A ANTIGUIDADE DOS SÍMBOLOS



A primeira constatação que empolga aquele que se aprofunda na interpretação da liturgia maçônica é a da antiguidade dos seus símbolos, de suas alegorias.

Remontam as origens dos símbolos maçônicos à aurora do homem sobre a Terra. Daí, terem alguns observadores apressados concluído que a Franco-Maçonaria é tão antiga quanto o mundo.

Trata-se, evidentemente, de um exagero, pois a Franco-Maçonaria, com as características atuais, data do século XVIII, ou melhor, do ano de 1717, ponto de partida da Franco-Maçonaria Moderna.

Foi nessa data que se firmou a preponderância da Franco-Maçonaria Especulativa, sobre a Operativa. Mas, anteriormente, à memorável reunião das quatro lojas franco-maçônicas de Londres, existiam várias lojas por toda a Inglaterra, Alemanha, França e Itália, formadas por pedreiros de profissão, reunidos em confrarias, com regulamentos próprios, sinais de reconhecimento, símbolos litúrgicos, e se tratando por irmãos.

Guardavam, ciosamente, a sua arte de construir do conhecimento do vulgo ou profanos. A par desses conhecimentos, essas confrarias (Guilds, Brotherhoods, Bruderschaften, Confrèries) constituídas por verdadeiros artistas (foram os construtores das grandes catedrais europeias e os criadores da arte gótica) reuniam e conservavam a tradição esotérica da antiguidade pagã, às vezes, confundidas com as tradições mais novas do cristianismo.

Compreende-se, assim, o respeito que os príncipes tiveram por essas corporações de artesãos, às quais dotaram de regalias e privilégios.

Desse imenso legado das tradições antigas, de que os pedreiros (maçons, masons, maurerei) foram os depositários conscientes ou inconscientes, faziam parte, também, as tradições ocultas, herméticas, dos mistérios antigos, perpetuados em símbolos e práticas esotéricas.

Estabeleceu-se, assim, um liame entre a Franco-Maçonaria do século XVIII e a mais remota antiguidade, que levou os escritores a que nos referimos, a declarar a Franco-Maçonaria coeva da vinda do homem sobre a face da Terra.

A verdade, contudo, como já dissemos, é um pouco diferente: os legítimos símbolos maçônicos é que se perdem na noite dos tempos, mas a Franco-Maçonaria, como a conhecemos, data de pouco mais de dois séculos, ou por outra, a Instituição é nova e a sua essência é antiga.

Desse imenso legado das tradições antigas, de que os pedreiros (maçons, masons, maurerei) foram os depositários conscientes ou inconscientes, faziam parte, também, as tradições ocultas, herméticas, dos mistérios antigos, perpetuados em símbolos e práticas esotéricas.

Estabeleceu-se, assim, um liame entre a Franco-Maçonaria do século XVIII e a mais remota antiguidade, que levou os escritores a que nos referimos, a declarar a Franco-Maçonaria coesa da vinda do homem sobre a face da Terra.

A verdade, contudo, como já dissemos, é um pouco diferente: os legítimos símbolos maçônicos é que se perdem na noite dos tempos, mas a Franco-Maçonaria, como a conhecemos, data de pouco mais de dois séculos, ou por outra, a Instituição é nova e a sua essência é antiga.

Existiu, portanto, um misterioso fio que preservou a tradição antiga, fio esse que não trepidamos em declarar — o segredo dos iniciados.

A sabedoria antiga, velada em alegorias e guardada pelo compromisso, entre determinado grupo de homens, congregados em torno de um ideal iniciático, pôde, assim, chegar até nós. Só desta forma compreende-se o mistério que a muitos pareceu indecifrável.

Ensinam a história, a sociologia e a literatura, que as obras homéricas foram guardadas pela tradição oral durante séculos, antes de receberem a forma escrita.

O mesmo processo sofreu quase todas as lendas dos primórdios da civilização. Se assim aconteceu em relação a obras literárias e narrativas históricas, porque não sucederia o mesmo com uma tradição iniciática, perpetuada através de símbolos?

Sobre o poder conservador dos símbolos, já disse o nosso Irmão MICHA, que “se a verdade sobre a natureza essencial do ser e da vida universal é tão alta e tão sublime que nenhuma ciência vulgar ou profana não pode chegar a descobrir, o simbolismo é, por sua vez, como uma espécie de revestimento, de meio de conservação ideal dessa verdade e uma linguagem ideográfica que a iniciação entrega à nossa meditação, e que só os iniciados podem traduzir sem deformar-lhe o sentido”.

A longevidade das práticas maçônicas repousa tranquilamente na imutabilidade dos seus símbolos, muito mais fáceis de guardarem puros do que longas narrativas. E o que é a liturgia, senão o conjunto desses símbolos realizados sob determinada forma e em determinadas circunstâncias?

João Nery Guimarães

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