ENTENDENDO A ORDEM





01 - A ORDEM MAÇÔNICA
A Ordem é, hoje, o que seus membros são hoje!
A crise reside em cada um dos membros.
A Ordem não entra em crise, já é ordenada por natureza.

02 - A MAÇONARIA NÃO É...
Democracia - É um sistema hierarquizado, onde todos se comprometem a subir todos os degraus possíveis da perfeição simbólica, espiritual e moral;




Sistema de Fé - É um sistema de atitudes e comportamento. Há que se ter cuidado para não cair em contradições;

Sistema Filosófico - É mais uma escola de filosofar em que todos buscam perfeição, ecletismo e melhoras gerais;

Escola de Psicologia - Permite que o Obreiro conheça a si mesmo e modifique sua conduta inadequada;

Metafísica - Dado que a doutrina e o simbolismo apontam para reflexões sistemáticas e objetivas.

03 - O COMEÇO É DIFÍCIL
Os primeiros passos no caminho da sabedoria são os mais estafantes, porque nossas almas fracas e teimosas detestam o esforço e o desconhecido, sem a garantia completa da recompensa. Á medida que progredimos nossa decisão se fortalece e o aprimoramento pessoal torna-se progressivamente mais fácil. Aos poucos passa a ser até difícil deixar de fazer o que melhor para nós.

O compromisso firme e, ao mesmo tempo paciente, de remover as crenças nocivas de nossas almas confere-nos, pouco a pouco, a habilidade de ver com mais clareza, através de nossos frágeis temores, nossa desorientação nas questões amorosas e nossa falta de autocontrole. Paramos de nos esforçar para impressionar os outros. Um belo dia percebemos com satisfação que não estamos mais representando para platéia alguma.

04 - DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DE CADA IRMÃO.
Ninguém ensina Maçonaria para ninguém.
Isso ocorre em qualquer escola Iniciática, aonde cumpre ao Recipiendário praticar a Ritualística (munido do Ritual), absorver cada palavra e cada símbolo e, vivenciá-lo na sua existência.

À medida que pratica e vivencia o ritual, o homem incorpora-se no símbolo e integra-se ao mito.

O mito rememora os feitos virtuosos e o rito os celebra, repetindo-se periodicamente.
Dizer que não nada há de substancial na repetição do rito é rejeitar uma verdade subterrânea que tem contribuído secularmente para o aperfeiçoamento da humanidade.

O neófito que não encontra nada é porque não encontrou muita coisa em relação ao que buscava com os olhos profanos.

A Maçonaria só pode oferecer ferramentas, utensílios e trabalho.
Como a Ordem não é feita à altura das fantasias, ilusões e quimeras do candidato, não pode oferecer mudança imediata e renovação súbita de sua personalidade. O que está posto é um caminho árduo de auto-percepção.

Pitágoras, ao constatar que não havia nada de assombroso no templo de sua iniciação, ao invés de decepcionar-se, verificou que não havia nada em si mesmo, apenas desejos e ilusões. Ai então começou o seu caminho para a sabedoria. O Irmão que chega neste ponto já é um maçom.


A Maçonaria quer dar ao Obreiro de hoje, tal como fez para aquele de ontem, os utensílios que lhe permitam encontrar sua verdade e sua liberdade individuais.

A iniciação permite o ingresso nesse caminho, mas toca a cada um trilhar. Só com esforço, empenho próprio, paciência, tolerância e vontade é que se passa da iniciação fictícia e teatralizada para a iniciação real, aquela que transforma a promessa em realidade, a esperança em certeza e um caminho de conhecimento ritualístico em caminho de vida.

05 - CUIDADOS A TOMAR
Ausência de trabalhos sobre simbologia, lendas, mitos e ritualística.

Descumprir interstícios e formação típica de graus.


Dar "asilo político" a Irmão. (Há sempre alguém querendo que a Loja interfira a seu favor).

O mundo profano ignora os graus e o nível de conhecimento do irmão. Portanto, maçom é maçom, logo, a postura, comportamento e respeito devem estar sempre presentes.

A missão do obreiro é lapidar a P:. B:..

A Oficina trabalha em um tempo simbólico; é atemporal.

A Oficina trabalha em um espaço sagrado; é não espacial.

Isso tudo implica: ritualística, liturgia, símbolos; a ordem fundamenta-se na experiência iniciática, que requer reflexão e vivência comuns.

06 - LEMA DO MAÇOM:
Liberdade: coloca o homem numa posição do querer e do poder.
Igualdade: infunde no homem a obrigação de respeitar seu semelhante, seja ele quem for.

Fraternidade: dá ao homem uma maneira certa de cultivar o amor.

07 - DEPOIMENTOS
  1. Voltaire: "A Maçonaria é a entidade mais sublime que conheci. É uma instituição fraternal, em que se ingressa para dar e que procura os meios de fazer o bem, exercitar a beneficência."
  2. Albert Eyler, (Grão Mestre da Pensilvânia): "A maior necessidade do mundo é e homens. Homens que não podem ser comprados nem vendidos. Homens honestos no mais intimo de seus corações. Homens que não temem chamar o pecado por seu nome. Homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo. Homens que fiquem com o direito embora o céu caia. E o objetivo de uma Loja Maçônica é criar homens.
08 - PRIVACIDADE
O pensamento científico não nos permite sonhar, mas o homem sabe se exaltar, sabe se embriagar ao contato dos coloridos suntuosos e com o perfume das flores, com a complexidade da pedra, com essas lufadas de amor que emanam de toda essa natureza com a qual convivemos e cujas profundas leis permanecem desconhecidas para nós.

A Maçonaria comunica esse impulso do coração, ela pede também ao homem que se analise, que se busque interiormente. Ela quer que cada um conserve o seu particularismo, que saiba continuar a ser ele mesmo, sabendo também se integrar entre os outros. Cada um deve poder se realizar por si mesmo, com a ajuda daqueles a quem se associa. Existe então uma troca contínua entre os Irmãos, um impulso de amor. Daí nasce essa enorme corrente de fraternidade, que não escapa à concepção religiosa do humano.

09 - SIGILO
É incontestavelmente, o sigilo, a pedra de toque inestimável que dá com segurança o caráter do Maçom. Não que o sigilo seja sempre necessário pela natureza dos assuntos tratados em Loja, mas porque habitua o Maçom à circunspeção, corrige a leviandade e a tagarelice. Pitágoras exigia dos postulantes longos mutismos, de anos, por vezes.

Era maneira de corrigir o pendor natural das palavras irrefletidas. Pensar com segurança, meditar com paciência, julgar com imparcialidade, agir com firmeza, são preciosas qualidades que todo Maçom se esforçará em adquirir, infatigavelmente.

As recompensas não existem para o Maçom, trabalha por um grato e salutar dever consciente, não pede aplausos, não almeja agradecimentos. Suas ações generosas, esquece-as, não as proclama. 

O ato de beneficência fica entre o que dá e o que recebe. Sabe o Maçom que ficará ignorado. O bem não é vaidade, é o móvel de suas ações. Guardar sigilo é poupar ao indigente o rubor da esmola, é merecer para a Ordem a confiança e as bênçãos das vitimas do infortúnio. Sigilo é também um degrau de honra. (ensinamento de Dario Velozzo)

10 - SIGNIFICADO DE SER MESTRE MAÇOM
Ser Mestre Maçom significa ser Mestre em si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes do Grande Mistério, mesmo que nos denominemos mestre.

Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.

Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.

Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

Ser Mestre é aceitar um conselho, para ser ajudado. É retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações. (ensinamento de Manoel Gomes).

Luis Mario Luchetta (Or:. de Curitiba, Paraná)
Publicado na revista A Trolha, nº 231, Janeiro de 2006.
Bibliografia:
  • BAYARD, Jean Pierre. A Espiritualidade da Maçonaria. São Paulo: Madras.
  • GOMES, Manoel. Manoel do Mestre Maçon. Lunardelli.
  • GUIMARÃES, João Francisco. Maçonaria e Filosofia do conhecimento. São Paulo-Madras.
RODRIGUES, Raimundo. Sutilezas da Arte Real. Londrina-PR. A TROLHA

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