NEM TODO AQUELE QUE DIZ SER MAÇOM O É


Desde o surgimento da maçonaria – a primitiva, no Antigo Egito – a busca sincera pela Verdade sempre foi um dever do maçom.

É impossível ser maçom sem ser um sincero buscador da Verdade e esta busca vai naturalmente de encontro ao Ego de cada um.

O maçom deve buscar melhorar a si e para isto é necessário que se reconheça como um ser imperfeito, que ignora e que precisa ser lapidado; transformando vícios em virtudes, ignorância em sabedoria e erros em acertos: mudança.

Uma pessoa que vê toda manifestação contrária a si como “preconceito”, “racismo” e “fobia” não pode ser maçom, pois tal vitimismo acompanha aqueles que não buscam a Verdade e não aceitam a lapidação.

O buscador da Verdade deve ser aberto para a Verdade mesmo que ela vá de encontro ao que ele é e o faça precisar mudar. Buscar a Verdade implica necessariamente em defender a liberdade de expressão, pois quando o erro é ditado como verdade e existe o impedimento de questionar isto as trevas predominam.

Defender a liberdade de expressão tem suas particularidades. É fácil defender a opinião favorável a si, o problema está em defender aquilo que é contrário a si e vai de encontro ao seu próprio Ego.

Não existe “meia liberdade” ou “parte de liberdade”. Há a liberdade total ou não há liberdade. O principal erro dos alienados pela esquerda que buscam “liberdades” é que procuram a sua própria indo de encontro a dos outros.

Muitos querem ser “livres” para fazer muita coisa, mas não permitem a liberdade dos outros expressarem que são contra tais “liberdades”. Dos profanos não se pode exigir muito, mas dos maçons deve-se esperar algo a mais. A consciência plena de que a liberdade de expressão deve ser defendida a todo custo é algo a se esperar de todo verdadeiro maçom, pois jamais haverá um mundo melhor sem liberdade de expressão plena.

A absorção da liberdade de expressão não está apenas nas opiniões onde há a concordância, mas naquelas onde há discórdia e principalmente nas que vão de encontro ao próprio Ego. Aceitar a liberdade de expressão não é apenas aceitar os gostos de uma pessoa, mas aceitar também os seus desgostos, principalmente quando estes desgostos dizem respeito a si.

O maçom não pode ser refém do politicamente correto, não pode apegar-se ao seu Ego e deve sempre compreender e aceitar que as pessoas têm o direito de pensar e sentir o que quiserem e como quiserem independentemente de sua opinião.

Muitos falam da maçonaria, mas ao falar tratam tudo como se fosse uma coisa só, como se todos os maçons do mundo fossem maçons da mesma forma. Entretanto, nem todo aquele que diz ser maçom o é.
  
Muitos dos “ex-maçons” que se “converteram a Cristo” e saem falando da maçonaria por aí, muitos que vivem tirando fotografias com paramentos dentro de templos e espalhando por todos os cantos, muitos que anunciam a Deus e ao mundo que são maçons e muitos que se mostram envolvidos com a maçonaria jamais foram maçons de Verdade e é preciso esclarecer devidamente o que é ser maçom para não cair no erro de chamar de maçonaria qualquer coisa que se pareça com maçonaria.

Pessoa alguma quer ser contrariada, criticada ou repreendida, mas o sincero buscador da Verdade deve estar preparado para ser contrariado, criticado ou repreendido e aquele que quiser ser maçom deve estar preparado para saber que pode estar vivendo no grande erro de achar-se maçom sem verdadeiramente sê-lo.

Por mais que o politicamente correto impeça tal distinção entre os maçons é preciso esclarecer a Verdade. Um ator não é o seu personagem e uma pessoa fantasiada não é a sua fantasia. Homem algum é maçom meramente por teatralizar a maçonaria.

Todo grupo que trabalha a espiritualidade no plano material possui o seu equivalente no plano espiritual e em verdade a espiritualidade manifestada no plano material é apenas o reflexo daquilo que já teve sua gênese no plano espiritual. Com a maçonaria não é diferente.

A maçonaria também possui a sua egrégora na espiritualidade e aí começa tudo a ficar muito simples no que diz respeito à identificação de quem é verdadeiramente maçom. Todo homem que faz parte de uma “maçonaria” qualquer que não esteja inserida na egrégora da maçonaria na espiritualidade não é maçom, simplesmente porque não faz parte da egrégora espiritual da maçonaria. Literalmente, é dizer fazer parte de algo que não faz parte.

Na vida terrena coisa alguma vale à pena se não tiver a sua parte correspondente na espiritualidade, eis que assim se vislumbra a Verdade. Para viver a Verdade é preciso buscar as coisas de cima – espírito – para baixo – matéria – e em relação ao que – em tese – está relacionado à espiritualidade fazer parte de algo destituído de uma egrégora espiritual é pura perda de tempo, pois ali não haverá vida.

O poder de um grupo voltado à espiritualidade não está nas coisas da matéria, mas nas coisas do espírito, em sua egrégora espiritual.

Imagine-se que um grupo de espíritos elevados resolva fazer um trabalho espiritual na Terra com um grupo determinado de encarnados afins. Para tanto, este grupo de espíritos interage com os encarnados através de reuniões com canalizações onde são passados os ensinamentos, feitos os trabalhos e buscado o desenvolvimento espiritual de uma forma geral.

Começa a haver a comunhão e a cumplicidade entre os espíritos e os encarnados e a se formar uma egrégora. Os participantes resolvem então dar um nome qualquer a este grupo, como “Os Rudys”. O grupo, estabelecido e com reuniões frequentes, continua seus estudos e trabalhos e em certo momento um dos encarnados por um motivo qualquer resolve sair do grupo.

Este membro que saiu resolve então formar outro grupo idêntico. Ele chama pessoas por ele conhecidas e eles passam a fazer a mesma coisa que era feita no outro grupo. O novo grupo usa as mesmas roupas, se reúne no mesmo dia e horário, faz tudo absolutamente da mesma forma que era feita no outro grupo e eles resolvem a dar a si mesmos o mesmo nome do outro grupo: “Os Rudys”. Ocorre que os espíritos que fundaram o primeiro grupo ficaram no primeiro grupo e neste novo grupo não há a atuação destes espíritos.

As pessoas que então fazem parte deste novo grupo não podem em verdade dizer que são “Os Rudys”, pois não estão sob os auspícios da egrégora do grupo espiritual que fundou o primeiro grupo no plano terreno.

Tais pessoas podem fazer no plano material absolutamente tudo que o primeiro grupo faz, mas na parte espiritual não fazem parte da egrégora e em relação à espiritualidade o que importa é a egrégora. Com a maçonaria ocorre exatamente a mesma coisa.

Milhões de pessoas se dizem maçons, mas não fazem parte da egrégora espiritual da maçonaria e assim, de fato, estão apenas brincando de maçonaria. Constroem templos, usam paramentos, repetem sinais, toques e palavras, tiram fotografias relacionadas à maçonaria, gritam a Deus e ao mundo que são maçons, mas de fato não o são, pois não fazem parte da egrégora da maçonaria.

Tais pessoas são dignas de compaixão, pois estão vivendo no erro ou sabendo estar vivendo no erro escolhem viver assim. O maior cego é aquele que só enxerga o que os olhos podem ver. Para aqueles que não conseguem enxergar a egrégora espiritual da maçonaria não há diferença entre ser maçom na egrégora e “ser” maçom fora da egrégora e por isso tantos que se dizem maçons não se preocupam com isto.

A maçonaria sempre teve a mesma egrégora. Na Terra, desde a maçonaria primitiva, passando pela maçonaria operativa, até a maçonaria especulativa (atual) a egrégora espiritual maçônica é a mesma e atualmente esta egrégora se manifesta através da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).

Toda egrégora espiritual que realiza um trabalho da espiritualidade no plano terreno possui um grupo terreno que é a manifestação no plano terreno desta egrégora e deste trabalho realizado. Tal grupo é então o legítimo detentor espiritual da tradição deste trabalho e, amparado por esta egrégora espiritual, fica assim também incumbido de perpetuar tal trabalho no plano terreno. Isto pode ser observado na Igreja Católica Apostólica Romana, que é a legítima perpetuadora do trabalho de Jesus Cristo na Terra.

Em relação à maçonaria a instituição terrena que é a manifestação da egrégora espiritual maçônica no plano terreno é a GLUI e desta forma um homem só pode ser verdadeiramente reconhecido como maçom se fizer parte de uma loja reconhecida pela GLUI, pois a GLUI é a própria egrégora espiritual maçônica agindo no plano terreno. É imensuravelmente melhor não ser maçom do que ser um maçom de uma loja não reconhecida pela GLUI.

A maçonaria é um trabalho da espiritualidade na Terra e em tudo que há a espiritualidade é necessário ter fé. A fé acompanha a boa-fé e não há fé sem boa-fé. Toda rejeição à forma da GLUI reconhecer as lojas vem do que é profano e resulta sempre em justificativas profanas, pois o maçom desperto à realidade espiritual da maçonaria compreende o que é a GLUI.

Como o torcedor de um time de futebol que ao ver o seu time perder o título diz que “foi tudo armação” existem pessoas que rejeitam o reconhecimento da GLUI dizendo que “é tudo questão de dinheiro”, como se uma ordem como a maçonaria viesse a se guiar por algo tão tacanho assim.

Não haveria sentido em ser maçom acreditando que a GLUI utiliza como critério para reconhecimento de uma loja a questão financeira, seria como estar casado com uma mulher em que não se confia; não valeria à pena.

De mesma forma há pessoas que dizem que a GLUI utiliza critérios políticos e tantas outras questões de percepção meramente profana para reconhecer as lojas; justificativas às quais todo maçom deve transcender.

O maçom deve ter uma percepção maior das coisas e é impossível entender a GLUI com os olhos profanos. A verdadeira maçonaria não é um mero clubinho com picuinhas.

O que faz da GLUI a legítima representante da maçonaria na Terra remonta à maçonaria primitiva. Os espíritos que vieram à Terra para fundar o Antigo Egito fundaram também a maçonaria e a egrégora destes espíritos continua viva e atuante na maçonaria manifestando-se através da GLUI. Assim como dos faraós do Antigo Egito – os primeiros Veneráveis Mestres –, passando-se pelos imperadores do Império Romano, chega-se aos reis da monarquia inglesa, da maçonaria primitiva passa-se pela operativa e chega-se à especulativa. A egrégora espiritual é a mesma.

Antigo Egito e maçonaria estão ligados muito mais do que as pessoas imaginam. É na maçonaria – a legítima, reconhecida pela GLUI – que estão os grandes espíritos que vieram à Terra para fundar o Antigo Egito, continuaram encarnando na Terra e agora estão encarnados como homens e é lá que tais espíritos encontrarão o melhor lugar do mundo para estar, pois a egrégora dos construtores do Antigo Egito continua viva na maçonaria.

O mesmo conhecimento que resultava em atenção dos faraós em relação à sua descendência também é aplicado em relação à identificação da maçonaria especulativa verdadeira. Só é maçom quem está na egrégora dos construtores do Antigo Egito.

Além da legitimidade espiritual que acompanha a GLUI – e que fala por si -, é possível também perceber, inclusive levando apenas em consideração os aspectos visíveis e objetivos da maçonaria que não necessitam de uma percepção além do maçom, que tudo aquilo que a GLUI faz, ao reconhecer uma loja, é apenas a guarda da tradição maçônica como ela é e deve ser.

A maçonaria não é uma associação profana que vai se adaptando conforme o mundo profano, a maçonaria veio para mudar o mundo e por isso suas leis não podem ser mudadas. A maçonaria não deve se adaptar ao homem, mas o homem deve se adaptar à maçonaria e começa aí o trabalho de lapidação.

Há uma infinidade de “maçons” pelo mundo que sem pudor algum violam a tradição maçônica, principalmente as suas antigas leis, e que desdenham do reconhecimento da GLUI evocando desculpas covardes, fáceis, rasas e baratas e são justamente estes os que mais adoram ser reconhecidos como maçons por todo mundo.

Toda pessoa que desejar falar sobre a maçonaria deverá sempre observar a questão do reconhecimento pela GLUI, pois é pela egrégora espiritual da maçonaria, que atua na Terra através da GLUI, que se reconhece um verdadeiro maçom.

Desde o surgimento da maçonaria – a primitiva, no Antigo Egito – a busca sincera pela Verdade sempre foi um dever do maçom.

É impossível ser maçom sem ser um sincero buscador da Verdade e esta busca vai naturalmente de encontro ao Ego de cada um.

O maçom deve buscar melhorar a si e para isto é necessário que se reconheça como um ser imperfeito, que ignora e que precisa ser lapidado; transformando vícios em virtudes, ignorância em sabedoria e erros em acertos: mudança.

Uma pessoa que vê toda manifestação contrária a si como “preconceito”, “racismo” e “fobia” não pode ser maçom, pois tal vitimismo acompanha aqueles que não buscam a Verdade e não aceitam a lapidação.

O buscador da Verdade deve ser aberto para a Verdade mesmo que ela vá de encontro ao que ele é e o faça precisar mudar. Buscar a Verdade implica necessariamente em defender a liberdade de expressão, pois quando o erro é ditado como verdade e existe o impedimento de questionar isto as trevas predominam.

Defender a liberdade de expressão tem suas particularidades. É fácil defender a opinião favorável a si, o problema está em defender aquilo que é contrário a si e vai de encontro ao seu próprio Ego.

Não existe “meia liberdade” ou “parte de liberdade”. Há a liberdade total ou não há liberdade. O principal erro dos alienados pela esquerda que buscam “liberdades” é que procuram a sua própria indo de encontro a dos outros.

Muitos querem ser “livres” para fazer muita coisa, mas não permitem a liberdade dos outros expressarem que são contra tais “liberdades”. Dos profanos não se pode exigir muito, mas dos maçons deve-se esperar algo a mais. A consciência plena de que a liberdade de expressão deve ser defendida a todo custo é algo a se esperar de todo verdadeiro maçom, pois jamais haverá um mundo melhor sem liberdade de expressão plena.

A absorção da liberdade de expressão não está apenas nas opiniões onde há a concordância, mas naquelas onde há discórdia e principalmente nas que vão de encontro ao próprio Ego. Aceitar a liberdade de expressão não é apenas aceitar os gostos de uma pessoa, mas aceitar também os seus desgostos, principalmente quando estes desgostos dizem respeito a si.

O maçom não pode ser refém do politicamente correto, não pode apegar-se ao seu Ego e deve sempre compreender e aceitar que as pessoas têm o direito de pensar e sentir o que quiserem e como quiserem independentemente de sua opinião.

Muitos falam da maçonaria, mas ao falar tratam tudo como se fosse uma coisa só, como se todos os maçons do mundo fossem maçons da mesma forma. Entretanto, nem todo aquele que diz ser maçom o é.


Muitos dos “ex-maçons” que se “converteram a Cristo” e saem falando da maçonaria por aí, muitos que vivem tirando fotografias com paramentos dentro de templos e espalhando por todos os cantos, muitos que anunciam a Deus e ao mundo que são maçons e muitos que se mostram envolvidos com a maçonaria jamais foram maçons de Verdade e é preciso esclarecer devidamente o que é ser maçom para não cair no erro de chamar de maçonaria qualquer coisa que se pareça com maçonaria.

Pessoa alguma quer ser contrariada, criticada ou repreendida, mas o sincero buscador da Verdade deve estar preparado para ser contrariado, criticado ou repreendido e aquele que quiser ser maçom deve estar preparado para saber que pode estar vivendo no grande erro de achar-se maçom sem verdadeiramente sê-lo.

Por mais que o politicamente correto impeça tal distinção entre os maçons é preciso esclarecer a Verdade. Um ator não é o seu personagem e uma pessoa fantasiada não é a sua fantasia. Homem algum é maçom meramente por teatralizar a maçonaria.

Todo grupo que trabalha a espiritualidade no plano material possui o seu equivalente no plano espiritual e em verdade a espiritualidade manifestada no plano material é apenas o reflexo daquilo que já teve sua gênese no plano espiritual. Com a maçonaria não é diferente.

A maçonaria também possui a sua egrégora na espiritualidade e aí começa tudo a ficar muito simples no que diz respeito à identificação de quem é verdadeiramente maçom. Todo homem que faz parte de uma “maçonaria” qualquer que não esteja inserida na egrégora da maçonaria na espiritualidade não é maçom, simplesmente porque não faz parte da egrégora espiritual da maçonaria. Literalmente, é dizer fazer parte de algo que não faz parte.

Na vida terrena coisa alguma vale à pena se não tiver a sua parte correspondente na espiritualidade, eis que assim se vislumbra a Verdade. Para viver a Verdade é preciso buscar as coisas de cima – espírito – para baixo – matéria – e em relação ao que – em tese – está relacionado à espiritualidade fazer parte de algo destituído de uma egrégora espiritual é pura perda de tempo, pois ali não haverá vida.

O poder de um grupo voltado à espiritualidade não está nas coisas da matéria, mas nas coisas do espírito, em sua egrégora espiritual.

Imagine-se que um grupo de espíritos elevados resolva fazer um trabalho espiritual na Terra com um grupo determinado de encarnados afins. Para tanto, este grupo de espíritos interage com os encarnados através de reuniões com canalizações onde são passados os ensinamentos, feitos os trabalhos e buscado o desenvolvimento espiritual de uma forma geral.

Começa a haver a comunhão e a cumplicidade entre os espíritos e os encarnados e a se formar uma egrégora. Os participantes resolvem então dar um nome qualquer a este grupo, como “Os Rudys”. O grupo, estabelecido e com reuniões frequentes, continua seus estudos e trabalhos e em certo momento um dos encarnados por um motivo qualquer resolve sair do grupo.

Este membro que saiu resolve então formar outro grupo idêntico. Ele chama pessoas por ele conhecidas e eles passam a fazer a mesma coisa que era feita no outro grupo. O novo grupo usa as mesmas roupas, se reúne no mesmo dia e horário, faz tudo absolutamente da mesma forma que era feita no outro grupo e eles resolvem a dar a si mesmos o mesmo nome do outro grupo: “Os Rudys”. Ocorre que os espíritos que fundaram o primeiro grupo ficaram no primeiro grupo e neste novo grupo não há a atuação destes espíritos.

As pessoas que então fazem parte deste novo grupo não podem em verdade dizer que são “Os Rudys”, pois não estão sob os auspícios da egrégora do grupo espiritual que fundou o primeiro grupo no plano terreno.

Tais pessoas podem fazer no plano material absolutamente tudo que o primeiro grupo faz, mas na parte espiritual não fazem parte da egrégora e em relação à espiritualidade o que importa é a egrégora. Com a maçonaria ocorre exatamente a mesma coisa.

Milhões de pessoas se dizem maçons, mas não fazem parte da egrégora espiritual da maçonaria e assim, de fato, estão apenas brincando de maçonaria. Constroem templos, usam paramentos, repetem sinais, toques e palavras, tiram fotografias relacionadas à maçonaria, gritam a Deus e ao mundo que são maçons, mas de fato não o são, pois não fazem parte da egrégora da maçonaria.

Tais pessoas são dignas de compaixão, pois estão vivendo no erro ou sabendo estar vivendo no erro escolhem viver assim. O maior cego é aquele que só enxerga o que os olhos podem ver. Para aqueles que não conseguem enxergar a egrégora espiritual da maçonaria não há diferença entre ser maçom na egrégora e “ser” maçom fora da egrégora e por isso tantos que se dizem maçons não se preocupam com isto.

A maçonaria sempre teve a mesma egrégora. Na Terra, desde a maçonaria primitiva, passando pela maçonaria operativa, até a maçonaria especulativa (atual) a egrégora espiritual maçônica é a mesma e atualmente esta egrégora se manifesta através da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).

Toda egrégora espiritual que realiza um trabalho da espiritualidade no plano terreno possui um grupo terreno que é a manifestação no plano terreno desta egrégora e deste trabalho realizado. Tal grupo é então o legítimo detentor espiritual da tradição deste trabalho e, amparado por esta egrégora espiritual, fica assim também incumbido de perpetuar tal trabalho no plano terreno. Isto pode ser observado na Igreja Católica Apostólica Romana, que é a legítima perpetuadora do trabalho de Jesus Cristo na Terra.

Em relação à maçonaria a instituição terrena que é a manifestação da egrégora espiritual maçônica no plano terreno é a GLUI e desta forma um homem só pode ser verdadeiramente reconhecido como maçom se fizer parte de uma loja reconhecida pela GLUI, pois a GLUI é a própria egrégora espiritual maçônica agindo no plano terreno. É imensuravelmente melhor não ser maçom do que ser um maçom de uma loja não reconhecida pela GLUI.

A maçonaria é um trabalho da espiritualidade na Terra e em tudo que há a espiritualidade é necessário ter fé. A fé acompanha a boa-fé e não há fé sem boa-fé. Toda rejeição à forma da GLUI reconhecer as lojas vem do que é profano e resulta sempre em justificativas profanas, pois o maçom desperto à realidade espiritual da maçonaria compreende o que é a GLUI.

Como o torcedor de um time de futebol que ao ver o seu time perder o título diz que “foi tudo armação” existem pessoas que rejeitam o reconhecimento da GLUI dizendo que “é tudo questão de dinheiro”, como se uma ordem como a maçonaria viesse a se guiar por algo tão tacanho assim.

Não haveria sentido em ser maçom acreditando que a GLUI utiliza como critério para reconhecimento de uma loja a questão financeira, seria como estar casado com uma mulher em que não se confia; não valeria à pena.

De mesma forma há pessoas que dizem que a GLUI utiliza critérios políticos e tantas outras questões de percepção meramente profana para reconhecer as lojas; justificativas às quais todo maçom deve transcender.

O maçom deve ter uma percepção maior das coisas e é impossível entender a GLUI com os olhos profanos. A verdadeira maçonaria não é um mero clubinho com picuinhas.

O que faz da GLUI a legítima representante da maçonaria na Terra remonta à maçonaria primitiva. Os espíritos que vieram à Terra para fundar o Antigo Egito fundaram também a maçonaria e a egrégora destes espíritos continua viva e atuante na maçonaria manifestando-se através da GLUI. Assim como dos faraós do Antigo Egito – os primeiros Veneráveis Mestres –, passando-se pelos imperadores do Império Romano, chega-se aos reis da monarquia inglesa, da maçonaria primitiva passa-se pela operativa e chega-se à especulativa. A egrégora espiritual é a mesma.

Antigo Egito e maçonaria estão ligados muito mais do que as pessoas imaginam. É na maçonaria – a legítima, reconhecida pela GLUI – que estão os grandes espíritos que vieram à Terra para fundar o Antigo Egito, continuaram encarnando na Terra e agora estão encarnados como homens e é lá que tais espíritos encontrarão o melhor lugar do mundo para estar, pois a egrégora dos construtores do Antigo Egito continua viva na maçonaria.

O mesmo conhecimento que resultava em atenção dos faraós em relação à sua descendência também é aplicado em relação à identificação da maçonaria especulativa verdadeira. Só é maçom quem está na egrégora dos construtores do Antigo Egito.

Além da legitimidade espiritual que acompanha a GLUI – e que fala por si -, é possível também perceber, inclusive levando apenas em consideração os aspectos visíveis e objetivos da maçonaria que não necessitam de uma percepção além do maçom, que tudo aquilo que a GLUI faz, ao reconhecer uma loja, é apenas a guarda da tradição maçônica como ela é e deve ser.

A maçonaria não é uma associação profana que vai se adaptando conforme o mundo profano, a maçonaria veio para mudar o mundo e por isso suas leis não podem ser mudadas. A maçonaria não deve se adaptar ao homem, mas o homem deve se adaptar à maçonaria e começa aí o trabalho de lapidação.

Há uma infinidade de “maçons” pelo mundo que sem pudor algum violam a tradição maçônica, principalmente as suas antigas leis, e que desdenham do reconhecimento da GLUI evocando desculpas covardes, fáceis, rasas e baratas e são justamente estes os que mais adoram ser reconhecidos como maçons por todo mundo.

Toda pessoa que desejar falar sobre a maçonaria deverá sempre observar a questão do reconhecimento pela GLUI, pois é pela egrégora espiritual da maçonaria, que atua na Terra através da GLUI, que se reconhece um verdadeiro maçom.

Rudy Rafael

O IRMÃO PEREGRINO


Procurai e encontrareis. Batei e sereis atendido. Pedi e recebereis.” (Luc 11:9, Mat.7:7)
É sabido entre os Maçons que existem direitos e obrigações dentro da Ordem, conforme consignado no Estatuto e Regulamento da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, além do contido no Regimento Interno da Loja a que pertencem como nas demais Lojas irmãs congêneres de outras jurisdições.
Vale sempre ressaltar que todos os Maçons têm o direito de participar dos trabalhos de Lojas regulares, devendo-se observar o rigor disciplinar prescrito para os perfeitos conhecedores da dinâmica aplicada no telhamento, envolvendo, inclusive, os requisitos de apresentação dos documentos de identidade maçônica e civil, mensalidade atualizada e palavra semestral ou de convivência, dependendo da Obediência a que pertença.
Vencida a barreira inicial de reconhecimento cautelar que o ato encerra, tanto da parte de quem recebe, quanto daquele que visita, em especial no que se refere à legalidade da Loja visitada, cabe ao peregrino seguir os conselhos sempre repisados de manter postura sempre altiva, sóbria e discreta, observando o silêncio no que couber e manifestando-se quando cabível e no momento adequado, de acordo a ritualística aplicada à Loja e ao Rito seguido.
Nesse aspecto, além de ser um direito que assiste ao Maçom regular, a visitação é um dos mais antigos costumes maçônicos e está vinculada à teoria de que todas as Lojas são apenas divisões da “Fraternidade Universal”.

Historicamente, o direito em questão está embasado no eterno e imutável 14º Landmark, dentre os 25 colecionados pelo irmão Alberto G. Mackey, que assim se apresenta:

O direito de todo Maçom visitar e tomar assento em quaisquer Lojas é um inquestionável Landmark da Ordem. É o consagrado direito de visitar que sempre foi reconhecido como um direito inerente que todo irmão exerce quando viaja pelo Universo. É a conseqüência de encarar as Lojas como meras divisões, por conveniência, da Família Maçônica Universal.”

A história da Maçonaria já relata essas visitas como um costume dos mais antigos e mais amplamente praticados da Maçonaria Simbólica. No trabalho do Irmão Ken Anderson, Guia do Maçom Viajante – Orientações para um Maçom Viajante -, relata-se que “em tempos operativos, bem antes do surgimento da maçonaria especulativa como a conhecemos hoje, os pedreiros eram trabalhadores itinerantes que se viam forçados a viajar para renovar seu emprego à medida que cada projeto de construção fosse concluído. Este caráter fluido da Maçonaria Operativa levou à formação de sociedades comerciais, conhecidas como Lojas, para proteger a integridade de seu ofício, e para melhorar as práticas morais e sociais dos seus membros”.

É bom que se diga que a visitação não é somente recomendada aos jovens maçons, como se costuma ouvir e sim uma necessidade de todos os obreiros, pois a troca de experiências com outros irmãos, a observação da forma de atuar de cada Loja, a sua estrutura, os ritos e ritualísticas diferenciados, sempre agregam informações e enriquecem nossa caminhada maçônica.
Por vezes, grandes surpresas ocorrem, em especial quando se reconhece uma pessoa amiga que não imaginávamos pertencer à Ordem e as novas amizades que se iniciam, com a reciprocidade decorrente dos convites trocados, proporcionando, além de uma expansão do círculo de relacionamento maçônico, o fortalecimento do processo de capilaridade que deve também ser uma das características das relações entre os seus membros.
Ensinam os irmãos mais experientes que nunca é exagerado relembrar que, ao visitar Lojas de outros ritos, devem-se respeitar as regras sociais e seguir as orientações regulamentares da mesma. “Não importa se na sua Loja o certo é assim ou assado”, asseveram. Os “bons costumes”, que todo Maçom deve observar, ditam que, “na casa dos outros, você tem que dançar conforme a música”. Como muito bem ensina o ditado: “Quando em Roma, faça como os romanos”.

Por outro lado, é previsto no 15º Landmark que a um visitante já conhecido de algum irmão do Quadro lhe seja concedida a permissão para entrar conjuntamente com os membros, cabendo ao Mestre de Cerimônias indicar o local de assento. Quando se tratar de Venerável Mestre ou Mestre Instalado, serão estes conduzidos ao Oriente onde têm assento de praxe.

Na Prancha nº 217, intitulada “Como visitante e com o Visitante”, o irmão Sérgio Quirino Guimarães recomenda que, “quando for fazer uma visita, procure saber se nos trabalhos da Oficina é permitido o uso de Balandrau (alguns ritos não reconhecem esta vestimenta). Sendo Aprendiz ou Companheiro, antes da sessão pergunte para algum Irmão se a Pal.’. a Bem da Ord.’. é franqueada a manifestação de todos ou somente para M. M.”.

Ainda sobre a visitação, cabe destacar que muitas Lojas têm como projeto de incentivo a concessão da “Medalha Irmão Peregrino” àqueles obreiros que visitam o maior número de Lojas no ano. Tal medida se reveste de significativa importância, pois estabelece uma sadia competição entre os irmãos, notadamente entre aqueles que ainda desbastam a pedra bruta, acelerando o processo de aprendizagem da ritualística, além de despertar o interesse pelo aperfeiçoamento da caminhada, pelos novos desafios representados pelas conquistas dos Graus Filosóficos e outros Ritos.

Como sabemos tal prática não é dominante, pois a tendência ao acomodamento ao se atingir o Grau três é sobejamente decantado. Mesmo naquelas Lojas que incentivam a peregrinação, como fator de desenvolvimento, ainda encontramos à sombra das colunas dos Templos obreiros que não defendem tal prática, chegando, à vezes, a questionar a validade deste ou daquele comprovante de visitação incluído na Bolsa de Propostas e Informações, que funciona como o correio da Loja, sob o argumento de somente são válidas apenas as visitas às Lojas Simbólicas, desconhecendo a grandeza dos Graus Filosóficos, defendendo uma separação de corpos além do administrativo competente, corrompendo o conceito de “Família Maçônica Universal” a que se refere o 14º Landmark supracitado.

Até este ponto, nenhuma novidade que altere a ordem dos fatos. Porém, cabe-nos refletir como tem sido nossa relação com os irmãos visitantes, no sentido de construir uma boa impressão e não ter o desgosto de ver a imagem da Loja sendo denegrida por falhas nos procedimentos de acolhimento daquele obreiro que está na plenitude do exercício de seus direitos.
Fazer progressos na Maçonaria e estreitar os laços de fraternidade que nos unem como verdadeiros irmãos é mandamento a ser observado por todos os que são escolhidos e acolhidos pela Ordem. Portanto, a postura recomendada é a de receber bem os visitantes nos trabalhos em Loja e em eventos promovidos pela mesma, tratando-os com cordialidade e consideração, para que se sintam bem e reconhecidamente entre irmãos. Assim procedendo, a boa impressão causada será motivo de visitas futuras e recomendação a outros irmãos.
Internamente em nossas Lojas, é forçoso reconhecer que alguns cuidados devem se constituir em hábito, como o de cumprimentar a todos quando se chega e não apenas reservar atenção para uns poucos selecionados. Isso é sempre captado pelos irmãos mais atentos e, às vezes, motivo de comentários negativos.
Quando se chama a atenção de algum mais distraído, soa familiar o argumento da correria do dia-a-dia, da falta de tempo e outros na mesma linha de argumentação. Costuma-se o comportamento repetir-se no encerramento dos trabalhos, e muitos saem apressadamente sem se despedir.
Podemos concluir que os trabalhos não atingiram o objetivo de restabelecer o equilíbrio e a harmonia que sempre se espera. Como a compreensão e a tolerância são virtudes que cultuamos, não ficam arestas e a vida continua, na esperança de dias melhores.
De outra forma, quando chegamos à Oficina e olhamos os irmãos nos olhos, trocando uma palavra amiga e um fraterno abraço, a comunhão é perfeita e os trabalhos se mostram revigorantes, cumprindo a essência do Salmo 133.
Agora, imaginemos essa mesma postura de indiferença em relação a um irmão visitante. Passado o procedimento de reconhecimento, o mesmo é encaminhado a um canto e lá permanece com a indiferença dos demais.
Muitas vezes, na oportunidade em que se poderia valorizar o fato e citar-se o nome do visitante e sua Loja, o Orador cai na armadilha do genérico e sumário agradecimento, ao amparo do argumento do famigerado adiantado da hora. Se o peregrino estiver à procura de uma nova Loja para se filiar, em face de mudança de domicílio, por razões profissionais ou outro motivo, essa visitada, como alternativa, já estará descartada.
Ainda temos a situação de algumas Lojas que promovem uma ágape após as reuniões de trabalho e, alegremente, os irmãos se agrupam conforme as preferências e continuam as discussões interrompidas no encontro anterior.
É objeto de comentários que muitos nem se lembram de dar atenção ou ao menos convidar o visitante para compartilhar daquele momento. Outros até acreditam que o visitante já foi com a intenção de pegar uma “boquinha livre” e se fazem de desentendidos ou simulam outros afazeres. É muito triste essa constatação.

Realmente, falta muita aresta a ser aplainada e muito progresso a ser feito nesse estágio terreno e primitivo da evolução espiritual. Como sempre ouvimos alhures, “é preciso muito amor e persistência para quebrar a ‘casca grossa’ que envolve milhares e milhares de corações”.

Educação e cortesia são valores que trazemos de berço e, por vezes, tornam-se obstáculos a serem enfrentados e grande desafio para a Ordem.

Nunca é demais recorrer ao “Livro da Lei” e refletir sobre a passagem contida em Marcos 6, 10- 11: “Quando entrardes numa casa ficai nela até irdes embora. Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, ao sairdes de lá, sacudi a poeira dos pés em protesto contra eles”.

Em princípio, trata-se de uma ordem interessante que Jesus deu a seus discípulos e que podemos agregar aos nossos valores. Mas, antes é preciso entender a mensagem de amor e de perseverança envolvidos, quando o Mestre mostra para os seus discípulos a necessidade de se desvencilharem da carga emocional negativa que tal situação possa ter causado.

A estratégia em questão é deixar para trás todo sentimento de rancor decorrente da experiência. Isto é, deixar pra trás o que nos impede de vencer nossas paixões e fazer progressos, prosseguindo confiantes e leves por novos caminhos, como livres pensadores, formadores de opinião e construtores sociais, como todo bom Maçom.

Obrigado pela visita e seja sempre bem-vindo, meu irmão!
Transmita aos irmãos de sua Loja nosso fraterno abraço!
Brevemente, retribuiremos a visita!
“Na vida, tudo que é raro é surpreendente. Educação, por exemplo.” (Marcio Kühne)
Autor: Márcio dos Santos Gomes
Márcio é Mestre Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida, da Academia Mineira Maçônica de Letras.

PALAVRA MAÇÔNICA


A “palavra maçônica” é um compromisso de honra efetuado pelo neófito quando tem contacto com os Mistérios da Arte Real. No qual ele se compromete a honrar e dignificar a Maçonaria, bem como em guardar segredo do que vir ou tomar conhecimento em sessão ritualista maçônica.

E como tal, nada mais é importante para o maçom do que respeitar a sua palavra, a sua palavra dada, a sua palavra de honra.

Sendo por isso, que uma das suas obrigações é a de ser um homem de bons costumes. Alguém que é honrado e vive sob bons preceitos morais.

Quando um maçom se compromete com algo, ele o cumpre ou o faz por cumprir, porque é a sua palavra que fica em questão. Se não o fizer, a sua credibilidade perante os seus irmãos e porventura demais profanos, será posta em causa, correndo o sério risco de ficar descredibilizado, e assim não poder viver da forma honrada como assim o deve fazer.

Essa palavra vale mais que “mil assinaturas”, pois jamais poderá ser rasurada ou apagada. Quando ela é assumida, ela torna-se um compromisso para a vida do maçom. Tanto que a sua palavra deverá ser “eterna e imutável”. Logo será sempre um dever a ser cumprido!

Por isso, um maçom quando assume um compromisso ou quando opina sobre determinado tema ou matéria, tem de ter o cuidado e a parcimônia necessária. Pois com a sua opinião também pode ele pôr em causa a Maçonaria na sua generalidade.

Normalmente quando alguém opina publicamente, apenas essa opinião o vincula a ele próprio. Mas em Maçonaria isso é diferente. E diferente porque, quando um maçom opina na via pública, as suas afirmações encontram um eco desproporcionado por vezes em relação ao que afirma. E tudo fruto do que a sua imagem enquanto maçom suscitar. 

A curiosidade sobre o que se passa no interior da Maçonaria é tão grande por parte dos profanos, que isso origina um excesso de “ruído” que majoritariamente causa um impacto negativo na Ordem em si. E é por isso que um maçom deve ser reservado quanto ao que opina como opina e onde exerce a sua opinião. 

Aliás, se existe alguém que falará pela Obediência em si, serão apenas o Grão-Mestre e o Grande Orador, os restantes Irmãos apenas poderão opinar, mas vinculando-se apenas a si próprios nas afirmações proferidas.

Já na vida interna das Obediências Maçônicas, as palavras dos irmãos são muito bem-vindas, isto é, cada um (exceto se em sessão litúrgica, os Aprendizes e Companheiros se abstêm de falar) é livre de opinar sobre o que quiser, respeitando apenas as regras impostas pela Obediência, seja no cumprimento dos Landmarks (no caso de Obediências Regulares) seja no cumprimento do seu Regulamento Geral.

Resumindo, o segredo que existe na palavra de um maçom, encontra-se à vista de todos. É apenas se tomar atenção ao que diz e como o diz.


Rui Bandeira – A Partir Pedra

PALAVRAS DEVEM SER MAIS QUE PALAVRAS


“Levantam-se templos à virtude e cavam-se masmorras ao vício”

A Maçonaria tem certos procedimentos que, muitas vezes, passam despercebidos em seu conteúdo à maioria dos Irmãos, no que concerne à alta significância do que representam. Um exemplo disso é o enunciado acima. 

Respondido durante o episódio do telhamento, as palavras deveriam tocar profundamente quem as pronuncia e quem as ouve, mas elas se perdem no vácuo das sensibilidades, sem que se aperceba da profunda exortação expressada.

Aliás, esse fato é comum na Maçonaria atual.

As palavras são ditas apenas pelo aparelho fonador de quem fala e registradas no aparelho auditivo de quem ouve. São apenas registros físicos que não motiva quem fala ou quem ouve. Para que as palavras surtam o efeito esperado e desejado elas necessitam ser sentidas, tocar o sentimento, o íntimo da pessoa, causando motivação, que transforma comportamentos.

Tudo que penetra em nossos sistemas, pelos órgãos dos sentidos comuns, só conseguirá causar transformação se produzir sentimento motivador. Os fatos indiferentes são inócuos. A repetibilidade de um fenômeno indiferente causará habituação e/ou extinção da resposta  provocada inicialmente. Esse preceito é bem conhecido nas ciências biológicas.

A repetição continuada e desmotivada de nossas sessões cria o efeito da habituação ou extinção do sentimento de transformação nos ouvintes das palavras do ritual. Por isso, em nossas sessões maçônicas, o que se diz deveria ser recebido com motivação interior. 

Para isso acontecer, o maçom necessita estar interessado no desenrolar dos diálogos dos trabalhos e não apenas marcar presença para não se tornar irregular em Loja. Cada palavra que se diz nessas sessões não são palavras vãs. Elas possuem forças concentradas, em sua expressão, que transformam o ouvinte interessado num verdadeiro maçom, transmutando vícios em virtudes.


A história nos mostra que líderes da humanidade, para o bem ou para o mal, transformavam as multidões em aríetes de seus desejos, pela força de sua eloquência.

As palavras faladas com sentimento atingem a quem ouve com a energia de quem fala.  Daí a grande importância do Venerável dirigir os trabalhos com o sentimento na voz e não apenas com a voz da palavra. Se assim proceder, os seus comandados recebem uma parcela de sua energia interior, tanto maior, quanto maior for sua força moral.

Os trabalhos se tornarão mais agradáveis, por mais que se tornem rotineiros, pois, cada sessão nunca será igual a anterior, porque estará acrescida de maior vigor, pela somatória das energias passadas e presentes. Os maçons, por seu turno, se começarem a ouvir sentindo as palavras, irão meditar no seu significado moral com maior interesse em vivenciá-las, pois que acordará do sono letárgico em que se encontram.

É claro que tudo isso depende da vontade interior de cada um em ser ou em se tornar um bom e legítimo maçom.

Levantam-se templos à virtude” – são belas palavras de exortação. O seu significado não é literal, bem o sabemos. É dever do maçom o cultivo das forças morais, o exercício dos abstratos substantivos tais como paciência, amor, caridade, humildade, perdão, amizade, sinceridade, tolerância, etc., tornando-os concretos adjetivos do maçom. Não podem ser apenas exortações doutrinárias ou religiosas, como alguns imaginam. 

Para o maçom são comandos interiores que operam a transformação de seu comportamento profano. A Ciência tem provado que o exercício dessas virtudes gera energias positivas nas pessoas, que podem modificar seu estado patológico em estado fisiológico ou sadio, enfim curar doenças.

Esse estado energético interior tem a dimensão do tamanho da vontade do indivíduo. 

A expressão também indica ao maçom que deverá realçar as virtudes encontradas nos Irmãos e não evidenciar os seus defeitos ou vícios na maledicência comum. Se o Irmão apresenta um defeito moral o exercício da virtude nos manda ajudá-lo na sua transformação, usando os meios de que dispomos e os que sejam necessários para essa tarefa. 

Levantar templos à virtude também está presente quando nos esforçamos para manter a harmonia do lar, onde exercitamos a tolerância, o perdão, a compreensão e, sobretudo o amor.

Quando trabalhamos para minorar a ignorância e o sofrimento da sociedade também estamos levantando templos à virtude, pois, ela é a extensão do nosso lar.

O objetivo basilar da Maçonaria é promover a evolução moral do maçom, para que ele, moralizado, seja o agente multiplicador dessa moral, na sociedade em que se encontra inserido.

Não só agente verbalizador da moral, mas também, e mais importante, um silencioso vivenciador dela, porque o exemplo vale por mil palavras. O levantar templos à virtude toca profundo o ser-maçom, mas se torna apenas belas palavras no estar-maçom.

Cavam-se masmorras ao vício”- é o corolário do “levantam-se templos à virtude”. Acabar com os vícios significa extinguir o ódio, o rancor, a vingança, a mágoa, a maledicência, a intransigência, a vaidade, o orgulho, o egoísmo, a prepotência, o comodismo, etc., e tantos outros defeitos morais.

Os concretos vícios orgânicos como a glutonaria, a sexolatria, a dependência de drogas, jogos de azar, alcoolismo são também alvos da artilharia maçônica, porque são escravizadores do homem. O princípio basilar da liberdade não é apenas o físico, mas também moral e psíquica.

Vício é tudo que degrada o ser humano, portanto, as masmorras são símbolos que nos diz para enterrarmos nossos defeitos, antes que eles nos enterrem (no amplo sentido do termo). Não é fácil realizar isso, porque o prazer que nossos vícios produzem em nós é uma enorme força a nos prender. Esse prazer é tão real que nos entorpece a consciência e passamos a não senti-lo como vício. Se alguém assim o diz, duvidamos ou buscamos as devidas desculpas ou explicações para manter-los.

Entretanto, tocados pelo sentimento maçônico da transformação moral, desenvolvemos uma energia interior para desalojar esses vícios, grandes ou pequenos, de nosso ser. Essa energia a aurimos principalmente durante as sessões ou trabalhos maçônicos, quando comparecemos a eles com a motivação da autotransformação.

 Essa força de vontade, desenvolvida pela vontade de fazer força, é o instrumento de burilar a pedra bruta, que somos nós próprios.

Quando os maçons se conscientizarem e entenderem o significado moral de cada palavra que se diz em Loja, durante seus trabalhos, e passarem a vivenciá-las no dia a dia, veremos que nos tornamos uma poderosa força de transformação do mundo em todos os sentidos. 

A expressão “Educa-te a ti mesmo que o mundo se educará” não é expressão apenas das escolas propriamente assim configuradas, mas de todos que trabalham para a evolução da humanidade.


Autor: Joaquim Tomé de Souza
Membro da ARLS Luz e Saber, 2380  – Oriente de Goiânia – GO


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