FIAT LUX – A ILUMINAÇÃO DO MAÇOM



“Deus disse: Faça-se Luz”

O verdadeiro maçom será sempre um buscador ardente de conhecimento que lhe iluminará o “caminho da consciência tranquila”.

Esta Luz permite a percepção das situações e induzirá na nossa vida a verdadeira sabedoria.

Luz que não ser física é diferente daquela que é captada pela visão, será antes uma Luz espiritual independente da luz externa que carrega em si todo o conhecimento e levará ao aperfeiçoamento do homem.

O homem tornar-se-á quase divino e dentro dele habitará a Luz, passará a ser um verdadeiro Templo de Luz.

Corporizemos toda a Luz do conhecimento possível, certos de adquirir o mais genuíno e real tesouro a que o homem poderá aceder, ao invés o ignorante habita as trevas e caminha triste na escuridão.

O primeiro ato da criação foi a Luz e segundo o Livro Genesis:

«Deus disse: “Faça-se Luz” e chamou dia à Luz e às trevas noite».

Aprender será uma necessidade da alma nobre, com repercussões na sociedade ao permitir servir o nosso semelhante e amar a verdade.

Sabemos que a fantasia, o erro e a ilusão não se podem confundir com consciência.

A vida não é uma qualidade permanente e a qualquer momento poderemos ser chamados ao Oriente Eterno. 

Deveremos por isso estar preparados e levar uma vida digna, praticar a Virtude por amor à Virtude, lembremo-nos que Hiram preferiu a morte à perda dessa mesma Virtude, deveremos ser, pois diligentes e honestos em todas as nossas ações.

Nos tempos que correm, torna-se importante parar para refletir, analisando se seguimos no caminho certo em direção à Luz, o saber corrigir a trajetória e inverter a marcha, será uma mais-valia no nosso comportamento.

Um exercício da meditação crítica, quando bem conseguido, permitir-nos-á atingir um elevado estado de consciência que a princípio, de temporário tende para um aperfeiçoamento individual constante e permanente no nosso dia-a-dia.

Esta análise, nunca será um exercício de atribuição de responsabilidade ou busca de culpados, porque somos nós, os responsáveis pela escolha do nosso percurso.

Por vezes chegam momentos em que falhamos, mas com perseverança, podemos sempre corrigir os desvios e progredir positivando os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas ações.

Pensando harmoniosamente, em sintonia com o Todo Universal, criamos assim condições para respeitar as leis universais e as leis humanas.

Cada um deverá procurar sintonizar-se com os valores universais, procurando cumprir a sua parte e sem dar por isso, vai criando condições para uma forte sintonia com a sua energia interior, e fazer as coisas acontecerem, coisas bonitas até, por vezes muito bonitas.

Como dedicação ao trabalho, que nos habilita a praticar o bem, beneficiando o próximo e vamos concorrendo para o progresso da sociedade onde nos inserimos.

Saibamos dar um bom exemplo de vida vivida, pela transparência neste mundo.

Sejamos fiéis à família, bons pais, bons filhos, bons maridos e bons irmãos, só assim se honraremos o nome do Mestre Secreto em Particular e da Maçonaria em Geral.

O interesse geral deverá sobrepor-se ao interesse particular, obedecendo sempre às leis do nosso país.

O corpo pode ser levado pela morte e de nós apenas ficará a memória como herança, sejamos daqueles que não necessitam de máscaras para sobreviver.

Ouçamos Sophia de Mello Breyner Andresen, em poema de 1958.

Porque os outros se mascaram, mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo, mas tu não.

Porque os outros são túmulos caiados
Onde germina a podridão.
Porque os outros se calam e tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros se vendem e tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros se calam e tu não.

Brotero 


A POSTURA DO MAÇOM EM TEMPOS DE POLARIZAÇÃO



Livres e de bons costumes. É praticamente impossível formar um conceito ou definição completa acerca dos membros da Maçonaria Universal sem em algum momento mencionar estes dois adjetivos. Assim, ao mesmo tempo em que o maçom traz consigo a honra de ter tais qualidades atribuídas a sua pessoa, também carrega a obrigação de sustentá-las através de suas condutas dentro e fora de loja.

Acontece que diante dos tempos de turbulência em que a sociedade atravessa, onde a cada dia se eleva ainda mais a polarização ideológica e político-partidária, aumentando também a intolerância, muitos irmãos estão se agarrando fervorosamente às suas inclinações profanas e esbravejando-as contra seus opositores, indo na contramão da postura e da prudência que são delineadas pela ordem maçônica.

Além dos inúmeros conflitos gerados por tal fenômeno, ainda há de se observar uma lamentável inversão de valores. Neste contexto, torna-se difícil explicar ou conceituar o momento atual, razão pela qual peço vênia para resumir através de um trecho de uma das mais belas cerimônias da para-maçônica Ordem DeMolay, a Cerimônia da Luzes, conforme o texto colacionado “in verbis”:

“Mas nós vivemos uma época turbulenta, quando o tumulto está em nossa pátria; quando os baluartes do livro sagrado, dos livros escolares estão em perigo de afundar no turbilhão da dúvida e incerteza; quando estes sete gloriosos preceitos [amor filial; reverência pelas coisas sagradas; cortesia; companheirismo; fidelidade; pureza; e patriotismo] não são os mais cobiçados modelos sobre os quais se baseia a vida; quando a confiança, a justiça e a fraternidade não são consideradas as qualidades mais virtuosas”

Frente a este cenário, o que se vê é o risco de muitos valorosos maçons saírem da retidão obtida pelo desbastamento de seu caráter, e, em contrapartida, serem vencidos por suas paixões.

Não são raras às vezes em que chegam ao conhecimento das lojas as ocorrências de discussões de baixo nível envolvendo obreiros de seu quadro, inclusive através de redes sociais. Neste ponto, vale destacar que o enorme alcance da internet faz com que esses lamentáveis eventos tomem proporções inimagináveis, maculando não somente o nome dos envolvidos, mas, muitas vezes, da instituição.  

Importante dizer que o maçom, enquanto cidadão possui o direito constitucional de se manifestar e se posicionar quanto aos assuntos profanos que lhe interessam, não havendo nenhuma proibição da Maçonaria neste sentido. O que há, na verdade, é a exigência de se ter cautela para com em seus comportamentos, a fim de fazer jus à luz que recebeu, preservando a sua imagem e a da Ordem, evitando ao máximo que seja envolvida, sobretudo ao tratar de assuntos políticos.

Não obstante a isso, em estratégia preventiva e pedagógica, é oportuno mencionar algumas passagens presentes no Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito no tocante à Conduta:

“Os Maçons devem conduzir-se como convém a um homem prudente e de boa moral”

“Evitem-se igualmente a embriaguez e os maus costumes”

No que concerne à Moral Maçônica, o mesmo diploma dispõe:

“Evita as querelas, previne insultos, deixa que a razão seja teu guia”

“Não te irrites com facilidade, porque a ira repousa no seio do ignorante”

“Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com os iguais, sinceramente com os amigos, carinhosamente com as crianças e ternamente com os pobres”

Em observâncias às disposições supra, é imediata a sua relação com os bons costumes, pois, sendo estes realmente autênticos, legítimos e dotados de boa-fé, transformam-se em virtudes sem limitações, uma vez que é um dos poucos casos em que o excesso não gera prejuízos, pelo contrário, enobrece o homem e engrandece a sociedade. Por outro lado, a liberdade que cada um goza deve ser exercida sem extrapolar determinados limites éticos, sob pena de ferir a integridade moral que se espera de um iniciado e de atingir a própria instituição.

Por fim, é de se concluir que a Maçonaria determina ao maçom para que, mesmo nesta época de um mundo tão polarizado e com pouco espaço para o diálogo saudável, permaneça firme e atento a fim manter sua postura dentro do esquadro e do compasso.

Porto Franco/MA, 03 de junho de 2020.

Heryck da Silva Costa

Sobre o autor:
Mestre Maçom da Aug:. e Resp:. Loj: Simb:. Tiradentes nº 18 – GLEMA
Sênior DeMolay do Capítulo Waldemar Gomes Pereira nº 534
Membro do Colégio Alumni Waldemar Gomes Pereira nº 200
Cavaleiro do Priorado Escudeiros do Maranhão nº 32

A ABÓBODA CELESTE




Deus disse: "Que haja luzeiros no firmamento do céu para separar o dia e a noite; o grande luzeiro para governar o dia e o pequeno luzeiro para governar a noite, e as estrelas".(Gên. 1:14 e 16)

Como é do conhecimento de todos os irmãos, nosso  local de reunião denomina-se Templo, que tem  a forma de um retângulo e simbolicamente tem comprimento do Oriente ao Ocidente, largura do Norte ao Sul, profundidade da superfície ao centro da Terra e altura da Terra ao Céu, sendo que está tão vasta  extensão do Templo simboliza o Universo e a universalidade da Maçonaria e nossa oficina interior. 

Entre os vários símbolos de nossa Ordem, temos a Abóboda Celeste, que decora o teto de nossa Loja, na cor azul com nuvens brancas e diversos astros, entre os quais os Planetas, cada um representando um cargo em Loja: 

É a representação do firmamento celeste, ou seja, do Grande Arquiteto do Universo. Tem também como função mística a produzir energia e contemplação e meditação.

A essa Abóboda Celeste foram destinados os mais ricos ensinamentos, que com sua forma e desenhos, simbolizam as grandezas do Universo, sendo que, a colocação dos Astros, variam de rito para rito, sendo que o que vamos tratar neste trabalho, irá ser o colocado no  Templos da Grande Loja de Minas Gerais.

Do Oriente para o Ocidente e de Norte para o Sul (existem pequenas variações conforme o Rito e a Potência Maçônica), temos 17 astros, dos quais 16 deles estão com seus nomes especificados nos Rituais e um inominado. São eles: Sol, Mercúrio, Júpiter, Spica, Aldebaran, Híadas, Plêiades, Orion, Formalhaut, ao lado, a Estrela sem nome,Saturno. Ursa Maior, Arcturus, Regullus, Antares, Vênus e Lua.

Pois bem, agora faremos uma analogia entre a Abóboda Celeste, existente no teto de nossa Loja, os respectivos cargos em Loja.

SOL: Na mitologia grega era Hélios, ou Apolo dos romanos. Estrela de 4ª grandeza, fonte de luz e vida em nosso planeta, na posição mais oriental, representa o Venerável Mestre. É o símbolo do Deus único. Ele encontra-se também no painel do Aprendiz, no avental do Mestre Instalado, como símbolo da Luz celestial.

MERCÚRIO: O deus Hermes dos gregos, o mensageiro dos deuses, o menor e mais rápido dos planetas, carregava um bastão, com duas serpentes enroladas. Por sua posição no Oriente, próximo e a direita do Sol (Venerável Mestre), e suas atribuições, representa o Primeiro Diácono.

JÚPITER: O deus Zeus dos gregos é o maior dos planetas do sistema solar, posicionado no Oriente. Ele é o guardião da estabilidade que se deve ter em Loja. Representa o Ex-Venerável.

SPICA: Espiga é a mais brilhante das estrelas da constelação de Virgem. Na verdade são duas estrelas que rotacionam entre si, mas a velocidade e o espaço entre elas são tão reduzidos que a olho nu parecem ser uma única estrela. Representa o cargo de Secretário;

ALDEBARAN: Nome que provém do árabe “al-dabarãn”, que significa “aquele que segue” ou “olho do touro”. Na Grécia antiga era conhecida como “tocha” ou “facho”. É uma estrela de primeira magnitude e a mais brilhante da constelação de Touro. Representa o cargo de Tesoureiro;

HÍADES: Na mitologia grega, as Híades eram ninfas filhas de Atlas e Etra. As Híades são um aglomerado estelar da constelação de Touro. As cinco estrelas do aglomerado representam os Companheiros;

PLÊIADES: Na mitologia grega as Plêiades eram as sete filhas de Atlas e Peione (Electra, Maia, Taigete, Alcione, Celeno, Asterope e Mérope). Peione, quando atravessava a Beócia com suas sete filhas, foi perseguida pelo caçador Órions por sete anos e Júpiter, com pena delas, apontou um caminho até as estrelas e elas formaram a cauda da constelação de Touro. 

Tal como as Híadas, é um aglomerado estelar da constelação de Touro, um grupo de estrelas visível nos dois hemisférios, também conhecidas como Sete Irmãs ou Sete Cabrinhas. Pela numerologia do número sete, encontrada inclusive na mitologia grega, representam os Mestres;

ÓRION: Na mitologia grega, Órion é o herói amado por Ártemis(Diana dos Romanos), ambos grandes caçadores. Apolo, irmão de Ártemis, por não aprovar o romance entre os dois envia um escorpião para matá-lo e Ártemis, tentando acertar o escorpião, acaba atingindo Órion.Em meio às lágrimas, Ártemis pede a Zeus para colocar Órion e o escorpião entre as estrelas. 

Órion é uma constelação do equador celeste, com estrelas brilhantes e visíveis em ambos os hemisférios. Das estrelas que compõem a constelação, três são as mais visíveis, formando o cinturão de Órion, no centro da constelação e popularmente conhecidas como “As Três Marias”. Pela numerologia do grau, Órion com suas “Três Marias” representa o Aprendiz;

URSA MAIOR: A Ursa Maior é uma grande e famosa constelação do hemisfério norte, situada próximo ao Polo Norte.No Egito antigo a constelação era colocada dentro de um grupo maior de estrelas e a desenhavam como uma procissão com um touro puxando um homem deitado, havendo a interpretação de que seria Osíris morto, com sua viúva Ísis e o filho da viúva Hórus, em procissão. A interpretação maçônica seria que representa a Lenda de Hiram;

FORMALHAUT: Palavra de origem árabe que significa “boca do peixe”. É conhecida também como Alpha Piscius Austrinis, a estrela mais brilhante da constelação de Peixes. Corresponde ao cargo de Chanceler;

SATURNO: Na mitologia grega – Cronos - É o sexto planeta do sistema solar e possui 15 satélites, dos quais somente 9 eram conhecidos quando os Rituais foram elaborados. Saturno representa a Cadeia de União, seus 3 anéis representam os 3 Graus Simbólicos e seus nove satélites representam os cargos de Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias e Cobridor Interno. Na Loja representa o Cobridor Externo.

RÉGULUS: Significa “pequeno rei”, “regente” em latim e já foi conhecido como “Cor Leonis” (em latim) e “Qaib al-Asad” (em árabe), que significam “Coração de Leão” em virtude da brilhante posição que ocupa na constelação de Leão, sempre mantendo a posição de comando e direção. Como Régulus é o “regente”, corresponde ao cargo de Mestre de Cerimônias.

ARCTURUS: Na mitologia grega, Arcturus é o ateniense Icário, que recebeu o segredo da elaboração do vinho e ofereceu a pastores que, acreditando terem sido envenenados, mataram Icário. Seu cão Maera ficou latindo sobre o corpo morto de seu dono, chamando a atenção de sua filha virgem Erigone, que se enforcou. 

Houve então uma praga que afligiu as mulheres atenienses que só foi aplacada quando os assassinos foram punidos e se instituiu um festival em homenagem a Icário e Erigone. Os deuses então transformaram ambos em estrelas: Erigone virou a constelação de Virgem e Icário a estrela Arcturus, a mais brilhante da constelação do Boiero e a quarta estrela mais brilhante do céu noturno. Corresponde ao cargo do Orador;

VÊNUS: Ou Afrodite, a Deusa da Beleza e do Amor dos gregos antigos. Segundo planeta do sistema solar e o mais próximo da Terra. É conhecido também como Estrela Vésper, Estrela da Manhã, ou Estrela Dalva. Como está próximo da Lua (Primeiro Vigilante), representa o Segundo Diácono.

LUA: O satélite da Terra, por sua localização na Abóboda Celeste, corresponde ao Primeiro Vigilante. Ela sempre esteve representada nas escolas dos antigosmistérios, era a Deusa grega Selene, ou Luna dos romanos. Deusa Isis, mãe de Hórus e esposa de Osíris. Na loja aparece acima do Altar do Segundo Vigilante, e no painel do Aprendiz.

ANTARES: Nome proveniente de Anti-Ares (Anti-Marte) por se assemelhar, rivalizando com seu tamanho, cor avermelhada e brilho, ao planeta Marte. Para os antigos persas (3000 a.C.) era uma das estrelas guardiãs do céu. Corresponde ao Cobridor Interno.

ESTRELA SEM NOME: É o único astro sem estar nominado nos Rituais. É a Estrela Pitagórica ou Pentagrama ou Pentalfa e, por sua posição no Sul, é interpretada como sendo a Estrela Flamígera, que é um símbolo privativo do Grau de Companheiro. Representa, por sua posição, o Segundo Vigilante;

Temos então a seguinte correspondência: Venerável Mestre (Sol), 1º Vigilante (Lua), 2º Vigilante (Estrela Flamígera); Orador (Arcturus), Secretário (Spica), Tesoureiro (Aldebaran), Chanceler (Formalhaut), Mestre de Cerimônias (Régulus), Cobridor Interno (Antares), 1º Diácono (Mercúrio), 2º Diácono (Vênus), Ex Venerável (Júpiter), Mestres (Plêiades), Companheiros (Híades), Aprendizes (Órion), Cadeia de União (Saturno), Ursa Maior (Lenda do Grau de Mestre)

Podemos notar, que falta em nosso céu, além de Urano (Céu), Netuno(Poseidon)  e Plutão(Hades), já que estes planetas, não são vistos a olho nu,  da Terra (o próprio Templo) e Marte. Os três primeiros por não serem vistos a olho nu, portanto, fora da simbologia de nossa Ordem. A Terra por representar o nosso Templo. 

Mas e Marte, que está tão próximo da Terra, não esta representado em nosso Templo?É que na mitologia grega, Marte ou Ares é o deus da guerra e evidentemente não poderia estar na Abóboda Celeste Maçônica, visto que, visamos a paz, a harmonia e a concórdia universal, portanto, ele não pode ser representado. 

Então, pode-se dizer que, simbolicamente, Marte está do lado de fora do Templo, ambiente profano de incompreensões, lutas e tumultos, sendo que ele representa o Cobridor Externo.

Apesar desse nosso céu, representado em nossos Templos, ser o do Hemisfério Norte, pois o no Hemisfério Sul ele é diferente, isso não tira o simbolismo e a magia que devemos ter quando contemplado e visualiza-lo.

Dermivaldo Collinett – Mestre Maçom

Mestre Maçom da ARLS Rui Barbosa – GLMG – Oriente de São Lourenço/MG
BIBLIOGRAFIA

Do livro Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz

A Maçonaria e sua Herança Hebraica O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica José Castellani – Editora A Trolha Alex Horne – Editora Pensamento

Maçonaria e Astrologia A Herança Espiritual do Egito Antigo José Castellani – Editora Madras Christian Larré – Ed. Biblioteca Rosacruz

Origens do Misticismo na Maçonaria Ministério do Homem-Espírito José Castellani – Traço Editora Louis Claude Saint Martin - Ed. Biblioteca Rosacruz

O Esoterismo na Ritualística Maçônica Eduardo Carvalho Monteiro – Editora Madras

A Corrente da Fraternidade Rizzardo Da Camino – Ícone Editora



TRATAMENTO POR IRMÃO



Os Membros da Maçonaria, unidos pelo Amor Fraternal, qualquer que seja o seu grau, tratam-se por “Irmão”.

A origem do cordial tratamento de “Irmão” indica que esse tratamento foi adotado e nunca mais olvidado pelos maçons, desde os tempos de Abraão, o velho patriarca bíblico.

Reza a história que Abraão estava com a sua mulher Sara no Egito, a ensinar os sete ciências liberais (a gramática, a lógica e dialética, a matemática, a geometria a astronomia e a música) e entre os seus discípulos encontrava-se Euclides.

Euclides, personagem inteligente, naturalmente tornou-se mestre e estabeleceu as seguintes regras de conduta para os discípulos: os Membros devem ser fiéis ao rei e ao país de origem; amarem-se uns aos outros; serem leais e dedicados mutuamente; sugeriu ainda que os seus alunos adotassem o nome de Irmãos ou Companheiros.

Aprovando esse costume da escola de Euclides, a Maçonaria resolveu sugeri-lo aos seus iniciados, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Ordem.

O Poema Regius, que data do ano de 1390, aconselha os operários a tratarem-se por “Irmãos”. Por isso o tratamento de Irmão dado por um maçom a outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família.

Os maçons são Irmãos por terem recebido a mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade.

Além da amizade fraternal que deve uni-los, os maçons consideram-se Irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, representada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de Hórus.

Assim os maçons são, também, simbolicamente, Irmãos de Hórus e autodenominam-se Filhos da Viúva.

Durante a Iniciação quando o recipiendário recebe a Luz, os Irmãos, mais antigos, juram protegê-lo sempre que for necessário. A partir daquele momento, todos o tratam e consideram Irmão.

O verdadeiro Irmão é aquele que interroga a sua consciência sobre seus próprios atos. Pergunta a si mesmo se não violou a lei da justiça, do amor e da caridade na sua maior pureza e quando não tiver uma simples palavra que auxilie, não deve abrir a boca, porque se falar deve esforçar-se para que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio.

O verdadeiro Irmão não tem ódio, não tem rancor, nem desejo de vingança. 

Compreendendo, não condena, perdoa e supera as ofensas, pois admite que com a mesma sábia compreensão que deixou de desaprovar, assim poderá ser tratado numa sua hipotética dificuldade.

O verdadeiro Irmão sabe praticar o Bem sem ostentação, mas não sem utilidade.

Um Maçom só quando se encontra revestido da virtude é que pode dizer: “Os Meus Irmãos como tal me reconhecem” – frase mais ouvida e citada dentro e fora das Lojas.

Curioso, no entanto, é que ao sermos reconhecidos como Irmãos, o outro abre o sorriso e os braços, como se fosse um velho conhecido. Esse é um sentimento de irmandade, é muitas vezes, mais forte que entre Irmãos de sangue.

O Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS, escuta as nossas preces e mostra-nos o caminho que a Ele conduz. Continua a proporcionar-nos a dádiva da aproximação de estimados Irmãos que constantemente nos socorrem nas nossas dificuldades.

As Lojas Maçônicas devem ser portos seguros, proporcionar um ambiente de luz, de paz e harmonia, pois é extraordinário reunir no seu seio, católicos, evangélicos, espíritas, maometanos, israelitas, budistas e a todos poder afirmar: ”aqui as vossas disputas não encontrarão eco”.

Meus Amados Irmãos, se porventura e in extremis algum Irmão se esquecer de nós, nunca o devemos abandonar, pois o elo de fraternal que nos une, jamais poderá sucumbir.

“A maior dignidade que existe na Maçonaria é o de ser verdadeiro Irmão”.

Tomás de Aquino


SALÁRIO REGIAMENTE PAGO



Esta expressão, para nós da Maçonaria especulativa, se reveste de alto valor, moral, espiritual e do despertar de Virtudes.

Pois carrega em si, um profundo valor simbólico.

Pois ela reproduz a soma das mãos unidas, da força de um Grupo, da solidariedade universal.

Quando assim falamos, reverberamos a mais nobre e agradável, condição do Maçom, na qualidade de Obreiro da Arte Real!

Ter seu salário regiamente pago é sentir-se bem e recompensado, numa situação, num socorro, numa Instrução, num livramento, etc.

Está sensação, supera todas as Comendas, Prêmios e Distinções, porque vem de dentro para fora, renasce em nossos corações e nos fortalece para os embates do porvir.

Reconhecer um bem, sem demonstração pessoal, mas sempre crendo, que fazemos parte de um Coletivo.

Por vezes, certamente muitos já viram e ouviram, se reportar de forma errada, ao significado deste nobre sentimento, pois a vaidade, infelizmente, cega às almas desprovidas do Amor Ágape!

Certamente não desejamos descansar!

Para isto e por isto, os trabalhos têm que ser empreendidos, com grande Força e Vigor.

Sejamos, pois Vigilantes em nossas atitudes, fazendo que das mesmas nasçam a cada dia, frutos de virtude, respeito mútuo e solidariedade.

Que nosso Amor Fraternal, seja maior que nossas convicções, que nosso Amparo, seja maior que nossa pequenez e vaidade e que nossa verdade, seja sempre aquela firmada na Pedra da Sabedoria e do Amor.

Fraternalmente.
Jaylton Reis
A Bigorna de Tubalcaim


A MAÇONARIA INABALÁVEL



A Ordem dos Maçons Livres e Aceitos foi uma sociedade secreta, hoje discreta, aberta a homens de todas as religiões.

A organização surgiu na Idade Média, época de grandes construções em pedra como castelos e catedrais, a partir de uma espécie de embrião dos sindicatos: as chamadas corporações de ofício. Nelas se reuniam os trabalhadores medievais como alfaiates, sapateiros e ferreiros, que guardavam suas técnicas a sete chaves. “Os pedreiros, em especial, viajavam muito a trabalho. Por isso tinham certa liberdade, ao contrário dos servos, que deviam satisfação ao senhor feudal caso quisessem deixar suas terras.

Após o final da Idade Média, a maçonaria passou a admitir outros membros, além de pedreiros.

Transformou-se, assim, em uma fraternidade dedicada à liberdade de pensamento e expressão, religiosa ou política, e contra qualquer tipo de absolutismo.

A organização teve forte influência nos bastidores da Revolução Francesa na independência dos Estados Unidos e na Independência de vários países da America do Sul. Aqui no Brasil participou decisivamente da abolição da escravatura, da Independência e da proclamação da República.

Então podemos dizer que a luta da maçonaria sempre foi grande, sem falar nas perseguições e nos preconceitos.

Quando suas reuniões foram proibidas e os maçons perseguidos, passaram a usar chapéus com abas, andavam pelas sombras e ruelas menos usuais, reduziram as velas, batiam os malhetes de maneira mais suaves e rituais lidos e guardados a sete chaves.

Eh!,  e no período da segunda guerra mundial, quando muitos achavam, até que seria o fim da maçonaria, lá estavam os obreiros da arte real em pleno campo de concentração nazista. E quando, reconheceram-se como irmãos, abriram lojas e se reuniram em meios a mesas, assentos simples e adaptados. Mas, jamais deixaram de realizar suas reuniões para pedir a presença do GADU e formar ali a nossa egrégora sob o esquadro e compasso.

Agora meus irmãos, depois de passados todos esses momentos difíceis, estamos diante de uma pandemia que esvaziou por completo nossos templos. 

Não temos sessões, iniciações foram adiadas, estamos sem nossos ágapes, sem nossos risos e abraços calorosos de irmão. Porém nada poderá nos separar em amizades e corações, muito menos nos impedir de continuarmos pelo objetivo de nossa ordem.

Temos que continuarmos a vencer nossas paixões, submetermos nossas vontades para continuarmos a fazer novos progressos na maçonaria.

Temos que manter o contato com nossos irmãos sejam por ligações, mensagens, salas de conversas e nas orações ao GADU, pedindo proteção para a humanidade e especial para nós, para nossos familiares, Irmãos, cunhados e sobrinhos.

Só assim nossas forças vão persistir e a nossa união se tornará cada vez mais INABALÁVEL !!!!!!!!!!



Referências Bibliográficas:
Ritual de Aprendiz
A Simbólica Maçônica


TRABALHO REALIZADO POR:
Carlos Alberto de Souza Santos (M.I.)
CIM 209514
ARLS Harmonia e Concórdia n° 4418 (GOB/RJ)


VIVÊNCIA DO AMOR FRATERNO – O CALOR HUMANO QUE UNE OS MAÇONS



A Maçonaria recebe novos membros por intermédio da iniciação, o que a diferencia de outras associações de pessoas.
Naquele psicodrama, é exigido do recipiendário o juramento de que tudo fará para defender o seu irmão na ocorrência de infortúnios. É algo bem diferente do irmão de sangue, adquirido de forma compulsiva. O irmão Maçom é resultado de escolha consciente e racional, donde as amizades desenvolvidas na convivência serem unidas com o cimento do amor fraterno.
Um sábio, quando inquirido sobre a sua interpretação do significado de fraternidade, usou da seguinte parábola:
Encontrava-me nas proximidades de uma colina coberta de neve e observava dois garotos que se divertiam com um pequeno trenó.

Quando os dois meninos chegavam ao fundo da encosta, depois de terem escorregado, o rapaz mais velho colocava o mais novo às costas e subia pelo declive puxando o trenó por uma corda.

O garoto mais velho chegava ao topo ofegante, debaixo da carga elevada para o seu tamanho.

E isto se repetiu várias vezes, até que resolvi inquirir:

— Mas não é uma carga muito pesada, esta que levas morro acima?
O garoto mais velho respondeu sorrindo:

— De forma alguma! Esta carga é leve! Pois ele é meu irmão!


Para o sábio, esta foi à definição exata de Fraternidade.
Para ele, o amor fraterno exige espírito elevado, consta até de sacrifícios, mas não o considera como tal, e sim algo natural, a carga é transportada com alegria e sem reclamação.
Este sábio foi o presidente norte-americano Abraham Lincoln.
Na escolha do candidato a ser iniciado na Maçonaria, procura-se entender o perfil emocional do proposto na sua capacidade para desenvolver Vivência no Amor Fraterno.
Na investigação antes da iniciação os inquiridores devem certificar-se se o candidato:
§        Vive em harmonia no lar.
§      Tem boa reputação na sociedade.
§       Relaciona-se bem com colegas de trabalho.
§       É capaz de se adaptar ao meio social.
§      Tem bom convívio social.

Significa que todo aquele que for considerado apto, aprovado e iniciado, tem o amor fraterno como característica de caráter e personalidade. Já vem com a capacidade de superar eventuais dificuldades de relacionamento interpessoal. E para melhorar, esta qualidade distintiva fundamental é depois sacramentada por solene juramento!
A consequência é o aquecimento do amor fraterno entre os irmãos da loja.
Na iniciação o recipiendário recebe um avental branco, considerado o seu ornamento máximo, representa o trabalho, e é-lhe dito que deve mantê-lo imaculado, limpo.
Não se trata de sujidade literal, já que esta pode até ocorrer para o diligente e ativo obreiro. Mancha que sai com água, basta lavar e está limpa. O paramento do zeloso Maçom deve ficar isento de qualquer nódoa moral ou comportamental – essa é difícil limpar porque exige mudança do Maçom e o uso da “água” do amor fraterno para lavá-la.
Nenhum iniciado deveria usar o seu avental e entrar numa Loja, se lá estivesse irmão que odiasse. Isso suja o avental de forma indelével além de afetar as energias cósmicas que envolvem a todos durante a sessão. Deve-se considerar a dificuldade de resolver um problema de relacionamento interpessoal como se fosse o escalar de uma encosta íngreme e coberta de neve, com aquele irmão às costas.
Não é fácil!
Mesmo ofegante, e debaixo de carga tão grande, deve-se fazê-lo sorrindo. A razão deve suplantar a emoção, considerando que isto já faz parte do iniciado. Se inquirido sobre o peso da carga, este irmão deve exclamar:

– De forma alguma! Esta carga é leve! Pois ele é meu irmão!


Egoísmo e indiferença são sintomas de falta de amor. O contrário de amor não é o ódio, é a indiferença!
Quando existem situações de disputa ou mágoa, é importante que os envolvidos resolvam as querelas fora das paredes do templo, e só então coloquem os seus aventais e entrem.
Ao superarem as suas diferenças, a bênção do Grande Arquiteto do Universo, a divindade dentro do iniciado, proporcionar-lhes-á o aglutinante místico do amor fraterno que cimentará de forma brilhante as duas pedras que ambos representam na grande edificação da humanidade.
Isto é vivência real do amor fraterno, o aglutinante místico que mantém unidos os irmãos numa Loja. Num agrupamento assim constituído é certa a presença do Grande Arquiteto do Universo.
Poderá haver bem maior que um amor fraternal bem vivido?
O Grande Arquiteto do Universo certamente só se manifesta onde existem pessoas que se tratam como irmãos espirituais e onde cada um nutre profundo amor fraterno pelo outro.
Todo o irmão que passar por uma situação onde eventualmente ocorre disputa ou ofensa, deve colocar aquele que considera ser o seu ofensor às costas e carregá-lo ao alto do seu coração.
E, se inquirido acerca do peso, deve exclamar:

– De forma alguma! Esta carga é leve! Pois ele é meu irmão.


Adaptado de Autor Desconhecido



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