Trago-vos hoje uma
sucinta prancha sobre o que muitos chamam o eterno conflito entre a ciência e
religião. No meu humilde juízo, este suposto conflito, é sim o eterno
complemento. Já o dizia Albert Einstein, “A ciência sem religião é coxa, a
religião sem a ciência é cega”.
Num mundo atual onde a
informação flui de forma quase imediata, mas a sua veracidade e o seu
conhecimento são poucos ou dúbios, nada melhor que procurar a definição de quem
a revista Time considera o Patriarca das Bibliotecas, a Enciclopédia Britânica,
para entender o que é a ciência e a religião.
“A Ciência é qualquer
sistema de conhecimento que esteja preocupado com o mundo físico e seus fenômenos,
implicando obrigatoriamente observações imparciais e experimentação
sistemática. Em geral, uma ciência envolve uma busca de conhecimento que cobre
as verdades gerais ou as operações das leis fundamentais”;
Em suma, a Ciência,
procura a verdade das leis da Aritmética e a sua harmoniosa Música, na
Geometria dos Astros.
Por seu lado, “a
Religião é a relação dos seres humanos com o que eles consideram sagrado,
absoluto, espiritual, divino ou digno de reverência especial. Por norma é
também considerado como a forma como as pessoas lidam com as preocupações do
seu dia a dia e seu destino após a morte”; É assim o entendimento Lógico da
Bondade de Deus através da Beleza na Retórica da palavra espalhada pela Verdade
da Gramática.
Confuso? Opostos?
Aparentemente de um lado temos a obrigatoriedade da experimentação, por outro o
espiritual. Voltemo-nos então para um suposto e reconhecido ateu, Stephen
Hawkings, mente brilhante e um dos maiores gênios do último século em dois
apontamentos do seu livro mais emblemático, “Uma Breve História do Tempo”, onde
afirma que “tanto quanto o Universo teve um princípio, nós poderíamos supor que
tenha um Criador”, mas “no entanto, se nós descobrirmos uma teoria completa, então
nós conheceríamos a mente de Deus”.
Na minha modesta
opinião, Hawkings pode até ser ateu em relação a religiões organizadas, mas
seguramente que acreditava em Deus e hoje está a ser conduzido pelo GADU no
oriente eterno. Já depois da publicação do seu livro, Hawkings em entrevista
diz que “É difícil discutir o início do universo, sem mencionar o conceito de
Deus.
O seu trabalho sobre a
origem do universo está na fronteira entre ciência e religião, mas ele tende a
ficar no lado científico da fronteira. É bem possível que Deus aja de forma que
não podem ser descritas por leis científicas, mas neste caso, teria que
simplesmente passar pela fé pessoal.”
Percebe-se que
Hawkings acreditava num ente superior, num arquiteto que criou as leis do
universo. Mesmo em algumas alturas mais tardias da sua vida ele afirmar que
“Devido à existência de uma lei como a da gravidade, o Universo pode e vai
criar-se a si mesmo do nada” ele não descarta a existência de Deus, pois
“contra todas as probabilidades, os números da física básica são exatamente os
que precisam ser para acomodar a possibilidade da vida.
Se a gravidade tivesse
sido ligeiramente mais fraca, as estrelas não teriam explodido em supernovas.
Por outro lado, se a gravidade tivesse sido ligeiramente mais forte, as
estrelas teriam vivido por milhares em vez de bilhões de anos, não deixando
tempo suficiente para que a evolução biológica ocorresse.“
A minha percepção
sobre o tema é uma certeza ligeiramente diferente, sem duvida que este ajuste
fino para que as leis da física fossem Justas e Perfeitas teve a mão do GADU;
Einstein insiste em que “Deus não jogou aos dados” e Galileu Galilei disse-nos
que “A Matemática é o alfabeto que Deus usou para escrever o Universo“.
Mesmo que
aparentemente o GADU não interfira com essas leis, não decida realizar milagres
avulsos ou em troca de certo número de rezas, sem dúvida que as nossas preces
são ouvidas e Ele nos ajuda a iluminar o caminho de forma a ultrapassar os
obstáculos desta nossa etapa térrea e física a caminho do oriente eterno.
Olhando para o
Evangelho segundo São Lucas, onde Jesus afirma que “Ninguém, depois de acender
uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo duma cama; pelo contrário
coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram, vejam a luz. Pois não há
coisa oculta, que não venha a ser manifesta; nem coisa secreta, que se não haja
de saber e vir à luz.” Para mim, Deus quer o seu trabalho visto e a ciência é a
luz que ajuda o mesmo a ser revelado, pois ele existe, mas têm de ser iluminado
para que seja revelado e entendido.
Desde os primórdios da
Humanidade que o Homem evolui, se desenvolveu e se tentou aperfeiçoar, sempre
procurando entender os seus desígnios e os de Deus. Os romanos pegaram no
ensinamento grego e dividiram as suas sete estradas por dois caminhos que nos
levam ao aperfeiçoamento próprio, o Trivium e o Quadrivium.
O Trivium é o caminho
religioso que nos faz entender os nossos deveres próprios, com os demais e
principalmente com Deus. Deveremos dedicar-nos à gramática de forma a eliminar
erros e ordenar os nossos pensamentos.
A retórica dá forma ao
expressar do nosso pensamento para que este possa ser entendido pelos demais,
por fim a lógica dá-nos a habilidade de raciocinar de forma a tirar conclusões
com base em premissas e assunções e assim entender a nossa relação com o GADU.
As três artes do
Trivium, a gramática, a retórica e a lógica, eram estudadas por quem espalhava
a Verdade de Deus através da bondade e beleza das suas palavras. Por outro
lado, as restantes artes liberais, o Quadrivium usa a ciência para compreender
e ver os desígnios de Deus, com a Aritmética das suas leis e regras
matemáticas, a Geometria da aplicação das suas regras num espaço, e a música
que harmoniza as leis durante o ciclo natural. Por fim a Astronomia, que é a
arte que nos permite observar a criação do GADU no espaço e tempo.
Tanto o conhecimento
do Trivium como do Quadrivium são indispensáveis para ouvir, falar, entender e
observar o GADU e a sua criação, mas principalmente também para nos
“Conhecermos a nós próprios”, evoluirmos como Homens tornando-nos melhores
realizando uma jornada a caminho do Oriente Eterno de forma justa e perfeita.
JocaB – M:. M:.
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