Periodicamente, trazemos
à reflexão de todos, através de matérias previamente selecionadas, a
oportunidade de melhor compreender a razão de nosso processo de iniciação.
O tema Iniciação é de
suma importância para o Maçom e para todos aqueles que, por força da Lei de
Evolução, foram movidos a bater às portas de um Templo, em busca de Luz.
Entendemos que, como
veículo de informação, em prol da cultura maçônica, outro não é o nosso
trabalho, senão o de chamar à razão nossos leitores, a fim de que não se percam
em atalhos, iludidos pelos falsos brilhos das alfaias, pelas pompas dos cargos
e por seu ilusório “pseudo-poder”.
A Maçonaria não é
composta por pessoas perfeitas, mas por aqueles que entendem que precisam se
aperfeiçoar, e por isso lhe batem à porta.
Estamos a todo instante
identificando aspectos de nossa personalidade que poderão ser aprimorados. Esse
será o eterno lapidar de nossa pedra.
Quando falamos que a
Maçonaria, antes de tudo é uma Escola de Iniciação, é porque, como tal, visa,
através de seus ensinamentos e da “séria conduta de seus membros”, iniciarem
uma ação de preparação da personalidade (parte material - lapidar da pedra
bruta), a fim de que aflore a individualidade (parte espiritual), o despertar
do Mestre Interno de cada um.
O objetivo de todos os
processos de iniciação, incluindo o maçônico, é a expansão da consciência.
Resume-se no aforismo grego: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o
universo.”
A consciência de si
mesmo, de sua origem, de seu destino e do seu Criador. Para isso, exigem-se do
postulante à Iniciação, a transformação e a superação de hábitos e de conduta.
A Iniciação não se
resume, apenas, no cerimonial pelo qual passamos no dia de nosso ingresso na
Ordem em si, e sim, em um processo que se dará ao longo de toda a vida, a
partir daquele cerimonial que lhe deu origem.
A cerimônia descreve
todo um teatro com o que se espera que seja a trajetória do iniciado em busca
do seu Eu Verdadeiro. Isso poderá durar toda uma vida ou, em certos casos,
algumas vidas. Estamos nos iniciando a cada ato praticado, a cada pensamento
vibrado, a cada palavra proferida.
A Iniciação, em nossa
trajetória terrena, não é uma opção ou uma coincidência, ela faz parte de todo
um processo da evolução da mônada humana.
Tudo que está manifestado
possui uma parte infinitesimal de Deus. Somos portadores de uma centelha
divina, que tem como real propósito transformar-se em Luz e se fundir ao
Criador.
O propósito da Iniciação
não é outro senão o da expansão de nossa consciência, a fim de que, no futuro,
esta mesma centelha se una à Chama do Eterno, a guisa do “filho que retorna à
Casa do Pai”.
O iniciado se transforma
por esforços próprios. A centelha Divina que habita em cada um nós e, também,
em todas as criaturas, tende a se transformar em Luz. O materialismo brutal do
mundo profano chega-nos como densas vendas a nos ocultar o nosso verdadeiro
objetivo de nossas vidas.
O caminho da iniciação é
estreito, difícil e a cada passo que damos à frente, abre-se um abismo às
nossas costas. Voltar é se aventurar ao precipício! Devemos ter consciência do
que viemos fazer aqui! A dura realidade é que, semanalmente, propusemo-nos a
estar presente em nossos templos.
Na maioria das Lojas o
que vemos são Sessões vazias de conteúdo, instruções mal lidas ou repetidas sem
qualquer interpretação de parte dos Vigilantes ou dos Mestres, apresentadas às
pressas, devido ao adiantar da hora.
Porém, após a Sessão,
não pode faltar o tradicional ágape. Os mesmos apressados se encarregam de
abrir os chamados “graus etílicos”, que não têm hora para acabar, quase sempre
invadindo a madrugada, com assuntos vazios e profanos.
Cabe ao iniciado maçom
perceber o sentido real de um Templo e, em especial, de um processo iniciático,
pautando seus passos dentro dos ditames da Lei Divina, a fim de não se desviar
do seu verdadeiro caminho, desperdiçando a sublime oportunidade de sua ascensão
evolucional.
Repetidamente, o Maçom é
questionado, em telhamento, o que veio fazer aqui, e a maioria, despreza o
sentido da resposta, permitindo que as paixões e os desejos os impeçam de
galgar os degraus da escada, que, de certo, o levará ao patamar de sua
consciência, na busca do seu Verdadeiro Eu.
Nós, Iniciados Maçons,
fomos intuitivamente escolhidos por nossos padrinhos para participarmos da
Grande Obra do Eterno na face da Terra.
Pautando nossas ações
nos ensinamentos da doutrina maçônica, iremos transformando-nos em verdadeiras
“Ferramentas” para que o Grande Construtor se utilize em sua construção, em
prol da evolução da humanidade, e para tanto, precisaremos estar aferidos,
afiados, ajustados e calibrados, conforme os ditames do Grande Mestre, O Senhor
dos Mundos, a fim de que, “exo” e “esotericamente”, possamos executar a parte
que nos cabe dentro do plano traçado em sua Sacrossanta Prancheta.
Que este breve texto,
somado às demais matérias que compõem esta edição, conduza a todos a uma
profunda reflexão de nossas responsabilidades em nossa vereda iniciática, e
“que mundo profano não julgue que viemos aqui trabalhar inutilmente, gastando
em vão as nossas forças”.
Francisco Feitosa