Dentre
os símbolos da maçonaria, ganha destaque o “Olho que tudo vê”, por se tratar de
um símbolo muito antigo e, ao lado do Esquadro e do Compasso, ser o mais
conhecido e identificado pelos profanos como símbolo maçom.
O
Olho que tudo vê surgiu no Egito antigo onde também ficou conhecido como o Olho
de Hórus. Hórus é uma divindade do Panteão Egípcio que compõe a Trindade,
juntamente com seus pais: Osíris e Ísis. Ele é personificado por um
falcão e esta ave, como é sabido, é reconhecida pela sua excelente visão.
Segundo
o mito, Hórus luta com Seth, a divindade do mal que matou seu pai. Nessa luta
Seth arranca o Olho esquerdo de Hórus que simbolizava a Lua, enquanto o direito
simbolizava o Sol. Esta é a razão porque o Olho que tudo vê, é um olho
esquerdo. Anteriormente, ele foi chamado de o olho de Rá, simbolizando a
realeza.
O
Olho que Tudo Vê também era o símbolo da Casa da Luz, onde se praticava os
mistérios, a religião esotérica dos egípcios. Os mistérios eram ensinados e
praticados na Casa da Luz, onde se formava a casta sacerdotal.
A
família real também era iniciada nos mistérios onde aprendiam a Arte Real,
enquanto os sacerdotes aprendiam a Arte Sacerdotal. A importância do que ali se
praticava nos é mostrado pela Bíblia Sagrada, Moisés por ter sido adotado por
uma princesa, era membro da família real.
Nessa
qualidade, ele foi iniciado nos mistérios, mas como não estava na linha
sucessória, ele aprendeu os mistérios da Arte Sacerdotal. Durante o episódio
conhecido como as Pragas do Egito, Moisés se apresenta perante o Faraó exigindo
a libertação do seu povo.
Ele
ameaça o Faraó e este para mostrar o seu poder chama o seu sacerdote. O
sacerdote atira o seu cajado no chão e ele se transforma numa serpente, Moisés
atira o seu cajado ao chão e ele se transforma numa serpente que engoliu a
serpente do sacerdote. Perante a Bíblia, o ato do sacerdote é feitiçaria
enquanto o de Moisés é milagre. Na verdade, ambos vieram da mesma escola e nela
aprenderam a Arte Sacerdotal.
No
Cristianismo e, especialmente na Igreja Católica, o símbolo do Olho que
tudo vê é estampado dentro de um triângulo, que simboliza a Santíssima trindade
e é reconhecido como o olho de Deus. A identificação com o símbolo egípcio soa
evidente!
Na
Maçonaria este símbolo está dentro de um delta, conhecido como o Delta
Radiante. Numa outra composição, o olho é substituído pela letra Yod, que é a
inicial do nome inefável de Yahvé, ou Javé na forma aportuguesada. Javé é para
nós o Grande Arquiteto do Universo e, sendo ele a sabedoria suprema, tem todo o
conhecimento. Daí porque a sua substituição pela a do Olho que tudo
vê representa a mesma coisa.
O supremo conhecimento divino é para os gregos
a Gnose, o que nos leva à identificação dos símbolos: o Olho que tudo vê
com a letra G estampada dentro do Esquadro e do Compasso entrecruzados,
simbolizando outro símbolo, o dos dois triângulos entrecruzados do axioma de
Hermes Trimegisto, cuja tradução é: Assim como é em cima é em baixo; o
microcosmo é como o macrocosmo. Isso nos lembra a semelhança da configuração
do átomo (micro) e o sistema solar (macro): elétrons e nêutrons girando em
torno de um núcleo e os planetas e satélites girando em torno do sol.
Também nos lembra a criação do homem, quando
Deus diz: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, o micro (homem)
semelhante ao macro (Deus). O que também é dito no Livro dos Salmos 81:6
e confirmado por Jesus Cristo no Evangelho de João 10:34: Vós
sois deuses.
O
Olho Que tudo Vê, ilustra o Grande Selo dos EUA e a cédula de 1 dólar.
Nestes é visto uma pirâmide cortada no topo e mais acima um delta com o Olho
Que Tudo Vê em seu interior.
O
símbolo está a significar que a obra ainda não está concluída; a matéria ainda
domina o espírito e só após a sua lapidação, livre das impurezas da matéria é
que o homem poderá ascender, limpo e puro até a divindade de onde faz parte,
unindo a pirâmide ao seu topo. Esta também é a obra que ficou inconclusa
na construção da Torre de Babel, quando o homem, ainda impuro, pretendeu
ascender até o Grande Arquiteto do Universo.
Na
religião egípcia, o Deus Osíris presidia o julgamento dos mortos. Hórus era
incumbido de lhe fornecer todos os registros dos atos daquela alma. Dessa
forma, era possível sopesar o que ela fez de bom e o que fez de ruim durante a
sua existência terrena. Isso iria decidir se a alma seria condenada ou estaria
salva. O coração do falecido era pesado na balança de Osíris e o peso de suas
más ações ou das boas decidiriam o seu destino final.
O
Olho Que tudo Vê mantém os homens informados das ações escondidas dos seus
semelhantes, tal fato se dá mediante o que nós conhecemos por intuição. Através
dela, aquilo que é feito às escondidas acaba sendo descoberto e trazido à luz.
Isso nos trás a certeza de que nunca estamos sós.
Na
Maçonaria ele nos recorda a vigilância que é mantida sobre a nossa conduta. Ele
nos esclarece que podemos enganar os homens, mas jamais enganaremos o Grande
Arquiteto do Universo. O Olho Que tudo Vê nos acompanha, mantendo a vigilância
sobre nós. Ele simboliza a Divina Providência e, por isso mesmo também registra
o que fazemos de bom e vela pela nossa justa recompensa.
Maçonicamente
falando, as nossas boas ações é que irão nos indicar para o aumento de salário
como operários da grande obra do Grande Arquiteto do Universo.
Autor: Antônio
Amâncio de Oliveira
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