A FRATERNIDADE MAÇÔNICA UNIVERSAL



O mundo todo é uma Fraternidade Universal onde cada nação é uma família e cada indivíduo um filho.
Lembrando o compromisso de estendermos e liberalizarmos os laços fraternais que nos unem “a todos os homens esparsos pela superfície da terra”, a inquebrantável e proverbial união dos maçons é produto da prática desinteressada da fraternidade em nossas colunas e em todos os escalões maçônicos, alcançando o mútuo relacionamento em sua totalidade.
A fraternidade humana é a origem da Ordem, é sua finalidade maior e é o meio de sobrevivência da Organização século após século. O enfraquecimento do espírito fraterno leva diretamente à decadência da Loja ou do órgão maçônico em que se manifeste. O espírito de fraternidade garante a harmonia dos obreiros em torno do seu Venerável; a coesão das lojas em torno do seu Grão-Mestre.
Só a harmonia, a coesão e a união dos maçons podem formar e manter, como têm mantido o bloco indissolúvel de homens valorosos, livres e dotados de alta moralidade, capazes de congregados por um ideal, indicar o caminho a ser trilhado pela sociedade em busca de um mundo melhor.
Inimiga do “sectarismo político, religioso e racial”, a Ordem Maçônica reconhece o amor fraternal como o óleo precioso que lubrifica toda a sua engrenagem, como o cimento que liga o coração dos Iniciados, mas também como a poderosa energia interna que a unifica com a Humanidade.
Fraternidade - é uma associação fraterna usada para demonstrar que todos os homens podem conviver como se fossem Irmãos da mesma carne; designa o parentesco entre Irmãos; a união, a amizade, o afeto de Irmão para Irmão; o amor que deve unir todos os membros da espécie humana; a união ou convivência como a de Irmãos; a boa amizade, a harmonia. A Maçonaria é uma fraternidade, uma associação fraternal, onde existe a união e a convivência como a de Irmãos. Portanto, tratar alguém de Irmão é tratar de igual para igual, é querer para ele o mesmo que desejamos para nós, mas é necessário que essa palavra Irmão saia do fundo de nosso coração e seja real, sincera e fraterna.
Ao estudarmos o conceito de Fraternidade, não deveremos considerá-lo isoladamente. Cremos estar sobreposto aos conceitos de Liberdade e Igualdade. A trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade estão intimamente integradas. Portanto, limitados ao espaço de duas páginas, os conceitos Igualdade e Liberdade serão desenvolvidos posteriormente.
Pois o mais importante objetivo da Maçonaria, a Fraternidade é a condição na qual nos identificamos mutuamente como Irmãos, agindo como se fizéssemos parte de uma mesma grande família. Isto, no entanto, não é suficiente para que possamos compreender o verdadeiro sentido da fraternidade. Ser membro de uma mesma família não nos torna automaticamente mais próximos e amorosos uns dos outros. Assim, o principal dever de um Maçom, em relação aos seus Irmãos em Maçonaria, é a amizade, o afeto, a união, o carinho, ou seja, tudo aquilo que a verdadeira fraternidade exige. O mesmo dever se aplica em relação a toda a humanidade, pois o amor ao próximo é um dos basilares preceitos maçônicos.
Em uma família numerosa, com muitos filhos, esses não constituem uma Fraternidade, mas uma família, pois os pais são incluídos no grupo. Maçonicamente interpretando, a Fraternidade apresenta-se de vários modos: a Fraternidade de uma Loja; a Fraternidade em uma Ordem; a Fraternidade Universal. A Fraternidade Universal abrange os maçons em vida e os que já se encontram no Oriente Eterno, ou seja, os que " partiram ", os que " desencarnaram", os mortos.
A Ordem não se assemelha a qualquer sociedade profana, pois, para pertencer à Maçonaria o candidato deve passar por uma iniciação.
A Fraternidade requer um espírito elevado implicando em obrigações e direitos; a parte ética e de comportamento é muito importante. São admitidas pequenas rusgas, como sucede dentro de uma família, mas com a obrigação de serem passageiras. O maçom tem o dever de tolerar esses incidentes e perdoar se eles tiverem sido mais intensos.
O maior objetivo da Maçonaria é apagar dentre os homens o preconceito de casta, distorções de cor, de origem, evitar o fanatismo, a discórdia e com isso extinguir as guerras e chegar ao progresso universal, no qual cada ente humano tenha a liberdade de desenvolver toda a capacidade de que é dotado. Unido pela afeição, a sabedoria, o trabalho e a fraternidade, para que seja impossível para um Irmão prejudicar outro.
Devemos abster-nos cuidadosamente de depreciar qualquer irmão, por maior que seja a sua falta, não devemos permitir em nossa boca uma só palavra contra nossos semelhantes. Para alcançar a Fraternidade entre os homens, em que todos os homens livres e de bons costumes, sejam quais forem às diferenças de credo político ou religioso, de nacionalidade, raça, cor ou condição social, transformando a Humanidade em uma Grande Fraternidade.
Efetivamente, na grande família humana, cada homem está, em relação aos seus semelhantes, na mesma situação de um irmão em relação a outro irmão no seio da mesma família. Tendo recebido a existência do mesmo Deus, tendo os mesmos deveres e direitos, visto terem sido criados com as mesmas faculdades, e obrigados a um mútuo concurso para levarem a sua natureza ao mais alto grau de perfeição de que sejam capazes, os homens devem, sem quaisquer das distinções que os dividem, ter uns para com os outros um afeto fraterno, auxiliando-se mutuamente no cumprimento de sua tarefa.
A experiência nos ensina que somos todos solidários física e moralmente. A Maçonaria tornou a Fraternidade um de seus grandes lemas.
A Ordem Maçônica se considera uma enorme Irmandade, espalhada sobre a superfície do globo e “como é bom e suave habitarmos em Irmãos que vivem em união”.
Só convertendo os homens em Irmãos e praticando todos, diariamente, a autêntica Fraternidade, é como se poderia alcançar a verdadeira solidariedade em que se radica a perfeição do homem. Esta ação mutua esta sublime Irmandade, na qual cada um deve viver para com todos e todos para cada um, é um dos princípios fundamentais, que todo Maçom se obriga a não somente ensinar, mas aplicar praticamente em sua vida.
Vivemos a verdadeira fraternidade maçônica quando, em primeiro lugar, somos gratos por conviver em união com nossos Irmãos que nos ajudam através das Instruções ritualísticas, a moldar nosso temperamento, estimular nossa inteligência e nossos sentimentos, formar nossa personalidade e caráter.
Vivemos a fraternidade maçônica ainda mais quando aprendemos a retribuir a companhia de tantos Irmãos de luta, oferecendo horas de lazer e convivência familiar em favor do bem de nossa Loja, comparecendo semanalmente às reuniões. Também somos fraternos quando guardamos para nós mesmos nossos problemas e aborrecimentos, para apenas compartilhar as alegrias e sucessos.
A fraternidade não é apenas um ideal coletivo a ser buscado. Benefícios pessoais são obtidos quando somos fraternos. Naturalmente estamos nos referindo a benefícios espirituais, especialmente o amadurecimento da alma que vive cada vez mais a identidade do "eu" com o "outro", o que nos coloca numa rota de aproximação direta com Deus.
E sendo todos Irmãos, primeiro por origem e depois por ideal, a fraternidade pode ser nossa bússola para a felicidade.
Busquemos meus caríssimos Irmãos, essa tão propalada, embora não tão praticada, Fraternidade, que só pode ser alcançada se os Maçons forem Livres, sobretudo nas ideias, e iguais por se reconhecerem como extensões uns dos outros. O Livre e Igual será Fraterno, não por imposição estatutária, mas por vocação de sua abordagem filosófica face à vida.
Não devemos, porém, confundir Fraternidade com Perfeição. O homem pode ser fraternal e não ser perfeito, mas não poderá ser perfeito sem ser fraternal.
Valdemar Sansão - M. '. M.'.

2 comentários:

  1. Meu estimado Ir.'. Valdemar Sansão,
    Sigo os seus trabalhos pois os mesmos estão sempre a me nutrir com os seus conhecimentos.
    Falamos muito em fraternidade, fazemos algumas poucas ações isoladas que podemos chamar de fraternais.
    Gostaria de conclamar a todos os IIr.'., que estiverem em condição, que passassem a ser doadores de sangue, fazer uma doação a cada 4 meses, na sua cidade. Doar o próprio sangue é um ato de amor maior para com o próximo. Certamente iriamos reduzir o sofrimento de vários pacientes nos hospitais. Eu sou doador de sangue. Sérgio Luiz Braga Capovilla

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  2. Ir.´. Sansão,
    Há muito tempo não leio um artigo tão profundo como o seu. Nos leva a refletir sobre os nossos atos e nossa postura perante à Ordem, aos Irmão e aos demais semelhantes.
    Muito obrigado por nos darmos esta Peça de Arquitetura maravilhosa! Que o Grande Geômetra o abençoe.
    Fraternalmente,
    Antomar Marins e Silva, 33

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