ESPOSA DE MAÇOM


Se ela não consentir, nada feito.

E essa condição é comprovada pelos sindicantes, normalmente acompanhados pelas respectivas esposas, que fazem a visita de aproximação e reconhecimento com o possível candidato e família, para dar testemunho e eventuais esclarecimentos sobre um tema que, a princípio, se mostra envolto em singularidades e questionamentos, mas que inspira acolhimento e compromisso com estudos, reflexões e crescimento pessoal.

Na cerimônia de iniciação, ela já é reverenciada, pois um par de luvas brancas lhe é assinalado, e torna-se “cunhada”. Se solteiro, para a mulher que o novel maçom e agora irmão mais estimar.

No início, o compromisso de participação nas reuniões é de uma vez por semana. Mas, a ânsia em assimilar à ritualística e dominar o simbolismo leva à realização de visitas e mais visitas às Lojas coirmãs, presença em palestras, ciclos de estudos da Escola Maçônica, quando houver, às vezes em velocidade de Fórmula 1.

A Maçonaria reitera constantemente que a prioridade é a família.

Naturalmente, algumas reclamações exsurgem, em especial no que concerne às reuniões, que têm um horário rigoroso para começar e não para terminar, às vezes excedendo aquelas duas horas inicialmente previstas.

Tudo elucidado quando tais sessões se referem às cerimônias magnas de recepção de novos candidatos ou mudanças de graus. Difícil mesmo é aclarar as “rápidas” confraternizações após os trabalhos quando as cunhadas ocasionalmente não participam.

A atmosfera costuma ficar mais sensível quando o abnegado e estudioso maçom resolve participar de tudo, com entusiasmo de iniciante, o que não é recomendável, e protestos do tipo “colocar esses interesses em primeiro plano” ou “a maçonaria é uma forte concorrente” rondam as conversações familiares, gerando inclusive pequenas tensões.

Evidentemente que o interesse em galgar os Graus Superiores da Ordem não se enquadra nessas redundâncias, sendo altamente recomendável, cabendo neste caso as devidas argumentações filosóficas junto à esposa.

Na hipótese de esse irmão tornar-se um voluntário para os trabalhos nos vários níveis da Potência a que está vinculado e/ou se habilitar como instrutor para os ciclos de estudos da Escola Maçônica, incluindo esporádicas viagens tipo bate/volta em fins de semana, o “bicho pega”.

Há casos de irmãos cujas consortes recomendaram que os mesmos levassem o leito para a Loja. Um equívoco, porém compreensível de “nossa” parte. Como se sabe, em serviços voluntários, a messe é grande e os operários são poucos.

Um conhecido e devotado irmão confessou que adotou como derradeiro recurso mostrar à esposa tão-somente uma frase do Ritual onde se questiona a que horas é permitido deixar o trabalho, cuja resposta taxativa é: “à meia-noite”.

Segundo ele, a cunhada entendeu seu desalento, elogiou sua criatividade e deu o esperado apoio. Outro, enfrentando queixas sobre a necessidade de atender às várias convocações, regozijou-se de ter feito um pacto de liberação das segundas às quintas-feiras à noite, quando efetivamente necessário, reservando todos os demais dias da semana para a esposa.

O comprovante dessas visitas é sempre colocado na Bolsa de Informações do lar, para que não restem dúvidas sobre as atitudes de um cidadão reconhecidamente livre e de bons costumes.

Ainda segundo esse exultante irmão, sua cara metade se declara agora a mulher mais feliz do mundo e está até dando “joinha” nas suas postagens no Face book.

Em outra situação surpreendente, um irmão decano e rabugento assumido se vangloria alegando que sua dedicada e compreensível patroa o incentiva a ir todos os dias à maçonaria, argumentando que isso é bom para ele.

E ele também afirma que ela se declara a dona mais feliz do planeta. A mesma situação sob duas perspectivas. Tem mais: este abençoado irmão é considerado Troféu Hors Concours em sua Loja na competição anual de “Irmão Peregrino”.

Imbatível! Com o tempo e a convivência entre os irmãos, as cunhadas assimilam a cultura e alguns excessos são relegados, pois o mistério se dilui e os laços de fraternidade se solidificam, preservado o que deve ser preservado, com os bons frutos da família maçônica sendo saboreados por todos.

Nessa interação, esposas de maçons, sobrinhos e sobrinhas, se unem e consolidam as colunas da filantropia e outras atividades educativas e de valorização da família junto à sociedade por intermédio das entidades paramaçônicas e fraternidades femininas.

Nos encontros familiares e festas, as cunhadas de uma forma ou de outra acabam tocando nesse assunto. Sempre aparece uma concunhada plena de sabedoria e de bons argumentos para consolar aquelas inicialmente mais apoquentadas.

As trocas de informações e experiências tornam-se salutares, pois o consenso entre elas é o de que os cunhados são hoje pessoas muito melhores do que antes de se filiarem à Ordem.

E que assim o Grande Arquiteto do Universo conserve! A Maçonaria, nos seus fundamentos, almeja que, com o tempo, o crescimento intelectual e o refinamento moral e de liderança dos obreiros tenham efeitos benéficos junto às famílias e do seu entorno, pois esse é o locus onde os maçons cumprem seus deveres e a missão de construtores sociais.

Com esse entendimento, a integração e os vínculos familiares se fortalecem, passando a compreensão e o estímulo ao trabalho do obreiro a fazer parte de um contexto de aprimoramento e evolução, onde a Humanidade se torna um campo de realizações e por consequência mais feliz nas suas relações. “ObriGADU, querida, pelo apoio e carinho!” (Obreiro feliz)

 Autor: Márcio dos Santos Gomes Márcio é Mestre Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D'Almeida, da Academia Mineira Maçônica de Letras. Fonte: O Ponto Dentro do Círculo

MAÇONS SÃO SERES HUMANOS!


Se, seres humanos, passíveis de falha.

Buscadores de Conhecimento como todos os seres humanos.
Sujeitos a acertos e erros como qualquer ser humano.

Porém, o que em um não iniciado é uma qualidade rara, no Maçom dever ser o comprimento de um Dever, sendo útil, sem jamais, tirar proveito.

Os que usam de dissimulação para entrar na Ordem, renegando propósitos como: obter proveitos e vantagens, para ser admitidos, se decepcionarão quando perceberem que a Maçonaria consiste em estudar, ler, elaborar trabalhos, auxiliar os necessitados, mudar as condutas inadequadas, tornando-se mais virtuoso.

Um dos Bons Mestres com quem tive a satisfação de conviver (já partiu para o Oriente Eterno), disse, certa vez:

- A Maçonaria é a única escola que concede um grau antes de ministrar as lições.

E isso, faz com que, grande parte dos iniciados, não entende a diferença entre receber o Grau e concluir o Grau. 

Só podemos nos considerar aptos ao final de cada ciclo.

Além de checarmos quantas lições foram ministradas e respondidas, o tempo transcorrido, seria indispensável avaliar que transformações aconteceram no modo de proceder dos irmãos.

São elementos de concórdia?

Demonstram com suas ações que entendem que líderes jamais impõe sua vontade?

São tolerantes e tem clara noção dos seus próprios limites?

Dedicam-se ao estudo e a pesquisa com afinco?

Possuem disciplina e perseverança para aprender e sabedoria para ensinar. 
As belas palavras são condizentes com atitudes de mesmo valor?

Entende que mais do que proferir belos discursos é preciso saber quando, se, o que e como falar; sendo moderado com os menores, prudente com os maiores, sincero com os iguais, manso com os que sofrem, sempre de acordo com os princípios da sã moral?

Conhece e aceita suas limitações e, dia após dia, trabalha no mármore para retirar as arestas, uma a uma, com cuidado para não estragar a obra?

Entende que liberdade ao extremo, se torna libertinagem; que ausência de liberdade, se transforma em escravidão e que, somente pode ser benéfica, a liberdade que se associa a responsabilidade?

E ainda, para que seja considerado apto a subir os degraus da escada:
Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações.

Ter devoção à pátria e imenso amor à família, aos irmãos e à humanidade.

Precisa ter disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a intolerância e, principalmente, as suas próprias ambições pessoais.

Ser misericordioso, filantropo, inclinado a compaixão e predisposto a empatia.

Respeitar o seu próximo, independente, de cor, posição social, credo ou idealismo político, bem como à natureza e aos animais.

Amparar e ouvir os seus Irmãos, guardando como segredo de confissão as suas fraquezas e enaltecendo, para todos, as suas virtudes.

Precisa gostar da filosofia maçônica, conhecer profundamente a sua liturgia e ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Ter uma espiritualidade rica e pureza de sentimentos, que justifiquem a honra de revestir-se de aventais e receber títulos, cargos e graus, ciente de que os paramentos devem adornar as virtudes e não, o corpo físico.

Do passado: ser versado em História da Maçonaria, saber suas origens, leis, usos e costumes; no presente: estar disposto a escrever novos capítulos, atuando como construtor social, objetivo primordial da Ordem, para colaborar com o progresso da humanidade.

E percebo que meu Mestre descobriu o Segredo, alcançando a Sabedoria.

O grande Segredo da Maçonaria é o processo interior que permite a transformação das trevas da ignorância em luz do conhecimento.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece a oportunidade para que um ser humano falho e com defeitos, possa aperfeiçoar seu caráter.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece as ferramentas e ensina como utilizá-las.

O maior segredo da Maçonaria é que para elaborar uma obra quase perfeita é preciso trabalhar com afinco, paciência, perseverança, disciplina, no bloco informe e bruto que cada ser humano representa.

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A SUBLIME ORDEM



Por mais que os edifícios que ocorrem as reuniões maçônicas são comumente chamados de templos, eles doutrinariamente não os são.

Historicamente devemos lembrar que desde o início do século XVIII, na Europa, as lojas maçônicas de Londres reuniam-se em salões residenciais, em tabernas, em adegas ou em amplos porões.

Somente em 1765 foi construído o primeiro edifício destinado ao uso exclusivo para as reuniões da maçonaria. Até por que a palavra templo é utilizada ate hoje predominantemente pelos profanos e suas linguagens comuns, sempre associada e dentro de um contexto religioso.

Mas o que poucos profanos não lembram é que a palavra templo são também conhecidos e referenciados, por exemplo, como um museu ser o Templo da Historia, ou como uma galeria famosa ser um Templo da Cultura e um Templo das Artes ou mesmo um grande e moderno estádio poliesportivo, ser denominado como um “Templo dos Esportes”.

Outro detalhe que se tornou um grande equivoco de interpretação por parte dos profanos que desconhecem grande parte da historia da maçonaria, seria quanto a um dos tradicionais pré-requisitos e obrigatoriedade, para que cada candidato postule e seja admitido a ordem filosófica e iniciática é que tenha a crença na existência de uma força ou entidade energética criadora e mantenedora do universo, para ser assim admitido.

Sendo assim o deve ter ocorrido pelos anos no meu parco entendimento, é que, em termos gerais cada novo irmão pouco conhecedor da original doutrina fundacional da ordem, deve ter associado e encarado esta força energética comum a todos que ingressam indeterminadamente, como um ser divino particular, justo e perfeito, bem longe da original ideia da Energia Matriz Arquitetônica da Vida e do Universo, fundamentada de forma clara na doutrinaria desta ordem iniciática, filosófica e progressista.

Mas a pratica repetitiva sem os progressivos estudos, para o alcance e um maior aprimoramento e entendimento da doutrina da Sublime Ordem, fez também que muitos irmãos operativos erroneamente migrassem o termo original e tradicional de inauguração de um templo - no sentido amplo da palavra, de um edifício, de uma sala e um local escolhido para encontros e realização dos trabalhos da ordem para o errôneo termo de sagração, aferindo e conclamando equivocadamente, e mesmo induzindo a falsa interpretação para quem não conhece e nunca estudou sobre a verdadeira histórica doutrinaria fundacional da Sublime Ordem filosófica, a ter uma falsa ideia que se trata de algum tipo de religião secreta, o que não é.

Outro detalhe que agrava em muito as interpretações aos olhos leigos é a falsa ideia de idolatria e religiosidade já que a decoração do edifício maçônico tem elementos alegóricos alusivos ao Primeiro Templo de Salomão, em Jerusalém, e no mesmo sentido vale aqui lembrar sobre as lendas estudadas e narradas de vários graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, que se referem ilustrativamente e de forma figurada a algumas historias ficcionais e lendas da vida profissional do mestre de construção, Hiram Abiff, que é uma figura alegórica fartamente mencionada na ritualística maçônica, que tem suas conotações figuradas de personalidade expressivas a ganância, os vícios, as virtudes e vaidades existentes no meio entre os operários durante a cada passo da magnífica construção do antigo templo do Rei Salomão.

Fiat Lux.

Ricardo V. Barradas.


A INICIAÇÃO REAL



A Maçonaria adquiriu o seu aspecto iniciático a partir do século XVIII. A singela recepção das Lojas operativas foi transformando-se, o ritual foi enriquecendo-se e complicando-se a Liturgia, durante todo o século XIX, até chegar à Iniciação Maçônica atual com o seu brilhante cortejo simbólico.

Na verdade, o que a Ordem Maçônica pretende, através da Iniciação, é dar ao iniciado uma responsabilidade maior não somente como ser humano com vida espiritual, mas também como homem e cidadão. E isso os antigos o faziam por meio de ritos iniciáticos.

Os iniciados eram submetidos a exercícios mentais e intelectuais e, pela meditação e a concentração, eram conduzidos paulatinamente, ao despertar de uma vida interior intensa e, assim, a uma compreensão melhor da vida. Diz Aryan, na introdução ao Livro “La Masoneria Oculta Y La Iniciacion Hermética”, de J. M. Ragon, que “os ritos não teriam nenhuma utilidade se os seus ensinamentos caíssem como água numa ânfora quebrada”.

O seu objetivo consiste em relembrar ao iniciado que deve dar, cada vez mais, predomínio à vida interior do que à atração dos sentidos. A promessa do Maçom de ser bom cidadão, de praticar a fraternidade não quer dizer outra coisa.

Diodoro da Sicília dizia que “aqueles que participavam dos Mistérios tornavam-se mais justos, mais piedosos e melhores em tudo”. Por isso, o primeiro passo da vida iniciática é a entrada em câmara ou cripta onde hão de morrer as paixões, para que o aspirante possa ser admitido no reino da Luz.

Como dizia, há séculos, Plutarco: “Morrer é ser iniciado” Há duas espécies de iniciação: a REAL e a SIMBÓLICA. A primeira, segundo escreve A. Gédalge no “Dicionário Rhea”, é o resultado de um processo acelerado de evolução que leva o Iniciado a realizar, em si mesmo, o que o homem atual deverá ser num futuro, que não pode ser calculado.

A segunda é, apenas, a imagem da iniciação real. Referindo-se à Iniciação Simbólica, o Manual de Instrução do Primeiro Grau da Grande Loja de França, citado por Paul Naudon em “La Franc-Maçonnerie et le Divin”, assim se expressa:

“Os ritos iniciáticos não têm nenhum valor sacramental. O profano que foi recebido Maçom, de acordo com as formas tradicionais, não adquiriu, só por esse fato, as qualidades que distinguem o pensador esclarecido do homem inteligente e grosseiro. O cerimonial de recepção tem valor, unicamente, como encenação de um programa que importa ao Neófito seguir, para entrar na posse de todas as suas faculdades”.

Pela iniciação simbólica, segundo o sentido etimológico dado por JULES BOUCHER, no livro “Simbólica Maçônica”, o “iniciado” é aquele que foi “colocado no caminho”. Paul Naudon, em “La FrancMaçonnerie”, referindo-se à iniciação simbólica, assim escreve:

 “O objetivo da iniciação formal é conduzir o indivíduo ao Conhecimento por uma iluminação interna. É a razão pela qual a Maçonaria usa símbolos para provocar essa iluminação, por aproximação analógica. Vemos, assim, que os verdadeiros segredos da Maçonaria são aqueles que não se dizem ao adepto e que ele deve aprender a conhecer pouco a pouco, soletrando os símbolos”.

Não existe nisso nenhum incitamento à pura contemplação interior, a êxtase, ao misticismo... “Cabe ao neófito descobrir o segredo. Dentro da noite de nossas consciências, há uma centelha que nos basta atiçar para transformá-la em luz esplêndida. A busca dessa Luz é a Iniciação”.

“Nessa marcha ascensional em direção à Luz, onde a via intuitiva parece primordial, é evidente que a razão não pode ser afastada. Em todos os ritos, a Maçonaria a evoca sem cessar. É a lição dos símbolos, entre outras, a do compasso, que se aplica, particularmente, ao volume da Lei Sagrada, símbolo da mais alta espiritualidade, à qual aspira o Maçom.”

Essas ideias e pensamentos têm o objetivo fraterno e leal de incutir nos recém-iniciados o verdadeiro espírito maçônico; de fazê-los ver a responsabilidade assumida perante a família dos Irmãos conhecidos e desconhecidos espalhados pelo orbe da Terra.

Que todos nós, indistintamente, aprendamos a conhecer o espírito maçônico, afastando-nos da falsa ciência e do sectarismo, combatendo e esclarecendo todo cérebro denegrido pelo obscurantismo, para que possamos tornar-nos dignos de ser uma dessas Luzes ocultas que iluminam a humanidade.

Os verdadeiros sinais pelos quais se reconhece o Maçom não são outros senão os atos da vida real já nos ensinavam o Irmão Oswald Wirth. O Maçom há que agir equitativamente como homem que cuida de se comportar para com outrem, como deseja que se proceda a seu respeito.

O Maçom distingue-se dos profanos por sua maneira de viver. Se não viver melhor que a massa frívola ou devassa, a sua pretensa iniciação na arte de viver revelasse fictícia, a despeito das belas atitudes que fingem. Esforcemo-nos para que sejamos reconhecidos não pelo toque, pelo sinal ou pela palavra, mas por nossas ações no âmbito maçônico, social e profissional.

“Sejamos homens de elite, sábios ou pensadores, erguidos acima da massa que não pensa”, porque somente desse modo é que poderemos alcançar a Iniciação Real, digna de poucos.

Jaime Balbino de Oliveira

O QUE ENTENDEIS POR VIRTUDE?


INTRODUÇÃO

Na ocasião de minha iniciação, apesar de ter uma noção do assunto, não fui capaz de emitir uma resposta condizente com a importância que a palavra virtude tem para a Maçonaria.

Embora estivesse livre para me expressar, naquela ocasião, como neófito, não seria capaz de expor o que as virtudes representam para a Maçonaria.

 Como os primeiros passos do aprendiz maçom são no sentido da superação da ignorância das verdades da maçonaria, meu terceiro trabalho foi buscar esse entendimento e, em um primeiro momento, busco conhecer as virtudes cardeais e sua importância para a Maçônica.

CONCEITO DE VIRTUDE
O conceito de virtude começou a ser desenhado nos tempos da Grécia de Homero, quando o termo areté (deus marte, deus da guerra) representava a coragem, o valor, a hombridade e a honra do soldado da guerra.

Posteriormente, essa excelência humana foi traduzida na palavra virtude que, etimologicamente, deriva do latim virtus (vir) (Homem), cujo radical vir significa valente, valoroso, varão, viril.

Dessa forma, virtude, em seu sentido original, expressa a virilidade do homem, sua excelência ou perfeição moral. Durante o apogeu da filosofia grega, surgiram considerações importantes sobre a virtude por meio dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. Sócrates (470 - 399 a.C.) considerou que a virtude do homem é tudo o que faz a alma boa e, a isso, ele deu o nome de conhecimento.

Então, o homem virtuoso era aquele que possuísse o conhecimento. Já Platão (427-348 a.C.), nesse sentido, remete virtude ao contexto de “o mais justo dos homens”, a “excelência humana”, ou seja, a clara percepção do reconhecidamente melhor.

As virtudes passam a ser entendidas como uma unidade necessária para harmonizar as diferenças, ou seja, com o domínio das virtudes era possível harmonizar razão e paixão.

Assim, virtude é uma consequência da inteligência e por esse motivo o conhecimento delimita todas as virtudes.

Termo grego que vem da palavra Ares (deus Marte, deus da guerra) e tem relação com a coragem, valor, hombridade e honra do soldado nas guerras. Era a força eminentemente masculina, a nobreza do soldado e por isso, nos poemas Homéricos.

Finalmente, Aristóteles (384-322 a.C.) ratifica a ideia de ligação das virtudes com o conhecimento. No entanto, para esse filósofo, a virtude se dava com a repetição de atos virtuosos, ou seja, era através da vontade do homem que se gerava o hábito virtuoso.

Com isso, representava uma disposição para agir deliberadamente, consistindo de um meio-termo relativo a nós, que é racionalmente determinado e determinado pelo homem prudente. Logo, o homem virtuoso é aquele que vive de acordo com o bom desenvolvimento do espírito racional.

VIRTUDES CARDEAIS
Esses conceitos filosóficos são então assumidos pela igreja católica quando Santo Ambrósio2 (340-397), em "De officiis ministrorum", lista as virtudes cardeais:

Prudência, fortaleza (força), temperança e justiça. Logo depois, Santo Agostinho (354-430), em seu livro intitulado "O Livre arbítrio – Livro I” retoma a teoria das quatro virtudes e considera Prudência, Fortaleza, Temperança e Justiça a virtude em suas quatro grandes formas tradicionais.

Santo Agostinho não muda as concepções anteriores, porém, afirma que as virtudes cardinais são reflexos da boa vontade quando representa o hábito do bem, isto é, a disposição estável para agir bem, o que toca a vontade do agente moral.

São Tomás de Aquino (1225-1274), em se tratando de virtudes, seguiu o entendimento de Aristóteles e Agostinho. Para ele, as virtudes cardeais são aquelas nas quais se fundam e reside a vida moral por meio de um habitus (um bom habitus).

Para São Tomás de Aquino, as virtudes cardeais representam a porta para se chegar às outras virtudes. Ele conceitua as principais virtudes: [...] E então se chamam principais como quase gerais, em relação a todas as virtudes.

De modo que toda virtude que faz o bem, levando em conta a consideração da razão, chama-se prudência; toda a que, nos seus atos, observa o bem no atinente ao devido e ao reto, chama-se justiça; toda a que coíbe as paixões e as reprime chama-se temperança; toda a que dá a firmeza de ânimo contra quaisquer paixões se chama fortaleza. — Suma Teológica, Tomás de Aquino.

Primeiro autor cristão a listar as virtudes cardeais. 3 A palavra cardeal, em se tratando das virtudes cardeais, deriva do latim cardo, que significa gonzo ou dobradiça de uma porta ou janela, por exemplo. Essas virtudes carregam consigo todas as outras e representam os pontos fixos nos quais as outras virtudes estão ancoradas, ou seja, são as principais virtudes.

Hoje esse entendimento está consolidado e ligado à Maçonaria. Prova disso está no teto da sede da Maçonaria em Londres (ceiling of Freemasons Hall), onde são exibidas figuras em forma de anjos com os nomes das quatro virtudes cardeais.

AS QUATRO BORLAS E A RELAÇÃO COM AS VIRTUDES CARDEAIS 
Vários autores ratificam a relação entre as quatro virtudes principais e as quatro borlas existentes no Painel do Aprendiz. DON FALCONER (2003) ensina que o simbolismo das quatro borlas tem origem na maçonaria operativa e estão diretamente relacionadas com os métodos utilizados pelos mestres pedreiros operativos ao definir os quatro cantos do edifício.

Nesse sentido, DYER (2006) ensina que, no período operativo, os maçons desenhavam, no chão, a planta de uma nova construção e marcavam o centro para iniciar os seus trabalhos.

A partir dessa orientação, desenhavam o quadrado ou o retângulo sobre o qual as paredes seriam levantadas.

Para marcar os quadros ângulos, eram esticados cordéis até as extremidades da construção e um pedaço de madeira (guia) era colocado no canto interno.

 Dessa guia, pendia uma linha de prumo de forma a assegurar que a parede estava na perpendicular e o ângulo era o mesmo do alto até a base.

De acordo com HAYHOOD (2008), essas linhas de prumo permaneceram na Maçonaria Especulativa até meados do século XIX, não apenas com borlas tecidas no carpete, mas franjas reais penduradas nos quatro cantos da sala da loja; e no ritual usado nos velhos tempos são essas borlas suspensas às quais as quatro virtudes cardeais estavam ligadas, implicando que estas eram guias para capacitar um homem a manter uma vida correta.

O Irmão PEDRO JUK (2015) também entende que as quatro borlas simbolizam as virtudes cardeais e que elas, tradicionalmente, se apresentam junto aos quatro vértices da orla dentada que Painel do Aprendiz Maçom.

Ele ensina que nos cantos superiores (oriente) estão as borlas da Justiça e da Prudência, enquanto que nos cantos inferiores (ocidente) estão às borlas da Temperança e da Fortaleza. No entanto, essa não é a disposição encontrada no teto da sede da Maçonaria em O Painel já representa simbolicamente o conjugado de símbolos da Loja conforme o Grau e, dentre os tais está à representação da Orla Denteada conjuminada nos seus quatro vértices internos com os símbolos das respectivas borlas. (Pedro Juk - Fonte: JB News – Informativo nr. 1.579 - Florianópolis (SC) – sábado, 24 de janeiro de 2015).

Nesse local, a Justiça e a Temperança estão localizadas no oriente, enquanto que a Prudência e a Fortaleza se encontram no ocidente. Essa disposição das virtudes é explicada por DON FALCONER (2003) quando ele ensina sobre as quatro borlas em lojas operativas que eram orientadas na mesma direção do templo de Salomão em Jerusalém, que é o inverso de lojas especulativas modernas.

A entrada para o alojamento era no oriente e o mestre sentava no ocidente. Embora não tenha sido verificado na pesquisa nada concreto que indique o posicionamento correto das borlas representativas das virtudes, uma vez que não há uniformidade entre os autores pesquisados, o entendimento é no sentido de que a presença das borlas no Painel do Aprendiz nos faz lembrar as virtudes cardeais e seu importante significado para a vida de um Maçom.

CONCLUSÃO
As Virtudes têm valor intrínseco para o maçom e são certamente essenciais para a Maçonaria. A relação com as borlas lembram o Maçom a trabalhar as quatro virtudes cardeais em conjunto:

A Temperança consiste na contenção devida sobre as nossas paixões;

A Fortaleza (Coragem) representa para o Maçom a virtude da força e da capacidade de tomar uma decisão com base em suas próprias convicções morais;

A Prudência permite que o maçom regule as suas ações de acordo com o ditado da razão; e finalmente, considerando que o verdadeiro Maçom é o símbolo de um homem bom que não desvia dos seus princípios, a virtude da Justiça representa a igualdade que deve existir quando o Maçom governar suas próprias ações.

A prática constante das principais virtudes simbolizadas nas borlas do Painel do Aprendiz é fundamental para o domínio de minhas paixões e a combinação harmoniosa com as minhas ferramentas de aprendiz contribuirá para o exercício de outras virtudes como, por exemplo, a humildade, a fraternidade e a tolerância e, assim, contribuirá para o aperfeiçoamento do meu espírito e minha consequente evolução na Maçonaria.

Portanto, acredito que a virtude é fruto de nosso livre-arbítrio quando temos a oportunidade de praticar o bem e representam a base para a construção do templo interior.

Sem a prática perene das principais virtudes, estamos fadados ao desmoronamento moral e com isso, a quebra de harmonia existente entre os irmãos.

Compreendo, finalmente, que em loja estamos vestidos com os respectivos aventais de forma a identificar a responsabilidade de cada irmão dentro do grau no qual nos encontramos.

Na vida profana, estamos vestidos com nossas virtudes de forma a identificar o verdadeiro Maçom e sua responsabilidade perante a sociedade na qual está inserido. À Glória do Grande Arquiteto do Universo e que Ele ilumine a todos.

Aprendiz Maçom CARLOS HENRIQUE SOARES Loja Maçônica Terceiro Milênio/ nº 07 – GOAL– COMAB 

REFERÊNCIAS
AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona. O Livre-Arbitrio. São Paulo: Paulus, 1995. Disponível em    https://sumateologica.files.wordpress.com/2009/07/santo_agostinho_-_o_livre-arbitrio.pdf. Acesso em: 17 de dezembro de 2018.
AQUINO, Tomás. Suma Teológica. I-II. Coordenador geral da tradução brasileira Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira, OP. São Paulo: Editora Loyola, 2005. Disponível em https://sumateologica.files.wordpress.com/2017/04/suma-teolc3b3gica.pdf. Acesso em: 20 de dezembro de 2018.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução e notas Edson Bini. 2 ed. São Paulo: Edipro, 2007. Disponível em https://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2014/12/%C3%89tica-aNic%C3%B4maco.pdf. Acesso em: 18 de dezembro de 2018.
BLOG DO PEDRO JUK. Estudos "achar menos - procurar mais". Fonte: JB News – Informativo nr. 1.785 – Florianópolis (SC) quinta-feira, 20 de agosto de 2015 Disponível em: http://iblanchier3.blogspot.com/. Acesso em: 18 de março de 2019.
DA SILVA, Cláudio Henrique. Virtudes e Vícios em Aristóteles e Tomás de Aquino: Oposição e Prudência. Boletim do CPA, Campinas, nº 5/6. Jan./Dez. 1998.
DON FALCONER, W.M. The four tassels. Revista di Massoneria. Abr. 2003. Disponível em: http://www.freemasons-freemasonry.com/don13.html. Acesso em: 30 de janeiro de 2019.
DYER, Colin F. W. O Simbolismo na Maçonaria. São Paulo: Madras, 2006.
GOAL, Grande Oriente de Alagoas, Ritual do Aprendiz Maçom. 2017. Grande Oriente do Paraná (GOP/COMAB). Ritual do Aprendiz do Trabalho de Emulação, Edição 2010
HAYWOOD, Martin PS. The Queensland Freemason, edição de fevereiro de 2008. Disponível em: http://www.masoniclibrary.org.au/research/list-lectures/158-the-origin-of-the-four-tassels.html. Acesso em: 30 de janeiro de 2019. JUK, Pedro. Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom. Ed. Maçônica “A Trolha”. 2007
MURRAY, Roy. The Four Cardinal Virtues And Tassels. Disponível em: http://www.masoniclibrary.org.au. Acesso em: 28 de fevereiro de 2019.
PLATÃO. A República. Tradução e Organização J. Guinsburg. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006. Disponível em http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdf. Acesso em: 9 de janeiro de 2019.
TEMPLE LODGE, Nº.33, DUNCAN, BC. Photos of Freemasons Hall, London, UK – from Paul Philcox. Disponível em: http://www.templelodge33.ca/masonic-education/photos-of-freemasons-halllondon-uk-from-paul-philcox/. Acesso em: 28 de fevereiro de 2019.

APRENDIZ - SOLUÇÃO




Fundamental é que cada personalidade divirja pouco ou muito em sua opção quanto ao ideal e sua trajetória visando a construção de um mundo melhor. Quase sempre nos surpreendemos com a discrepância de conclusão em semelhante circunstância.

Minha pretensa contribuição nos leva ao refinamento do emocional. – posto que o propósito não encontre apoio na maioria dos ideais, parecendo destoar da compreensão lógica. Contudo, prefiro persistir nessa tese.

Quando apontamos para a educação (tradicional), por exemplo, outros setores como a segurança, combate à fome, habitação, etc. compreendemos essas necessidades iminentes. Mas se o homem não estiver polido, compreensível da verdade, não terá condições da colaboração construtiva.

Quanto mais aguçado o ego mais relutante o indivíduo em aceitar opinião nova, pois, a desconfiança está fortemente arraigada num solo compacto, difícil de remover a vulgar mentalidade.

A solução plausível me parece está no paulatino arrefecimento da tosca índole trivial do homem abrangendo a coletividade, a sociedade em geral. Mas esse é um trabalho hercúleo realizado por pessoas competentes na área psíquica coadjuvada por místicos, esotéricos, metafísicos, teólogos, alquímicos e outros mestres transcendentes, gurus e hierofantes, mentalidades afeitas a compreender as metáforas, em suma os aspectos subjetivos invisíveis permeáveis ao cósmico.

Paz é o sagrado atributo consciente ou inconscientemente buscada por todos já que esta é a harmonia, a música das esferas assente pela incomensurável natureza.

O homem, todos nós estamos distraídos com a paisagem ilusória nos deixando totalmente perdidos no mar sem referência e inteiramente desorientado. – deduzimos daí que o essencial seria verdadeiramente “conhecermo-nos”...

Necessário é que sejamos alertados do perigo de continuarmos nessa apatia, indolentes como que esperando um milagre acontecer. Vejamos os acontecimentos atuais em todos os quadrantes da Terra deixando-nos perplexos.

A tendência é sem dúvida a ampliação dessa ininterrupta barbaridade amplamente testemunhada através do noticiário da imprensa. Todavia isso é resultado do ócio insipiente e ignorância, principalmente daqueles que estão liderando o destino dos povos necessitados de esclarecimentos e iludidos, supõem que são esclarecidos da verdade quando estão redondamente enganados.

Entendemos que tal clima faz-se crer vai levar o mundo à ruína pela falta de respeito à polaridade anímica do Ser. Interessante que a maioria procura sintonizar-se com o aspecto dito espiritual. Só que este está arredio pela espessa cortina que intercede à tentativa de aproximação do extremo oposto mais denso e material. Tornando-o inacessível.

Este palpável atributo essencial do plano em que vivemos mexe mais enfático com nossa mentalidade afeita aos impulsos provenientes dos cinco sentidos, portal escancarado e devassado pelo nosso sistema racional e que naturalmente concretiza a dedicação individual atuante, bastante diversificada pela experiência desigual oriunda da mutável natureza dos acontecimentos mundanos.

Conquanto, a rebeldia caracterizada pelo que chamamos marginalização nos parece que a solução seria a complexa conscientização desses atores, à formação de uma cultura generalizada orientada para a misericórdia, isto é, uma verdadeira fraternidade, realizando uma transmutação do egocentrismo individual para uma solidária cordialidade coletiva. – utopia? – há VI séculos Platão se referia a esse tema “utopia é a forma de sociedade ideal.

“Talvez seja impossível de realizá-la na Terra, mas é nela que um sábio deve depositar toda esperança.” Esse filósofo proeminente receptivo ao clima da época da proliferação da plêiade de extraordinários eruditos merece   nosso crédito.

O difícil é sairmos desse marasmo em que nos encontramos. Urge sermos despertados. Estamos afeitos às soluções fáceis, mesmo que essas tenham implicações desabonadoras, embora essas decisões sejam tomadas inocentemente pelo hábito em vista da exiguidade de tempo em processo acelerado nesta fase. Impedindo a abordagem de novas atitudes e orientação geral.

Entidades milenares de origem eminentemente sagradas persistem em evidência, como a Maçonaria e a Ordem Rosa-cruz e outras esotéricas instituições remanescentes, parecendo protegidas por forças sublime no intuito de orientar a humanidade à senda do seu bem-estar.

Entretanto estamos sendo obliterados pelo descaso e indolência da sociedade eminente e daquelas denominadas mística e Iniciáticas, não tem ânimo de se aprofundar no estudo em busca do âmago ou essência de seu contexto divino. 

Esmaecendo e recrudescendo a lembrança remanescente do misterioso atributo primordial com condições de alavancar das trevas o sagrado intuito de busca da luz intensa da Consciência Universal.

Destarte, temos que convir que a vulgar mentalidade corrente dos líderes sociais tentando conter as degradantes atitudes dos marginais vem de encontro às pretensões e ao contrário amplia e incentiva esses abomináveis atos.

Só a compreensão cordial e análise imparcial de homens ilustrados nos princípios relacionados ao transcendental podem entender a mazela e crueldade do mundo atual.

Quando se pensa em pena e punição ampliadas para os infratores, construção de penitenciária e perseguição atroz me parece que essa mentalidade está totalmente ilógica até embrutecida, necessitando de esclarecimento transcendente, espiritual.

A previsão de pena maior não evita o crime... Já imaginaram um ano de cadeia, que martírio! Propor mais de trinta anos de reclusão prova o elevado nível de crueldade inserido nessa personalidade, fazendo acreditar no mínimo na  equivalência de sentimento. Quando entender a máxima bíblica “ame seu inimigo?”.

Em decorrência vamos imaginar na misericórdia generalizada. O pensamento é uma energia que contribui para sua auto-realização.

Polindo nosso ser o mundo tornar-se-á naturalmente bem melhor.
Contudo, para transpor os obstáculos ou arredá-los do caminho é uma tarefa extrema em complexidade pela cultura atuante orientada pelo racional empírico predominante. Tentar modificar sua tradicional trajetória é uma iniciativa extremamente difícil, mas evidentemente meritória.

Atônitos testemunhamos a contenda inominável entre  os Estados Unidos e o Iraque! Resultado do choque de causa e efeito, as duas polaridades imprescindíveis em toda manifestação em desequilíbrio resulta em desastre. Focalizando o grau de instrução atinente a atualidade seria inconcebível tal incidente.

Admitimos que fosse resquício da pretensa civilização ainda recrudescida pela arrogância egoística não só das partes beligerantes, mas a influência perniciosa da civilização insipiente em evidência mundial assaz ávido por uma filosofia adequada e harmoniosa com a natureza abrangente e permeável ao  Todo.

Concomitantemente os confrontos dos extremos entre a paz e a guerra nos leva a meditar na assertiva bíblica “buscai primeiro conhecer o segredo do reino do céu porque o resto vos sereis acrescentado”. Donde deduzimos: aperfeiçoai cada qual no transcendente conhecimento e formaremos um povo polido e harmonizado com as hostes divinas.

Essa é, sem dúvida, a Solução.

Ir,’, WPMeireles
 


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