O conhecido aforismo Grego, inscrito na entrada do Oráculo de
Delphos no Templo de Apolo, o deus da luz e do sol, da verdade e da
profecia, e arduamente defendido por Sócrates (479-399 a.C), é uma
referência quando o assunto é a busca do autoconhecimento e de todos os
seus desdobramentos, rumo a uma nova consciência, com a descoberta do
verdadeiro “eu”.
Um dos maiores medos que algumas pessoas enfrentam é de ver a si
mesmos como realmente são, sem um título dado a nós pela nossa carreira ou o
título de ser o pai ou filho de alguém, tememos a perda da identidade de quem
somos, nós fomos programados desde tenra idade pela televisão e pela escola
para “crescermos e sermos alguém”.
Aqueles que ainda têm de despertar para sua verdadeira
identidade farão qualquer coisa para manter a mente distraída e ocupada, essas
pessoas parecem preencher seus calendários com mais do que eles podem lidar até
eles desabarem a noite apenas para que possam ir dormir se levantar e fazer
tudo de novo, eles derivam de uma falsa sensação de realização em todas as
coisas que eles “fazem”, eles definem quem eles são em suas mentes e é o
trabalho do ego manter a farsa.
Depois que uma pessoa desperta para o fato de que eles são um
espírito vivendo uma experiência humana, as questões começam a surgir sobre o
verdadeiro significado da vida, as questões de “Quem sou eu” e “Qual é o meu
propósito de vida” inevitavelmente vêm à mente, a fim de aprofundar-se na
essência de quem você é, tem ainda que impulsionar o ego e a mente limpando-os
por algum tempo do seu calendário. O que significa ir para o seu interior?
Ir para o seu interior significa simplesmente estar com você mesmo, ouvir a si
mesmo e seu EU superior, sentir a mente se acalmar e limpar a desordem,
permitindo mais espaço para os pensamentos superiores se introduzirem no seu
ser.
Ir para o seu interior geralmente envolve alguma forma de
meditação, existem muitas formas de meditação disponíveis para você com
diversos resultados pretendidos, na verdade, há tantas que pode se tornar
irresistível e confuso experimentá-las para escolher qual é a melhor, no entanto
a melhor sugestão é simplesmente criar a sua própria a partir da
experimentação, ir para o seu interior simplesmente significa ouvir seu
verdadeiro EU, seus verdadeiros pensamentos, separar a conversa mundana do que
você ainda precisa fazer hoje em sua lista ou o que você vai comer no jantar.
Alguma vez você já se pegou sonhando? Talvez você estivesse
dirigindo e você se pegou perdido em pensamentos, não prestando muita atenção
na estrada, você quer saber como dirigiu os últimos minutos sem prestar
totalmente atenção, talvez à árdua tarefa de lavar pratos acalmou-o naquele
lugar de pensamentos tranquilos e talvez você estivesse sonhando que nessas
férias gostaria de ir onde não existissem quaisquer pratos para lavar, esta
forma de meditação é chamada de meditação de vigília.
Falando sobre o seu mestre Sócrates e a sua presença no Templo
de Apolo em Delfos, o filósofo Platão deixou registrado que a frase “Conhece-te
a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo” estava escrita no pátio do
templo.
Já se sabia há centenas e centenas de anos que o ser humano que
conhece seu potencial pode chegar mais longe. Não é por acaso que os
maiores conquistadores da história tinham pleno conhecimento e confiança de suas habilidades para se arriscarem rumo ao
desconhecido.
É bem tranquilo em pleno século XXI planejar atravessar o Oceano
Atlântico, por exemplo, porém, numa época em que não se sabia o que tinha do
outro lado do planeta, era uma tarefa e tanto.
O indivíduo que se conhece bem está muito mais entendido não só
do que é capaz, mas também do que é incapaz.
Entre as características fundamentais para superar os limites está o conhecimento bastante preciso de até aonde
vão nossas habilidades, portanto, em quais aspectos precisamos nos aperfeiçoar
para superar os desafios.
Os homens tolos nunca aprendem, os inteligentes aprendem com os
erros dos outros e os sábios obtêm conhecimento através dos erros dos outros.
No momento em que você encontra o seu próprio ser, uma revolução
acontece na maneira como você vê as coisas. Toda a sua visão de vida passa por
uma mudança radical. Você começa a se dar conta de novas responsabilidades -
não como se fossem algo que tem de ser feito, mas algo que se faz por prazer.
Você nunca mais fará nada por dever, por se sentir responsável,
porque isso é algo que esperam de você. Você fará tudo pela felicidade que isso
lhe dá, por um sentimento de amor e compaixão. Não é uma questão de dever, é
uma questão de compartilhar. Você sente tanto amor e tanta felicidade que
gostaria de compartilhar.
Por isso eu só ensino uma responsabilidade, que é para consigo
mesmo.Todo o resto virá naturalmente sem nenhum esforço da sua parte.E, quando
as coisas acontecem sem que seja preciso fazer esforço, elas se revestem de uma
grande beleza.
Temet nosce
O que está escrito? Temet nosce. O que significa?
"Conhece-te a ti mesmo." A mensagem para Neo é a de que ele - e
somente ele - poderá saber se é ou não aquele que vai livrar o mundo do poder
da Matrix. Portanto, somente conhecendo-se a si mesmo ele terá a resposta.
Poucas pessoas que viram Matrix compreendem exatamente o
significado da cena descrita. Ela é a representação ficcional, no futuro, de um
acontecimento do passado, ocorrido há 24 séculos. Na Grécia antiga, por volta
do século IV a.C., havia um santuário na cidade de Delfos, dedicado a Apolo,
deus da luz, da razão e do conhecimento verdadeiro, o patrono da sabedoria.
Sobre o portal de entrada desse santuário estava escrita a
grande mensagem do deus, ou o principal oráculo de Apolo:
"Conhece-te a ti mesmo". Um ateniense chamado Sócrates, foi ao
santuário consultar o oráculo, pois em Atenas muitos lhe diziam que era um
sábio e se tal qualidade poderia ser atribuída a ele.
O oráculo, que era uma mulher (a sibila), perguntou-lhe: "O
que você sabe?". Ele respondeu: "Só sei que nada sei". Ao que o
oráculo disse: "Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único
que sabe que não sabe". Sócrates é até hoje considerado o patrono da
filosofia.
E é neste contexto, que o “Conhece-te a Ti Mesmo”, torna-se uma
necessidade para todos nós nos dias atuais. Se tivermos conhecimento de nossas
capacidades, e também de nossas limitações, teremos mais facilidade para
lidarmos com as comparações, ou competições que especialmente o mundo das
“redes sociais”, vive nos convidando a embarcar.
Quem se autoconhece, sabe o que já conquistou em vários
aspectos, e do que ainda precisa continuar buscando, para se manter bem em um
Planeta de constantes transformações e atualizações diárias, mas ao mesmo
tempo, sem abrir mão de “valores e princípios”, como o “respeito ao
próximo e a autoestima”, que na época de Sócrates na Grécia, 470 anos antes de
Jesus, já representava valor inestimável.
Vencer o poder da Matrix é destruir a aparência, restaurar a
realidade e assegurar que os seres humanos possam perceber e compreender o
mundo verdadeiro e viver realmente nele.
Buscando a nós mesmos
Quando Heráclito disse, “Busquei por mim mesmo”, ele
produziu uma das mais férteis máximas e, no que concerne ao
místico, uma diretiva para todos os tempos, pois estudante algum da
Senda está totalmente desperto para o significado dessa busca até que
chega à decisão de buscar por si mesmo.
Não importa que ensinamentos sejam colocados em suas mãos
ou que professores possam ter tido, vai acabar se deparando exatamente com
essa mesma injunção do filósofo grego de 500 a.C. É surpreendente
pensar o quanto os antigos nos deixaram da verdade interna da vida
e do eu, e quão pouco as gerações que se seguiram parecem ter-se
beneficiado disso.
Suponho que isso aconteça porque eles escreveram a tanto
tempo que, pela própria antiguidade, seus ensinamentos parecem ter pouca
aplicação para os dias atuais, já que as pessoas estão hipnotizadas
pelas descobertas e experiências da ciência em todo o campo da vida
exotérica.
Quanto a nós, contemplamos esses primeiros pioneiros do
pensamento com reverência. E aqueles que atingiram certo estágio em
nossos estudos sabem que tudo vem de lá. Não que maiores ensinamentos e
ajuda invisível sejam negados a eles, mas um aspirante tem que se
voltar para si mesmo para colocar em prática a instrução que
recebeu; e ele acaba percebendo que isso significa procurar dentro de
si mesmo o caminho do Mestre, pois existem estágios definidos
do caminho em que o aspirante precisa encontrar sua própria senda.
O verdadeiro desenvolvimento interior não consiste em
simplesmente ir empilhando conhecimento e mais conhecimento de
várias fontes de instrução. Vem de uma compreensão e de uma aplicação
mais profunda e sincera daquilo que é disponibilizado para a vida e
para ação no mundo. Ele precisa deliberadamente se submeter a testes
na vida e nas circunstâncias e aprender lições que não podem ser
aprendidas de outra forma.
O mesmo princípio se aplica em qualquer arte ou ciência.
Chega o momento em que o estudante tem que dar as costas para os
livros-textos de fatos acumulados e provar seu valor em sua própria vida
através da meditação e da experimentação.
Heráclito enuncia a mesma verdade de sua própria maneira
quando diz: “Viajando por todas as estradas, não vamos
conseguir descobrir as fronteiras da alma… ela tem um logos tão
profundo”. As ‘fronteiras da alma’ não estão na diversidade de
instrução, mas dentro de nós; e o propósito da instrução é nos
esclarecer e fortalecer suficientemente para pesquisarmos
internamente as fronteiras do eu interior, nos esforçarmos para
conhecer nossa missão individual na vida e nos comprometermos com um
serviço dedicado.
Sei que, para alguns, isso pode parecer simplesmente um
ideal esperançoso dentro do quadro mundial com que nos deparamos
atualmente. Mas não podemos ignorá-lo se nossa intenção é ir para
frente e para o alto. Sei também que manter e alimentar esse ideal, com
tanta oposição que nos quer desviar dele, nos leva a julgamento de
muitas formas e, muitas vezes, torna o caminho mais duro. Mas
todo avanço tem seu preço, e este é que este é um
avanço especialmente forte e pessoal.
Contudo, há uma recompensa para cada espiral de caminho
percorrido com propósito e compaixão inabaláveis. Para cada
aspirante, cada espiral tem uma história e carma individuais diferentes e,
se aceitado no silêncio e na alma da pessoa que ora, traz uma
percepção cada vez mais forte de que estamos chegando cada vez mais
perto do mundo do Mestre.
Buscar a nós mesmos, em seu sentido mais verdadeiro,
significa entrar cada vez mais na vida de abnegação e de
uma liberação das amarras que nos detêm; e alcançar isso será de fato
maravilhoso, se pudermos nos entregar ao fogo no altar secreto de
nosso coração.
ORIENTE DO RIO DE JANEIRO, RJ.
A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA DO RIO DE JANEIRO, Nº 170
M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO
https://conhecimentocientifico.com/conhece-te-a-ti-mesmo/
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http://blog.amorc.org.br/tag/eu-interior/
https://www.amorc.org.br/buscando-a-nos-mesmos/
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