É correto dizer que o grande
problema diante de nós é o da pedagogia da Maçonaria. Isso significa que o
ensino dos fatos sobre um grande movimento histórico baseado na teoria de
que a verdadeira felicidade do homem só pode ser alcançada pela união de
todos em uma democracia alicerçada no espírito da fraternidade, onde cada um
não seja apenas o guardião de seu irmão, mas também seu defensor, seu porto
seguro, seu auxílio, seu incentivador, seu ombro amigo, seu inspirador e seu
exemplo de amor ao próximo e a si mesmo.
Tudo isso se ensina
através do imaginário e das alegorias da Maçonaria, e de seu
simbolismo místico. Não devemos nos perder na busca por algo sombrio, em
teorias abstratas perdidas dentro de perspectivas obscuras, confusas, nebulosas
e insignificantes; devemos sim estar próximos e nos dedicarmos aos verdadeiros
valores humanos.
Princípios devem existir para
estarem realmente inseridos nas vidas das pessoas, se não for assim não farão
diferença alguma. Nosso estudo deve aliar teoria e prática, com o estudante
realmente utilizando-se de seu aprendizado e compartilhando os valores
adquiridos, senão nossos esforços serão em vão.
Também não podemos deixar de
mostrar que são os pensamentos que importa que sejam eles que
controlam a conduta dos homens; que, se seus pensamentos não são
bons, o seu comportamento também não pode ser.
O que precisamos é fazer com que
os pensamentos certos sejam claramente formulados, imbuídos de amor, e
profundamente gravados no subconsciente, de modo que eles irão inevitavelmente
se expressar em nossos atos no dia-a-dia de nossas vidas.
A meu ver, essa é a missão
da Maçonaria: a construção desses grandes pensamentos na mente
dos homens, transformando-os em atos cotidianos, com a certeza de que
eles devem predominar governar e prevalecer para os homens
viverem juntos em paz e harmonia, e desfrutarem da verdadeira
felicidade.
Como fazer isso é a grande
questão. Como fazer a Ordem sentir que essas ideias não
são abstrações vazias, mas reais, poderosas, vivas, atuais e sólidas –
essa é a grande tarefa a se realizar.
Precisamos
compreender juntos os fatos sobre a Maçonaria: o que ela
realizou no passado que a faz viver até os dia de hoje por
seus próprios méritos?
Como ela tem, durante sua
existência, auxiliado o homem?
Então precisamos colocá-los
juntos em uma história de tal forma que ela vá capturar a atenção e
manter o interesse do aluno. A capacidade de fazer coisas interessantes,
para atiçar uma busca por mais “luz”, é o segredo de todo ensino.
Você não pode abrir a cabeça de
um estudante e colocar o conhecimento ali dentro, mas você pode incentivá-lo a
estudar e aprender por si mesmo, e essa será sua vitória. Já temos a vantagem
do grande poder de atração de nossos “segredos” e “mistérios”.
Temos de mostrar aos iniciados o
quão pouco sabem, quantos mistérios fascinantes ainda precisam ser
explorados, investigados, analisados e estudados, para enfim poderem ser
compreendidos.
Pergunte por que ele ainda
permanece na Ordem. Ela o ajudou? Em caso afirmativo, como e de que
maneira? Faça uma série de perguntas socráticas a ele;
faça-o pensar! Se ela o auxiliou em algo, de alguma forma, sem
dúvida, ela poderá fazer mais.
Há mais lá, se ele souber
procurar: “buscai e achareis.” Não é fácil ensinar os homens a
observar o mundo ao seu redor, muito menos é ensinar-lhes a arte do
discernimento espiritual. Mas é possível. Pode ser ensinado, pode ser
desenvolvido, pode-se fazer essa habilidade florescer.
Muito de nossa pedagogia moderna
não é nada mais do que um árido, mecânico e vazio processo. Nossas crianças são
instruídas a decorar, imitar, copiar, para seguir “o costume”, e não são nunca
preparadas para pensar.
Tal procedimento acaba por formar
adultos incapazes de formular pensamentos simples, mas originais, não sendo
capazes de fazer uma avaliação crítica do que ocorre ao seu redor; e muitos são
os que em loja praticam a ritualística de forma errada, por que os Mestres
“mais antigos” lhe “ensinaram” que assim é “o uso e o costume” daquela oficina.
Devemos preparar nossos novos
maçons, incentivando-os a se dedicarem aos estudos e à pesquisa sobre a
Ordem. Devemos incentivá-los a trabalhar sua mente, a construir seu templo
espiritual, mas também o intelectual. Devemos incentivá-los a serem originais.
Devemos incentivá-los a pensar!
Autor: Hon.
Louis Block, Past Grand Master, Iowa.
Tradução: Luiz Marcelo
Viegas
Fonte:
The Builder Magazine
Volume I, Número 4, abril-1915
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