1. INTRODUÇÃO
O Profano é definido,
segundo o dicionário de Maçonaria, como sendo o termo usado pelos Antigos
Mistérios para designar os estranhos, que na Maçonaria se qualificam como os
não iniciados em seus mistérios.
Este mundo está
dominado por aqueles que, dentre nós, são mais atuantes; não necessariamente
mais consequentes, não necessariamente mais honestos nos seus desígnios.
Este mundo que nós
conhecemos ou pensamos conhecer, no âmago da nossa pueril inteligência, tem
muito pouco a ver com a qualidade de Maçom.
Existe-se para consumir e não para
consumar. É triste, mas é verdade, aquilo que nos liga, na inércia do sistema
de estarmos vivos, é a ânsia daquilo que nos separa.
Juntamo-nos,
corporativamente, para encontrar abrigos para o que nos separa.
Afirmamos a
diferença mais do que a semelhança; a iniciação Maçônica é um ato libertador,
pois, graças ao trabalho em Loja, nos leva aos confins do Universo.
2. ANTES
Não se conhece uma
pessoa completamente, mesmo que com ela tenhamos uma convivência plena. Cada
ser humano tem seus valores próprios, seus sentimentos, ideais que fazem parte
de sua personalidade; a vida é um eterno relacionamento entre pessoas, podendo
ocorrer desordem e desavenças desequilibrando a balança da igualdade.
Está aí um dos grandes
problemas da Maçonaria, a escolha do profano para ser iniciado na Ordem
Maçônica; talvez este seja o diferencial para se ter uma Loja composta por
membros dignos de pertencerem a ela.
Terá o padrinho muito
cuidado na escolha do profano evitando a escolha de pessoas que queiram se
aproveitar da Maçonaria em benefício próprio, ambiciosos de poder; lembremos
que a Maçonaria serve ao Maçom apenas pelo fato de permitir que o Irmão entre
na Ordem.
Cabe ao padrinho do
candidato, antes de formalizar o convite ao profano, obter informações com
outros membros sobre a vida social, afetiva e familiar do mesmo, para, com
isso, ter a plena convicção da índole do profano e certificar-se que o mesmo
receberá a filosofia Maçônica e permitirá que a Maçonaria entre dentro de si.
Devemos acreditar que
é melhor para a Maçonaria, melhor ainda para a humanidade, que tenhamos poucos
Maçons, com muitas qualidades e condutas dignas, do que muitos Maçons que não
contribuem em nada para o aperfeiçoamento da humanidade.
Em nosso universo
existem profanos que por sua conduta são verdadeiros Maçons, só não conhecem a
filosofia Maçônica; outros não tão qualificados, mas com sede de conhecimento,
bastando para isso que seja lhes dado a oportunidade e os ensinamentos do
caminho do bem.
3. DEPOIS
A Maçonaria, por sua
definição, é uma associação de homens livres e de bons costumes, que em Loja
devem dedicar-se ao aperfeiçoamento moral e social através de estudos
filosóficos. Assim, os que dela participam nunca deveriam esquecer os
juramentos feitos durante a iniciação.
O Maçom é livre, de
bons costumes e sensível ao bem e que, pelos ensinamentos da Maçonaria, busca
seu engrandecimento como ser humano atuante e culto, combatendo a ignorância. A
ignorância é o vício que mais aproxima o homem do irracional.
Assim sendo, por ser
Maçom, deve ele conduzir-se com absoluta isenção e a máxima honestidade de
propósitos, coerente com os princípios maçônicos, para ser um obreiro útil a
serviço da Ordem e da humanidade.
Não se aprende tudo de
uma só vez. O saber é o acúmulo da experiência e dos conhecimentos que se tem
acesso, mas, a ação construtiva da Maçonaria deve ser exercida de forma
permanente em todas as suas celebrações, trabalhos em Loja e no convívio
social, através da difusão de conhecimentos que podem conduzir o homem a uma
existência melhor pelos caminhos da Justiça e da Tolerância.
O Maçom deve ter e
manter elevada Moral, tanto na vida privada como na social, impondo-se pelo
respeito, procedimento impecável e realizando sempre o Bem. É pelo valor moral
que podemos cumprir sempre nossos deveres como elementos da Sociedade Humana e,
particularmente, como membros da Sociedade Maçônica.
O Maçom busca o Bem
pelo cultivo das virtudes e pelo abandono dos vícios, tentando constantemente
reforçar as suas virtudes e reprimir conscientemente os seus defeitos. Pela
autodisciplina, livremente imposta a si mesmo, torna-se também exemplo para
seus pares, colaborando para o progresso moral daqueles que com ele interagem.
Cabe ao padrinho a
tarefa de estimular e promover, ao novo integrante da Ordem Maçônica, os meios
necessários que capacitem o mesmo a sentir-se plenamente à vontade, de tal
forma que seus valores e talentos aflorem, para contribuir cada vez mais para o
auxílio à humanidade.
4. CONCLUSÃO
Temos consciência que
a verdadeira Iniciação não é um processo fácil, nem igual para todos
qualitativamente; pode durar uma vida inteira para se ascender ao mesmo patamar
em que outros apenas necessitam de um pequeno instante. Pode mesmo nunca chegar
a manifestar-se.
O fato é que não somos
todos iguais. Somos apenas iguais na condição de seres humanos, que ao baterem
à porta do Templo, trouxeram dentro de seu coração a pretensão de ascender a
algo superior, à realidade da qual vivemos apenas na sombra.
O desenvolvimento
espiritual que se traduz na capacidade de sentirmos a voz interior, com uma
intensidade e frequência cada vez maior… é e sempre foi o que diferenciou os
homens. Já alguém disse: “não há boas nem más pessoas, o que existe são pessoas
mais ou menos conscientes, mais ou menos elevadas espiritualmente”.
A verdadeira humildade
mostra-se no respeito que devemos demonstrar por alguém que não se encontra na
nossa linha de pensamento e põe em causa as verdades transmitidas -- as nossas
verdades.
É esta a grande lição
ao estudante que dá os primeiros passos na Ordem Maçônica: saber ouvir os
outros como a si mesmo, quer a razão lhe assista ou não, agradecendo sempre o
tempo que os outros lhe dispensam, seja para dirigir um elogio ou uma
reprimenda.
Autor: Antonio Geraldo
Stéfano