quarta-feira, 30 de julho de 2025

PEÇA DE INSTRUÇÃO


 “Examine seu Privilégio e O Olhar Compassivo do Iniciado”

VV.'.MM.'., Digníssimos Vigilantes e Respeitáveis Irmãos  

Que a Paz reine em nossos corações e a Luz habite em nossas consciências.

I. Privilégio Invisível: O que não percebemos, mas carregamos

Em nossa caminhada iniciática, somos lembrados de que todos iniciamos pela mesma porta estreita. No entanto, esquecemos que cada um de nós veio de um ponto diferente do caminho profano. Alguns foram preparados pelo destino com famílias estruturadas, educação formal, exemplos éticos; outros, contudo, vieram feridos, sem referências e marcados por realidades adversas.

Devemos ter um alerta: “Corpos frágeis requerem mais cuidados”. Da mesma forma, almas que não foram nutridas com valores superiores exigem mais paciência, atenção e formação. O privilégio aqui não se refere apenas ao material, mas ao simbólico e espiritual.

II. Formação Espiritual: Nem todos estão prontos ao mesmo tempo

A Maçonaria é uma escola iniciática e espiritual. É nosso dever entender que cada irmão está em um estágio de consciência diferente. Como o jardineiro que não exige que todas as flores desabrochem ao mesmo tempo, devemos reconhecer que a formação da alma exige tempo, cuidado e, principalmente, empatia.

A filosofia mostra no texto, o “cuidado da alma”. E isso é Maçonaria em sua essência: transformar o ser pela paciência, pelo exemplo e pela instrução contínua.

III. O Dever do Iniciado: Compreender antes de julgar

No silêncio do Templo, muitas vezes ecoa um julgamento silencioso: “Por que ele ainda não aprendeu?” ou “Por que não age corretamente?”

Mas o Iniciado verdadeiro sabe que julgar é um instinto do ego, enquanto compreender é uma virtude da alma desperta. O privilégio de ter sido orientado, instruído, amado ou inspirado deve nos conduzir à humildade, não à arrogância. 

Ser tolerante não é ser permissivo; é compreender a raiz do erro antes de aplicar o cinzel da correção. É erguer o irmão com o compasso da empatia e guiá-lo com a régua do exemplo.

IV. Trabalhar com o que se tem

Há Irmãos que chegam à Ordem com luzes já acesas. Outros ainda tateiam no escuro. Mas todos carregam uma centelha. O Iniciado deve ser aquele que, reconhecendo seus privilégios e oportunidades, transforma isso em ferramenta de serviço ao coletivo, e não em trono de julgamento.

CONCLUSÃO: O privilégio é oportunidade de servir

A reflexão que se impõe não é sobre o quanto sou melhor, mas o quanto posso ser mais útil por ter recebido mais.

A verdadeira iniciação se revela quando passamos a ver no erro do outro uma oportunidade de ensinamento, não de condenação.

Se a Maçonaria é escola, somos todos aprendizes — e os mais sábios devem ser os mais pacientes.

Se temos o privilégio da consciência, que ela nos sirva para acender a tocha daqueles que ainda caminham nas sombras.

Assim seja, no Oriente Eterno da Luz.

E lembrem-se, a humildade precede a honra.

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