“Tu, pois, que
ensinas a outrem não te ensinas a ti mesmo?”
(Romanos, 2:21)
“Estar adormecido” Significa o maçom afastado
de sua Loja.
Cremos, porém que
esse “adormecer” tem várias nuances, como por exemplo: “estar sonolento”, nem desperto
nem em sono.
O maçom que se
afasta de seus Irmãos e de sua Loja estará dando um passo impensado e cruel,
uma vez que, com sua ausência, atingirá toda a Loja, rompendo a Cadeia de
União, por ser ele um elo indispensável; sua ausência “enlutará” sua
comunidade.
O maçom afastado
sofre desgaste espiritual; mesmo que não se dê conta disso, o seu templo
interior estará vazio e, assim, não poderá louvar o Criador do Universo.
Mesmo que surjam
divergências entre os Irmãos, o afastamento prejudicará a quem se afasta; os
demais suprirão a ausência com a admissão de novos candidatos.
Necessitamos do
convívio permanente. Se estiver afastado, por qualquer motivo, retorne e será
devidamente qualificado em todos os pontos da Maçonaria e encontrará uma
plêiade de Irmãos prontos a recebê-lo e abraçá-lo, dizendo: Entre, tomai vosso
assento. Nós esperávamos por vós...! Não interrompa o destino; participe da
corrente da Fraternidade.
Será tão difícil
olharmos nos olhos de nossos Irmãos e dizermos humildemente?
“Perdão, eu me
excedi, voltemos a viver fraternalmente no seio da Maçonaria?”
A prudência e o
interesse de nossas Corporações Filosóficas, Academias, Lojas de Pesquisas,
CÍRCULOS HERMÉTICOS, etc. lhes impõe o rigoroso dever de exigir a regularidade
do candidato em suas Lojas Simbólicas, vetando a participação em seus Mistérios
ao Obreiro (placetado) ou a coberto por falta de pagamento de suas obrigações
junto a tesouraria de sua loja.
Venham os que
realmente além de serem dignos da acolhida, sejam “regulares” consoantes às
regras maçônicas, capazes de contribuir ao fim proposto.
(Regular sinônimo
de obediência, de cumprimento dos deveres que aceitou).
Regularidade
Maçônica faz com que como filiado de uma potência e Loja regular esteja
amparado espiritualmente e reconhecido por toda a Fraternidade Universal.
Assim será filiado
(readmitido) e não mais “tolerado” como ex-Obreiro, mas sim RECONHECIDO como
Irmão.
Volte a ser
participante do grupo, mas doravante participe ativamente, esteja presente
quando um Irmão precisar de sua ajuda; saiba usar as palavras certas de apoio e
de estímulo, no momento certo; saiba respeitar o espaço do outro; saiba escutar
e ajudar; se tiver de criticar, que seja com educação e bom senso, respeitando
a opinião do outro; discorde sem magoar.
Lembre-se que do
outro lado alguém vai ler, refletir, tirar ensinamentos, seguir nosso conselho,
nossa sugestão, isso se estiver conforme.
Entenda que somos
uma comunidade de Irmãos e amigos e que esta amizade pode deixar de ser virtual
e transformar-se em real.
Enfim, participar
de uma lista de discussão, de um círculo hermético, é plantar uma semente que
irá crescer e dar frutos e receber amor.
O Grande Arquiteto
do Universo que tudo fez; que tudo sabe e que tudo vê; que me fez Maçom, porque
não me fiz, nem sequer me tornei – simplesmente sou – porque ELE o quis e os
meus irmãos então me reconheceram como tal! Somos simples elos – parte de um
todo que se faz UM – um por todos e em cada um.
Vejo em mim esta
Força magna brotando intacta, surgindo, crescendo, fazendo-me Força, tornando
Bela a vida que trago em meu corpo, em meu ser pequeno; tão grande, contudo,
feito a cinzel, esquadro e compasso, nível e prumo, alavanca, régua e maço,
talhado, trabalhado passo a passo em viagens, leituras, trabalhos...
Devo embeber-me do
espírito da Fraternidade! E olho para o lado, vejo Irmãos. Às vezes os vejo –
às vezes não os reconheço.
Deixo de vê-los,
às vezes, porque nos tornamos pequenos demais frente à grandeza da Ordem que
representam. Nem os percebo quando a tolerância deixa de ser norma de conduta,
quando querem provar que são cultos e superiores aos demais imaginando que suas
opiniões, crenças e opções são as melhores.
Os Irmãos já
notaram que muitos acham ter muito a ensinar aos outros? E que, em geral, quase
não se dispõem a ouvir? Dão opiniões sobre tudo, impõem seu modo de ver, de
pensar, de deliberar. Nem os noto quando a Caridade em seu sentido maior se vê
substituída pela Vaidade, pela rigidez excessiva, que obedece mais o desejo de
autoridade que à verdadeira busca espiritual.
É o profano que
passou pela Câmara de Reflexão e não morreu, ingressou na Maçonaria, mas não
renasceu, pois o espírito dela, sua filosofia, não entendeu.
Passou o dia em
brancas nuvens, não serviu e nem viveu...! Quero vê-los, mas não consigo. Quero
senti-los, mas eles se fizeram tão longe.
Longe demais para
estender a mão. Tarde demais para senti-los IRMÃOS!
Valdemar Sansão
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