O PENSAMENTO FILOSÓFICO DA MAÇONARIA



Não é costume discutir a doutrina Maçônica fora dos seus templos, porém, sintonizado com a necessidade de maior aproximação com o mundo que nos rodeia, aos quais todos nós pertencemos, levou-me a tomar a decisão de expor um pouco da nossa filosofia, do nosso pensamento.

Permita-me, que num esforço de síntese, provavelmente superior à minha capacidade intelectual, possa trazer-lhes algumas considerações sobre nossa filosofia de pensamento, nosso simbolismo.

No inicio do século XVIII apareceu em Londres uma sociedade, provavelmente já existente antes (há passagens bíblicas superponíveis ao seu simbolismo), ao qual ninguém sabe dizer de onde vinha, o que era e o que procurava. Expandiu com incrível rapidez pela Europa Cristã, principalmente na França e Alemanha, chegando até a América. Homens de todas as classes sociais, étnicas e religiosas entraram para o seu circulo – chamavam-se, mutuamente, de Irmãos.

Esta sociedade, intitulada Associação dos Pedreiros Livres, atraiu a atenção dos governos; foi perseguida; foi excomungada por dois Pontífices; suas ações levantavam suspeitas odiosas. No entanto ela resistiu a todas estas tempestades, difundindo-se, cada vez mais, até chegar aos nossos dias.

Podemos dizer que basicamente existem três correntes de pensamento maçônico:

- Maçonaria inglesa, de cunho tradicionalista, observadora e seguidora dos rituais; mantém-se imutável nos seus três séculos de existência documentada. É estática e conservadora.

- Maçonaria francesa, embora originária da Britânica, sofreu alterações através dos tempos, ditadas pelas condições do meio em que se desenvolveu, adquirindo feição mais latina, tornando-se conhecida pela ação exercida por seus membros, como cidadãos, nas áreas política, social e religiosa.

- A maçonaria brasileira e dos demais países hispano-americanos são, filosoficamente, a ela filiados. Formada no meio hostil e intolerante à liberdade de pensamento, partiu para a luta que visava transformar estas condições adversas. São muito vivas e documentadas as lembranças de sua participação na Revolução Francesa, quando sobressaíram grandes maçons como Danton, Robespierre e Diderot; na independência de quase todos os países da América Latrina, com a participação efetiva de notáveis maçons, como Simon Bolívar, San Martim, Sucre e Francisco Miranda; na independência do Brasil e na proclamação da republica, para citar alguns irmãos da Ordem, como Dom Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Deodoro da Fonseca, Rui Barbosa, Floriano Peixoto, Quintino Bocaiúva, dentre outros.

- Maçonaria Alemã, voltada para os estudos filosóficos de alta indagação: Goethe, Kant e Fichte são exemplos de filósofos e literatos que honraram nossa Instituição com suas adesões.

A maçonaria resistiu à prova do tempo, enquanto muitas outras organizações, aparentemente similares, desapareceram. Isto aconteceu porque ela é, por principio, uma Instituição com propósitos universalistas. A “sociedade separada dos maçons” se distingue da “grande sociedade humana” porque ela se isola para impedir a visão unilateral da divisão de trabalho, atingindo, com isto, a síntese da cultura humana.

A Igreja se opõe a outras Igrejas, o Estado a outros Estados, a Maçonaria não; ela toca no santuário do espírito, o problema ético individual; ela atua sobre a república dos espíritos, administra o pluralismo de opiniões.

Esta Instituição exalta tudo o que une e aproxima as pessoas e repudia tudo aquilo que divide e as isola. Isto acontece porque ela aspira, por principio, fazer da humanidade uma grande família de Irmãos e para atingir este desiderato, se põe sempre a serviço dos movimentos moralizadores e dos bons costumes.

Ela prepara o terreno onde florescerão a justiça e a paz. Sua única arma é a espada da inteligência; sabe que o único modo de produzir, mesmo socialmente, uma mudança profunda e durável de uma sociedade, é trabalhar para modificar a sua mentalidade.

Os pilares que sustentam esta vontade indomável de transformar, primeiro o homem e, por corolário, todo o universo dos homens, são três palavras mágicas: liberdade, igualdade e fraternidade.

“O amor à liberdade foi-nos dado juntamente com a vida e dos presentes do céu, o de menos valor é a vida” afirmou Goethe, o famoso literato alemão e nosso Irmão de Ordem; afirmo eu, corroborado pelos registros da história, que em nenhuma parte do mundo, jamais houve um grito de liberdade para um povo que não houvesse sido apoiado pela Maçonaria.

A liberdade é a essência intima e supremo desejo do homem e os indivíduos, pela sua colaboração mútua, visam criar uma alma coletiva; embalados pelo sopro do vento que libera os grilhões do obscurantismo, “A filosofia verdadeira, no dizer do grande filósofo e irmão de Ordem, o alemão Fichte, considera o pensamento livre como a fonte de toda a verdade independente”.

No que diz respeito à igualdade, a maçonaria reconhece que todos os homens nascem iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho.

Para dizer o pensamento da Ordem sobre a fraternidade, peço licença para repetir o que disse outro maçom, o imortal Victor Hugo: “A civilização tem suas frases, estas frases são séculos. A lógica das frases, expressão da idéia Divina, se condensam na palavra Fraternidade”.

HÉLIO MOREIRA
Membro da Loja Maçônica Asilo da Acácia 1248
Academia Goiana de Letras, Academia Goiana Maçônica de Letras


O SINO E O RITO ADONHIRAMITA


ONDE quer que você more, é provável que tenha ouvido falar do famoso Sino da Liberdade, que fica em Filadélfia, na Pensilvânia, EUA. A Enciclopédia do Livro Mundial (em inglês) diz que este sino “foi tocado em 8 de julho de 1776, junto com outros sinos de igreja, para anunciar a adoção da Declaração de Independência. Sua inscrição: “Apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores LEV. XXV X.

E santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família”, foi tirada da Bíblia King James (Levítico 25:10)”.
A Filosofia Esotérica nos diz que o Sino é um grande Arcano Místico e Esotérico, chamando ou despertando a Divindade ou Deidades, a comunicação entre o céu, a terra e ao mundo subterrâneo.
Alguns autores atribuem aos Egípcios sua invenção, outros dizem que foram os Chineses, a Bíblia traz referência à vestimenta do Sumo Sacerdote Hebreu dizendo que devia ter campainhas de ouro intercaladas com romãs e existe ainda quem diga que os Sumérios já o possuíam em seus Zigurates, não sendo possível assim determinar a precisão de quando o mesmo surgiu ou foi inventado.
Nas religiões e nas escolas iniciáticas, seu som, simboliza o poder Criador, na Índia e na China representam a harmonia universal.
Para os budistas traz o sentido de exorcismo e purificação, na mitologia Grega era o símbolo do Deus Priapo, os romanos usavam em suas procissões religiosas e o cristianismo, fez do sino o chamamento de fieis às suas igrejas.
O sino, portanto tornou-se símbolo do chamamento da Divindade.
No Oriente e no Rito Adonhiramita eles são golpeados por fora com um bastão de madeira ou de ferro.
A palavra Sino (Chung) significa passar em prova, no Japão os sinos de bronze são chamados de Dataku, segundo os pesquisadores desde o ano 300 de nossa era.
Os primeiros sinos eram feitos de Prata, Argênteo=Adh=Prateado Argentino: Feito de prata.
Com relação à Maçonaria era comum o uso nas oficinas para anunciar o começo e o fim dos trabalhos.
O Rito Adonhiramita procurou manter em seu uso, não perdendo a tradição das antigas escolas iniciáticas.
Autores mencionam as relações do Argentum como metal luminar, inclusive a Lua da coluna do Aprendiz, que se alia ao som do sino argênteo, já os oficiais da Grande Loja da Inglaterra aconselhavam que as jóias fossem de prata por ser um metal (Argênteo) e representava os sons dos sinos, com o propósito de complementar a doutrina do som que não é somente o sino, mas que abrange um mundo em si.
Notamos que o som é uma ciência Esotérica que ensina que cada som no Mundo faz despertar uma ação nos reinos invisíveis, impedindo a ação de outra força no lado oculto da Natureza.
Por que doze badaladas?
O número doze segundo a Numerologia é o Símbolo da ordem cósmica e da salvação, corresponde ao numero de signos do Zodíaco.
Fala-se a respeito das doze horas do meio dia e das doze horas da meia noite, simbolismo este que vem dos Mistérios Persas, Egípcios e Pitagóricos.Doze é também o símbolo do Apostolado, simboliza o princípio do movimento expansivo bem com a consumação das coisas, é o sacrifício voluntário e altruísta.
Os números são os invólucros que regulam a harmonia física, com as leis vitais, espaciais e temporais.
Uma das explicações que se têm é que o som do sino no Rito Adonhiramita. Em absoluto silêncio, ouvem-se doze vibrações argentinas, pausadas (com intervalo de aproximadamente 03 segundos, entre cada uma delas), feitas soar pelo Cob.’.Int.’…….. sirva para além de despertar e chamar as Divindades ter a diretiva de nos defender de outras forças ocultas em loja.
Nota-se daí a importância da concentração, e do recolhimento interior dos irmãos no momento das doze badaladas e da firmeza do Irmão Cobridor.
Comunicação ECMAB


VAIDADE MAÇÔNICA



Como diria Caetano: É que Narciso acha feio o que não é espelho! E Maçonaria infelizmente não é diferente.

Entre os vícios combatidos na Sublime Ordem, está a VAIDADE, pois é, quem diria..... Logo o maçom acostumado ao nem nu e nem vestido, levado a reflexões filosóficas sobre tal estado material.

Mas a Maçonaria tem algo que não concordo, principalmente nas cores e ilustrações de aventais e colares; deveríamos vestir somente o puro, o do aprendizado, pois a senda maçônica não é essa? Do eterno aprendizado?

Existem vários irmãos que ao iniciar já pensam em quando irão ocupar o trono de Salomão, e quando o ocupam viram donos de loja, sem ouvir ou mesmo submeter sua vontade em detrimento da harmonia geral.

Mas o que leva o maçom a caminho da vaidade? A própria Maçonaria? Ou o seu entendimento daquilo que seja humildade e fraternidade?

Muito bem, tenho minha própria tese sobre isso:
1º - Não entendeu o propósito maçônico.

2º - Não entendeu que dentro de loja, não existem patentes, títulos profanos e muito menos riqueza.

3º - Vestir um avental não quer dizer que seja um verdadeiro maçom, seu lugar não é ali.

4º - Irmãos cometem erros, de pequena ou de grande proporção, cada qual deve ser julgado de forma verdadeira e imparcial, não importa que seja Delegado, Juiz, Deputado, Prefeito ou sei lá o que.

5º - A justiça está para todos, maçons ou não! É um direito de todo cidadão! Ser maçom não quer dizer intocável já foram punidos vários e ainda muitos deverão ser punidos, não só pela ordem, mas pela justiça comum a todos.

Porém, se o mundo fosse perfeito, para que existiria Maçonaria? Não teria razão para existir, só que isso não é desculpa para empáfia.

Participar de Maçonaria não fez e não fará ninguém melhor do que ninguém; a diferença está em compreender os desígnios do GADU e transformar.

Fonte: Blog Maçonaria Comentada


NOSSA LOJA MAÇÔNICA



A Loja Maçônica não é só um lugar e sim as pessoas,
Não um aprisco e sim um rebanho,
Não é só um edifício sagrado e sim uma reunião de Irmãos
 que creem no G.’.A.’.D.’.U.’. e estão reunidos para o “bem”.

Uma estrutura de tijolos ou mármore não é, para uma Loja,
mais do que uma roupa de tecido ou cetim para uma pessoa.
Não há nada sagrado neste mundo a não ser o homem,
nenhum santuário do G.’.A.’.D.’.U.’. a não ser a alma.
E nenhum Juiz, a não ser os frutos da ação e reação.

                                                               

Fomos escolhidos e enviados pelo G.’.A.’.D.’.U.’. para semear a Sua Boa Ação, para levar conforto e paz, para mostrar que nem tudo está perdido.

A instrução em Loja tem poder, os debates  que fazemos podem transformar vidas e lares dos Irmãos, pode mudar uma situação, pode iluminar uma cidade às escuras. A presença da Egrégora em um lugar faz toda a diferença.

Os holofotes enganosos do mundo profano são apagados e em seu lugar se acende o brilho da presença do G.’.A.’.D.’.U.’.;

Às vezes nos preocupamos em construir Templos suntuosos, paredes de pedras, interiores de granito e tudo o mais que, julgamos, farão de nossa "Loja" um lugar de grande beleza e atrativo.

Mas o que precisa ser bonita é a verdadeira Loja: a que está no interior, participando, trabalhando e evoluindo, desejando o bem das pessoas e de toda a nação.

A Loja mais bela que podemos ter é um grupo de Irmãos valorosos, honesto, de mãos limpas, coração puro, com muito amor pelos que estão ao redor.

Você se vangloria de pertencer a uma Loja bonita, Potência X ou Y, ou glorifica ao G.’.A.’.D.’.U.’. por estar em uma “Lojinha”, mas com bons e verdadeiros Maçons?

Fica a dica.

Pense antes de responder.


Denilson Forato


PORQUE SOMOS AS FERRAMENTAS PARA A GRANDE OBRA!


Secular e cosmopolita é a nossa Ordem, perdendo-se nos anais dos tempos sua origem. E, como as demais Escolas de Iniciação, tem suas peculiaridades, que devem ser observadas e refletidas durante nossa ousada e solitária vereda nos caminhos da iniciação maçônica.
Antes de abordá-las, em detalhes, permitam-me uma breve definição: A palavra “iniciação” se define como o ato ou a ação de iniciar; de iniciar uma ação; de sair do estado de inércia; de iniciar-se nos Mistérios de uma determinada doutrina.
Não é por casualidade que é chegado o momento em nossas vidas, que deparamos com perguntas sobre a origem do homem, seu destino e quais os objetivos a serem alcançados neste plano físico.
Quando despertamos a atenção para estes questionamentos, quando não mais encontramos contentamento na “fé cega”, naquilo que nos tentam fazer acreditar como verdade, é neste incômodo momento de busca dessas respostas que, por causalidade, somos levados aos Portais de uma Escola de Iniciação.
Ao longo da história da humanidade, um sem número de Ordens de Mistérios surgiu na face da Terra, sempre com o objetivo de acolher e preparar, aqueles que, por mérito cármico, alcançaram em sua trajetória evolucional, grau de consciência para sorver os seus excelsos ensinamentos.
Essas Ordens, e aqui falo das verdadeiras Ordens de Iniciação, estão ligadas à Grande Fraternidade Branca, ao Governo Espiritual do Mundo. Cada uma tem, em sua época, seu campo de atuação, seus objetivos, conforme os desígnios do GADU.
O postulante à iniciação “baterá as portas”, intuitivamente, da Escola relativa ao seu grau de consciência, pois tudo está medido, contado e pesado nos planos da Divindade.
Nossa Ordem, no aspecto exotérico, tem sua atuação no campo sócio-político. As campanhas filantrópicas, ações emergenciais de ajuda aos flagelados, etc.
As Ações Sociais e de Filantropia das Potências/Obediências Maçônicas são o mais fiel retrato disso, preocupadas com as áreas da política, dos direitos humanos e do meio ambiente, e em dar apoio participativo aos bons projetos e, principalmente, em fiscalizar a atuação dos nossos políticos.
O trabalho filantrópico é fantástico e muito necessário, alivia a dor, a fome e a sede daqueles nossos irmãozinhos desafortunados. Isso, não deixa de ser um resgate cármico do passado. A fiscalização dos nossos políticos é o nosso papel de cidadão e a Democracia Participativa, nos organizará para a excelência do exercício da cidadania.
No aspecto esotérico, também, temos como objetivo a transformação do mundo, mas, agora, não mais atuando de fora para dentro, e, sim, de dentro para fora, pois para transformar o mundo, mister se faz nos transformarmos. E, é justamente dentro deste aspecto, o esotérico, que eu gostaria de, apenas, lembrar, já que não é novidade, o papel importante que o iniciado tem dentro da doutrina que ousa seguir.
Palavras de um Mestre a um postulante à iniciação: “Se souberes das responsabilidades do caminho, talvez, jamais ousarias segui-lo.”

A milenar egrégora maçônica, alimentada e manutenida por nossas vibrações mentais, é um poderosíssimo vórtice energético, quando evocada conscientemente em nossas reuniões, atuando através dos nossos centros de força – os chacras, despertando valores atentes e nos condicionando à percepção, cada vez maior, dos seus Arcanos. Se apenas este singelo parágrafo for entendido, hermeneuticamente, nem se faz necessário a leitura e a compreensão do restante deste texto.
Como dissemos anteriormente, tudo está medido, contado e pesado. Em nossos rituais, mais do que instruções relativas ao grau, ocultam-se verdadeiras “chaves do conhecimento iniciático”, que se forem bem utilizadas, permitir-nos-ão abrir os nossos “portais internos”. 
Os ensinamentos ali contidos, oriundos de grandes Escolas da Antiguidade, têm o nome de “Ciência Iniciática das Idades”, que, através dos tempos, chegam-nos trazidos pelos Avatares cíclicos, portadores dos conhecimentos futuros, em prol da evolução da espécie humana, adotando, em cada época, um rótulo, como Gnose; Gupta-Vidya; Teosofia; Eubiose; Brahma-Vidya; Caibalion e tantos outros.
Além de nossos rituais, também, encontramos essas “chaves”, arquetipicamente, na ornamentação do nosso Templo, esperando-nos para decifrá-las e empregá-las, assim como se apresenta a Édipo, a Esfinge de Tebas: “Decifra-me ou te devoro”. Tal Esfinge somos nós próprios e a frase de Sócrates poderá melhor nos fazer entender: “Homem, conheça-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.

A guisa de as Catedrais da Idade Média, que são consideradas, verdadeiros “Livros de Pedra”, nosso Templo, também, é um grande livro aberto à nossa percepção, desde que saibamos nos enveredar nas entrelinhas dos excelsos ensinamentos da doutrina de nossa Ordem.
Ao iniciado cabe seguir, sempre, em frente. E, assim, a cada passo galgado, abrir-se-á, em sua retaguarda, um abismo, certificando-o de que retornar representará uma queda evolucional.
Palavras do Mestre JHS: “O Mestre aponta o caminho, o discípulo segue sozinho, até encontrar novamente o Mestre, mas agora, dentro de si mesmo.” Cabe, também, ter consciência de si mesmo, estudar, colocar esses ensinamentos em prática, no teatro da vida, e repassá-los quando a oportunidade lhe aparecer, buscando, sempre, atingir à compreensão daquele que, sedento de Luz, lhe pedir auxílio.

Por uma questão de equilíbrio e polaridade, nossa caminhada deve ser exotérica e esotérica, aliviando o carma do passado e adquirindo consciência para o futuro. Uma atuação exotérica, horizontal, no plano material e outra esotérica, vertical, no plano espiritual. Formando a Cruz, o iniciado se posiciona em seu eixo, como a Rosa na Cruz, o Cristo na Cruz. E, então, por analogia, poderíamos citar as palavras do Mestre Joshua Ben Pandira, o Jesus bíblico: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não por Mim.

Seria este Caminho, e não outro o da iniciação? A Verdade é a qualidade “Ver”, a capacidade de contemplar e decifrar os Mistérios através dos arquétipos.
O iniciado se transforma por esforços próprios. A centelha Divina, que habita em nós e, também, em todas as criaturas, tem que se transformar em Luz. O despertar do fogo serpentino de Kundaliniirá, gradual e ascendentemente, perpassando nossos canais etéreos ao longo da nossa coluna vertebral, (com suas 33 vértebras, os mesmos 33 Graus do REAA, como, também, a idade do Cristo), acendendo os 7 candelabros místicos,mayavicamente, citados no livro Apocalipse, que nada mais são do que os nossos centros de força, ou chacras para os orientais, até chegar ao topo da cabeça (coronal), mostrando-se, ao olhar clarividente, uma auréola de Luz dourada, a própria Iluminação.

Nós Iniciados Maçons, fomos, intuitivamente, escolhidos por nossos padrinhos para participarmos da Grande Obra do Eterno na face da Terra. Pautando nossas ações nos ensinamentos da doutrina maçônica, fomos transformados em verdadeiras ferramentas, as quais o Grande Construtor se utilizará em sua construção, e para tanto, precisamos estar aferidos, afiados, ajustados e calibrados, conforme os ditames do Grande Mestre,
O Senhor dos Mundos, para que “exo e esotericamente” possamos executar a parte que nos cabe dentro do plano traçado em sua Sacrossanta Prancheta.
Fiquemos por aqui!
Autor: Francisco Feitosa, 33º
MI da ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG


INFLUÊNCIAS NA MAÇONARIA


Sobre o tema “Influências na Maçonaria” gostaria que os Irmãos pensassem sobre a possibilidade de todos e tudo que compõem a criação do Grande Arquiteto do Universo de se transformarem e promoverem transformações.

A vida é a grande ligação entre o Ser e o ambiente. O Ser influencia o ambiente, assim como o ambiente influencia o Ser. Ao usar a palavra ambiente, quero expressar não só a estrutura material que cerca o indivíduo como também suas relações pessoais para com a sociedade o qual está inserido.

Da transformação da Pedra Bruta para a Pedra Cúbica os instrumentos usados poderão até serem os mesmos em diferentes latitudes e longitudes, porém a técnica do lavrar está diretamente relacionada com a dinâmica histórica sociocultural da “Pedra”. Na verdade as transformações caminham sob o “fio da navalha”, é preciso muito cuidado em não confundir “transformações adaptativas” com “transgressões ideológicas”.

Por mais “profanador” que possa parecer, haverá sempre a necessidade de adequações INFLUENCIADAS PELO ESTUDO! Sejamos sinceros, temos o Rito Escocês “Yorquiano” e Rito de York Escocês.

Muitas “coisas bonitas” foram inseridas nos trabalhos e quantas “coisas sérias” caíram em desuso. Permitam-me um pouco de divagação, compararei nossa Sublime Ordem a um “Ser Vivo” e como tal é regida por Leis Universais e uma delas é a Evolução.

Peço aos Irmãos que compreendam que me guiarei por uma linha de raciocínio bem ilustrativa que poderá não ser operacional (operativa), mas com certeza será quimérica (especulativa).

Em 1809 o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck publicou o livro Filosofia Zoológica (Teoria de Lamarck), segundo o mesmo, o princípio evolutivo estaria baseado em apenas duas Leis:

1ª ) Lei do Uso ou Desuso. “O uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem”.

2ª) Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos: ”Alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes.” 

Deixando a Biologia de lado, em Maçonaria podemos dizer que a Teoria de Lamarck é a justificativa de várias atividades em Lojas devido aos famosos “Usos e Costumes” locais.

Os cientistas atuais rejeitam a Teoria de Lamarck por causa de um simples detalhe: “Características adquiridas não são hereditárias” e o mesmo acontece em nosso labor.

Algumas Lojas fazem belíssimas aberturas dos trabalhos, com acendimento das velas, leitura de “Minutos de Sabedoria”, até “Amém” já ouvi, mas nada disso faz parte do DNA da Maçonaria, são características da Loja ou de uma Potência, quando muito de um Rito. Insisto: são características e não fundamentos.

Voltando às especulações baseadas nas Ciências Biológicas, em 1859 Charles Darwin (naturalista britânico) lançou a Teoria da Evolução das Espécies e é a que podemos comparar com a Realidade da Evolução da Maçonaria.

O Primeiro Postulado de Darwin dizia “que o mundo não é estático, mas evolui. As espécies estão mudando continuamente, algumas se originando e outras se “extinguindo”.

Os Irmãos concordam que a Maçonaria não é estática, mas evolui? Os Obreiros e Ritos estão mudando continuamente, alguns se originando e outros se extinguindo!

O Segundo Postulado diz que o processo de evolução é gradual e contínuo. Assim também cresce a Sublime Ordem.
O Terceiro Postulado ensina que uma comunidade descende de organismos semelhantes e que ao final teríamos sempre um ancestral comum.

Será que eu poderia dizer que esta relação com um ancestral comum, é para os Maçons Atuais a Lenda dos Três Graus?
O Quarto Postulado é conhecido como Seleção Natural – “O ambiente viabiliza a manutenção ou supressão das espécies, conservando, maximizando ou minimizando a freqüência de um gene, a ponto de suprimi-la.”

Reflitam bem quanto à Seleção Natural da Maçonaria, quantas décadas se passaram, quantos fatos históricos ocorreram, quantas mudanças políticas, quantas pressões religiosas, mas principalmente, quanto o Homem amadureceu e expandiu sua sensibilidade e intelecto?
Os símbolos serão sempre os mesmos, o que mudará constantemente é a interpretação humana deles.

Tenham certeza meus Irmãos que, a nós Livres Pensadores, cabe seguir os passos de nossos antecessores: Captar as boas influências da Sociedade e influenciá-la com nossos valores.

AUTOR: Sérgio Quirino Guimarães


TEORIA DO CONHECIMENTO MAÇÔNICO


Quando iniciado na Maçonaria, muitos são os sonhos de realização, educação e cultura que o neófito espera obter. Imagina que terá Mestres que lhe ensinarão todos os meandros da Arte Real.

Depois de algum tempo, ele percebe que a Ordem Maçônica apenas fornece local físico, ferramentas e amigos para a caminhada, que ele faz a sua maneira e por seus próprios meios. O estudante Maçom anda só na estrada do desenvolvimento porque lhe cabe descobrir, decorrente da própria vivência, por si e em si próprio, na devida oportunidade, as verdades tão sonhadas.

As descobertas intuídas pelo método maçônico de aprendizagem são diferentes em cada pessoa, dependendo de sua herança cultural e porque o método objetiva que cada um desenvolva suas próprias verdades, sem submetê-las a um molde.

Esta liberdade de autodesenvolvimento tem conexão com a teoria do conhecimento da antiguidade, onde Heráclito, afirmou que tudo no universo muda constantemente, tudo é dinâmico. O método de ensino maçônico transporta esta ideia para as verdades de cada um, ao longo do tempo. Cada pessoa tem verdades próprias, que mudam constantemente, dependendo apenas do dinamismo de seu alicerce cultural.

Inicialmente é bem estranha a forma como cada ferramenta de pedreiro é apresentada, pois sua utilização é universalmente conhecida na arte da construção civil. O processo de conhecimento maçônico processa informações, manipulando símbolos baseado em regras ritualísticas.

O que o neófito não dispõe são as regras que lhe permitem utilizar estes mesmos utensílios do pedreiro, de forma simbólica, na construção do próprio homem. Dentro da teoria do conhecimento maçônico estes símbolos são aplicáveis aos aspectos: moral; ético; social; saúde física; saúde mental; espiritualidade; e no conjunto de cada um.

Platão afirmou que os homens comuns se detêm nos primeiros degraus do conhecimento e não ultrapassam o nível da opinião, matemáticos ascendem a um nível intermediário, e só o filósofo tem acesso à ciência suprema. Para isto o filósofo usa um processo conhecido por dialética; passando de uma ideia para outra, sendo uma delas o complemento ou alicerce da outra. O filósofo é, em essência, o dialético.

A Maçonaria usa de suas lendas e símbolos para proporcionar ao estudante um método de progresso do pensamento filosófico, que funciona até para obreiros sem formação acadêmica alguma poderem tratar processos dialéticos complicados e com isto se humanizarem. Estes exercícios dialéticos compõem a essência da formação do conhecimento maçônico.

O Maçom é um filósofo diferente porque seus processos cognitivos desenvolvem-se pela materialização da ideia na linguagem simbólica, no uso de símbolos e lendas, que são convertidos em pensamentos abstratos e complexos por métodos de associação e repetição. E isto faz a Maçonaria produzir seres humanos inteiros, equilibrados e destituídos da abordagem mecanicista que, ao fragmentar os processos, acaba por perder a visão do todo.

O Maçom é treinado para ser a um só tempo, nos planos espiritual, psíquico, biológico, histórico cultural, social, físico e outros.

A fragmentação, transmitida pela educação profana, usando de disciplinas, impossibilita ao homem aprender o que significa ser humano. É nisto que o método de ensino maçônico leva vantagem. A diversidade de ideias, pelo fato de cada um observar os processos a sua maneira, é a aplicação da teoria da complexidade, em semelhança com um universo vivo, que evolui da desordem para a ordem em graus de complexidade crescentes.

Quando a Maçonaria migrou da arte de construir para a arte de pensar, no século XVIII, deu partida a um processo educacional que veio até o presente, revolucionando a sociedade em seu caminho, por ações daqueles que foram treinados debaixo de sua filosofia. Desde então, e na maioria dos eventos históricos onde se pautou por Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a Ordem Maçônica agiu nos bastidores com esta educação do homem por inteiro e que move seus membros à ação.

O homem Maçom torna-se mestre de si próprio ao longo de seu autodesenvolvimento e procura alcançar o ápice da perfeição com a tomada de atitudes. Sem discutir, o Maçom age baseado na moral que desenvolveu ao longo de sua jornada maçônica, e esta ação está pautada no desejo de acertar e promover o bem para si e a coletividade.

Nestas ações ele pode ser aviltado e até morto, porque não é sem perigo que um homem de ação atua, entretanto, na maioria das ocasiões ele se beneficia com esta postura, caindo sobre sua pessoa o reconhecimento da sociedade que o rodeia, e principalmente incrementa sua própria satisfação, alegria e felicidade. Nisto o Maçom é semelhante a um planeta que órbita o Sol, ele reflete a luz, emanada por intermédio da ação frente ao que ele considera certo. A educação do Maçom o leva a conhecer o mal e conhecer também o modo de evitá-lo.

A máxima em toda a caminhada fundamentada na teoria do conhecimento maçônica é o autoconhecimento, o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates, e esta noção, como resultado de um trabalho solitário e autodidata é decorrente de profunda introspecção, de longa meditação.

O interessante é que tudo o que se aprende nos templos maçônicos é baseado em lendas fictícias, porém alicerçados em fatos históricos registrados. Assim como as ferramentas, as lendas são materializações de conceitos abstratos, dentro da linha e em direção de estados de complexidade cada vez maiores. Estas estórias sempre têm mensagens que impulsionam ao desenvolvimento Moral.

E como não se usam computadores para educar o homem Maçom, ocorre enriquecimento espiritual e aporte de diversidade cultural.

Já que nada pode ser feito para melhorar a sociedade, se no fundo do cidadão não existir um cunho de homem espiritualmente desenvolvido e em harmonia com o princípio criador do universo, designado como Grande Arquiteto do Universo, o homem Maçom considera a si mesmo um templo do Incriado, e tudo fará para não conspurcar aquele lugar sagrado. É templo cujo limite é sua própria pele, cujos portões são sua boca, ouvidos e visão, tudo regido por sua capacidade cognitiva e emocional equilibrados pela sua espiritualidade.

O Maçom desenvolve sua espiritualidade para avançar com apoio daquilo que considera a origem de tudo; sem uma elevada Fé ele se perderia nas sendas do mal, à semelhança do que acontece na sociedade humana, onde o homem fera prevalece sobre o homem evoluído.

E tudo é proporcionado por seu esforço próprio e pelos sãos princípios desenvolvidos com a técnica de aprendizado maçônico. A criatura humana, ao longo de sua vida, deve desenvolver-se de forma equilibrada, em todas as suas dimensões e o que acelera o processo de desenvolvimento é uma potencialidade latente em cada um: sua capacidade de crescer em espiritualidade. E cada pessoa desenvolve seus próprios critérios e ideias de divindade; o que para alguns faz sentido e alimenta sua capacidade de evolução espiritual, para outros não faz sentido algum.

A epistemologia genética, formulada por Piaget, ocupa-se com a formação do significado do conhecimento, e meios usados pela mente humana para sair de um nível de conhecimento inferior para outro superior, mais complexo, segundo ele, a natureza dos saltos do conhecimento são históricas, psicológicas e biológicas. Ele explica que "a hipótese fundamental da epistemologia genética é a de que existe paralelismo entre o progresso completo e a organização racional e lógica do conhecimento e os correspondentes processos psicológicos formativos".

Pode-se deduzir que o método maçônico de progresso do conhecimento usa o lastro genético que cada um tem, e de forma livre permite que cada um construa sua própria base sem espremer este dentro de um modelo.

Muitas das lendas contam estórias de personagens movidas à ação e que lhes trouxeram bons e maus resultados. No fundo, o trabalho em mergulhar nos sentidos destas lendas é sempre o de estudar denodadamente para desenvolver o poder de, em conhecendo o mal, saber evitá-lo.

Estes estudos são movidos principalmente pela curiosidade, a mola propulsora do desenvolvimento intelectual. O desejo intenso de ver, ouvir, conhecer, experimentar alguma coisa, geralmente nova, original, pouco conhecida ou da qual nada se conhece, isto o faz vencer barreiras, escalar níveis de conhecimento superiores, em níveis de complexidade sempre maiores, contribuem para fazê-lo possuir os segredos do mal, a fim de desviar-se com galhardia de sua ação corrosiva e destruidora. É apenas pelo estudo, levado pela curiosidade salutar e edificante, que o Maçom obtém sucesso em subjugar a natureza e passa a desfrutá-la em sua plenitude.

Em contrapartida, o que também favorece o desenvolvimento pessoal é o controle da indiscrição. O Maçom ouve mais e age mais do que fala. Pela curiosidade e longe da bisbilhotice que induz ao perigo, desenvolve a capacidade de manter segredos, a nunca falar de assuntos de outros ou repassá-los sem sua anuência.

A vida em sociedade impõe a necessidade de politização, desenvolver o exercício do poder em favor da coletividade. Em sendo o humano um ser social por excelência, a sociedade não funcionaria de forma equilibrada sem o exercício do poder, de forma equitativa e livre, sem a política. Aí o desenvolvimento filosófico maçônico tem sua mola mestra ao impulsionar pessoas a pensarem e agirem mais.

Lideranças são forjadas no fogo da convivência em Lojas. De nada adianta revelar os segredos maçônicos, através de livros, com objetivo meramente comercial, se não se oferecer a oportunidade da pessoa viver a Maçonaria, de não possibilitar que a Maçonaria penetre nela.

Pela política, o poder é concentrado de forma natural, pelo convencimento com argumentos da razão e pela formação de relacionamentos fortes. Platão detratava o retórico e o considerava mentiroso, pois este usa o poder do convencimento para a adulação e adulteração do verdadeiro, e adicionalmente, o tinha como crédulo e instável.
Segundo Platão, poetas e retóricos estão para o filósofo no mesmo nível em que está a realidade para as imitações da verdade.

Por ser uma coletividade diminuta, cada Loja cobra imediatamente resultado da liderança. Não existe espaço para ações evasivas e dissimuladas, como é comum observar-se na sociedade. Sentar no Trono de Salomão, antes de ser privilégio que destaca e enaltece, é ato de fé, lição de humildade, exercício real de política, como ela deveria ser executada no mundo externo.

O cidadão forjado nestas Oficinas filosóficas vai, certamente, mudar e passa a praticar a política honesta, no exato sentido que Platão e Sócrates deram a tão nobre profissão.

O Maçom não faz da filosofia a finalidade de sua própria vida, mas usa da filosofia maçônica para especializar sua capacidade cognitiva e emocional no exercício da Política. A Maçonaria é uma escola de política, pois com sua filosofia e sua organização desenvolve-se a verdadeira política.

Foi Platão o primeiro a estabelecer a doutrina da anamnese, que é a lembrança de dentro de si mesmo das verdades que já existem a priori, em latência. O conhecimento maçônico, alicerçado em suas simbologias e lendas é um exercício permanente de anamnese. E fica tão fácil deduzir verdades complexas latentes que não há necessidade alguma de frequentar escola superior, basta viver o dia a dia maçônico, que estas verdades afloram naturalmente, como se sempre estivessem plantadas na mente e no coração, a priori.

É aí que nasce o verdadeiro homem politizado. Este não busca um ganha-pão com este conhecimento, mas, pela ação, busca exercer a verdadeira atitude política, para tornar-se pedra polida dentro da sociedade ideal. Uma pedra cúbica que não rola ao sabor dos fluxos dos manipuladores, como se fosse um seixo rolante de fundo de rio, por ter desenvolvida a capacidade de pensar, é um obstáculo para os políticos despóticos e desonestos.

O aspecto emocional deve ser alimentado com frequentes distrações, para permitir à mente descansar e se refazer para novas investidas na arte de pensar. Durante os períodos de devaneio pode ser desenvolvido o ócio criativo; usar o tempo de folga para criar e desenvolver ideias ou coisas apenas para o deleite emocional, mas que também propiciem crescimento.

Russell propôs que o ócio poderia ser acessível a toda a população se modernos métodos de produção fossem aplicados; para ele, o trabalho, tal como o conhecemos, não é o real objetivo da vida.

De Masi, diz que a sociedade industrial permitiu que milhões de pessoas atuassem apenas com os corpos e não lhes deu liberdade de expressarem-se com a mente. O que se faz nos Templos Maçônicos é exatamente esta retomada da capacidade de pensar que o mundo pós-industrial impôs.

Só que, na Maçonaria, ninguém é compelido só a pensar, mas também de sentir e interpretar toda a mensagem Maçom dentro de seu nível de entendimento. Interagem diversão, trabalho, sentimentos e misticismo.

Mesmo após as Sessões, nas ágapes festivas, o processo de construção continua, é quando se discutem livremente todos e quaisquer temas da vida. As emoções fazem parte do homem, principalmente aquelas que disparam o gatilho da racionalidade. É em momentos de laser que a maioria das ideias são forjadas, haja vista que elas parecem já existir a priori e nos saltos para níveis superiores de conhecimento, para níveis de complexidade maiores, são então apenas "lembradas".

Muitas vezes o pensador passa dias em profunda meditação para buscar solução a um problema de forma intensa e sem descanso; basta-lhe um momento de descontração, e o cérebro expele a solução para aquilo que jazia incógnito e insolúvel até então.

Outras vezes o pensamento é inédito, não existe registro de haver sido pensado anteriormente, na maioria das vezes ele é despertado em momentos de descontração por um símbolo, por uma estória ou lenda; de repente a ideia está ali, num estalo.

A mola da teoria de conhecimento maçônico é seu paradigma da complexidade, a curiosidade salutar em avançar, cada vez, mais nos conhecimentos de trabalhar a Arte Real em benefício da humanidade, sempre com frequentes intervalos de lazer entre cada investida.

É devido a este conjunto harmônico da metodologia maçônica que ela tem sucesso em lapidar, com um mínimo de esforço, os seres humanos de uma pedra bruta e tosca em pedra polida e cúbica, onde cada um ocupa seu espaço na sociedade humana de forma esplendorosa nas colunas e paredes do grande templo da humanidade para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.

Irmão Charles Evaldo Boller, obreiro da ARLS Apóstolo da Caridade, nº 21.


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