da Maçonaria. Essa observância, com certeza, inibiria a evasão. Salientamos que, se faz necessário ter atenção a indicação do candidato.

Ao indicarmos alguém para a Ordem, precisamos ter atenção quanto ao nível de nossa indicação, se de fato ela acrescentará valor ou não aos nossos Quadros de Obreiros. Como sabemos, a Maçonaria é uma instituição universal que possui como finalidade precípua, promover a felicidade a todo ser humano, indistintamente, aprimorando as relações sociais pela tolerância, prudência, pregando à ética e perquirindo a perfeição do nosso caráter.

Enaltecer o labor cotidiano, calcando-se na filosofia de pensamento de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, além de abominar a violência e obedecer à Lei. Assim sendo, o candidato a ingressar na Ordem Maçônica precisa preencher vários requisitos, dentre os quais, ser livre e de bons costumes, além de ter reputação ilibada.

Em relação aos bons costumes, acreditamos ser necessário que tenha uma trajetória de boas atitudes e de valor social consagrado pela tradição, que se impõe aos indivíduos, abrangendo não só o presente, mas também o passado. Quanto à reputação ilibada, trata-se de conceito público ou fama que o indicado deve possuir, por seus méritos intelectuais ou profissionais, sobretudo éticos e morais. É por isso que, o padrinho não deve fazer qualquer indicação sem os devidos cuidados, jamais de maneira apressada ou de afogadilho, seria uma grande irresponsabilidade.

Muitos de nós maçons não tem consciência do grande equívoco que estamos cometendo ao, de forma açodada, indicar determinado candidato para a nossa Ordem, sem a devida observação, alguns desses, com absoluta certeza, se fossem melhor avaliados, não teriam condições mínimas de ingressar na Maçonaria e cuja permanência, acaba ensejando a saída de bons e valorosos Irmãos.

Temos que deixar fixado em nossa mente que, não são admitidos quaisquer deslizes para com nossa irmandade, que acolhe fraternalmente, mas exige, além da fraternidade, o comprometimento de todos os Irmãos.

No que tange aos princípios e demais ditames da Ordem Maçônica, não se pode ignorar, sob pena de macular a nossa Instituição. Temos que ter sempre em mente que, a Maçonaria é coisa séria, não é clube de lazer para brincadeira de reuniões semanais e sim uma prática que visa o bem estar e a felicidade de toda a humanidade.

O ingressante precisa saber que vai entrar para uma instituição séria, trabalhar incansável e diuturnamente em defesa do honesto, do nobre, do reto e do justo. Para tanto, precisamos da união e comprometimento de todos. Sabemos que, a orientação ou instrução maçônica é de suma importância em uma Loja.

Sem a orientação, a Loja será forte candidata ao insucesso. Assim como não se faz uma nação pujante e próspera sem uma educação pública de qualidade para todos, não podemos falar em Maçonaria forte e participativa sem Educação Maçônica. 

Entretanto, infelizmente, algumas Lojas não costumam levar tão a séria essa questão, o que é uma pena, mais do que isso, é uma lástima e, sobretudo, um desrespeito com aquele que ingressa na Ordem e, principalmente, com esta.

Temos ainda aquela Loja que, de alguma forma adota a instrução na sua programação, mas tão somente para Aprendizes e Companheiros, se esquecendo do Mestre que em algum momento vai dirigir sua Loja. Como será que ele irá administrar a sua Loja sem estar devidamente preparado?

Por sua vez, muitos Mestres após sua exaltação acreditam que já sabiam tudo de maçonaria, afinal, são Mestres Maçons e, por isso, não precisam mais estudar. Isso é um grande equívoco. Pois, é a partir daí que aumenta sua responsabilidade: ele é o Mestre, mas, precisa demonstrar na prática, se realmente o é.

Acreditamos que o homem Maçom deve comportar-se como um espelho da sociedade. Para tanto, o Mestre Maçom tem o dever de preparar-se para tais desafios. Ele precisa conhecer para poder compartilhar conhecimentos Maçônicos, dimensionando sua doutrina, tanto no aspecto teórico como prático.

Na cerimônia de Iniciação, a mais importante da Maçonaria, muitas vezes o que acontece não é a iniciação, mas, ao contrário, uma “desiniciação” e, via de regra, tendo como consequência, uma grande decepção do iniciando, isto é, enorme frustração em relação à Ordem Maçônica que, nada tem a ver com o despreparo e irresponsabilidade desses Irmãos. Isso não é difícil de entender, uma vez que já aprendemos no nosso dia a dia que só podemos dar oferecer e transmitir e, portanto, iniciar se estivermos preparados para tal.

Quem não tem, não pode dar. Quem não foi ou estiver preparado, não pode proceder (conduzir) ou auxiliar na mais importante cerimônia da Maçonaria, que é a Iniciação. 

Como se sabe, em Maçonaria, a iniciação verdadeira é iniciática e tem como principal finalidade transformar o homem profano no homem maçom.

Sendo que a verdadeira iniciação não permite ao candidato passar pela liturgia iniciática sem a devida preparação da transmutação do homem profano no homem maçom, concluindo, assim a finalidade da instrução iniciática.

Desta forma, podemos verificar que, a quase totalidade dos Irmãos que se afastaram da maçonaria não passou pelos ditos exames, ou seja, inicialmente numa prudente indicação, uma boa sindicância e uma correta iniciação. Além disso, a desunião em Loja, tendo em vista questões políticas maçônicas, incompetência administrativas e ausências de instrução ou orientação maçônica, são os principais fatores causadores da evasão.

Podemos citar, como possíveis causas da evasão maçônica, os pontos a seguir: Indicação de candidato sem a necessária observação e pesquisa sobre o seu perfil; Sindicância sem qualquer critério, feitas por Irmãos despreparados; Iniciação que mais parece uma desiniciação, realizadas por Veneráveis e demais membros da equipe, sem saber o que estão fazendo e porquê de fazê-lo, provocando situações absolutamente desconfortáveis e constrangedoras para o iniciando; Ausência de orientação ou instrução ou quando se tem, porém, costuma ser de forma precária e sem fundamento; Rivalidade político-administrativa na Loja, geralmente após eleições da Administração; Incapacidade financeira do Irmão. 

Além desses pontos, também podemos notar, a partir das frustrações que um dos maiores problemas da evasão maçônica é provocado por expectativas não atendidas. 

Geralmente, o candidato chega com uma expectativa muita alta e acaba se decepcionando muito cedo com o que encontra na Loja. Portanto, acreditamos que, para melhorar a qualidade da prática maçônica e inibir a evasão, será preciso mudar nossas atitudes desde antes do início do processo de Iniciação ou ingresso na Ordem.

O maçom é, como se sabe, essencialmente um livre pensador e é, principalmente, aí que fica evidenciado a sua enorme responsabilidade com a Ordem e com a humanidade, através do comprometimento e exemplo. É preciso que observemos, além dos princípios, a nossa doutrina e estejamos unidos e comprometidos com o bom nome da maçonaria.

Lembramos que, a iniciação sem a seriedade e a responsabilidade necessárias, reflete em uma ausência total de comprometimento, acorrentando graves consequências. Sindicâncias mal realizadas, sem o zelo necessário na sua execução, avaliação destorcida do candidato que não preenche as condições necessárias para ingressar em nossa Ordem, com certeza poderão acarretar prejuízo à Loja e, em consequência, à Maçonaria.

Também, a ausência de instrução ou orientação maçônica na Loja, trará enorme prejuízo. Desunião maçônica em razão de rivalidade administrativa e política, também podem ser apontadas como causas desse processo de evasão. Dessa forma, sugerimos implementar mudança a partir de tudo o que foi detectado, como danosa a nossa Ordem, a começar pela indicação de candidatos.

O Maçom é, em tese, como já dissemos essencialmente um livre pensador e, por isso mesmo, fica evidenciada a sua imensurável responsabilidade junto à Ordem e à sociedade. Portanto, o maçom não é qualquer um. É um Homem Maçom e isso faz dele um homem justo e perfeito.

Assim sendo, é a hora de todos nós juntos buscarmos mais União e Comprometimento para que possamos ser cada vez mais individual ou coletivamente reconhecidos como bom exemplo, como paradigmas da sociedade.

Concluindo estamos aqui para sensibilizar os Irmãos para que, juntos, possamos alcançar o ideal de comprometimento maçônico e, quem sabe, buscar a correção de rumos quanto à evasão maçônica e até mesmo tentar revertê-la. Juntos, podemos muito mais!

AILDO VIRGINIO CAROLINO Grão-Mestre Adjunto do GOB-RJ e Presidente do CEO

(IN)TOLERÂNCIA



“A tolerância é a melhor das religiões!”
Victor Hugo (1802 – 1885)

TOLERÂNCIA, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que enuncia o grau de aceitação ante um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.  Pela ótica da sociedade, a tolerância é a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar outra pessoa ou grupo social, que tem uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio convívio.

Na Maçonaria a tolerância é tida como uma virtude.  A Sublime Ordem prega que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio fundamental nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um, não somente entre os Irmãos, mas em toda sua convivência.  

Como toda virtude, a tolerância consiste essencialmente em um comportamento prático, numa regra de conduta com relação aos outros. E um dos deveres do Maçom é a tolerância, que deixa a cada um o direito de escolher e seguir sua religião, sua opção política e suas opiniões.

Ao ser iniciado, o Maçom recebe um exemplar do Ritual do Simbolismo Aprendiz Maçom.  A primeira coisa que ele encontra, ao abri-lo, são os dez Princípios Fundamentais.  O nono fundamento reza: “Exigir tolerância para com todas e qualquer forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a Verdade, a Moral, a Paz e o Bem Estar Social.”

Em seu livro TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA, François Marie Arouet, o Voltaire (1694-1778) faz uma reflexão a partir do julgamento de um comerciante da cidade de Toulouse, acusado por um suposto homicídio.  Em virtude de se basear em um caso de intolerância religiosa flagrante, as palavras de Voltaire acerca dessa questão, se tornaram paradigmáticas para qualquer outra reflexão posterior sobre tolerância, intolerância, liberdade de expressão, de consciência e na crença e fanatismo religioso.

O caso aconteceu numa época em que os católicos ainda eram maioria, tanto numérica quanto culturalmente, na Europa, com uma família que se viu envolvida numa situação delicada.  Jean Calas, o chefe da família e que era calvinista, foi acusado pela morte por enforcamento do seu único filho católico. 

Com essa acusação, de ter matado seu filho Marc-Antoine Calas, que havia se convertido ao catolicismo, Jean Calas de vê na iminência de ser julgado por um tribunal criminal.  A notícia se espalhou pela região inflamando um sentimento de ódio entre os católicos de Toulouse que passaram a pressionar cada vez mais o Estado para que o acusado fosse julgado o mais rápido possível pedindo a condenação imediata.

Com o ânimo da pressão aflorado, ninguém mais questionava a real autoria do réu que passou a ser tratado como homicida do filho, sumariamente.  A comunidade protestante ficou na mira da população católica cada vez mais indignada, irredutível e furiosa.

Nas investigações as evidências apontavam que Marc-Antoine Calas, havia cometido suicídio, enforcando-se.  Apesar das evidências, Jean Calas é julgado responsável pelo homicídio e sua condenação saiu no dia 9 de Março de 1762, com a pena de ter os ossos quebrados, depois estrangulado e atirado numa fogueira.  Era a punição para quem ousasse atentar contra um católico em Toulouse.

Assim, no dia seguinte, Jean Calas foi executado, publicamente, em um ritual macabro que certificava à intolerância, o ódio e a insanidade de uma religião hegemônica, atestando à falta do bom senso, da lucidez e da tolerância, propriamente dita, de cujo processo Voltaire escreveria a obra TRATADA SOBRE A TOLERÂNCIA, com aprofundadas reflexões.

No início do seu livro, Voltaire faz questão de lembrar que na Europa por muito tempo o abuso da religião e o dogmatismo exacerbado já haviam ceifado muitas vidas.  Na sua argumentação ele expressava, “O furor que inspiram o espírito dogmático e o abuso da religião cristã mal compreendida derramou sangue, produziu desastres em vários lugares”.  

Ele falava, ainda, de uma forma que ficava difícil acreditar numa convivência pacífica das religiões, já que o catolicismo continuava reivindicando uma hegemonia, entrando em choque com a religião protestante que estava em ascensão. A intenção de Voltaire era, com todo otimismo, expressar uma realidade ideal.  Apresentar uma realidade possível de convivência entre diferentes religiões, já que cada uma teria muito a contribuir com a Humanidade.  

A obra tem apenas uma pequena parte argumentativa, o essencial reside em mostrar por meio de exemplos os estragos do fanatismo, particularmente o religioso, durante o curso da história.  Embora tenha se inspirado em John Locke (1632-1704), que desenvolveu como ideia principal “a distinção entre a comunidade política e a sociedade religiosa, a distinção e a separação radical entre funções da Igreja e as do Estado”, Voltaire não tinha por objetivo essa separação, mas a subordinação da Igreja ao Estado, pois enxergava nisso um meio eficaz de se garantir a tolerância propriamente dita.

 Dentre os trechos mais comoventes da sua obra, destaca-se a impressionante “Prece a Deus”, com a  qual Voltaire conclui seu tratado, que num dos trechos diz:  “Já não é aos homens que me dirijo, é a Ti, Deus de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos.  Se a frágeis criaturas perdidas na imensidão e imperceptíveis ao resto do universo, for permitido ousar pedir algo a Ti, Ti que tudo concedeu, Ti cujos decretos são tanto imutáveis quanto eternos, digne-se olhar com piedade aos erros ligados à nossa natureza; que tais erros não se transformem em calamidades!”.

Entretanto, as religiões sempre foram intolerantes umas com as outras, pois todas se consideram detentoras exclusivas da verdade.  Proteger a integridade do dogma é para qualquer religião uma questão vital.  Compreende-se, pois, que a intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões.  

Num sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos-de-vista diferentes.  No âmbito religioso, com relação a outros credos, por serem monoteístas, as religiões cristãs têm dificuldade em tolerar a possibilidade de existência de outros deuses.

Algumas citações:  Tolerância não significa aceitar o que se tolera. -Mahatma Gandhi(1869-1948);  Há um limite em que a tolerância deixa de ser virtude. -  Edmund Burke(1729-1797);  Sempre que se produz legislação baseada na religião, abre-se caminho a todo tipo de intolerância e perseguições. -William Butler Yeats(1865-1939);São pouquíssimo os homens capazes de tolerar, nos outros, os defeitos que eles próprios possuem. Arturo Graf(1848 – 1913);  A responsabilidade da tolerância está com os que têm a visão mais ampla. - George Eliot(1819-1880). - O sucesso reside em três coisas: decisão, justiça e tolerância. - Johann Wolfgang von Goethe(1749-1832);  Na prática da tolerância, um teu inimigo é o melhor professor. - Dalai Lama XIV(1935- );  Com a sabedoria aprendemos a ser tolerantes.  Henry David Thoreau(1817-1862).

Apesar de Voltaire ter escrito em 1763, o TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA revela-se hoje, mais de 250 anos depois, uma reflexão atualíssima sobre o comportamento do Homem, a religião de cada um, o sistema judiciário, a responsabilidade dos juízes e os efeitos perversos que as leis podem ter.

Autor: E. Figueiredo

Bibliografia:
 Aslan, Nicola – Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia
Bruno, Alci – Aconteceu na Maçonaria
Locke, John – Carta sobre a Tolerância
Mellor, Alec - Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons
Voltaire – Tratado Sobre a Tolerância 


INTERAÇÃO DA MAÇONARIA COM A SOCIEDADE



Já se foi a época que a maçonaria sofria perseguições políticas e religiosas. Hoje o que encontramos é o preconceito de elementos da sociedade em relação à Sublime Ordem. A própria palavra preconceito já mostra a deficiência de quem o tem, ou seja: fazer juízo antes mesmo de tomar conhecimento da realidade: pré + conceito.

O grande problema é que o preconceito é baseado em crenças e não no conhecimento; o preconceito tem uma base irracional que só é extinto pela instrução e esclarecimento da realidade. Se há na sociedade um resquício de aversão à maçonaria, podem ter certeza que boa parte da culpa é dos maçons.

Outrora nós promovemos uma segregação da Ordem junto à Sociedade, e esta levantou suspeitas de nossa idoneidade e propósitos. Como tornar feliz a Humanidade se não estivermos inseridos e interagindo com os outros segmentos da Sociedade?

Aperfeiçoar os costumes não é apenas obrigação de cunho pessoal, é preciso também descobrir na Sociedade focos de desvirtuamento (drogas, evasão escolar, violência, etc.) e cumprirmos nosso papel de “Construtores Sociais”. Toda Loja tem a obrigação de promover atividades de interação com a sociedade em que ela está inserida.

O apoio aos bons projetos governamentais, a parceria com outras sociedades e agremiações e a participação efetiva em campanhas fraternais promovidas por entidades de cunho religioso só nos aproxima da população e desmentem as bobagens que falam de nós.

Há também um aspecto de suma importância: cabe aos maçons deixarem de lado comportamentos falaciosos. É muito comum perguntarem a alguns maçons qualquer coisa sobre maçonaria e eles responderem: – Isto é segredo! Eu não sei qual a dificuldade em responder ou dizer que não sabe!

O problema é que a maioria age assim para se manter envolto nas “brumas do mistério”. É o típico Irmão que não apresenta nenhum candidato, pois se apresentar um colega de trabalho e este for admitido perderá o status quo.

Temos que ficar atentos, pois preconceitos podem levar a discriminações, e não desenvolvem o pensamento arcaico que isto não atinge um “Obreiro da Arte Real”.

Normalmente os alvos das discriminações não serão os Irmãos, mas sim as cunhadas e sobrinhos. Não permitam o isolamento da Loja e dos maçons. 

Aproximem-se dos formadores de opinião, tragam esclarecimentos para os que ignoram nossa história e aspirações.

Autor: Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt, 25 – GLMMG


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